Como a inteligência artificial pode te afastar de crimes cibernéticos

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O uso da inteligência artificial (IA) no combate a crimes cibernéticos não é só uma ferramenta corporativa na sociedade hiperconectada. Essa aplicação tem se tornado imprescindível para empresas cujo objetivo é reduzir os custos com prevenção de violações, detecção e resposta a ataques online. 

Com a evolução das tecnologias digitais, contar com a automatização de processos para combater invasões se tornou um fator-chave. As ameaças não estão igualmente espalhadas ao redor do globo, então é necessário estar preparado para proteger a rede e evitar perdas. 

Mudar essa realidade depende de ações estruturantes, como reforço da legislação que pune esse tipo de crime e o investimento em programas federais. Também é preciso a conscientização de cada usuário e o fortalecimento das soluções contratadas pela empresa.

Neste artigo, serão abordados os seguintes temas:

  • O que é considerado um crime virtual?
  • Quais são os crimes cibernéticos mais comuns?
  • IA no combate ao cibercrime;
  • Vantagens do uso da IA na prevenção;
  • Como proteger sua empresa?

O que é considerado um crime virtual?

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Crimes cibernéticos são aqueles praticados por meio de computadores, redes e dispositivos conectados à internet. Podem envolver o roubo de informações de pessoas ou empresas, dinheiro, bens etc. Geram danos às vítimas ou a seus patrimônios através da extorsão de recursos e do estresse emocional, com possibilidades catastróficas para a reputação das pessoas, que podem ter sua vida particular exibida online, e das companhias, que podem ter seus dados confidenciais ou de clientes expostos na rede.

Na classificação do que é considerado um cibercrime, estão desde o bullying e a humilhação em redes sociais até os delitos que usam vírus para causar problemas pessoais e prejuízos financeiros.

Para o Federal Bureau Investigation (FBI), principal órgão do governo norte-americano para investigação de ataques e invasões, a atividade cibernética maliciosa é qualquer ação que ameaça a segurança nacional, econômica ou do público por meio de tecnologias computacionais.

Quais são os crimes cibernéticos mais comuns?

Há uma variedade de formas que os cibercriminosos usam para realizar o roubo de dados. A seguir, estão descritas as mais relevantes para as empresas.

Golpes de comprometimento de e-mail comercial

O comprometimento de e-mail comercial (ou Business Email Compromise, BEC), também conhecido como de conta de e-mail (ou Email Account Compromise, EAC), é um crime que atinge principalmente as contas de profissionais. Os criminosos se passam por executivos de alto escalão, seja para pedir informações sigilosas aos seus colaboradores ou solicitar compras e repasses de dinheiro para pagar uma nota falsa.

Como muitos indivíduos confiam no no correio eletrônico para realizarem negócios pessoais e profissionais, os bandidos buscam suas vítimas por essa mesma estratégia. Geralmente, os remetentes ou sites são falsificados com pequenas variações no registro de domínio. Por serem modificações mínimas, as pessoas são levadas a acreditar que o contato é verdadeiro.

Uma vez que a mensagem é de um remetente que parece ser confiável, a pessoa é induzida a revelar informações confidenciais. Em seguida, os golpistas conseguem acesso a contas, calendários e documentos da empresa — é assim que os esquemas de BEC são realizados.

Outra forma de ação envolve os malwares. Esses softwares maliciosos são usados para que o cibercriminoso se infiltre nas redes da companhia e descubra tópicos de e-mail legítimos sobre cobranças e faturas.

Com isso, são enviadas correspondências eletrônicas para que contadores ou diretores financeiros não questionem solicitações de pagamento. Tal ação permite que bandidos tomem conhecimento de dados da vítima.

Roubo de identidade

Nesse crime cibernético, o foco é roubar informações pessoais, como o número de CPF, endereço, data de nascimento e outras, para cometer fraudes. Assim, os golpistas podem, por exemplo, abrir contas, solicitar cartões de crédito e fazer muitas transferências em nome de outras pessoas.

Ransomware

O ransomware é um tipo de software malicioso que impede o usuário de acessar seus arquivos, sistemas ou redes de computador. Em troca, é exigido o pagamento de um resgate para a devolução do controle. Os ataques podem causar muito prejuízo com interrupções nas operações de empresas, além da perda de dados críticos.

Este tipo de malware não é facilmente detectável. A vítima pode baixá-lo em seu dispositivo sem saber, por exemplo, depois de clicar em um anúncio que chegou por e-mail. Uma vez que o código é carregado, a pessoa perderá o acesso a informações e documentos armazenados no aparelho. Versões mais ameaçadoras são capazes de criptografá-los em unidades locais conectadas ou até mesmo em máquinas da rede.

Na maioria das vezes, o indivíduo nem percebe que o computador foi infectado. A descoberta vem ao não conseguir mais abrir os arquivos e programas que precisa, ou então só no momento em que é recebida a mensagem exigindo pagamento pelo resgate dos dados.

Spoofing 

Esses crimes visam induzir inocentes a fornecerem informações confidenciais a golpistas. O spoofing (termo inglês para falsificação) ocorre quando alguém disfarça um endereço de e-mail, nome de remetente, número de telefone ou URL de site — geralmente apenas alterando um dos caracteres — para convencer a vítima de que está interagindo com uma fonte confiável.

Assim, a pessoa é levada a acreditar que está se relacionando com um indivíduo de sua confiança. Os criminosos contam com a capacidade de manipular as vítimas, convencendo-as de que a comunicação falsificada é real, o que pode levá-las a baixar softwares maliciosos, enviar dinheiro ou divulgar informações financeiras e confidenciais.

Phishing 

Esse golpe é parecido com o anterior, no entanto, aqui são usadas técnicas de falsificação para atrair o alvo e fazer com que “morda a isca”. São estratégias projetadas para induzir pessoas a informarem dados pessoais a criminosos.

No phishing, a vítima recebe um e-mail que parece ser do banco, por exemplo, solicitando que atualize suas informações cadastrais respondendo à mensagem ou visitando um site. Como o remetente e a URL são parecidos com o da companhia verdadeira, a pessoa preenche a solicitação, informando cartões, senhas, CPF etc.

Com isso, o golpista que construiu essa falsa empresa estará roubando todos os dados enviados e poderá usá-los para cometer outros crimes, como extorsão e falsidade ideológica.

Além dos golpes por e-mail, há o vishing (que acontece por telefone ou chamadas VoIP), smishing (via mensagens SMS) e pharming (quando um código malicioso é instalado no computador para redirecionar a pessoa a sites falsos). Ou seja, como existem variados tipos de delitos virtuais, os negócios precisam estar preparados para se protegerem de diversas formas.

Inteligência artificial no combate ao cibercrime

Segundo dados da Statista, em 2021, foram perdidos mais de U$ 6.900 milhões devido a ataques cibernéticos. O valor é alto pois são investidas feitas com sofisticação, uma vez que os hackers desenvolvem ofensivas que dificultam a detecção, o bloqueio e a reparação dos sistemas. Apesar disso, a tecnologia também está aprimorando os recursos para o enfrentamento desse problema.

Hoje, sabe-se de alguns fatores que criam brechas para que essas violações aconteçam, como a vulnerabilidades de dispositivos de Internet das Coisas (IoT), o baixo nível de conscientização em relação à segurança, o desenvolvimento não compatível de aplicativos e a desorganização em redes internas.

Para combater os ciberataques, é necessário que a inteligência artificial (IA) aprimore a análise de como a invasão se dá, seja por meio de dados ou gráficos. A partir disso, torna-se possível entender e antecipar esses crimes. Então, replicando-se o modelo em outros sistemas, a IA poderá proteger as informações de empresas e pessoas de forma mais eficiente. 

Assim, conforme se investe em tecnologias de IA, os custos de operações de segurança serão reduzidos. Além disso, os processos e métodos tendem a ficar mais automatizados, eficientes e aperfeiçoados, uma vez que os parâmetros coletados podem contribuir para prevenir outras ofensivas e mitigar riscos.

Vantagens do uso da IA na prevenção

Com a IA, os processos são aprimorados e o reconhecimento de ameaças ocorre mais facilmente. A seguir, são destacadas as principais vantagens.

Agilidade na identificação de ataques

Os sistemas de cibersegurança tradicionais podem demorar mais para perceber invasões e conter o impacto operacional. Desse modo, os invasores usam essa demora na detecção de vulnerabilidades para comprometer ainda mais as redes corporativas e extrair dados sigilosos. 

Nesse cenário, a IA pode desempenhar um papel importante na proteção virtual das organizações por possibilitar que os ataques sejam repreendidos e que as fraquezas possam ser rapidamente identificadas e analisadas. Tudo isso mitiga os prejuízos e reduz o tempo de resposta da equipe de TI da organização impactada.

Eficiência no percentual de acerto

Um dos maiores benefícios da IA é a realização do trabalho com a máxima eficiência e o maior percentual de acerto possível. Há algoritmos dedicados à detecção de ameaças em potencial que podem ser aplicados para reagirem imediatamente à invasões.

Essa ação pontual contrasta com as tecnologias de proteção digital existentes, que, muitas vezes, não conseguem acompanhar o ritmo veloz do desenvolvimento e a mutação dos novos vetores criminosos.

Inteligência na identificação e antecipação de ataques

Outro benefício refere-se à utilização de códigos adaptativos ou de machine learning, projetados em um sistema de segurança inteligente, com potencial de detectar e responder a ameaças à medida em que ocorrem (mesmo que dinâmicas).

O mais interessante é que esses dispositivos inteligentes têm capacidade inerente de continuar aprendendo. Isto é, podem verificar o conjunto de dados atuais e “antecipar” ataques futuros e respostas aceitáveis.

Como proteger sua empresa dos crimes cibernéticos?

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São muitas as etapas para garantir proteção para os negócios e mitigar prejuízos, mas é um processo imprescindível. Enquanto diversas organizações estão explorando somente esforços manuais para combinar descobertas de brechas internas e contextualizá-las com ameaças externas, o mercado já tem empregado recursos de IA às ferramentas de segurança tradicionais, otimizando resultados na luta contra os ciberataques.

A Vivo Empresas tem em seu portfólio soluções como Segurança Gerenciada, que oferece benefícios de criação de uma barreira contra invasões e acessos indevidos, além de regras de firewall no roteador, o que limita o tráfego de dados entre a empresa e a internet. Ademais, é possível criar redes virtuais privadas (VPN) para a conexão segura em locais diferentes. 

O serviço de Consultoria em Cibersegurança, também disponibilizado pela Vivo Empresas, permite um diagnóstico 360° do ambiente, processos e pessoas, elaborando uma estratégia para atingir os níveis adequados de proteção. 

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Até a próxima!

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