Arte feita por IA: o que é e expectativas para o futuro

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A arte feita por Inteligência Artificial (IA) é a nova tendência na área cultural que vem ganhando espaço e provocando discussões. É fato que atravessamos uma era de revolução digital impulsionada pela enorme quantidade de dados e, por isso, nada mais natural que as produções artísticas sejam influenciadas pelas inovações tecnológicas. 

Um número crescente de artistas está experimentando a IA para auxiliar, aprimorar, simular ou aumentar a própria criatividade. Os novos recursos possibilitam que esses profissionais criem obras mais complexas do que nunca. As tecnologias também estão ajudando a experimentar novos estilos e técnicas no mundo da criação.

Os criativos seguem uma tendência geral, pois a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante em todos os aspectos da vida. A IA vem sendo usada na educação, nos esportes, no mundo dos negócios, na medicina, ou seja, vem avançando em todos os campos da nossa sociedade. 

A discussão que vem se criando em torno do assunto é que a arte, no entanto, é a nossa forma de criar cultura, algo que somente os seres humanos são capazes. Então o uso de IA para produzir arte gera questionamentos, tanto sobre a autenticidade da produção quanto em relação à ética. 

Tendo em vista as nuances do assunto, preparamos este artigo. Vamos explicar melhor como isso vem sendo encarado no mundo das artes, os impactos e as tendências. Somado a isso, também abordaremos: 

  • O que é Inteligência Artificial (IA)?
  • De que forma a IA vem avançando na sociedade?
  • Como funciona a arte gerada por IA?
  • O que os artistas acham da arte feita com IA ?
  • As perspectivas para essa relação entre arte e tecnologia 

O que é Inteligência Artificial (IA)?

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A Inteligência Artificial (IA) é um conjunto de muitas tecnologias que, juntas, permitem que  máquinas como computadores ou smartphones aprendam, analisem e tomem atitudes semelhantes às dos humanos. 

A IA faz com que os sistemas percebam o ambiente, lidem com essa informação, resolvam problemas e ajam para atingir um objetivo específico. 

Ou seja, o computador recebe os dados — já preparados ou coletados por meio de seus próprios sensores, como uma câmera —, os processa e responde. Desse modo, são capazes de adaptar o comportamento, analisar os efeitos de ações anteriores e trabalhar de forma autônoma. 

O matemático Alan Turing, também considerado como o “pai da computação”, comumente recebe os créditos como precursor do conceito de IA. Isso porque especulou, em 1950, sobre as “máquinas pensantes” que poderiam raciocinar em níveis semelhantes aos dos humanos.  

O “The Turing Test” especifica que os computadores precisam completar quebra-cabeças de raciocínio, assim como os humanos, para serem considerados “pensantes” de maneira autônoma.  

Ele foi seguido alguns anos depois por John McCarthy, responsável finalmente por cunhar o termo “Inteligência Artificial” para designar aquelas máquinas que podiam pensar de forma automática. Ele descreveu que a IA está presente quando se consegue com que um computador faça coisas que, quando feitas por pessoas, envolvem inteligência. 

Inteligência Artificial avança na sociedade 

Sendo assim, a IA refere-se à simulação da inteligência humana em máquinas programadas para pensar como pessoas e imitar suas ações. O termo também pode ser aplicado a qualquer instrumento que exiba características associadas à mente humana, como aprendizado e resolução de problemas.

Os benefícios em relação à utilidade dessa característica são enormes. A previsão é de que o mercado global de IA salte de US$ 387,45 bilhões em 2022 para US$ 1.394,30 bilhões em 2029, com uma taxa de crescimento anual composta de 20,1% no período em questão. 

A conclusão é do estudo Artificial Intelligence Market Forecast, 2022-2029, publicado pela Fortune Business Insights, em setembro de 2022. 

Uma das explicações para o avanço nesses números é, justamente, a crescente demanda por tecnologia de Inteligência Artificial em vários segmentos, como varejo, saúde, alimentos e bebidas, automotivo, logística e educação. 

Vamos ver alguns exemplos de aplicação a seguir.

Saúde  

Um dos benefícios da IA na saúde é conseguir analisar uma imensidão de dados clínicos com uma precisão que os seres humanos não são capazes de fazer e, assim, avançar na medicina baseada em evidência. Dessa forma, a tecnologia ajuda a encontrar melhores tratamentos, a priorizar atendimentos e a melhorar os resultados da atividade médica como um todo. 

A IA está impregnada na área de cuidados médicos, pesquisas de medicamentos e atendimento clínico. Não à toa, o tamanho do mercado de IA no setor de saúde deve atingir mais de US$ 70 bilhões até 2032, de acordo com o relatório Healthcare Artificial Intelligence Market, liberado pela Global Market Insights em novembro de 2022. 

Esportes 

A Inteligência Artificial nos esportes já está presente em várias áreas, desde a análise pós-jogo até a ação na partida e na experiência do torcedor. Os treinadores de futebol, por exemplo, podem se valer da análise de big data para traçar perfil de jogo, padrões de jogadas, etc.

A IA global no mercado esportivo deve chegar a US$ 19,2 bilhões até 2030, conforme o relatório Artificial Intelligence in Sports Market, publicado em fevereiro de 2022 pelo Allied Market Research

Empresas 

A Inteligência Artificial vem ganhando cada vez mais espaço no mundo empresarial devido ao processo de digitalização das empresas e de automação. 

Os sistemas de IA podem ser baseados em software como os de reconhecimento de imagem ou voz, assistentes virtuais ou até mesmo incorporados em dispositivos como drones, robôs ou veículos autônomos.

Além disso, a IA e a Machine Learning conseguem aumentar a segurança cibernética de uma empresa, monitorando constantemente qualquer atividade suspeita e corrigindo problemas antes que eles aconteçam. Nessa parte, ganha importância a relação entre a ciência de dados e a Inteligência Artificial.    

Educação 

A IA na educação possibilita que um software educacional seja personalizado para cada estudante, conseguindo promover um projeto mais inclusivo, de acordo com as necessidades de cada um. Também permite criar conteúdos mais interativos, criativos e que despertam mais a atenção dos alunos. 

A projeção é de que o setor de IA na educação atinja US$ 80 bilhões até 2030, segundo estudo AI in Education Market do Global Market Insights, de junho de 2022. 

Usar a Inteligência Artificial para fazer arte

A arte existe desde os primórdios da humanidade como forma de expressão de sentimentos, de comunicação, educação ou como meio para desencadear reações nas outras pessoas. Apesar desse aspecto cultural e humano, a Inteligência Artificial vem sendo usada para criar obras de arte há décadas.

A exposição Cybernetic Serendipity, que aconteceu em Londres em 1968, por exemplo, é considerada a primeira grande exposição a tentar mostrar os aspectos da atividade criativa auxiliada pelo computador, com a junção de arte, música, poesia, dança, escultura e animação. 

Outro exemplo foi quando, em 1970, o  Museu Judaico de Nova York reuniu computadores e artistas conceituais em um mesmo projeto criativo — a exposição Software, classificada como “confusa” nesta crítica do New York Times da época.  

Nas décadas seguintes, com o avanço tecnológico, a IA tornou-se cada vez mais sofisticada e os  recursos foram usados para criar obras de arte muito mais realistas.  

Um dos artistas ícones da geração atual é Robbie Barrat, que usa em todos os seus projetos, de alguma maneira, a Inteligência Artificial e Machine Learning. Ele se serve de uma rede neural alimentada de dados, como pinturas clássicas, e, em seguida, gera novas imagens. A surrealidade dos resultados acabou chamando a atenção da mídia. 

Outra referência é o artista alemão Mario Klingemann que usa a IA para fazer arte há pelo menos 10 anos, com trabalhos expostos em galerias do mundo todo. Um dos seus trabalhos – Memories of Passersby I – fez sucesso gerando retratos em tempo real usando redes neurais. Ele usou um sistema de computador camuflado dentro de um móvel retrô para gerar imagens em constante mutação. A peça foi considerada um marco na história da arte feita com IA e chegou a ser avaliada em US$ 50 mil. 

Arte feita com IA ganha as redes sociais 

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Diante desse cenário, pode parecer que a arte feita com IA é algo restrito aos artistas de grandes galerias, mas não é bem assim. A técnica vem se popularizando e, recentemente, viralizou nas redes sociais através de um aplicativo que automatiza esses desenhos – o Lensa. 

O app não é novo, mas criou uma função recente – a Magic Avatar, que causou grande sucesso. Ao baixar o software no smartphone, os usuários conseguem criar versões de avatar das suas próprias fotos. Uma verdadeira mescla entre selfies, arte digital e Inteligência Artificial. 

Já o artista húngaro Ben Mornin usou sua conta no Instagram (@benmornin) para agitar a Internet em 2022 ao mostrar as versões bebês dos personagens de Harry Potter. Ele usou o Midjourney, um programa de IA que cria imagens a partir de descrições textuais.  

O mesmo programa gerou polêmica quando o artista Jason M. Allen faturou o primeiro lugar na Feira Estadual do Colorado produzindo arte com a IA do Midjourney. O trabalho de Allen “Théâtre D’opéra Spatial” virou uma das primeiras obras geradas com IA a ganhar o prêmio e causou uma série de polêmicas, principalmente em relação a outros artistas. 

A face polêmica da arte feita por Inteligência Artificial 

Apesar da arte feita por IA não ser efetivamente uma novidade, as redes sociais potencializaram a capacidade de serem conhecidas por mais gente. 

Apesar da proporção que a tecnologia tem tomado, novas discussões surgiram em torno do assunto. Por exemplo, algumas ferramentas lançadas recentemente permitiram uma certa banalização da produção artística, o que incomodou alguns profissionais da área. 

Softwares como o próprio Midjourney, o DALL-E 2 e o Stable Diffusion geram um poder extraordinário, pois permitem que qualquer pessoa seja capaz de criar trabalhos complexos, abstratos ou surrealistas apenas digitando algumas palavras em uma caixa de texto ou usando uma foto já pronta. Como diferenciar, então, os amadores dos artistas que realmente possuem algum dom especial? 

A discussão não para por aí. Afinal, softwares de IA usam o Machine Learning para “aprender a desenhar”. Ou seja, se alimentam de uma base de dados para recriar as imagens. No entanto, algumas dessas informações podem ou não ser extraídas de obras de artes conhecidas de outros artistas, gerando uma série de novas polêmicas em relação ao plágio e à propriedade intelectual. 

A artista australiana Kim Leutwyler, por exemplo, comentou em uma entrevista ao The Guardian que reconheceu os estilos de artistas específicos – incluindo seu próprio estilo – nos retratos que viralizaram com o app Lensa. 

O Fórum Econômico Mundial comentou, em outubro de 2022, sobre a necessidade da arte feita por AI ser regida por princípios éticos e obedecer a leis e regulamentos.

5G pode fortalecer a relação entre IA e as artes 

Ao que tudo indica, contudo, as discussões vão permanecer por mais algum tempo, principalmente porque a arte feita por Inteligência Artificial faz sucesso entre o público e vem rendendo bastante para as empresas desenvolvedoras. 

O aplicativo Lensa, que pertence à Prisma Labs, teve 4 milhões de downloads nos primeiros cinco dias de dezembro de 2022, o que representa US$ 8,2 milhões gastos pelos usuários, conforme uma estimativa da consultoria Sensor Towers, publicada no The Washington Post.

A relação entre a tecnologia e a produção artística deve continuar se fortalecendo. A expectativa é que a arquitetura de 5G, que chegou no ano passado no Brasil, amplifique os efeitos da conectividade e viabilize ainda mais o uso de ferramentas como IA, Machine Learning ou Realidade Estendida

Ou seja, definitivamente, a combinação poderosa entre o 5G e a IA continuará revolucionando diversos setores da sociedade. Na Vivo Empresas, auxiliamos a tornar essas tecnologias acessíveis ao setor corporativo. 

Continue acompanhando por aqui as novas tendências e inovações que prometem impactar o futuro.

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Até a próxima! 

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