Com o uso crescente da Internet, surgiram ameaças substanciais à segurança de dados – os ataques cibernéticos. Esse tipo de crime está se tornando cada vez mais comum, com hackers sofisticados e utilizando ferramentas de tecnologia para invadir sistemas confidenciais. Nesse cenário, a cibersegurança ocupa papel central.
O conceito, em linhas gerais, se refere à implementação de políticas, processos, ferramentas tecnológicas e recursos humanos para proteger empresas, seus sistemas e informações confidenciais de ataques digitais.
Em um contexto em que a proteção de dados corporativos e de clientes se torna prioridade central das organizações, a importância de investir em cibersegurança cresce a cada ano. Veja também:
- Tipos de cibersegurança
- Ameaças cibernéticas comuns
- Alguns mitos sobre o tema
- Etapas para evitar ameaças cibernéticas
- Tecnologias em cibersegurança
O que é cibersegurança?
De forma resumida, a cibersegurança se refere à prática de proteger sistemas e informações confidenciais de potenciais ataques digitais. Também conhecidas como segurança de Tecnologia da Informação (TI), as medidas relativas à segurança cibernética foram projetadas para agir no combate de ameaças digitais contra sistemas e aplicativos em rede. Essas ameaças podem ter origem fora ou, até mesmo, dentro de uma empresa.
De acordo com o relatório ”Cost of Data Breach 2021′‘, realizado ao longo daquele ano pelo Ponemon Institute, o custo percebido pelas empresas com vazamentos de dados aumentou de US$ 3,86 milhões para US$ 4,24 milhões, em 2021. Esse é o maior prejuízo total nos 17 anos de existência do relatório.
O estudo ainda aponta que a adoção do home office, por conta da pandemia da COVID-19, aumentou essa quantia. De acordo com o relatório, o custo médio foi US$ 1,07 milhão maior nas violações de dados em que o trabalho remoto foi o fator causador, em comparação com aquelas em que a prática não teve relação com o ataque.
As perdas financeiras para as empresas incluem as despesas para descobrir e responder às violações de dados, o custo do tempo de inatividade, perda de receita e, também, os danos à reputação de longo prazo da marca.
Informações pessoais na mira dos hackers
Entre os principais alvos dos hackers nos ciberataques, estão as informações pessoais dos clientes, como nomes, endereços, identidades e números dos cartões de crédito. Com essas informações em mãos, os criminosos podem vender os dados em mercados digitais escusos, comprometendo a confiança do consumidor na empresa, sem falar de possíveis punições legais pelas falhas de segurança.
Nesse cenário, não é surpresa que 88% dos membros dos Conselhos de Administração classificaram a cibersegurança como um risco de negócios, aponta pesquisa do Gartner, divulgada em outubro de 2021.
Isso porque as empresas estão cada vez mais vulneráveis a ameaças cibernéticas, a partir do contexto em que a informação digital e a tecnologia atuam de forma indissociável do trabalho do dia a dia.
Além disso, os ataques cibernéticos, que miram tanto os dados quanto a infraestrutura, estão ficando mais sofisticados, acompanhando as evoluções tecnológicas que surgem a cada ano.
Relação entre cibersegurança e segurança da informação
É comum confundir o conceito de cibersegurança com segurança da informação. Afinal, de forma geral, ambos tratam do mesmo tópico: proteção dos dados e de sistemas.
No entanto, pode-se dizer que a cibersegurança é um braço de segurança da informação, tratando de defender infraestruturas, programas e redes contra ataques virtuais no ciberespaço. Por sua vez, ainda fazem parte desse guarda-chuva tópicos como firewalls, antivírus e controle de acesso.
Ou seja, a cibersegurança tem como principal foco proteger os dados digitais em apps, serviços e ativos de TI, enquanto a segurança da informação atua de forma mais ampla, tratando de políticas de segurança, avaliação de riscos, gerenciamento de crises e gestão de ativos, entre outros.
Tipos de cibersegurança
Uma estratégia de cibersegurança eficaz conta com múltiplas camadas de proteção, para que assim as empresas possam se resguardar de uma série de crimes cibernéticos.
Entre esses, ataques que têm como objetivo acessar, modificar ou destruir dados corporativos, tal como conseguir informações para extorquir dinheiro dos clientes ou da organização. Entre os gêneros de cibersegurança mais comuns, estão:
Segurança de rede
Contempla medidas de segurança para proteger uma rede de computadores contra potenciais invasores. Isso inclui conexões com fio e Wi-Fi.
A segurança de rede e de perímetro também demarca o limite entre a rede interna da empresa (Intranet) e a internet externa. Desse modo, atua para evitar vulnerabilidades em sistemas conectados, normalmente utilizados por hackers como “porta de entrada”.
Segurança do aplicativo
Esse tipo de cibersegurança se concentra na proteção de dados ou códigos em aplicativos, sejam eles com base na nuvem ou no modelo local. A segurança do aplicativo protege as informações antes e depois da implementação dos apps.
O ideal é que seja incorporada aos softwares ainda na fase de desenvolvimento, considerando pontos como o tratamento futuro dos dados e a autenticação dos usuários.
Segurança de dados
Contempla todas as ferramentas e processos associados na proteção de ativos de informações confidenciais. Métodos de segurança de dados incluem, por exemplo, a criação de backup de informações e criptografia, o que garante que informações sensíveis sejam preservadas.
Segurança na nuvem
Esse tipo de cibersegurança criptografa dados na nuvem – não só no armazenamento, mas, também, em trânsito. Ou seja, quando entram ou saem da cloud.
A segurança na nuvem protege, ainda, dados em uso (durante o processamento), a fim de, assim, garantir a proteção do consumidor, os requisitos do negócio e os eventuais padrões regulatórios sobre o tratamento de informações.
Segurança de terminais (endpoint)
Terminais ou endpoints são dispositivos conectados por rede, como notebooks, smartphones e servidores. A segurança de terminais protege esses ativos de ataques cibernéticos e, consequentemente, todos os dados e informações conectados a eles.
Educação do usuário final
Esse ramo da cibersegurança consiste em investir na conscientização de toda a empresa para, assim, manter os terminais, como notebooks e servidores, seguros.
A educação do usuário final pode envolver treinamentos, para mostrar como os funcionários podem excluir anexos de e-mails suspeitos, a importância de não usar dispositivos USB que não são confiáveis e outras iniciativas.
Esse é um ponto importante, já que, apesar de consistir em medidas simples, a capacitação sobre como lidar com dados e sistemas sensíveis pode gerar grandes resultados.
Não por acaso, as pessoas são consideradas o ponto mais frágil da cadeia de segurança cibernética. Na prática, isso faz dos profissionais e dos colaboradores, sobretudo aqueles com pouca visibilidade, mas múltiplos acessos na estrutura da empresa, verdadeiros alvos.
Recuperação de desastres
Considerada a última resposta possível, compreende ferramentas e procedimentos para atuar na resposta a eventos que não foram planejados. Entre eles, desastres naturais, quedas de energia ou incidentes de segurança cibernética.
Por sua vez, o objetivo desse gênero da cibersegurança é agir com o mínimo de interrupções nas principais operações da empresa. Para isso, já são utilizados sistemas de recuperação em nuvem, backups automáticos e redundâncias.
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Ameaças cibernéticas comuns
Se, por um lado, profissionais que atuam com cibersegurança trabalham incansavelmente na busca de possíveis lacunas nos sistemas, os hackers também procuram novas maneiras de driblar as medidas de segurança.
Adicionalmente, diante de um contexto em que o home office e o trabalho híbrido só crescem, conhecer as principais ameaças cibernéticas do momento é essencial para garantir a segurança corporativa.
Entre essas, atualmente, destacam-se os malwares, ransomwares, ataques phishing, man-in-the-middle e o comprometimento de credenciais. A seguir, saiba mais sobre como funcionam:
Malware
Vírus, trojans e spywares. Todos eles se enquadram na categoria de malware. Em comum, são ferramentas que fornecem acesso não-autorizado a determinado dispositivo ou, então, causam danos a um equipamento.
Cada vez mais sofisticados, muitos malwares não precisam de um arquivo malicioso para acessar um dispositivo. Além disso, esse tipo de ameaça cibernética consegue, cada vez mais, contornar métodos conhecidos de detecção, como os sistemas antivírus, que verificam se arquivos maliciosos estão sendo enviados como anexo.
Ransomware
Esse tipo de software malicioso atua infectando os sistemas de uma empresa e restringindo o acesso a dados, numa espécie de sequestro. Assim, as informações ficam sob a posse do criminoso até que esse receba um resgate.
Em alguns casos, os hackers ameaçam divulgar conteúdos sensíveis caso não recebam o pagamento pedido a tempo.
De acordo com o 2021 Annual Threat Monitor, produzido pelo NCC Group, a principal ameaça cibernética enfrentada pelas empresas foi o ransomware, cujos ataques cresceram 92,7% naquele ano, em comparação com 2020.
Phishing
Neste tipo de ameaça cibernética, os invasores enganam e convencem as vítimas a fornecerem dados sensíveis ou, ainda, suas credenciais de acessos.
Nos esquemas de phishing, e-mails e mensagens de texto que parecem ser legítimas (em geral, enviados por uma empresa confiável) solicitam informações confidenciais, como dados do cartão de crédito ou login e senha.
Apesar de antiga, esse tipo de ação conquistou ainda mais espaço com o crescimento do trabalho remoto. Não por acaso, credenciais comprometidas causaram a maior parte das violações de dados em 2021, segundo o relatório Cost of Data Breach, citado anteriormente.
Man-in-the-Middle
Por fim, em mais um tipo de ameaça que coloca a cibersegurança corporativa em risco, o hacker atua interceptando e retransmitindo mensagens entre duas partes para, assim, roubar dados sensíveis.
Caso uma rede de Wi-Fi seja insegura, por exemplo, um cibercriminoso pode interceptar, com facilidade, as informações transmitidas entre o dispositivo do convidado e a rede.
Mitos em cibersegurança
De acordo com a pesquisa da Deloitte Tendências em Gestão de Riscos Cibernéticos e Segurança da Informação na América Latina e Caribe 2019, quatro de cada 10 empresas sofreram um incidente de segurança cibernética nos últimos 24 meses.
No entanto, apesar do aumento do volume de incidentes ligados à cibersegurança, muitos mitos relativos ao tema continuam persistindo. Entre eles, o que diz que os criminosos cibernéticos são sempre agentes externos e que certos setores estão mais protegidos de ataques. Conheça alguns mitos em cibersegurança.
Cibercriminosos são sempre agentes externos
Na verdade, muitos casos de violação de dados por conta de ataques cibernéticos são resultado da ação de agentes internos que trabalham em conjunto com hackers de fora da empresa.
Funcionários, ex-funcionários, parceiros de negócios, fornecedores e qualquer pessoa que tenha acesso aos sistemas e redes de uma empresa podem ser considerados uma ameaça interna se usarem suas permissões de acesso de maneira equivocada.
Os riscos são conhecidos
Outro mito relativo à cibersegurança é o que diz que os riscos de ataque são conhecidos. O que acontece, no entanto, é que novas vulnerabilidades em aplicativos e dispositivos novos e antigos são relatadas todos os dias.
Além disso, é essencial que as empresas considerem a possibilidade de erro humano. Afinal, mesmo um pequeno deslize, como um e-mail enviado para o destinatário errado, pode levar a um episódio de violação de dados.
Certos setores são mais seguros
Quando o assunto é segurança cibernética, todo setor tem uma parcela de risco. Hackers têm explorado as vulnerabilidades de redes de praticamente todos os segmentos, de governos a empresas do setor privado.
Ataques de ransomware têm atingido não só governos locais como organizações sem fins lucrativos (ONGs).
Etapas para evitar ameaças cibernéticas
De grandes corporações a pequenas empresas passando por governos e, até mesmo, pessoas físicas. A sociedade como um todo enfrenta desafios complexos por conta dos ataques virtuais. Nesse sentido, é essencial dar alguns passos importantes para manter a segurança em dia e garantir a proteção dos dados.
Identificar as ameaças
Ameaças básicas, como acesso não autorizado a informações, podem e devem ser combatidas o mais rápido possível. Isso principalmente no caso de empresas que armazenam informações sensíveis em seus bancos de dados. Afinal, em caso de vazamento, a organização pode ter prejuízos irrecuperáveis não só financeiramente como, também, em termos de imagem.
Hackers estão sempre à procura de brechas para, assim, roubarem dados importantes. Por isso, investir em protocolos rigorosos de segurança é a melhor saída para identificar rapidamente possíveis ameaças cibernéticas.
Usar autenticação de dois fatores
A autenticação de dois fatores é outra etapa importante para reduzir os riscos de ataques cibernéticos. Ao apostar nesse protocolo, as organizações só permitirão acesso a informações sensíveis quando o funcionário utilizar esse modelo de autenticação, que consiste em digitar a senha no sistema para, em seguida, ser enviado um código que só poderá ser acessado pelo profissional.
Ao usar a autenticação de dois fatores, a empresa não só protege dados confidenciais como dificulta o trabalho dos hackers.
Fazer avaliações de risco
Realizar avaliações de risco de maneira regular é outra etapa importante para empresas que querem reduzir as ameaças à segurança cibernética. O gerenciamento de riscos é um fator decisivo para o crescimento do negócio e não só ajuda a proteger a empresa de hackers como, também, de concorrentes diretos.
Tecnologias em cibersegurança
Por mais que nenhuma empresa consiga estar 100% protegida de ameaças cibernéticas, investir em tecnologias para garantir a segurança dos dados e das redes corporativas se mostra indispensável para a evolução do negócio, independentemente do setor.
Entre os caminhos possíveis estão o investimento em uma rede VPN ou, também, em um filtro web, solução usada para analisar e estabelecer padrões de conexão. Mesmo ações simples, como investir na educação do usuário final para garantir a criação de senhas seguras faz a diferença na proteção de dados.
A chegada de tecnologias como 5G e o investimento em Cloud Computing são outros pontos de atenção para empresas que investir em segurança para garantir a proteção dos dados dos clientes, além de informações corporativoas.
Conclusão
Cibersegurança é tema central de discussões nas empresas por um motivo. Com o crescimento do trabalho remoto e o aumento do uso do ambiente digital para os mais diversos tipos de processos, é natural que as ameaças cibernéticas também aumentem.
Nesse sentido, investir na proteção dos dados sensíveis da empresa, assim como de seus sistemas e aplicativos é passo essencial. Para isso, Vivo Empresas oferece amplo portfólio de produtos e serviços, que ajudam a proteger os dados em eventuais casos de ataques virtuais Além disso, presta todo o apoio necessário se houver necessidade de mitigação, oferecendo resposta rápida no caso de incidentes.
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