Ensino interativo: aprenda a partir de problemas reais

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O ensino interativo é uma nova metodologia que quebra paradigmas da sala de aula tradicional como conhecemos, do professor com giz em mãos e alunos atentos à lousa. Nesse novo modelo, o processo de aprendizagem é conduzido pelos próprios alunos que, em troca, engajam mais com o conteúdo, seja na escola ou no ambiente virtual de aprendizado (AVA).

Conceitos como a sala de aula invertida, a gamificação e o microlearning fazem parte dessa abordagem educativa, que visa formar pessoas com habilidades críticas e socioemocionais.

Embora a mudança para o formato dependa muito da capacitação de docentes, a adoção de recursos tecnológicos facilita a transformação. Além disso, traz inovações com as quais os futuros profissionais irão se deparar no mercado de trabalho. 

Efetivamente, o ensino interativo é uma fase de evolução do sistema de educação que aparece como solução nessa realidade altamente conectada. É um meio de guiar estudantes através do mar de informações que está em suas mãos, nos smartphones conectados à internet, e até aproveitar esse acesso.

Por isso, é importante que instituições educacionais não apenas conheçam a metodologia, mas invistam ao implementá-la e, assim, se preparem para o futuro. Para saber como fazer isso que este artigo foi preparado. Nele, você verá:

  • O que é o ensino interativo;
  • Qual é o objetivo desse tipo de aprendizagem;
  • 8 vantagens do ensino interativo;
  • Quais são as características dessa abordagem;
  • Como implementar o ensino interativo.

O que é o ensino interativo?

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O ensino interativo é um método em que os professores têm a missão de orientar alunos quanto ao aperfeiçoamento das soft skills e à interação com a tecnologia, de forma a auxiliar no desenvolvimento social deles. Antes, o sistema tradicional colocava um professor à frente da classe, como condutor de todo o conhecimento. Esse modelo já não supre mais a demanda. 

Atualmente, o método se tornou ainda mais insustentável devido à promoção do imediatismo com as buscas na internet e à alta oportunidade de distração nos dispositivos conectados. Desse modo, os docentes e as instituições de ensino, hoje, já buscam novas formas de engajar os estudantes e melhorar o processo de aprendizagem como um todo. E isso não se limita ao entendimento das disciplinas tradicionais de história, matemática e língua portuguesa, por exemplo. 

Há uma grande preocupação em formar pessoas que tenham as chamadas soft skills, ou seja, habilidades socioemocionais. Essas são estimuladas de muitas formas, como por meio da autonomia para tomar decisões importantes desde cedo, pelo enfrentamento de desafios e pelo trabalho em equipe.

Nesse sentido, o ensino interativo é um método completo, no qual os professores têm o papel de orientar os alunos e oferecer a eles oportunidades de interação como:

  • Usar a imaginação e a lógica,
  • Colaborar com colegas,
  • Resolver problemas reais.

Então, a memorização de conceitos e fórmulas dá lugar a um aprendizado prático que instiga a cooperação e o pensamento crítico, gerando engajamento com a escola. E vale dizer que, a fim de expandir as alternativas de interatividade, o uso de soluções tecnológicas é fundamental.

A princípio, o acesso à internet é um dos elementos mais essenciais, mas há também as ferramentas de colaboração, como o Microsoft 365 (que disponibiliza o Word, PowerPoint e outros recursos via nuvem). Até mesmo tecnologias mais avançadas, como a inteligência artificial e o machine learning, ganham espaço no ensino interativo a fim de personalizá-lo. 

Qual é o objetivo desse tipo de aprendizagem?

Em primeiro lugar, o ensino interativo tem o objetivo de engajar os alunos, o que melhora o aproveitamento do estudo e diminui a evasão escolar. Porém, ao adotar essa estratégia, os resultados vão além, como explica o sociólogo e doutor em educação Marco Silva.

No capítulo Interatividade da educação híbrida, da série de livros-texto Informática na educação: interatividade, metodologias e redes, publicado em 2021 pela CEIE-SBC, Silva expõe como os métodos mais eficientes de facilitar o entendimento estão na abordagem do ensino interativo.

Para isso, o autor cita o psiquiatra americano William Glasser (1925–2013), que publicou a Teoria da Escolha e conceituou uma pirâmide de aprendizagem. Nela, estão os elementos a partir dos quais os estudantes aprendem e o quão efetivas são:

  • Ler (10%);
  • Escrever (20%);
  • Observar e escutar (50%);
  • Discutir com outras pessoas (70%);
  • Praticar (80%);
  • Ensinar (95%).

Assim, é possível notar que as táticas com maior efetividade são, de fato, atreladas ao ensino interativo. Portanto, não apenas esse modelo tem o foco de engajar os estudantes, mas melhorar a condição do aprendizado, tornando-o mais duradouro e menos focado em memorização.

8 vantagens do ensino interativo

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Confira a seguir alguns benefícios de aplicar essa forma de aprendizado. Com ela, não é só o setor da educação que se beneficia, mas toda a formação e construção de uma nova sociedade. 

1. Engajamento com o conteúdo e a escola

Quando o ensino interativo é adotado, não se tem apenas o engajamento do aluno como objetivo, mas ele acaba sendo um benefício desse modelo. A interação nas aulas e os recursos disponíveis ao aprendizado estimulam a frequência do estudante e melhoram a relação com a instituição escolar.

2. Autonomia

Um processo de aprendizado no qual o educando pode fazer escolhas e personalizar o caminho que irá seguir: é isso que o ensino interativo propõe. Essa autonomia aplicada à educação faz toda a diferença na formação de uma pessoa mais consciente quanto às suas ambições e desafios.

Além disso, também é uma maneira de fortalecer as relações dos estudantes com o professor, uma vez que ele é tido como um orientador nessa jornada.

3. Flexibilidade

Com a possibilidade de organizar os horários de estudo, trazida tanto pelo modelo remoto/híbrido de estudo quanto pelo ensino interativo, é mais fácil continuar aprendendo. Aos jovens que trabalham, por exemplo, fazer um curso livre ou uma especialização pode ser um desafio sem essa liberdade de organização de agenda.

4. Multidisciplinaridade

Parte do ensino interativo é utilizar a resolução de problemas reais como forma de educar. E isso pode ser feito até em conjunto com a comunidade em que a escola está inserida, dando aos alunos um desafio que, quando solucionado, irá contribuir socialmente.

Nessa prática, naturalmente acontece a junção de conhecimentos de diversas áreas, desenvolvendo o aprendizado multidisciplinar aplicado. 

5. Estímulo à curiosidade e à criatividade

O sistema tradicional de educação muitas vezes acaba limitando a criatividade dos alunos. Já no ensino interativo, há estímulo à autonomia do aluno para comandar seu próprio aprendizado e ser engenhoso na resolução de problemas. 

Ao mesmo tempo, quando o aprender se torna mais dinâmico e personalizado, os estudantes também se sentem motivados, buscando mais conhecimento. E com acesso à internet e às facilidades dos serviços em nuvem, as limitações para essa curiosidade são quase nulas. 

6. Formação de pessoas com hard e soft skills

Ao melhorar as relações entre estudantes, bem como as com professores e a instituição escolar, o ensino interativo abre portas aos novos conhecimentos. Além da otimização do aprendizado de conteúdos tradicionais e especializados que a melhor comunicação traz, essa proximidade estimula habilidades socioemocionais.

Entre os exemplos mais populares estão:

  • Empatia;
  • Colaboração;
  • Resiliência;
  • Inteligência emocional;
  • Autoconhecimento;
  • Autocrítica.

7. Oportunidades no mercado de trabalho

A criatividade, curiosidade e todas as habilidades socioemocionais que falamos são também muito procuradas no mercado de trabalho. Um profissional que tenha não apenas uma boa experiência, mas algumas dessas soft skills sai na frente de seus concorrentes.

Como exemplo, a resiliência em situações críticas e estressantes é uma característica vital em certas funções em grandes empresas e até em cargos públicos.

8. Preparo para o futuro

Há quem possa preferir manter o sistema de educação como está para evitar o investimento e o esforço dessa transformação. Mas a realidade é que a aprendizagem interativa é um dos primeiros passos rumo ao ensino do futuro das turmas básicas até as superiores.

Adotar esse modelo auxiliará na preparação dos professores e gestores das instituições escolares para os desafios e oportunidades que virão pela frente. Um bom exemplo disso foi a crise causada pela pandemia de covid-19. 

Afinal, com uma abordagem educativa mais dinâmica, utilizando recursos tecnológicos e aproveitando modelos híbridos e remotos, as escolas ficam mais preparadas para casos críticos como esse. Nesse sentido, já existem soluções digitais que facilitam a gestão e a forma de trabalhar no meio digital, como o Google Workspace.

Quais são as características dessa abordagem

De modo geral, o ensino interativo busca oferecer um processo educativo engajador e adaptado às necessidades de cada aluno, sendo que, para isso, usa ferramentas tecnológicas. 

O conceito anda lado a lado com outras metodologias atuais, como o ensino adaptativo, que foi explorado no podcast Commerce Connections On Air do Google em novembro de 2022. No episódio, o entrevistado Gabriel Granjeiro, CEO e sócio-fundador de uma edtech de cursos online, explica que essa abordagem torna a experiência de aprender mais dinâmica:

“O ensino está caminhando para uma tendência que a gente chama de personal learning cloud, que é as pessoas conseguirem estudar de uma forma mais individualizada, mais personalizada.”

Então, nesses métodos, os professores atuam como mediadores ou orientadores, incentivando o debate entre alunos em uma aula menos linear. Ao mesmo tempo, as tecnologias de coleta e análise de dados, como Internet das Coisas (IoT) e Big Data, atuam para compreender as dificuldades e forças dos estudantes e personalizar o AVA.

Entram em cena também formas de interação como uma visita ao museu, que pode acontecer de modo presencial ou digitalmente — com a ajuda da realidade aumentada (RA) e virtual (RV). Aliás, o Google tem uma plataforma de RV que pode ser usada pelo smartphone, chamada Google Cardboard.

Semelhantemente, há outros recursos característicos no ensino interativo e da própria evolução da educação.

Sala de aula invertida

É quando o professor sai do papel de detentor do conteúdo e os alunos passam a atuar ativamente. Então, a ideia é que o material seja consumido antes de chegar em sala, tornando a aula em um momento de debate entre colegas, mediado pelo docente. 

Dessa maneira, os estudantes chegam às suas próprias conclusões a fim de se prepararem para as atividades interativas e colaborativas em classe.

Gamificação

Como foi dito anteriormente, na pirâmide de aprendizagem de William Glasser, a parte prática é responsável por 80% do entendimento. Tendo isso em vista, a gamificação é um recurso que pode auxiliar no aprendizado. 

Essa tática se baseia em utilizar elementos de jogos — fases, pontuação e desafios — em contextos de aprendizagem. Um exemplo bem conhecido é o do aplicativo Duolingo para o ensino de idiomas.

Microlearning

É uma estratégia de aprendizado que foca em oferecer aulas em vídeos de curta duração. Assim, são pequenas doses de informação passadas de forma compreensível e com recursos multimídia. O objetivo é facilitar o entendimento de temas muito complexos e ajudar quem possui pouco tempo disponível a continuar aprendendo.

Como implementar o ensino interativo?

Assim como na digitalização das empresas, existem três passos básicos que as instituições escolares precisam seguir para adotar o ensino interativo.

1. Análise

Entender o estágio atual de transformação digital na escola, incluindo tipos de dispositivos usados, familiaridade com a tecnologia e até preferências de alunos e professores na hora de navegar pela web. Isso ajudará a planejar a plataforma de aprendizado ideal para esse público.

2. Investimento

Para dar espaço ao ensino interativo, é preciso contar com recursos tecnológicos e ferramentas digitais. Essas são essenciais e ajudam até no gerenciamento da instituição. 

As escolas que preferirem não comprometer o orçamento com a aquisição dos dispositivos, por exemplo, podem contar com soluções de aluguel de equipamentos.

3. Treinamento

A inovação trazida pelo ensino interativo só funciona quando acompanhada da capacitação dos professores e gestores. Afinal, de nada adianta ter o melhor da tecnologia e não poder aproveitar toda a capacidade oferecida pela metodologia.

Tecnologia é chave para o sucesso do ensino interativo

Não restam dúvidas de que o ensino interativo é uma metodologia que traz muitas oportunidades à educação em prol do aprimoramento do aprendizado. São inúmeras vantagens para os professores — que não precisam lutar contra os dispositivos conectados — e para os estudantes, inclusive resultando em uma formação mais completa.

A escola também é beneficiada com o estreitamento da relação com seus alunos, chegando até a conquistar uma fidelidade. Somado a isso, ainda ocorre a simplificação de partes da gestão.

Entretanto, a implementação do ensino interativo tem muito mais chances de sucesso quando apoiada em uma base tecnológica de qualidade. E isso é o que a Vivo Empresas oferece: um portfólio amplo com soluções que auxiliam no acesso estável à internet, na movimentação com segurança na nuvem e nos servidores e até na inteligência dos ambientes de aprendizado.

Para reforçar os benefícios que a tecnologia traz ao sistema de educação, confira os artigos:

Até a próxima!

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