Conforme técnicas médicas avançam e as boas práticas na administração de empresas se tornam cada vez mais humanizadas, os dois ramos se unem em prol de um objetivo: a medicina preventiva.
Essa ideia não é tão nova, e, para certas questões, já é de conhecimento público há anos. Como exemplo, vale ressaltar campanhas para a realização de exames preventivos contra o câncer de mama, que ocorrem anualmente.
Mas, em especial após a pandemia do novo coronavírus – e acompanhando avanços tecnológicos –, o ditado de que “prevenir é melhor que remediar” se tornou muito mais real.
Entre cidadãos preocupados com seu bem-estar (ou com os custos de tratamentos) e empresas mais atentas à saúde dos seus colaboradores, é fácil visualizar uma mudança de paradigma na sociedade, em busca de um estilo de vida saudável e consciente, acerca da plenitude física, psíquica e emocional.
E seja para garantir melhores condições de trabalho aos profissionais ou, ainda, para evitar os altos custos de tratamentos e acompanhamentos hospitalares, a medicina preventiva tem se tornado um ponto de atenção dos gestores ao redor do mundo.
Neste artigo, saiba como a tecnologia vem ajudando as empresas a cuidarem dos seus colaboradores.
- Entendendo a definição de medicina preventiva
- Como a conectividade e o mundo digital dão suporte ao bem-estar
- Algumas das ações que pessoas e empresas podem tomar para cuidar da saúde
O que é realmente a medicina preventiva
Em 2021, os cuidados com a saúde crescem a ponto de uma grande mudança no panorama do setor. Com isso em vista, para entender melhor os benefícios da prevenção, é preciso entender a diferença entre os chamados ‘5Ps da medicina’: preditiva, preventiva, proativa, personalizada e parceira.
A medicina em 5Ps promove maior foco no paciente, prevenindo doenças e trazendo tratamentos customizáveis. Na prática, significa que são desenvolvidos em consideração às peculiaridades do paciente da vez, incluindo características biológicas, psicológicas e sociais.
Primeiramente, nota-se que grande parte dessas categorias diz respeito a tratamentos prévios ao surgimento de complicações. Para os fins deste artigo, alguns elementos da medicina preditiva e proativa também serão incluídos, mas vale destacar as diferenças, conforme sugeridas em publicação da revista Veja Saúde, em março de 2021:
- Preditiva — utiliza avanços em genética e análise de histórico de doenças na família para prever as chances de complicações no indivíduo;
- Preventiva — trabalha com exames de rotina e mudanças de hábitos para evitar doenças e infecções;
- Proativa — acompanha a saúde da pessoa a fim de garantir preparação para atuar ao menor sinal de possíveis enfermidades;
- Personalizada — leva em consideração todas as características e individualidades das pessoas, de modo a receitar tratamentos únicos e mais precisos;
- Parceira — dá voz ao paciente e utiliza dados de forma inteligente para que o especialista aja como parceiro em vez de autoridade inquestionável, evitando diagnósticos errôneos.
Cada um dos “Ps” representa uma metodologia distinta, mas todas são focadas em abordagens mais precisas e que evitam a evolução do quadro. Ademais, há bastante preocupação com a garantia de autonomia dos pacientes, mas sem sacrificar sua saúde, é claro.
Paralelamente ao surgimento dessas diferentes metodologias, também é notável o uso cada vez maior de recursos tecnológicos para a prevenção, como os baseados em Internet das Coisas (IoT) e em Big Data.
Afinal, ao monitorar e processar diversos dados ligados ao histórico de saúde e a questões hereditárias, especialistas utilizam o poder da informação para detectar potenciais problemas, antes dos sintomas ou complicações surgirem.
Alguns dos principais benefícios da preocupação com a medicina preventiva
As vantagens de focar na prevenção podem ser visíveis, tanto em aspectos diretamente relacionados à saúde quanto nos financeiros – e este último vale, inclusive, para empresas.
Antes de tudo, em razão do óbvio: mais prevenção equivale, necessariamente, a menos problemas ou, ainda, problemas menos graves. Da mesma forma, a prática resulta em menos tempo no hospital ou em clínicas médicas, permitindo que o indivíduo viva com mais tranquilidade.
Também do ponto de vista prático, destaca-se uma outra vantagem para as próprias instituições de saúde, que evitam superlotação e conseguem ampliar o atendimento.
Contudo, esses benefícios para o bem-estar do público, em geral, não são o limite dos proveitos de se trabalhar na prevenção: também há boas notícias do ponto de vista financeiro.
Não por menos, de acordo com artigo publicado em julho de 2021 pelo Hospital Israelita Albert Einstein, essa redução de custos se reflete, inclusive, nos esforços governamentais. Segundo pesquisa do Conselho Federal de Medicina – CFM, só em 2019, foram gastos pelo Governo cerca de R$ 1.398,53 por paciente.
Ou seja, num cenário no qual a prevenção fosse o foco, tais custos seriam potencialmente menores, da mesma forma que as filas de espera. Isso porque, conforme aponta a instituição, reduziria-se a demanda por atendimentos de urgência, que geralmente exigem mais de médicos e hospitais, sendo consequentemente mais caros.
O fenômeno, é claro, também representaria menos ociosidade em empresas. Por meio da medicina preventiva, colaboradores não precisam se ausentar do trabalho, mantendo o fluxo das atividades da organização.
Esta complicação vem ainda mais à tona após a Covid-19 demonstrar o enorme impacto negativo de uma crise de saúde na sociedade. Medidas preventivas completas, então, podem evitar rupturas de tamanha escala.
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Novidades tecnológicas dão suporte à medicina preventiva
Um fator que em anos passados foi empecilho ao cuidado com o bem-estar é o diagnóstico precoce. Ao cuidar do organismo humano, profissionais da saúde precisam lidar com inúmeras variáveis que dificultam o processo. Mas novidades tecnológicas trabalham para superar este obstáculo.
Em especial, a medicina preditiva (mais um dos 5P’s) tem muito a ganhar com a tecnologia, devido ao seu uso constante de dados. Por exemplo, novidades em Big Data e melhorias na velocidade de processamento permitem analisar o histórico do paciente e de sua família com mais agilidade e precisão, evitando diagnósticos errôneos.
Ademais, novos dispositivos de IoT coletam informações em tempo real, servindo não só para monitorar a saúde dos usuários, mas também para reforçar o seu histórico médico e auxiliar numa análise conjuntural sobre a probabilidade de doenças ou a efetividade de tratamentos.
Por exemplo, levando em conta o estresse e a ansiedade que muitos pacientes enfrentam ao entrar no consultório, um equipamento baseado em internet das coisas permite medir a pressão arterial diariamente em casa, sem que os batimentos cardíacos estejam acelerados por essas circunstâncias.
Além disso, a conectividade viabiliza os teleatendimentos, como indica reportagem de dezembro de 2020 do portal Rocket. De modo geral, a visão que muitos têm dessa novidade é limitada a consultas reativas, mas a prestação de serviços de saúde à distância também ajuda na medicina preventiva e proativa.
Essa opção acessível facilita a realização de consultas rotineiras, que podem levar a exames, caso o médico julgue necessário, ou até ao tratamento antecipado de enfermidades, evitando complicações.
Por que estes avanços estão sendo adotados só agora
A internet já é presença constante na vida de milhões de pessoas, o que faz com que os benefícios supracitados se tornem muito atrativos. Porém, apesar da telemedicina estar se difundindo atualmente, elas são fruto de pequenos avanços que já ocorrem há vários anos, o que deixa a pergunta: por que só agora?
A principal resposta é tão simples quanto surpreendente: a preocupação com a cibersegurança.
Um dos pilares vitais da medicina é a anonimidade e privacidade dos pacientes. Afinal, é preciso que as pessoas se sintam seguras, já que muitos não se sentem confortáveis com a ideia de suas condições de saúde e diagnósticos serem divulgados.
Este aspecto, então, se torna altamente preocupante no mundo digital, em que histórias de brechas e invasões não são incomuns. A mudança atual, portanto, é fruto de enormes avanços em proteção digital.
Como sugere um artigo de março de 2021 da HealthTech Magazine, a ideia de hospitais e clínicas utilizarem servidores para guardar os dados não é nova. O problema, porém, surge do fato desses Data Centers, no passado, serem majoritariamente instalados no modelo tradicional. Ou seja, dentro do estabelecimento, com equipe de colaboradores internos cuidando dele.
Isso pode trazer grandes riscos à segurança da informação, tendo-se em vista que força as clínicas a cuidarem de tecnologia sem relação direta com o seu core business.
Ao mesmo tempo, porém, surgem cada vez mais organizações especializadas em desenvolver soluções tecnológicas inteligentes, conectadas e seguras, como a nuvem.
Esta sutil diferença serve como catalisadora de aspectos muito importantes. Por exemplo, enquanto clínicas, muitas vezes, não conseguem manter equipes dedicadas à TI em seu quadro de funcionários, colaboradores focados nessas atividades sempre estão presentes em empresas provedoras de serviços digitais.
Assim, uma vez que as instituições médicas observaram que a digitalização seria inevitável e que, não tendo o know-how para tal, seria conveniente colaborar com outras companhias especializadas, a análise de dados ganhou espaço dentro de hospitais e clínicas, abrindo novas possibilidades para a medicina como um todo.
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O que pessoas e empresas podem fazer para ajudar na prevenção
Em meio a tantas novidades tecnológicas e avanços interessantes no mundo da medicina, não são só companhias desse ramo que podem investir em abordagens preventivas.
Assim, é consenso que a própria população pode tomar ações cautelares pela sua saúde, enquanto as organizações, por sua vez, também devem zelar mais por seus colaboradores.
Tendo isso em vista, então, a seguir trazemos algumas dicas que auxiliam no bem-estar de todos, inclusive dos profissionais na sua empresa:
1. A medicina preventiva começa com mudanças culturais
Esta dica é particularmente voltada às organizações, mas também vale para indivíduos. O foco em prevenir em vez de remediar deve vir com apoio de uma mentalidade mais cautelosa.
Afinal, ações proativas precisam ser tomadas de forma completa – algo feito “pela metade” ainda dá brechas para o surgimento de enfermidades.
No caso de empresas, isso se estende ao tratamento dos seus funcionários. Não basta apenas incluir planos de saúde ou afins nos benefícios, é preciso que a cultura do negócio comporte estratégias dedicadas ao colaborador.
Essas, por sua vez, podem incluir desde eventos internos para promover a saúde e bem estar, físico e mental, como também em estratégias para o reconhecimento de doenças comumente ligadas ao trabalho, como ansiedade, depressão e a síndrome de burnout.
Por último, mas não menos importante, as campanhas de conscientização acerca da necessidade de realizar exames periódicos e adotar hábitos de vida mais saudáveis, como uma ginástica laboral, também têm um papel fundamental na internalização da medicina preventiva no dia a dia dos profissionais.
Como resultado, essa mentalidade mais zelosa com relação à própria saúde acaba transcendendo a rotina de trabalho e torna o indivíduo como um todo mais cuidadoso, refletindo nos benefícios organizacionais e financeiros apontados anteriormente.
2. Monitore sua própria saúde e incentive os colegas a fazer o mesmo
Como extensão das mudanças culturais, o indivíduo também deve adotar uma postura de prevenção. Nesse sentido, ficar de olho no seu próprio organismo e em mudanças inesperadas é vital.
Aqui, é importante distinguir que não é o caso de dispensar o acompanhamento de um profissional qualificado na hora de ou não adotar um tratamento. Trata-se, na verdade, de observar os sinais do próprio corpo para, numa eventual consulta, informar melhor o médico e facilitar o diagnóstico.
Atualmente, com o apoio de dispositivos vestíveis e outros aparelhos, temos uma série de equipamentos com a capacidade de ajudar a monitorar, proativa e prolongadamente, nossos parâmetros de saúde. É o caso dos relógios, balanças e outros dispositivos inteligentes.
Além dessas tecnologias auxiliarem na medicina preventiva, permitindo que o próprio indivíduo acompanhe sua saúde, elas também possibilitam tratamentos melhores e mais precisos. Afinal, os dados coletados no decorrer de meses ou anos podem ser apresentados ao médico para fornecer uma melhor visão sobre o paciente.
3. Pratique exercícios físicos e tenha uma boa alimentação
Não é à toa que, recentemente, várias empresas têm investido em parcerias que garantam acesso a academias de ginástica para seus colaboradores, o famoso gympass.
Exercícios físicos já são tratados como forma de prevenção às doenças há anos, mas essa preocupação acompanha vários estudos e artigos recentes, como o publicado ao final de 2020 na revista científica Frontiers of Phisiology.
Conforme indicam os pesquisadores, os benefícios da prática regular de atividades físicas vão muito além da disposição da mente e do corpo. A longo prazo, é possível evitar e controlar o desenvolvimento de enfermidades como cânceres, fragilidade óssea, diabetes, inflamações e até demência.
Isso porque, uma vez fortalecidos, os músculos são capazes de liberar mais de 600 substâncias benéficas ao sistema imunológico. Ou seja, mais um ponto para a medicina preventiva.
No entanto, além de se exercitar e incentivar colaboradores e colegas a fazê-lo, também é importante estar de olho na alimentação. Cada pessoa deve estar ciente das intolerâncias alimentares que possui, além de manter uma dieta diversificada e nutritiva.
Para isso, uma boa estratégia também pode ser levar a discussão sobre o que comer (e como comer) para dentro do ambiente de trabalho. Não por menos, somada ao custo mais alto de alimentos saudáveis, a falta de tempo é uma das principais justificativas para escolhas questionáveis na hora das refeições.
Nesse sentido, vale incentivar o colaborador a não só investir em pratos mais saudáveis, mas também a dedicar seu tempo, dentro e fora do horário de trabalho, a uma alimentação mais voltada ao ganho de nutrientes que à praticidade de preparo ou consumo.
4. Promova o uso da telemedicina
Se a vida moderna traz dificuldades a uma refeição mais tranquila e nutritiva, o mesmo pode se dizer da visita regular ao médico. Com uma rotina agitada, pode ser realmente difícil encaixar uma consulta na agenda, mas abordagens mais tecnológicas, como a telemedicina, tem muito a ajudar nestes casos.
Seja para consultas rotineiras – os conhecidos “check-ups” – ou para cuidar de algo já presente, essa modalidade permite o cuidado com a saúde sem que o paciente ou médico precisem sair de onde estiverem.
Não por acaso, é notável a presença desse método no mundo da psicologia e da psiquiatria, uma vez que a prática facilita o comparecimento, sobretudo quando o atendimento é mais frequente, bem como diminui os custos.
Assim, é possível tornar a prestação do serviço mais acessível, não só do ponto de vista financeiro, mas também de tempo. Ao fim das contas, por sua vez, todos esses fatores servem de incentivo para que o profissional busque o acompanhamento preventivo.
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Conclusão
A preocupação com saúde e bem-estar está cada vez mais em foco nas conversas do dia a dia. Seja dentro das empresas ou entre o público geral, discussões relacionadas ao tema são bastante comuns. E, como ocorre com outras mudanças sociais, as inovações tecnológicas também surgem para suprir demandas desse gênero.
Fazendo bom proveito do mundo digital, pessoas e organizações têm muito mais meios de cuidar da saúde. E, seja para investir no ramo ou para cuidar melhor dos seus colaboradores, parceiros como a Vivo Empresas podem oferecer diversos dos recursos digitais necessários.
Partindo das soluções de Conectividade, que garantem o acesso às novidades desse setor e a presença de técnicas como a telemedicina. Além, é claro, de servir como base para aplicar toda e qualquer solução mais avançada.
Também é possível aproveitar os avanços em Cloud e Segurança Digital para manter os dados sempre acessíveis e seguros, impedindo o acesso por pessoas indesejadas, uma opção bastante atrativa, tanto para empresas que querem manter um histórico médico resumido de seus colaboradores, quanto para instituições de saúde, que precisam do máximo de informações possível para diagnósticos.
E, se você deseja investir no setor da saúde, também pode contar com as soluções de IoT e Big Data, que revolucionam a medicina diariamente, contribuindo inclusive com a prevenção de enfermidades.
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Até a próxima!