A gestão hospitalar é uma atividade essencial ao bom funcionamento da saúde. Presentes não só em hospitais, mas também em clínicas, laboratórios e outras entidades do ramo, os profissionais dessa área administram todos os recursos necessários à prestação de serviços médicos.
Na prática, quem atua na área costuma lidar com uma ampla diversidade de procedimentos, pessoas, materiais e sistemas envolvidos na instituição médica.
E diante desse enorme número de responsabilidades, não é difícil concluir que a gestão hospitalar pode se beneficiar muito do auxílio da tecnologia.
Assim como em outros setores da indústria, as inovações tecnológicas tornam os processos da saúde mais eficientes e facilitam a vida de seus profissionais.
Da mesma forma, o emprego de soluções conectadas e inteligentes ainda permite superar antigos obstáculos, abrindo espaço para novas abordagens na administração hospitalar.
Descubra neste artigo:
- O que é a gestão hospitalar;
- Tendências e desafios que se apresentam aos profissionais da área;
- Automação: tecnologia de ponta aplicada à saúde
- Segurança é mais importante do que nunca
- Conclusão
O que é a gestão hospitalar

A gestão hospitalar, como o próprio nome sugere, pode ser entendida como a gerência dos diversos ativos de uma instituição de saúde.
Nesse sentido, os profissionais da área são responsáveis por coordenar, do ponto de vista administrativo, todos os recursos, humanos e materiais que viabilizarão a prestação de serviços médicos.
Em termos mais específicos, é o time de gestão que escala e distribui os diferentes funcionários que podem compor a organização.
Muitas vezes, também é o setor que decide a compra de novos equipamentos e a adoção de novas tecnologias. Ademais, a gestão também costuma ser responsável pelo estoque de medicamentos e até pelo descarte de resíduos numa instituição de saúde.
Por fim, tanto em grandes hospitais quanto em pequenas clínicas, ainda é comum que o departamento seja responsável por supervisionar contratos, compras, custos, e, principalmente, por encontrar soluções para os diversos problemas técnico-administrativos que podem acometer uma organização do ramo.
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Com isso, ainda que não atue na linha de frente, como médicos e enfermeiros, o departamento de gestão é essencial para que os serviços aos quais a organização se destina sejam prestados com qualidade, segurança e eficiência.
Igualmente, dada a natureza específica do seu campo e objeto de atuação, o gestor hospitalar precisa ser mais que um gerente. É preciso que, além de saber administrar, o profissional tenha uma visão inclinada às peculiaridades das questões de saúde.
Pandemia revelou outros desafios para o ramo
Apesar de listar apenas algumas das atividades que envolvem a função, o trecho acima é claro em mostrar o quão complexa pode ser a gestão hospitalar.
De um modo geral, os profissionais da área precisam garantir que tudo do ponto de vista técnico, administrativo e assistencial na instituição funcione corretamente, o que exige uma visão ampla dos demais departamentos.
E como é de se imaginar, essas responsabilidades só cresceram com a chegada da COVID-19. Conforme aponta Ricardo Santos, diretor para as áreas de Saúde e Educação da Cisco na América Latina, até a pandemia, as maiores preocupações do setor eram segurança, budget e talentos.
Em 2020, no entanto, tais questões cederam espaço a uma urgente necessidade por produtividade, disponibilidade de acesso, escalabilidade e segurança digital.
Segundo pesquisas como a CIO Impact Report: COVID-19, conduzida pela Cisco em 2020, tal fenômeno decorre das mudanças abruptas causadas pela pandemia.
Em menos de seis meses, no decorrer daquele ano, todo o planeta teve de se adaptar ao “novo normal” – o que acelerou a adoção de novas tecnologias, mas também impôs novos desafios para os cargos de liderança, principalmente os da área hospitalar.
Em suma, embora todos tenham sido afetados pela crise sanitária, a saúde foi, de longe, o setor que sofreu suas consequências em mais frentes.
Além de encarar todas as dificuldades comuns da pandemia, médicos, gestores e demais agentes do ramo tiveram de lidar com recursos limitados para assistir outras enfermidades, bem como com o risco constante de colapso nos hospitais.
Tudo isso, vale citar, ao mesmo tempo em que exerciam um papel central no atendimento das próprias vítimas da Covid-19.
Tendências e desafios que se apresentam aos profissionais da área
Até o momento, vimos como se desenvolvem as atividades da gestão hospitalar e quais foram os impactos da pandemia no setor da saúde.
Mais importante que isso, contudo, é compreender que, principalmente na crise, a tecnologia pode auxiliar os profissionais da área a agilizar processos e otimizar custos.
Face às dificuldades impostas pelo coronavírus, abordagens até então pouco exploradas passaram a fazer sucesso, seja entre médicos, gestores ou até entre os próprios pacientes. A telessaúde, gênero que comporta a telemedicina é um exemplo.
A depender da especialidade médica em questão, o atendimento online dos pacientes não só permite respeitar as recomendações sanitárias, como torna as consultas mais eficientes.
Tudo isso porque, além de exigirem uma estrutura menos custosa, as teleconsultas diminuem o intervalo de tempo necessário entre cada atendimento.
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Antes, o encontro entre médico e paciente exigia um grande intervalo de tempo, deslocamento de ao menos uma das partes e uma infraestrutura cara.
Hoje, no entanto, a maioria dos atendimentos pode ser feita rapidamente através da internet e de softwares como o Microsoft 365, que reúne diversas aplicações de produtividade, colaboração e comunicação.
Inclusive, dado o fato de serem soluções consolidadas no mercado, elas também dispensam treinamentos aprofundados e podem ser rapidamente empregadas nas rotinas administrativas, incluindo:
- Criação, edição e compartilhamento de documentos;
- Armazenamento seguro de informações na nuvem;
- Reuniões e conferências internas
Em suma, a virtualização permite que diferentes tipos de atendimento, incluindo consultas, triagens e monitoramentos, fiquem mais rápidos, baratos e, consequentemente, mais cômodos.
Tais benefícios, vale citar, alcançam tanto quem recebe esse serviços quanto quem os presta. Consequentemente, esse é mais um exemplo de como a transformação digital pode refletir positivamente na gestão hospitalar, visto que beneficia atendimentos e procedimentos administrativos.
Muito além da virtualização
Embora tenha um papel importante na atual integração entre saúde e tecnologia, as teleconsultas, ou a virtualização das várias espécies de atendimento, não são tudo.
Outros benefícios práticos da inovação aplicada aos processos do setor envolvem também a Cloud Computing, que possibilita a mobilidade e a integração de informações.
Com isso, uma vez que tenha seus dados e aplicações hospedados na nuvem, a administração hospitalar pode acessá-los mais rapidamente e de qualquer lugar.
Conforme aponta a revista especializada HealthTech Magazine, a flexibilidade desse tipo de servidor se mostra vantajosa principalmente em momentos delicados como o atual.
Durante a pandemia, muitas instituições de saúde decidiram expandir seus ativos de TI. Ao optar pela nuvem, esses estabelecimentos garantem que a infraestrutura contratada poderá ser expandida ou reduzida rapidamente no futuro, acompanhando a demanda dos negócios.
Somado a isso, a nuvem também permite pagar apenas pelos recursos que serão utilizados, além de trocar despesas que seriam imediatas (CAPEX) pelas despesas operacionais (OPEX).
Como consequência, a cloud não só permite deduzir os impostos da infraestrutura de TI, como otimiza seu custo e libera capital para outras aplicações.
Mesmo para aquelas empresas que estão no início de suas jornadas em direção à transformação digital, a migração para a nuvem se mostra interessante. Isso porque, além de aprimorar diversos processos administrativos, ela viabiliza a adoção de outras tecnologias inovadoras, como o IoT e o Big Data.
Automação: tecnologia de ponta aplicada à saúde
As ciências da saúde sempre foram altamente sofisticadas – e não é para menos, afinal, estamos falando de salvar vidas.
Ainda assim, é interessante notar que o tratamento, o diagnóstico e a prevenção de doenças sempre tiraram bom proveito das inovações tecnológicas, independentemente da época.
Esses, por sinal, são os casos da automação (IoT) e da análise de dados. Embora ambas as tecnologias ainda sejam mencionadas de forma difusa, é importante pontuar que, no âmbito hospitalar, elas atingem um potencial único, o de promover qualidade de vida e bem-estar às pessoas.
A Internet das Coisas, por exemplo, já é utilizada em hospitais de todo o mundo para acompanhar a localização de equipamentos médicos.
Graças à sua capacidade de conectar diferentes dispositivos sem qualquer interferência humana, a tecnologia também costuma ser aplicada com o fim de eliminar erros e, especialmente em hospitais, para evitar contaminações.
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Em janeiro de 2021, inclusive, o Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), anunciou que utilizará a tecnologia 5G, somada à Internet das Coisas, para capacitar cirurgiões cardíacos.
Ao todo, o projeto passa pelo desenvolvimento de uma Plataforma Nacional de Teleconferência de Ato Cirúrgico. Uma vez instalada, ela também prestará apoio a cirurgias complexas, especialmente as realizadas longe dos grandes centros.
Atualmente, a plataforma segue em fase de validação, mas em breve já será utilizada para operar bebês com cardiopatias congênitas.
Segundo o coordenador do InovaIncor e vice-presidente do Conselho Diretor do hospital, Fábio Jatene, o projeto ainda ajudará a equilibrar a distribuição de médicos no país.
Big Data que prevê doenças e tendências
Assim como essas aplicações de sucesso da tecnologia IoT, o Big Data é outra inovação a qual quem trabalha na gestão hospitalar deve manter-se atento.
Em um artigo recente, apontamos o caso de uma startup brasileira que combina análise de dados e inteligência artificial para estimar a incidência de câncer.
No entanto, além de ser útil na detecção de doenças e na busca por novos tratamentos, a tecnologia do Big Data pode ser empregada inclusive pelos profissionais de gestão.
Imagine, por exemplo, que uma instituição de saúde deseja expandir seus centros de atendimento. Através da análise preditiva de dados, é possível estimar quais especialidades são mais requisitadas em determinada região.
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Em suma, a prática possibilita extrair tendências de todos dados coletados no ambiente hospitalar, incluindo quais equipamentos são mais utilizados e quando, quais horários registram picos de atendimento, entre outros.
Até por se apoiar em informações captadas e transmitidas por outras tecnologias, a aplicação do Big Data varia conforme as outras soluções a ele associadas. Ainda assim, a análise de dados pode ser muito útil à administração hospitalar, visto que pode servir de base para decisões e estratégias mais assertivas.
Segurança é mais importante do que nunca

Tecnologia e segurança devem andar juntas, pois, à medida que os processos ficam mais informatizados e o fluxo de dados aumenta nas instituições de saúde, as ameaças também crescem.
Embora essa deva ser uma preocupação de todos os setores da indústria, os dados apontam que clínicas e hospitais têm sido o alvo preferencial de ataques cibernéticos. Em abril de 2020, a Interpol chegou a fazer um alerta, informando que aumentou o número de investidas maliciosas contra as organizações médicas.
Infelizmente, os criminosos se aproveitam da situação atual, em que hospitais, clínicas e laboratórios são protagonistas na resposta contra a Covid-19, e tentam sequestrar informações. Até por conta do objetivo dessas tentativas, que é o lucro, a maioria dos ataques envolve as ameaças ransomware.
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No final de 2020 e aqui mesmo no Brasil, falhas sucessivas na infraestrutura de TI do Ministério da Saúde expuseram os dados de mais de 243 milhões de brasileiros.
Registrados em junho e em dezembro, os maiores vazamentos envolveram toda a base cadastral do SUS, e apesar de não terem se originado num ataque propriamente dito, mas sim no vazamento de uma senha de acesso interno, o evento ressalta a importância da segurança digital.
LGPD
Por fim, é válido citar que, ainda em 2020, a segurança da informação também ganhou um caráter legal. Com o advento da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), as organizações, especialmente as de saúde, são consideradas responsáveis pelos dados que coletam.
Embora a lei determine que suas sanções só passarão a valer a partir de agosto deste ano, outras legislações já podem ser aplicadas.
Portanto, seja para evitar penalizações ou para manter pacientes, funcionários e a própria instituição a salvo, a gestão hospitalar também deve se apoiar numa sólida infraestrutura de segurança digital.
Conclusão
Conforme pudemos aprender ao longo deste artigo, a gestão hospitalar tem muito a se beneficiar com o emprego de soluções mais conectadas e inteligentes.
Além de facilitar a vida dos profissionais do ramo, a inovação tecnológica contribui com o bem-estar dos pacientes, melhorando a percepção do público sobre toda a instituição.
Contudo, para que a evolução digital de um negócio seja sustentável, é preciso ter estratégia. Noutras palavras, a gestão deve conhecer a situação em que a empresa se encontra e onde ela deseja chegar.
Por fim, quando finalmente for a hora de seguir uma rota, é preciso contar com os recursos e parceiros certos.
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