Futuro do agronegócio: gestão para o alto desempenho é essencial

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Quando o assunto é futuro do agronegócio, é inegável que a tecnologia tem papel essencial para um desenvolvimento sustentável. Cada vez mais, a Internet das Coisas (IoT) será uma realidade difundida em todo o setor no Brasil, graças à tecnologia 5G. Além disso, o avanço da biotecnologia também deve aprimorar progressivamente a qualidade da produção agrícola no país.

A verdade é que há muitas frentes de inovação e sustentabilidade sendo desenvolvidas para essa área, que é uma das principais para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Apesar da sua importância econômica, é comum que muitas pessoas não saibam que o agronegócio pode ser uma boa opção de empreendedorismo.

É por este motivo que trataremos, neste artigo, sobre o assunto e seus desdobramentos:

  • O que é o agronegócio;
  • Como funciona o setor;
  • Quais são suas características;
  • Qual é o objetivo;
  • Cenário do agro no Brasil;
  • As etapas cruciais na gestão;
  • Papel da tecnologia no futuro do agronegócio.
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Afinal, o que é agronegócio?

O agronegócio é um setor que tem importância estratégica para o Brasil. A área engloba todas as atividades com fins econômicos e comerciais relacionadas a produtos agrícolas. Nesse cenário, é comum imaginar somente a agricultura e a pecuária como subsetores. 

Porém, é muito mais do que isso. Tanto que, em 2021, alcançou participação de 27,5% no PIB brasileiro, a maior contribuição desde 2004, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). 

A expectativa do órgão, considerando os desempenhos parciais da economia brasileira e do agronegócio, é que a participação do setor no total fique em por volta de 25,5% em 2022. Lembrando que há diversos nichos econômicos que integram esse mercado, para simplificar, eles podem ser divididos em três grupos:

  • Primário — produtores rurais;
  • Secundário — produtores de insumo e agroindústria;
  • Terciário — distribuição e comércio.

Essas categorias compõem a cadeia produtiva responsável por compor o agronegócio. Para que seja alcançado um alto desempenho, é essencial que os gestores otimizem processos da área e invistam em inovação.

Como funciona esse setor?

Há décadas que a agropecuária é um dos destaques do crescimento financeiro do país. Agora, com a aceleração da transformação digital no campo, surgem mais oportunidades para reinventar a operação agrícola. Assim, os produtos nacionais se tornarão cada vez mais competitivos no mercado externo.

Para que isso aconteça com alta performance, é necessário que as etapas da cadeia produtiva sigam o mesmo movimento de inovação. Afinal, o futuro do agronegócio está intrinsecamente ligado à aplicação da tecnologia para otimizar e melhorar processos, mas isso deve acontecer de acordo com as particularidades de cada subsetor.

A seguir, será detalhado como cada um deles funciona e como estão conectados.

Primário

A IoT no campo já é uma realidade e deve alcançar todo o país até o final da década de 2020 por meio do 5G. Mas o que se entende por setor primário? Em qualquer cadeia produtiva, corresponde às atividades diretamente relacionadas com a produção e extração de insumos da natureza. Assim, há a produção rural como integrante desse subsetor, destacando-se pecuária, agricultura e extrativismo.

Essas áreas são responsáveis por produzir recursos que podem ir diretamente para a mesa das pessoas ou passar por processos de industrialização. Nesse sentido, há oportunidades de otimizar a qualidade e volume de safras, a nutrição animal e até os métodos de extração sustentáveis

Assim, o agronegócio primário tem uma série de processos que merecem um olhar atento do empreendedor para assegurar a competitividade dos produtos no mercado. Nesse contexto, pode-se destacar a importância da modernização de maquinários e da biotecnologia no campo e na criação de animais como tendências para o futuro.

Secundário

“Nada se cria, tudo se transforma”. Lavoisier, um renomado químico francês, publicou essa frase há mais de 200 anos. E essa icônica afirmação tem tudo a ver com o setor secundário da economia. É nele que toda matéria-prima é transformada em novos produtos. É por isso que é o responsável pelas indústrias.

Uma vez que o agronegócio colabora com 27% do PIB nacional, uma fatia é derivada do setor secundário, o da agroindústria. Afinal, para a produção agrícola, é preciso considerar as grandes fazendas produtoras de insumos para os processos de industrialização. Como é o caso das plantações de laranjas para a fabricação de suco. Além disso, ainda há os produtos usados no setor primário do agronegócio, como os fertilizantes, que servem para fomentar a plantação.

Quando essas indústrias investem em sua modernização, ajudam em duas frentes essenciais na cadeia de produção: melhora da qualidade de matéria-prima no grupo primário e na área dos alimentos. Por sua vez, esse processo gera um reflexo positivo no grupo terciário, impactando o desempenho de toda a cadeia, o que é essencial para seu futuro.

Terciário

Refere-se a tudo que envolve logística e transporte, bem como dos processos de negociação com compradores e prestação de serviços em geral. Após a produção, todas as atividades necessárias para que essa venda aconteça englobam o setor terciário da supply chain

O relatório Exportação do Agronegócio, de 2021 — produzido pela Cepea e Esalq/USP, com base em dados do Ministério da Economia e da Secretaria de Comércio Exterior — revela que naquele ano, a agroexportação do Brasil apresentou crescimento no faturamento. O valor superou US$ 120 bilhões, 18% acima do registrado em 2020.

Um papel importante nesse fluxo é o planejamento e o transporte do agronegócio. Trata-se da necessidade de mais qualidade das rodovias, do desenvolvimento de meios fluviais, bem como da atividade portuária. A logística 4.0 é um dos destaques em inovação na cadeia produtiva desse setor, em que a conectividade é um fator essencial para a gestão inteligente de frotas.

Os cinco setores do agronegócio 

É possível, ainda, definir os setores produtivos do agro considerando a atividade que é desenvolvida. Afinal, várias delas integram a supply chain, com perfis diversos e abrangendo atores rurais de diferentes portes. Os principais são:

  • Insumos;
  • Produção;
  • Processamento e transformação;
  • Distribuição e consumo;
  • Serviços de apoio.

Quais são as características do agronegócio?

O agronegócio no Brasil se destaca por pequenas, médias e grandes propriedades que são referência na produção de diversos alimentos e produtos. O tipo costuma variar entre as regiões, considerando-se os aspectos de meio ambiente e clima de cada. 

A monocultura é uma das características comuns na atividade do país. Somado a isso, vale lembrar que o Brasil era uma colônia extrativista e de produção agropecuária. Ainda hoje, há desde fazendas seculares responsáveis pela competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo, até pequenos produtores. Isso vale tanto para itens de alimentação quanto para os recursos necessários para desenvolvimento de energias renováveis — como é o caso do etanol.

O fato é que o agronegócio apresenta um sistema complexo e diversificado, com diversos fluxos produtivos completos. Nesse contexto, a tecnologia desempenha um papel muito importante desde a Primeira Revolução Industrial, ajudando o campo a manter rotinas mais eficientes.

Qual é o objetivo do agronegócio?

Hoje, o objetivo é desenvolver insumos, produtos e serviços sustentáveis e de qualidade que promovam a economia do país. Assim, o setor almeja a promoção de emprego e renda para todas as regiões.

A tecnologia ajuda na transformação porque, apesar da grande extensão territorial do Brasil, nem todas as áreas são adequadas para o cultivo, o que faz com que precise ter uma eficiência maior naquelas mais adequadas. Somado a esse fator, um dos desafios é o de tornar a cadeia produtiva cada vez mais sustentável e com um fluxo inteligente no uso dos recursos.

Para isso, a transformação digital pode ser uma grande aliada. O desenvolvimento e aplicação adequados da digitalização ajudam a ter fluxos enxutos, com redução de custos e produtividade. Então, é essencial que os empreendedores do segmento invistam em inovação para caminharem com os outros mercados em uma economia digital.

Cenário do agro no Brasil

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) atingiu R$ 1,188 trilhão em 2022, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Segundo o órgão, as exportações do setor, com destaque para algodão, café e carnes, têm gerado valores superiores em relação a 2021. Quanto à carne, de janeiro até agosto de 2021 e 2022, aumentou 30,4% em dólares. No café, o crescimento foi de 54,3%.

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a agropecuária foi responsável pela criação de 84.043 vagas de emprego, em torno de 6,3% do total gerado no Brasil. Responsável por uma fatia desse número são as AgTechs, startups dedicadas à tecnologia na produção rural.

Em paralelo, há também um incentivo dos bancos nas emissões de Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs), das empresas do setor com a alta de Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) — como o da Raízen, que foi destaque em 2021 — e a emissão de Certificados de Recebimento do Agronegócio (CRAs) com taxas mais atrativas.

A soma desses movimentos pode ser uma sinalização de que o mercado vê um horizonte positivo para o setor nos próximos anos. Nesse sentido, a captação de recursos para promover a transformação digital no campo é essencial para que o setor agro brasileiro se torne cada vez mais competitivo, principalmente quando se pensa nas exportações.

Cenário global do setor

O agronegócio não tem destaque apenas no Brasil. Sua relevância para a economia mundial também é grande. Apesar da relevância no mundo, a pandemia de covid-19 escancarou a necessidade de uma presença ainda mais forte da tecnologia no campo.

Investir em uma infraestrutura de conectividade, por exemplo, é indispensável. De acordo com pesquisa Agriculture’s connected future: How technology can yield new growth da McKinsey & Company, de outubro de 2020, um campo conectado poderá agregar US$ 500 bilhões em valor adicional ao PIB mundial até 2030. 

A consultoria revela que o agronegócio é um dos sete setores que poderão contribuir com US$ 2 a 3 trilhões adicionais para o Produto Interno Bruto global na próxima década, caso se consolide o investimento em tecnologias avançadas.

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As etapas da gestão do agronegócio

Diante de um mercado tão promissor, vale a pena investir em tecnologia para ter ganhos efetivos e um grande retorno. 

Sendo assim, para realizar uma gestão de alto desempenho é essencial aproveitar todo o potencial que o agronegócio reserva. Esse segmento é complexo e diversificado, mas há a possibilidade de trazer alguns fluxos comuns e essenciais que merecem atenção para que se alcance a máxima eficiência operacional.

Planejamento do negócio

Esta é uma etapa primordial e estratégica para qualquer tipo de empreendimento. E não é diferente no agro. O interessante é sempre buscar referências e ter atenção com o que está acontecendo no mercado. Por outro lado, as metas do negócio devem ser condizentes com a realidade e considerar os movimentos da economia.

Recursos e insumos

É importante que qualquer um dos setores do agronegócio possam contar com os recursos e insumos necessários para a operação. Assim, é preciso desenvolver um plano de ação que vai apresentar “como” e “o quê” fazer para alcançar as metas do planejamento.

Nesse sentido, é essencial ter autoconhecimento e realizar parcerias estratégicas para obter sucesso e maior poder para execução de projetos.

Logística e transporte

Os setores econômicos estão todos interligados. O segmento de logística e transporte pode ser acelerado em decorrência das mudanças que estão acontecendo no agronegócio. Assim, no processo de vendas e de entregas dos produtos, é importante buscar parcerias que contem com recursos de tecnologia adequados.

Além de essencial, a segurança da mercadoria é uma frente de gestão preventiva à perdas. Logo, vale considerar empresas de logística e transporte que tenham soluções em telemetria e monitoramento a distância. 

Com o Frota Inteligente, a conectividade das redes móveis é somada às soluções de Business Intelligence baseadas em Computação em Nuvem. Assim, os gestores podem acompanhar em tempo real onde o produto está. 

Análise de resultados

É essencial enxergar o agro como uma empresa. Assim, a cultura data driven deve ser uma boa prática no campo. Esse é um modelo de inovação primordial para o uso correto de todos os recursos tecnológicos que estão chegando. 

É importante, no entanto, não deixar para ver as métricas somente nos resultados. Deve-se ter uma rotina diária de acompanhamento. Isso permite a promoção de análises preditivas, que podem auxiliar em situações de risco e atuar de maneira proativa, mitigando-as.

Papel da tecnologia no futuro do agronegócio

A inovação tecnológica tem um papel essencial para otimizar os rendimentos do agronegócio — e não somente dele, mas de todos os outros. Afinal, vive-se a era digital.

A prova disso é o crescimento do número de pessoas conectadas à internet: somente no Brasil, há mais de 148 milhões de usuários, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2021. Esse estudo revela que a proporção de internautas em áreas rurais cresceu no país em comparação ao período anterior à pandemia, passando de 53% dos indivíduos de 10 anos ou mais em 2019 para 73% em 2021.

A conectividade chega ao campo e promove a otimização de processos na lavoura, a melhoria no controle das safras, a qualidade de vida dos indivíduos e consumidores, bem como a redução de custos operacionais.

Investir em tecnologia e apostar em tendências como agricultura de precisão reservam vários benefícios, listados abaixo. 

Produtividade

Ter mais produtividade é uma das metas de qualquer negócio e, no agro, não é diferente. Assim, as inovações tecnológicas podem ser usadas em qualquer um dos seus setores para otimizar a produção, os fluxos operacionais e a maneira como as pessoas interagem com os equipamentos.

No agronegócio primário, por exemplo, há o uso de maquinário agrícola mais tecnológico. Com ele, é possível economizar combustível e atuar em uma amplitude maior de área, ou até mesmo usá-lo para evitar perdas durante a colheita, com a aplicação de máquinas mais precisas.

Escalabilidade

A escalabilidade do setor agropecuário pode acontecer em diversas frentes e é comum que esteja acompanhada do aumento da produtividade. Hoje, o conceito está muito relacionado à mobilidade e à IoT. Mas, aqui, vale trazer um ponto interessante quando se pensa na comercialização de mercadorias e serviços.

A conectividade também permite que as soluções ofertadas se liguem a potenciais clientes de maneira mais ágil, por meio do e-commerce e dos marketplaces. Dessa forma, é possível, além de vender os produtos da fazenda, revender o maquinário para comprar equipamentos novos, por exemplo.

É interessante destacar que todas as aplicabilidades da tecnologia no campo contribuem para a redução de custos operacionais. No entanto, é vantajoso lembrar que é preciso calcular o Retorno sobre o Investimento (ROI).

Além disso, esse conhecimento contribui também para dar mais qualidade de vida aos profissionais rurais e ajuda a reduzir acidentes, porque torna as atividades cada vez menos “braçais”.

Competitividade

Produtos com mais qualidade e melhores preços de compra e venda tornam-se mais competitivos. Assim, contribuem para que haja menor importação de insumos necessários para a produção agropecuária no país, valorizando fornecedores e parceiros nacionais.

Além disso, a reputação do agronegócio brasileiro pode ser favorecida no mercado externo, o que estimula as exportações para grandes players, potencializando a competitividade. Portanto, para alcançar resultados extraordinários por meio da inovação, é importante contar com um parceiro tecnológico e estratégico de referência, como a Vivo Empresas.

Com essa parceria, o gestor do agronegócio encontra soluções desenvolvidas de maneira personalizada para os seus desafios:

  • Agro Cobertura serviço inovador que leva a rede móvel para o campo, com o intuito de promover a automação de processos e gerar mais autonomia e produtividade;
  • Maquinário Inteligente ferramentas de telemetria para veículos pesados nos fazendas, reduz custos com combustíveis e manutenção, além de potencializar a disponibilidade da frota;
  • Clima inteligente estações meteorológicas com soluções completas que fomentam a qualidade nas tomadas de decisões da lavoura, por meio do monitoramento em tempo real das condições climáticas.

Tendências para o futuro do agronegócio

A tecnologia é aliada indispensável do agronegócio e faz parte de algumas das principais tendências da área. Alcançar maior produtividade, por exemplo, é algo que as empresas não podem abrir mão.

Para isso, contar com tecnologias como Big Data é essencial. A solução apoia, por exemplo, o sensoriamento remoto, que permite monitoramento em tempo real das lavouras e a análise de dados, que facilita as tomadas de decisões no futuro.

A sustentabilidade na agricultura também não pode ficar fora do radar. De acordo com o estudo McKinsey Technology Trends Outlook, de agosto de 2022, em nível macro, a preocupação com esse fator não é mais opcional: é necessário reduzir/remover em 90% as emissões para evitar uma crise ambiental.

Ao abordar especificamente o agronegócio, a consultoria aponta que alguns passos são necessários para investir na tendência da sustentabilidade agro, como apostar em proteínas alternativas (por exemplo, vegetais ou microrganismos cultivados) e investir em soluções inovadoras (como a agricultura vertical).

Esse setor tem grande destaque na economia brasileira e apresenta potencial de crescer ainda mais nos próximos anos, com o suporte da digitalização. O futuro do agronegócio passa pela tecnologia. 

Nesse sentido, é crucial que os gestores agrícolas invistam em soluções digitais e na otimização de conhecimento, por meio do consumo de conteúdo de qualidade acerca do assunto. A Vivo Empresas tem, em seu amplo portfólio, soluções para o agronegócio baseadas em inovações tecnológicas, com diversas aplicações em Cloud, Big Data e IoT.

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Até a próxima! 

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