O modelo de trabalho híbrido está sendo uma alternativa bastante considerada pelas empresas nesse período de retorno aos contatos presenciais. Entretanto, esse sistema ainda é algo novo e que gera algumas dúvidas por parte dos gestores e colaboradores.
Nesse processo, a liderança de equipes é um fator fundamental para a boa gestão dos negócios. Afinal, é o líder que, dentre outras funções, organiza a nova rotina profissional e ajuda os funcionários a se adaptarem a esse sistema. Se bem executada, proporciona maior satisfação do time e aumento da produtividade.
No entanto, exercer a liderança em um sistema misto tem diferenças em relação ao modelo presencial. Na verdade, esse processo se torna mais complexo, pelo fato de o contato com os empregados não ser diário. Isso exige mais atenção, por exemplo, com a saúde mental da equipe e com os feedbacks.
Além disso, saber como liderar equipes híbridas exige não só um conhecimento de gestão, mas também das tecnologias que podem ajudar as organizações a implementar esse modelo da melhor maneira possível. Continue a leitura e confira os principais fatores que os líderes precisam conhecer no gerenciamento de times que alternam entre o trabalho em casa e no escritório. Aqui, você verá:
- A consolidação do modelo de trabalho híbrido
- A importância da liderança
- Dicas de como liderar equipes de trabalho híbrida
- Tecnologias que apoiam o modelo de trabalho híbrido
A consolidação do modelo de trabalho híbrido
A pandemia de covid-19 tornou obrigatória a adequação das empresas ao modelo de trabalho remoto. Algo novo para a maioria das organizações, esse sistema trouxe uma série de mudanças positivas e negativas para as companhias e seus colaboradores.
Com o avanço da vacinação e o retorno das atividades presenciais, o expediente híbrido está sendo adotado como forma de manter as vantagens do sistema remoto e diminuir os impactos negativos causados pelo distanciamento da equipe.
Segundo o 19º Índice de Confiança da Robert Half, 50% das empresas pesquisadas adotam, atualmente, o formato misto. Assim, esse sistema já supera, de acordo com a pesquisa, os 100% presencial, mantidos por 28% das organizações, e o home-office, adotado por apenas 8% dos negócios.
A percepção das vantagens do híbrido já era notada mesmo no período agudo da pandemia, conforme aponta pesquisa da Runrun.it. Segundo um levantamento realizado com 252 colaboradores, em julho de 2020, 57,5% afirmaram que gostariam de continuar de forma 100% remota. Já o índice dos que preferiam misturar dias no escritório e a distância era maior: 81,5%.
Dentre as principais vantagens da mescla entre os sistemas, estão a flexibilidade para os empregados, a redução de custos para o patrão (que pode, até mesmo, trocar a repartição pelo coworking) e a possibilidade de as empresas contratarem pessoas que moram longe da organização.
A importância da liderança
Nessa nova realidade, a capacidade de liderar equipes é uma das habilidades mais desejadas pelas companhias. Conforme apontou a pesquisa Tendências de Gestão de Pessoas, do Great Place to Work, a capacitação de lideranças é a principal prioridade dos gestores em recursos humanos em 2022.
O mesmo estudo revela, também, que a mentalidade da liderança é o empecilho mais apontado para a inovação nas organizações pesquisadas. A soma desses fatores gera um resultado de 94,3% dos pesquisados respondendo que a empresa pretende investir na capacitação de líderes este ano.
Dessa forma, saber como liderar equipes é um dos fatores essenciais para o bom desempenho das organizações na escolha pelo formato híbrido. As tecnologias de produtividade são importantes, mas as habilidades comportamentais e o gerenciamento humanizado são os principais atributos de um bom líder na realidade atual.
Isso significa um modelo de gestão focado na boa comunicação com os empregados, no conhecimento profundo sobre os integrantes da equipe, na ética e na transparência das ações no dia a dia. Tudo isso, claro, estando alinhado com a cultura da empresa e os objetivos organizacionais.
Além disso, a confiança entre líderes e colaboradores é outra característica importante no trabalho híbrido, visto que o acompanhamento presencial é muito menor. Nesse modelo, a capacidade de adaptação também é bastante desejável, pois o sistema semipresencial demanda constantes correções.
LEIA MAIS: Produtividade no home office: como a tecnologia pode otimizar práticas e o tempo dos colaboradores
Dicas de como liderar equipes de trabalho híbridas
Para aproveitar da melhor maneira possível a equipe organizada no formato híbrido, conhecer as especificidades da gestão nesse modelo é fundamental. Muitas características dos bons líderes valem também para o presencial, mas alguns pontos necessitam de maior atenção por parte dos gestores.
Defina o propósito do escritório
Antes do isolamento social, o escritório era compreendido pela maioria dos negócios simplesmente como o local de trabalho. O foco, nessa perspectiva, era, sobretudo, o de proporcionar um ambiente confortável e com as ferramentas adequadas à rotina produtiva dos funcionários.
Com o modelo híbrido, essa visão precisa ser reformulada. Afinal, com os empregados executando remotamente parte das tarefas, é importante rever qual o papel do local físico na rotina produtiva.
É importante lembrar que há vantagens no ambiente presencial. O escritório pode ser o local mais adequado para reuniões internas ou com os clientes, para a supervisão de determinados processos da empresa, para a integração da equipe ou ser, simplesmente, o ambiente para os colaboradores não perderem o contato físico uns com os outros.
De qualquer forma, é fundamental que os gestores tenham diretrizes claras sobre as rotinas presenciais e remotas, e comunique isso aos funcionários. Isso é essencial para que a flexibilidade promovida pelo sistema híbrido não prejudique o fluxo de trabalho da organização.
Conheça o perfil e a realidade de seus colaboradores
Cada pessoa produz melhor de um jeito: alguns preferem o isolamento de casa, outros gostam da proximidade com os colegas. Além disso, cada realidade (se a pessoa tem filhos, a distância em que ela mora da empresa, por exemplo) sugere diferentes níveis e horários remoto e presencial.
Definidas as diretrizes da organização em relação ao escritório e ao home office, é fundamental que o líder conheça o perfil de cada funcionário para encaixá-lo da melhor forma na rotina produtiva. Sempre que possível, o ideal é tomar decisões em conjunto, para garantir que o colaborador esteja no ambiente escolar que entregue melhores resultados.
Ademais, o acompanhamento e a capacidade de adaptação precisam ser constantes, pois é normal que muitos desses processos sejam por tentativa e erro. Cabe ao líder, portanto, estar atento aos resultados coletivos e individuais e readequar a rotina sempre que necessário.
Promova o senso de pertencimento entre os liderados
Em ambientes semipresenciais, há uma tendência ao isolamento dos colaboradores e à falta de sentimento de pertencimento enquanto equipe. Para os líderes, pensar em estratégias que minimizem esses efeitos do distanciamento é fundamental para manter a coesão do time.
Para isso, é importante que os empregados compreendam como funciona a empresa na totalidade. Por exemplo: quais as estratégias de crescimento, objetivos e como o próprio trabalho contribui para os resultados. Ações que os beneficiem no cumprimento das metas são essenciais para se sentirem de fato parte da companhia.
Além disso, é necessária uma atenção especial aos feedbacks, que tendem a ser menos frequentes nas atividades remotas. Isso é importante não somente para a qualidade produtiva mas também para manter a motivação do funcionário.
Em relação à integração, outra dica é respeitar o perfil de cada pessoa. Algumas se sentem à vontade com happy hour online, por exemplo, enquanto outras preferem encontros presenciais. O mais importante, afinal, é que cada colaborador não se sinta pressionado a participar de atividades não obrigatórias.
Olhe para a saúde mental dos funcionários
Problemas relacionados à saúde mental são uma das principais causas de afastamento no trabalho, atualmente. Uma pesquisa da consultoria B2P, que analisou 331 mil colaboradores de 18 empresas, apontou que transtornos mentais foram a 2ª maior causa de afastamento entre os meses de março de 2020 e 2021. Esse número foi maior do que as ausências causadas por covid-19 no mesmo período.
Os impactos disso no faturamento das organizações são enormes. Segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2016, esses afastamentos provocados por sintomas como ansiedade e depressão geram um prejuízo anual de cerca de 1 trilhão de dólares por ano na economia.
A mesma pesquisa aponta, no entanto, que o investimento na promoção da saúde mental proporciona bastante retorno às empresas. A estimativa é de que a cada 1 dólar aplicado no bem-estar dos funcionários, 4 dólares voltam às organizações em termos de produtividade.
Na liderança de equipes híbridas, esse tema merece cuidado especial, pois esse modelo impacta na saúde mental dos empregados em diferentes níveis. Se, por um lado, há uma tendência dos colaboradores em preferirem esse sistema, também existem pontos sensíveis para os gestores ficarem atentos.
O burnout, por exemplo, ou síndrome do esgotamento profissional, é um dos problemas que tendencialmente cresce nos períodos de trabalho em home office. A falta de socialização e a dificuldade de concentração no ambiente doméstico também são fatores que impactam na saúde mental dos funcionários.
As práticas que os líderes podem adotar para reduzir esse problema são várias. Dentre elas, a mais importante é conhecer as demandas individuais de cada colaborador, para decidir em conjunto medidas que promovam o bem-estar. Além disso, as organizações também podem agir no problema adotando medidas como auxílio para terapia, ou mesmo contratando psicólogos para atender a equipe.
Tecnologias que apoiam o modelo de trabalho híbrido
Como mostramos, as habilidades de gerenciamento humano são fundamentais para liderar equipes de maneira semipresencial. Entretanto, a tecnologia também é uma grande aliada nesse processo. Com a adoção de ferramentas de trabalho remoto, o acompanhamento dos funcionários torna-se muito mais efetivo, isso sem falar nos ganhos de produtividade.
Obviamente, a conectividade é o primeiro fator a ser considerado na eficiência tanto do home office quanto do escritório. Assim, investir em uma conexão rápida, segura e estável gera ganhos de produtividade e permite um melhor aproveitamento de videoconferências ou de capacitações a distância.
No modelo híbrido, as ferramentas de computação em nuvem (cloud computing) também são investimentos obrigatórios para a eficiência no compartilhamento de tarefas. Uma infraestrutura em nuvem garante, por exemplo, a praticidade para aumentar o dimensionamento dos negócios e permite o uso apropriado das ferramentas de colaboração, como o Microsoft 365.
Outra solução que os líderes podem adotar para melhorar a produtividade da equipe é o aluguel de equipamentos de informática. Impressoras, desktops e notebooks são algumas das máquinas que podem ser alugadas e utilizadas tanto no escritório quanto no home office. A vantagem desse procedimento é proporcionar sempre materiais de alto desempenho, evitando a depreciação de produtos que precisam ser atualizados constantemente.
Lidere sua equipe com as melhores tecnologias
A consolidação do modelo de trabalho híbrido é um fato muito recente e que ainda não foi completamente assimilado pelos funcionários e gestores. É inegável, no entanto, o papel dos líderes para ajudar no melhor aproveitamento desse sistema.
O diálogo, a capacidade de adaptação, o conhecimento sobre os empregados e o foco na saúde mental são algumas das principais qualidades que precisam ser cultivadas pelos líderes. É importante, também, que as organizações invistam na capacitação desses profissionais e forneçam o suporte técnico e humano necessário.
Nesse processo, a tecnologia é um fator importantíssimo para garantir ambientes adequados, seja no escritório ou na própria casa dos funcionários. Afinal, o modelo híbrido necessita de uma infraestrutura digital que somente ferramentas de colaboração e recursos como cloud computing podem proporcionar.
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Que tal saber mais sobre o uso das tecnologias no escritório? Então, leia também:
- Metodologias ágeis: o que são e como aplicá-las com tecnologia
- Qualidade de vida no trabalho: entenda o que é “A Grande Resignação”
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Até a próxima!
