Homeschooling e ensino a distância são iguais? Descubra!

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Com a pandemia da COVID-19 em 2020, instituições de ensino tiveram que se reinventar e repensar modelos de ensino. Nesse sentido, a modalidade remota se revelou uma alternativa para manter os estudantes ativos, mesmo sem estar fisicamente na escola ou faculdade. 

O contexto que levou ao crescimento do ensino a distância reforçou também o debate sobre homeschooling ou, em português, educação domiciliar.

Apesar de, à primeira vista, homeschooling e ensino a distância parecerem se tratar do mesmo método, há diferenças importantes entre as duas linhas, principalmente no que diz respeito ao papel da escola. 

No entanto, em comum, há a importância cada vez maior da tecnologia para o processo de aprendizagem de estudantes fora do ambiente escolar físico, com a conectividade ocupando papel central. É por isso que criamos este artigo. Aqui você lerá também:

  • O que é homeschooling.
  • Diferenças em relação ao ensino remoto.
  • Como a tecnologia apoia a educação a distância.
  • Expectativas para o futuro da educação.

O que é homeschooling

Homeschooling ou educação domiciliar é uma modalidade de ensino em que crianças e adolescentes são educados em casa, em vez de frequentar a escola tradicional. Os responsáveis pela formação dos estudantes, em geral, são os pais, que assumem papel ativo no processo de ensino. 

De acordo com a Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), a decisão pela educação domiciliar ou do lar deve ser sempre familiar. Geralmente, os defensores da modalidade argumentam que, com a prática, são reforçados aspectos como segurança, comodidade e, ainda, a oportunidade de oferecer uma educação personalizada, considerando o perfil e as necessidades de cada estudante.

Em um contexto em que a digitalização nas empresas, inclusive instituições de ensino, é uma realidade, o conceito de homeschooling pode parecer retrógrado. Contudo, há diferentes perfis entre adeptos da modalidade, inclusive os que apostam em soluções tecnológicas como aliadas. Segundo a Aned, a essência do homeschooling não é ensinar a memorização do conteúdo e, sim, aprender usando diferentes recursos.  

Conforme a instituição, na educação domiciliar os pais devem conduzir os filhos de forma a se tornarem autodidatas. Entre os recursos que podem ser usados, estão sites, blogs, videoaulas, plataformas de ensino, materiais de apoio, apps e, até mesmo, o apoio de professores. 

Homeschooling no Brasil

Segundo uma projeção da Aned, estima-se que 35 mil famílias no Brasil praticam a educação domiciliar. Supõe-se que 70 mil estudantes entre 4 e 17 anos aprendem assim, da mesma forma que a Associação espera que a taxa de crescimento seja de aproximadamente 55% ao ano.

Apesar da adesão que, de acordo com a instituição, acontece em todas as unidades da Federação, o homeschooling não é regulamentado no Brasil. Em 2018, julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema decidiu que os pais não podem optar por não matricular os filhos na escola. Consequentemente, a educação exclusivamente domiciliar não seria legalmente permitida.

Entretanto, o tribunal, em sua maioria, admitiu a validade da prática mediante a aprovação de lei não só regulamentando o homeschooling, como, também, criando instrumentos para, por exemplo, verificar o progresso de aprendizado em crianças e adolescentes e seu nível de socialização.

Nesse sentido, o PL 1.338/2022 está sendo discutido no Senado após ser aprovado pela Câmara dos Deputados em maio de 2022, após tramitar por 10 anos na casa. 

Conforme determina o projeto, mesmo em homeschooling, os estudantes devem estar matriculados em uma escola. Eles não frequentarão a instituição, porém, ela será responsável pelo monitoramento da evolução do aprendizado. 

Além disso, estudantes em educação domiciliar precisarão passar por avaliações regulares, e as escolas em que estarão matriculados terão a função de realizar encontros periódicos entre as famílias. 

O projeto também exige que os pais enviem relatórios trimestrais das atividades pedagógicas executadas em ambiente domiciliar. É preciso, ainda, que um deles tenha formação superior ou profissional tecnológica, entre outras exigências.

Países que permitem o homeschooling

O homeschooling ainda não é legalizado no Brasil, mas já existem países que adotam a prática há muitos anos. De acordo com a Aned, a prática é reconhecida, permitida ou regulamentada em mais de 60 países. Entre eles, estão Estados Unidos, Canadá, Portugal, Reino Unido, França, Japão e África do Sul.

Segundo a instituição, o desempenho acadêmico de crianças e adolescentes educados em casa é destaque. Em média, revela a Aned, os estudantes de homeschooling apresentam resultados acadêmicos de 15% a 30% superiores aos de escolas convencionais.

A Aned defende que, entre as vantagens da prática, estão o número reduzido de estudantes em relação à escola, além do desenvolvimento de forma personalizada do potencial, dons e talentos de cada criança e adolescente. Outro benefício seria a possibilidade de adaptar o ensino ao ritmo e ao estilo de aprendizado do aluno.

Homeschooling vs. educação a distância

Não é à toa que o tema homeschooling voltou a ter destaque recentemente. Após a pandemia da COVID-19, a alta no ensino a distância é uma realidade, destacando a necessidade cada vez maior da digitalização das escolas. 

De acordo com a pesquisa TIC Educação 2021, divulgada em julho de 2022 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 98% dos professores entrevistados atuavam em escolas que ofertavam atividades na modalidade remota.

Apesar de homeschooling e educação a distância tratarem de processos de ensino e aprendizagem que se dão fora da estrutura física da escola, há diferenças importantes entre as duas modalidades. Confira algumas.

Papel dos pais

Uma das principais diferenças entre homeschooling e ensino remoto é o papel dos pais no processo de ensino. Na educação domiciliar, o pai, a mãe ou um responsável pela criança ou adolescente assume a posição de educador, liderando o processo de ensino e aprendizagem. 

Sendo assim, a família precisa, por exemplo, definir objetivos a serem atingidos e planos de aula, o que não acontece no ensino a distância, em que a escola assume essa responsabilidade.  

No ensino remoto, apesar das aulas acontecerem online, com o apoio de ferramentas de colaboração, a dinâmica da sala de aula é mantida, mesmo em um ambiente virtual, com o professor atuando como facilitador e estudantes com a possibilidade de interagir, nem que seja via chat.

Didática

Uma outra diferença importante entre homeschooling e ensino a distância é a questão da didática. Na opção remota, professores tiveram que se adaptar ao novo momento, mas, de qualquer forma, esses profissionais já têm as competências necessárias para ensinar.

Já no homeschooling, responsáveis ou tutores precisam investir no desenvolvimento da didática. Além disso, é essencial que trabalhem competências emocionais e sociais da criança ou do adolescente, além de habilidades pedagógicas da faixa etária do estudante.

Interação

A questão da socialização e interação com outros estudantes é outro aspecto que difere a educação domiciliar do ensino a distância. Isso porque no homeschooling não necessariamente a criança ou o adolescente terá interação regular com seus pares.

Já no ensino remoto, como as aulas acontecem em tempo real, a interação com outros estudantes ocorre no ambiente virtual da mesma forma que no físico, com a possibilidade de falar pela câmera ou via chat, graças à conectividade

Como a tecnologia apoia a educação a distância

A pesquisa TIC 2021 revela que 93% dos professores afirmaram que um dos desafios enfrentados a partir da pandemia é a defasagem na aprendizagem dos estudantes. Para lidar com a questão, 58% dos profissionais revelaram que usam a combinação de aulas de recuperação presenciais e remotas com o emprego de soluções digitais.

Desse modo, já se pode notar que o apoio da tecnologia é essencial para a educação a distância. A conectividade é o começo de tudo. Por meio dela, é possível não só que as aulas em si aconteçam, como, também, uma comunicação transparente entre pais, professores e estudantes.  Com a popularização da tecnologia 5G e o aumento da velocidade da conexão, essa interação será ainda mais próxima.

Quando o assunto é ensino interativo, investir nas ferramentas certas faz toda a diferença. Ou seja, é importante garantir que os estudantes e professores tenham os equipamentos ideais para dar e acompanhar as aulas. 

Além disso, ter recursos de gestão e ensino integrados é parte fundamental para o sucesso da educação a distância. Afinal, por meio desse tipo de plataforma, atividades como controle de presença e, até mesmo, entrega de trabalhos escolares podem ser otimizadas. 

Expectativas para o futuro

O futuro da educação está intimamente ligado à tecnologia. Por mais que o ensino presencial tenha voltado a ganhar força com o arrefecimento da pandemia, a educação a distância não perde espaço. Muitas instituições de ensino têm usado, ainda, o ensino híbrido, que combina as duas modalidades.

Entre as expectativas para o futuro estão o crescimento do aprendizado personalizado, o uso de tecnologias como Inteligência Artificial para automatização de tarefas e, ainda, a popularização de ferramentas como Realidade Aumentada na educação.

Um dos benefícios ressaltados pelos defensores do homeschooling é a possibilidade de oferecer um ensino personalizado para as necessidades de cada estudante. De fato, com o emprego de tecnologias como Big Data, a customização de conteúdos e processos para cada criança ou adolescente tem a tendência de crescer a cada ano.

A perspectiva é que as instituições de ensino usem a coleta e análise de informações para estimular o engajamento dos estudantes ao oferecer conteúdos educacionais personalizados. Além disso, com a tecnologia, há a oportunidade de ouro de conhecer características individuais de cada aluno, o que é essencial para adaptação do que é ensinado.

O uso de Inteligência Artificial e de Machine Learning também facilita atividades corriqueiras no dia a dia, como suporte a estudantes via chat e sugestões personalizadas para o perfil de cada criança ou adolescente.

Outro aspecto que deve estar no radar em relação a expectativas para o futuro da educação é a questão da segurança da informação. Além de proteger os dados de crianças e adolescentes, é primordial contar com recursos para bloquear conteúdos nocivos e garantir a segurança dos estudantes, mesmo online.  

A importância de ter as ferramentas certas

O homeschooling é tema que, certamente, continuará em debate pelos próximos anos. No entanto, independentemente da regulamentação da modalidade no Brasil, é fato que a educação a distância continuará em alta no País. São práticas diferentes, mas que, cada vez mais, dependem da tecnologia para seu sucesso.

Contar com as ferramentas certas faz toda a diferença. É impossível falar em ensino remoto sem mencionar conectividade e ferramentas de colaboração. Nesse sentido, a Vivo Empresas tem soluções sob medida para o setor da Educação, com amplo portfólio de equipamentos e aplicações tecnológicas.

Com esse apoio, a instituição de ensino tem o que precisa para contar com um modelo de negócio competitivo, facilitando as tarefas do dia a dia e tornando mais fácil aos professores a transmissão de conhecimento. 

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