Retailtech: construindo o caminho para o varejo do futuro por meio da tecnologia

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Inovação é uma palavra que vem sendo cada vez mais usada nos negócios. Seja frente a uma crise ou a um mercado altamente competitivo, esse é o caminho para se destacar. Nesse cenário, as startups de varejo, conhecidas pelo termo em inglês ‘retailtech’, já são cruciais no Brasil e no mundo afora.

Com a missão de trazer eficiência e não apenas de simplificar, mas também de otimizar os processos dentro do setor varejista, essas companhias têm em seu cerne a digitalização. 

Assim, fazendo o uso criativo dos recursos tecnológicos disponíveis hoje, conseguem reduzir custos, melhorar a experiência do consumidor e mostrar aos gestores do segmento os pontos que precisam de melhoria. 

Além disso, uma retailtech geralmente constrói os caminhos para o futuro do varejo ao aplicar ferramentas baseadas em Inteligência Artificial (AI), Machine Learning e em tecnologias imersivas em prol das vendas. 

Como consequência, o mercado evolui de forma inteligente nas operações internas e no próprio relacionamento entre marca, fornecedor e consumidor. 

Para aproveitar essas oportunidades, vale entender como as startups de varejo podem ajudar no dia a dia desse movimentado e concorrido setor econômico. Para isso, é preciso compreender o cenário atual e as tendências com as quais as retailtechs já trabalham. 

Sendo assim, neste artigo, você verá:

  • Retailtech: como funcionam as startups de varejo?
  • Cenário das startups de varejo no Brasil
  • Tendências para as retailtechs
  • Como a tecnologia atua dentro das startups de varejo

Retailtech: como funcionam as startups de varejo?

Representação de robôs organizando armazém de produtos
Startups de varejo apoiam o setor em diferentes pontos, das vendas à logística

O varejo é um importante setor para a economia brasileira. Como demais áreas, também precisa se renovar a cada ano, especialmente para que consiga acompanhar os novos hábitos de consumo e as demandas que surgem ao longo do caminho. 

Como exemplo, podemos citar o grande crescimento do comércio eletrônico, bem como o avanço das compras sem intermediários humanos. Embora ambos tenham sido impulsionados pela crise sanitária e as consequentes restrições sociais, são tendências que vieram para ficar.

Como resposta a essa necessidade, as retailtechs se concentram em trazer inovação através da tecnologia para os negócios do ramo, com soluções aplicáveis a diversos portes e segmentos.

Desse modo, cada uma dessas empresas investe em subcategorias do setor, como e-commerce, logística e operações ou, ainda, em recursos específicos, como AI e Internet das Coisas (IoT).

Além disso, dentro dessas áreas há mais ramificações nas quais essas startups de varejo podem se especializar. Para exemplificar, uma retailtech de logística traz soluções tecnológicas voltadas para o armazenamento, a distribuição e o transporte de bens, além de, muitas vezes, tratar de parte do procedimento de devolução dos produtos.

No Brasil, um expoente famoso nesse segmento é a Loggi. Enquanto não está diretamente envolvida no processo de compra, a startup suporta o comércio simplificando as entregas, cumprindo prazos e viabilizando o rastreamento das encomendas. 

Embora grandes marcas, muitas vezes, atuem através de um departamento de logística próprio, para pequenos e médios negócios esse tipo de serviço é estratégico. Ainda mais em um cenário no qual os consumidores querem um delivery cada vez mais rápido e barato. 

Cenário das startups de varejo no Brasil

As startups vêm se destacando no Brasil por crescerem mesmo em condições econômicas conturbadas. E em 2021, não houve surpresa quando o avanço se manteve no primeiro semestre. 

Segundo dados do Distrito, divulgados em julho de 2021, as startups brasileiras receberam US$5,2 bilhões em Venture Capital, ultrapassando o aporte de todo o ano anterior. Esse tipo de investimento consiste em aplicar recursos em companhias com perspectiva de rápido crescimento e rentabilidade alta.

No total, foram 339 aportes entre janeiro e junho, sendo 36 deles em negócios de varejo. Aliás, de acordo com o mesmo relatório, Inside Retailtech, houve um recorde no volume investido nesse período, com mais de US$140 bilhões aplicados.

Atualmente, já existem 644 startups no País, como mostra a reportagem de setembro de 2020 do portal Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Entre elas, as mais comuns são as de operações, que representam cerca de 30% do segmento retailtech. 

Estas, por sua vez, atuam na melhoria de aspectos estratégicos da gestão, podendo aprimorar o estoque, a equipe ou alguma parte do processo comercial, trazendo mais eficiência no cotidiano do negócio.

Além delas, as startups de varejo voltadas para engajamento do consumidor e as para lojas virtuais também são bastante populares. 

Por fim, os estudos sobre o “fenômeno retailtech” ainda mostram que esses empreendimentos têm, em média, seis anos de vida e empregam aproximadamente 36 mil pessoas, ao todo.


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Retailtech: tendências no Brasil e no exterior

Uma boa forma de prever tendências para o segmento é entender o que as startups de varejo de maior sucesso no mundo estão fazendo. Anualmente, o CB Insights divulga um ranking das cem companhias mais promissoras. 

Em fevereiro de 2021, foi lançada essa classificação, que dá algumas diretrizes para o futuro do setor. A princípio, é possível notar que há uma concentração nas plataformas que atuam conjuntamente com o comércio virtual. 

As funções variam e podem focar em habilitar novos canais de comunicação entre marca e consumidor ou, ainda, em enriquecer a experiência do consumidor com realidade aumentada.

Aliás, as tecnologias imersivas, como realidade virtual (VR), aumentada (AR) ou mista (MR) vêm sendo bastante utilizadas. Um bom exemplo é o provador digital, que permite ao usuário ver como a peça ficaria nele sem, de fato, vesti-la.

As próprias plataformas de e-commerce, como a VTEX, também estão em alta, com suas soluções para negócios B2C. Do mesmo modo, destacaram-se as companhias voltadas para os meios de pagamento, que fazem a compra ser mais rápida e segura, como a Ebanx.

Outro segmento que tem grande potencial é o de operação e análise, em que se encontra a maioria de retailtechs brasileiras, inclusive. No ranking da CB Insights, as startups selecionadas desenvolvem uma ampla gama de soluções focadas na automatização das operações com robótica, VR e AR.

Como exemplo, aparecem companhias que fornecem robôs autônomos que ajudam varejistas na limpeza do estabelecimento e até na movimentação do estoque. 

Compras do futuro

Uma das previsões para o futuro do varejo inclui pontos de venda autônomos, como já acontece na Amazon Go, nos Estados Unidos. No estabelecimento, as câmeras servem para realizar reconhecimento facial dos clientes, ao passo que o QR Code indica os produtos selecionados. 

Em outras palavras, é um modelo de mercado que permite que as compras sejam feitas sem auxílio de funcionários ou mesmo sem filas para o caixa. Todas as funcionalidades são feitas através de aplicativos. 

Aqui no Brasil, também temos um exemplo em funcionamento, liderado pela startup Zaitt. Com cinco lojas automatizadas, a ideia é oferecer uma alternativa para compras rápidas, não substituir os supermercados. 

O papel da tecnologia nas startups de varejo 

Representação 3D de carrinho e smartphone, ilustrando as vendas online
Soluções adotadas possibilitam a automação e informatização de diversos aspectos do comércio

Como o nome diz, uma retailtech está completamente atrelada à tecnologia e aos seus avanços. Assim, portanto, o próprio varejo depende muito de estruturas-base para que as soluções simples e até as mais disruptivas funcionem em todo o seu potencial.

Para exemplificar, as startups voltadas para o segmento de e-commerce dependem da conectividade do começo ao fim das operações. 

Afinal, seja a solução voltada para engajamento dos consumidores na loja online ou, ainda, para a parte de transações comerciais, a conexão com a internet é imperativa. Em suma, é a conectividade que define a agilidade da jornada de compras, afetando a experiência do consumidor como um todo. 

Com o aumento dos pedidos online, também crescem as entregas. No delivery, tanto a conectividade quanto a IoT conferem segurança, permitindo que marca e cliente tenham acesso ao rastreamento do pedido. 

Ao mesmo tempo, a nuvem oferece a capacidade de processamento e a possibilidade de rápido ajuste para se preparar para datas comemorativas como a Black Friday. No caso das retailtechs, também é na cloud que se fazem muitos dos testes das soluções e por onde elas são aplicadas no negócio. 

Há ainda os serviços em nuvem, como Infraestrutura como Serviço (IaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Software como Serviço (SaaS), que são essenciais para oacesso a toda a estrutura necessária, com fácil implementação e bom custo-benefício. 

Em contrapartida, o uso do cloud computing não diminui a importância de outras abordagens, como os centros de dados. Em determinadas operações, como no caso das grandes redes de hipermercados e lojas de departamentos, manter todos ou, ainda, partes dos dados, em um data center físico ainda pode ser a opção mais conveniente.

Retailtech e a tecnologia inteligente

Como apontado pela seleção da CB Insights, as retailtechs com foco em operações e análise são uma tendência em crescimento. Nesse cenário, vale ressaltar que o varejo é um mercado com uma rica fonte de dados. 

Seja no comércio online ou presencial, soluções de conectividade e dispositivos conectados conseguem captar uma infinidade de  informações. Assim, os negócios conseguem ter um banco de dados sobre os clientes, o atendimento e o consumo de modo geral. 

Para analisar e até comparar esses resultados com os do mercado, entram em cena as aplicações de Big Data, que têm a capacidade de analisar grandes volumes de dados. Hoje em dia, 40% das organizações mundiais já usam esse recurso para modernizar o negócio, de acordo com o Business Application Research Center (BARC)

Inclusive, as startups de varejo que trabalham a IoT junto ao Big Data trazem mais visibilidade e melhoram a gestão. Os insights gerados pela análise de dados permitem ao empreendedor conhecer o mercado e o público de forma detalhada. 

Para uma retailtech centrada em marketing e engajamento com o consumidor, esse conhecimento pode ser traduzido em ofertas e atendimento customizado. Este, inclusive, aumenta a probabilidade de conversão de vendas. 

Por fim, há até mesmo um estudo da GS&UP, divulgado em março de 2020, indicando que as soluções de Big Data e Analytics estão entre as prioridades de investimento em tecnologia do varejo para os próximos três anos. 


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Conclusão

Em resumo, as retailtechs são uma peça-chave para o desenvolvimento do comércio brasileiro. Isso porque, dentre outros fatores, são essas startups de varejo que trazem a inovação necessária para enfrentar os desafios do presente e do futuro.

É por meio do esforço desse segmento que varejistas pequenos e médios têm a mesma possibilidade que os grandes players de investir em eficiência. E também é esse o caminho para quem deseja se destacar na experiência do usuário durante a jornada de compra.

A título de exemplo, aspectos estratégicos, como logística e distribuição, ficaram muito mais simples com o apoio das retailtechs, o que permite a disseminação dos e-commerces dos mais variados tipos e portes. 

Por fim, é preciso lembrar que essas startups  devem atuar tanto no varejo digital quanto no presencial. Afinal, trazer a digitalização para dentro das lojas físicas também é preciso e faz parte das tendências do setor. 

Inclusive, segundo informações do relatório Future of Retail 2021, divulgado em setembro de 2021 pelo Google, oito em cada 10 brasileiros gostam de comprar tanto no online quanto no offline. Assim, é preciso estar preparado para usar a tecnologia em favor do negócio, em ambos os ambientes. 

Para ajudar as retailtechs a endereçarem tais necessidades, a Vivo Empresas  oferece soluções especialmente desenvolvidas para o setor varejista, que podem ser aplicadas de forma inteligente, uma vez que a digitalização do setor se mostra cada vez mais importante.

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Até a próxima!

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