Greentechs protegem o futuro por meio da inovação

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A preocupação com a crise climática é uma constante no contexto atual, seja no âmbito nacional ou no internacional. Com os efeitos desse problema ficando cada vez mais evidentes, a busca por um futuro sustentável torna-se prioridade. E é nesse cenário que aparecem as greentechs.

Também conhecidas como ‘startups verdes’, essas companhias se dedicam tanto a reduzir o impacto ambiental quanto a promover ativamente a sustentabilidade. Para isso, desenvolvem desde soluções voltadas à redução das emissões de carbono, na indústria e no setor corporativo, até o esforço para baratear tecnologias de geração de energia renovável.

Por esses e outros motivos, as greentechs destacam-se em meio à ascensão do ASG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) e são um dos focos de investimento para os próximos anos. 

A fim de ajudá-lo a compreender mais o potencial dessas empresas, este artigo detalha como as startups verdes contribuem para que outros negócios também se tornem mais sustentáveis. 

Continue com a leitura e veja, ainda:

  • Economia verde cresce no mercado
  • Conheça as greentechs
  • Oportunidades de atuação
  • Startups verdes usam toda a inovação que está à disposição
  • Conheça algumas das greentechs brasileiras de destaque

Economia verde cresce no mercado

Colegas em mesa de trabalho discutindo projetos verdes
Greentechs podem apoiar outros negócios com sua expertise em sustentabilidade

Há muito tempo, órgãos como o World Economic Forum, a ONU e várias ONGs globais debatem o combate à crise climática e suas respectivas consequências. Contudo, foi apenas nos últimos anos que o tema ganhou maior destaque.

Seguindo os alertas da comunidade científica, foram os investidores e consumidores que desempenharam um papel importante, nesse sentido. Isso porque, a partir da pressão desses grupos, mais companhias do setor privado começaram a se movimentar para incentivar e adotar medidas conscientes. 

Aliás, a busca pelo chamado “lucro com propósito” é destaque desde o início da década, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgados em maio de 2021. Para exemplificar, em 2020, os fundos de ações com base em sustentabilidade e governança alcançaram R$ 543 milhões no País. 

Com o foco dos negócios em ESG, o crescimento de startups voltadas às melhores práticas ambientais, sociais e de governança também era inevitável. Não por acaso, o relatório Inside ESG Tech Report, publicado em maio de 2021, mostra que, em 10 anos, foram investidos US$ 991 milhões nas companhias brasileiras desse segmento.

E a tendência deve ganhar ainda mais força em 2022, de acordo com pesquisa da Deloitte, junto ao Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI). Divulgado no final de 2021, o levantamento anual mostra que três em cada quatro empresas listadas na Bolsa esperam aumentar o orçamento destinado a ESG em 2022. 

Ou seja, o espaço para soluções verdes inovadoras está em constante expansão.

Greentechs entram em cena

As greentechs, também conhecidas como cleantechs, são startups que usam a tecnologia para trazer soluções focadas em sustentabilidade. A atuação é bastante ampla, podendo ser dedicada ao uso inteligente de recursos naturais, à recuperação e conservação ambiental ou, ainda, à mitigação de impactos negativos.

Dessa forma, uma vez que essas empresas não se limitam a um segmento específico, estão presentes tanto no campo, com a otimização de processos agrícolas, quanto nas cidades, auxiliando o transporte urbano e a gestão de lixo.  

Assim, essas empresas agem na lacuna de um departamento dedicado, oferecendo suporte nas mais diversas atividades e escalas. Por sua vez, quando as cleantechs oferecem soluções para diversos setores econômicos, ajudam também pequenos e médios empreendimentos a atuar em modelos de negócio que são melhores para o futuro.

Oportunidades de atuação

Energia

De acordo com o relatório Global Energy Perspective, elaborado pela McKinsey & Company em 2019, até 2035, as energias renováveis podem produzir mais da metade da eletricidade mundial. Sobretudo, na maioria das regiões, isso aconteceria a um custo menor do que através da geração de combustível fóssil.

Atentas a esse movimento, há startups que já estão desenvolvendo formas alternativas de geração de eletricidade mais baratas, como modelos de captação da força eólica, que exigem menos espaço.

Para exemplificar, as cleantechs que atuam em energia renovável captaram US$1,9 milhões de janeiro a outubro de 2021, como reportado pela plataforma Distrito.

Além disso, existem soluções práticas desenvolvidas por greentechs, como plataformas de gerenciamento do uso de energia, que identificam pontos de melhoria na estrutura de um dado negócio.


LEIA MAIS: Eficiência energética: como economizar energia nas empresas gera benefícios para o negócio e para o meio ambiente


Transporte

Os automóveis elétricos são fortes aliados no combate à crise climática. No Brasil, segundo dados de fevereiro de 2022, há cerca de 80 mil veículos do tipo em circulação, com a expectativa de que sejam 100 mil até o final do ano, conforme aponta a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Hoje, já existem greentechs voltadas ao desenvolvimento de tecnologias de baterias e sistemas de redução de emissões, no caso dos modelos híbridos e a combustão, para contribuir com um modelo de transporte de baixo carbono. 

Ao mesmo tempo, há startups concentradas em contribuir com novas opções para o deslocamento, como os planos de assinatura de bicicletas elétricas. 

Água

Assim como no caso da energia, a água também é um recurso que precisa ser utilizado de forma mais inteligente. Por isso, essa é outra vasta área de atuação para as greentechs.

Soluções de reaproveitamento da água em escritórios e indústrias podem gerar uma grande economia. 

Além disso, a inovação em processos de monitoramento do solo e previsão do tempo na agricultura também são serviços essenciais desenvolvidos pelas startups. Principalmente quando se considera que quase 50% da água no País é utilizada para a irrigação, como mostra a Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA).

Startups verdes usam toda a inovação que está à disposição

Uma das principais características das greentechs é que estas utilizam toda a inovação ao seu dispor para dar suporte a negócios sustentáveis, ajudando a construir um futuro melhor a partir da tecnologia.

Nesse sentido, um elemento essencial é a conectividade, pois, como viabilizadora da transformação digital, essa tecnologia é fundamental para outras soluções digitais, inclusive as utilizadas pelas startups verdes.

Mais do que isso, ter uma conexão segura, estável, com velocidade e capacidade necessárias é imprescindível para, após a criação das plataformas de sustentabilidade, permitir que estas operem em conjunto, maximizando resultados. 

Logo em seguida, tão importante quanto a conexão de internet são os serviços em nuvem, que ajudam as startups a ter flexibilidade e custos controlados.

Ademais, segundo a Accenture, a escolha de usar a cloud também permite que a operação da greentech tenha um impacto ambiental menor. A pesquisa, de setembro de 2020, mostra que a adoção de nuvem pública pode diminuir a emissão anual de carbono em até 60 milhões de toneladas.

Tecnologias avançadas

Outra das inovações utilizadas pelas greentechs para alavancar as soluções é a Internet das Coisas (IoT). Em suma, o recurso permite que diferentes dispositivos operem em conjunto e com mínima intervenção humana. Dessa forma, podem ser utilizados para o monitoramento de espaços, máquinas e plantações em tempo real. 

Como exemplo, a gestão de recursos hídricos e energéticos em indústrias, empresas ou no agronegócio dependem diretamente da IoT. Além disso, a solução também é muito utilizada para acompanhar frotas de veículos e ajudar a gerenciar equipes de campo.

Por conseguinte, a análise dos dados captados também é indispensável na construção de modelos de negócio mais sustentáveis. Afinal, apenas entendendo melhor o panorama do setor é que se pode traçar novos caminhos e obter resultados. 

É por isso que a Inteligência Artificial é outra forte aliada das greentechs. A AI (Artificial Intelligence, no termo original em inglês) abre um novo mundo de possibilidades, com seu potencial de aprendizagem e previsão de situações. 

Na agricultura, por exemplo, ao prever as condições climáticas, a AI consegue auxiliar no planejamento de atividades. Assim, durante uma semana em que haverá mais chuvas, atividades de irrigação podem ser realizadas apenas em áreas específicas, que mostrem menos umidade no solo. 


LEIA MAIS: Gestão de frotas e uma mobilidade mais segura, como a IoT pode ser a solução para os problemas no trânsito


Conheça algumas das greentechs brasileiras de destaque

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Conheça um pouco das startups verdes presentes no Brasil

CUBi

Focada na eficiência energética, a CUBi oferece soluções baseadas na ciência de dados, como a gestão de faturas e o monitoramento de energia. 

Utilizando conectividade, IoT e análise de dados, a greentech permite acompanhar em tempo real o consumo energético das empresas e de equipamentos específicos. Isso ajuda gestores e tomadores de decisão a entender pontos de melhoria, a necessidade de reduzir o uso de energia ou até de trocar dispositivos que consomem muito. 

A startup foi uma das selecionadas pela mais recente lista 100 Startups to Watch, que foi a edição de 2021. Além disso, foi reconhecida pelo inovabra e pela 100 Open Startups, por oferecer uma solução completa de gerenciamento e otimização do consumo de eletricidade.

MeteoIA

A MeteoIA é uma das startups de tecnologia verde que fazem parte do programa de residência do Hub Green Sampa. O projeto, que inclusive é patrocinado pela prefeitura de São Paulo, apoia empresas do gênero com mentorias, acelerações e outras iniciativas.

No caso da greentech MeteoIA, o trabalho é voltado para o desenvolvimento de modelos customizados de previsão do impacto do clima, essenciais para o planejamento e a tomada de decisão. 

E, para que seja possível construir essas soluções, a empresa emprega AI e Aprendizagem de Máquina (Machine Learning). Durante sua participação no Hub, a empresa destacou-se por criar um protótipo que simula as consequências da retirada, bem como da adição, de áreas verdes em determinados espaços das cidades. 

T&D Sustentável

Foi uma das 25 startups selecionadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um programa de apoio de curta duração em setembro de 2021. A greentech oferece um modelo de gestão de recursos, baseado em tecnologia própria. 

Uma de suas principais soluções é o Sistema de Economia de Água (SEA) que, dentre outras funções, usa o monitoramento em tempo real com AI, e, assim, consegue detectar vazamentos. A startup estima que o modelo de gestão criado já resultou em mais de 155 milhões de litros de água economizados.

Conclusão 

Certamente, os valores ESG estão em ascensão nos negócios. Um levantamento da Accenture, publicado em 2020, reforça essa mentalidade na liderança das organizações. No estudo, 99% dos CEOs de grandes companhias concordaram que “as questões sustentáveis são importantes para o sucesso do negócio”. 

Somado a isso, a publicação mostra que 59% estão implantando energia renovável e de baixo carbono nas operações e 44% vislumbram um futuro zero-carbono para a companhia.

Apesar do grande crescimento do segmento, a realidade é que ainda há muito espaço para as startups verdes crescerem. Segundo o relatório da Allied Market Research, de outubro de 2021, o mercado de tecnologia e sustentabilidade foi avaliado em US$10,32 bilhões em 2020. Ainda assim, deve chegar a US$ 74,64 bilhões até 2030.

Atenta a essa movimentação, a Vivo Empresas trabalha constantemente na manutenção de um portfólio amplo e moderno para apoiar as organizações na construção de um futuro melhor. Não por acaso, a companhia dispõe de soluções especialmente desenvolvidas para apoiar o setor de startups e inovação.

Em 2021, as soluções do Grupo Telefónica, do qual a Vivo Empresas faz parte, passaram a contar com o selo EcoSmart. A certificação, que é verificada pela associação competente da Espanha, atesta a conformidade dos produtos da companhia em diversos aspectos, incluindo eficiência energética, consumo de água e emissões de CO2.

Na prática, isso permite que, ao contratar um serviço do grupo, os clientes possam saber quais benefícios ambientais aquele recurso produzirá em sua operação. 

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Até a próxima!

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