Mercado agrícola: um panorama completo sobre o setor

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Um dos motivos do Brasil ser um dos países mais importantes da economia mundial é a potência de seu mercado agrícola. Diverso, produtivo e competitivo, os alimentos produzidos no país abastecem o mundo inteiro e elevam a relevância geopolítica do país.

O setor é vasto e complexo, abrangendo inúmeros players que concorrem pelo mercado interno e externo. Isso gera enormes desafios, mas também oportunidades para quem conhece o cenário e faz os investimentos corretos.

Riscos e incertezas fazem parte do agronegócio, mas quem aposta na tecnologia tem maiores chances de prosperar. Afinal, o mundo dos negócios está cada vez mais orientado por dados, e as inovações digitais também podem embasar as decisões do campo, além de aumentar o nível de automação e gerar ganhos de produtividade.

Neste guia sobre o mercado agrícola, você saberá o panorama completo do setor no país, as previsões para 2023 e como a tecnologia está aprimorando o agronegócio. Acompanhe este material pelos seguintes tópicos:

  • O que é o mercado agrícola?;
  • Panorama do mercado agrícola no Brasil;
  • Panorama mundial;
  • Como a tecnologia vem mudando o cenário agrícola;
  • Previsões do mercado agrícola para 2023.

O que é o mercado agrícola?

O mercado agrícola é definido como a soma de todas as transações comerciais dos produtos relacionados à agricultura e à pecuária. É um dos setores econômicos mais importantes do mundo, sendo responsável pela matéria-prima de todos os alimentos consumidos globalmente.

Um dos elementos mais importante desse mercado são as commodities agrícolas – produtos primários que não se diferenciam, independente de quem os produza. Isso inclui culturas como soja, milho, trigo, café, entre outros, cujo preço é definido pela oferta e procura internacional.

As atividades que compõe o mercado agrícola, segundo a classificação contábil das empresas rurais, podem ser dividida em três grandes grupos:

Produção vegetal

Essa categoria diz respeito aos diferentes tipos de agricultura que produzem grãos, legumes, frutas, hortaliças e demais alimentos de origem vegetal. Esse grupo também inclui as forrageiras (plantas usadas para alimentação animal) e a arboricultura.

Produção animal

A criação de animais para o abate, ou produção de alimentos derivados, também compõe o mercado agrícola. Nessa categoria, entra a pecuária, avicultura, apicultura, piscicultura, entre outras criações.

Indústrias rurais

O beneficiamento das matérias-primas vegetais e animais entram nessa categoria, também chamada de atividades agroindustriais. Entre os principais exemplos, estão a transformação de soja em óleo, produção de carnes e laticínios, extração do mel de abelha e a manipulação primária de arroz e café.

Segundo o estudo Agriculture Global Market Report 2023, publicado em janeiro deste ano pela The Business Research Company, o mercado agrícola mundial foi estimado em pouco mais de 12,2 bilhões de dólares em 2022.

A expectativa é que a soma da produção vegetal, animal e atividades rurais atinja o patamar de 19 bilhões de dólares em 2027, o que representa uma taxa de crescimento anual (CAGR) de 9.1%.

Panorama do mercado agrícola no Brasil

O Brasil é uma das referências mundiais do mercado agrícola. Seja pela quantidade de terra agricultável, produção de alimentos, exportação, contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB), entre outros aspectos, o país sempre figura entre as nações líderes do segmento.

Isso fica explícito, por exemplo, no documento O Agro no Brasil e no Mundo, uma síntese do período de 2000 a 2020, produzido pela Embrapa. Conforme o estudo, a nação brasileira desponta como uma das mais relevantes no cenário mundial no acumulado das últimas duas décadas. 

Analisando o estudo

Os dados dele demonstram que o Brasil, no período de 2000 a 2020, foi o:

  • 4º maior produtor de grãos – 3.124 milhões de toneladas, com participação de 6,2% nesse mercado;
  • 2º maior exportador de grãos em valor, vendendo 419 bilhões de dólares no período e ficando com 14,9% da fatia do setor. Em 2020, o país foi o líder nesse quesito;
  • 3º maior produtor de milho – 1.313 milhões de toneladas, ocupando 7,1% desse mercado;
  • 3º maior produtor de frutas – 1.261 milhões de toneladas, representando 6,9% de toda a produção global;
  • Maior produtor de café – 55 milhões de toneladas e 30,9% de participação mundial. O país também é o líder em exportação do grão, seja em quantidade ou em valor;
  • 3º maior produtor de carne (bovina, suína e de frango), com 474 milhões de toneladas – 8,8% de participação no mercado mundial;
  • 6º maior produtor de materiais derivados da silvicultura (extração vegetal) – 1.761 milhões de toneladas e 4,3% de participação nesse mercado.

O levantamento também mostra que o Brasil passou de 2º maior produtor de soja nos 20 anos computados, atrás apenas dos Estados Unidos para se tornar o maior produtor do grão em 2020. Desde então, o país se mantém na liderança. 

Conforme apontam os dados econômicos Soja em números (safra 2021/22), da Embrapa, o país produziu 123.829,5 milhões de toneladas do grão na última safra (34,8% da participação mundial). O Mato Grosso é o Estado com maior produção do Brasil, entregando 39.961,1 milhões de toneladas.

PIB

A participação do agronegócio no PIB brasileiro mostra como o setor é, de fato, o grande motor da economia do país. 

Segundo estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP  em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), publicado em março de 2022, a participação do setor no PIB em 2021 foi de 27,4%. Esse é o maior valor desde 2004, quando a contribuição foi de 27,53%.

Os últimos dados apontam, no entanto, que houve um recuo na influência do agronegócio no país no ano passado. Conforme publicação do CNA de dezembro de 2022, a participação do setor no PIB brasileiro caiu 4,28% de janeiro a setembro.

Geração de empregos

O mercado agrícola brasileiro também se destaca em relação aos empregos gerados. Segundo o relatório do Cepea O Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro, referente ao 3º trimestre de 2022, a População Ocupada (PO) no agronegócio é de 19,07 milhões de pessoas, o que representa 20,33% de toda a PO do Brasil.

O estudo também demonstra que o setor já se recuperou das demissões recorrentes da pandemia de covid-19, superando o patamar do 3º trimestre de 2019, quando a PO no segmento somava 18,49 milhões.

Panorama mundial

Um dos grandes desafios do mercado agrícola mundial é amenizar os efeitos da Guerra da Ucrânia. Além do conflito gerar uma tragédia humanitária, o confronto entre os países está impactando significativamente a cadeia de suprimentos, ocasionando o aumento do custo de insumos agrícolas, como fertilizantes, e bruscas variações nos preços das commodities.

Conforme apurado em reportagem do Canal Agro de julho de 2022, é estimado que entre 20% e 30% das culturas de inverno semeadas na Ucrânia não sejam colhidas na safra de 2022/23. Isso impacta, por exemplo, no preço do trigo, visto que o país e a Rússia contribuem com 30% de toda a exportação mundial desse cereal.

Apesar disso, o mercado agrícola já começa a dar mostras de recuperação dos efeitos da Guerra. É o que aponta o Market Monitor, edição de fevereiro de 2023, produzido pela Agricultural Market Information System (AMIS).

A publicação demonstra que já houve um recuo de mais 40% do preço dos fertilizantes desde o recorde de valor registrado na última primavera europeia. Além disso, a inflação dos alimentos a nível mundial também apresentou uma leve desaceleração no 2º semestre do ano passado, minimizando parte dos impactos esperados.

Ainda assim, o agronegócio permanece em alerta com a escalada do conflito e com as questões climáticas, que podem afetar diversas lavouras ao redor do mundo.

Como a tecnologia vem mudando o cenário agrícola

É impossível falar em mercado agrícola sem citar as tecnologias que atuam no setor. Afinal, o agronegócio está constantemente se renovando em busca da máxima produtividade, o que depende totalmente dos avanços em digitalização, biotecnologia, entre outras áreas.

Quando a inovação chega ao campo, é possível aplicar a agricultura de precisão, na qual a análise de dados orienta as decisões. O objetivo é que haja exatidão em todas as etapas do processo (irrigação, uso de fertilizantes, de medicamentos para o rebanho) etc, de forma a reduzir custos, impactos ambientais e aumentar a produção por hectare.

Diversos processos da agricultura e pecuária estão evoluindo com o objetivo de aumentar o grau de precisão e automação das fazendas. Confira alguns exemplos de como a tecnologia beneficia o agroprodutor:

Evolução dos maquinários

Não é de hoje que as máquinas agrícolas auxiliam o produtor rural do plantio à colheita. No entanto, tratores, colheitadeiras, plantadeiras etc, estão gradualmente deixando de ser apenas equipamentos para otimizar o trabalho pesado. Com a tecnologia de Internet das Coisas (IoT), estes veículos são capazes de monitorar processos e fornecer dados em tempo real.

Com sensores instalados em determinados componentes das máquinas, também é possível analisar o desempenho e verificar parâmetros que auxiliam na manutenção preventiva. É isso que faz, por exemplo, a solução Maquinário Inteligente, da Vivo Empresas, que possibilita a medição em tempo real de diferentes informações da frota.

Mapeamento da fazenda

Fazer o mapeamento de áreas rurais de grande extensão sempre foi um grande desafio ao agroprodutor. Técnicas como o sensoriamento remoto e o NDVI são ótimas aliadas, mas uma inovação está dando suporte para uma vigilância e monitoramento mais ágeis e práticos: os drones agrícolas

Com câmeras e GPS acoplados a esses veículos voadores, é possível realizar um mapeamento georreferenciado, vigiar rebanhos, identificar focos de incêndios florestais, entre outras práticas que aumentam o controle e a segurança da propriedade.

Os drones também podem ser utilizados na pulverização da lavoura, tornando essa prática mais precisa e econômica. O produto Drone Pro, da Vivo Empresas, atua com esse propósito, reduzindo o gasto do produtor com insumos agrícolas.

Irrigação inteligente

Diminuir o consumo de água nas plantações é um dos maiores desafios atuais do setor agropecuário. A tecnologia contribui a esse processo através da irrigação inteligente, que se refere ao uso de sensores que acionam os equipamentos de maneira automática ou semiautomática. 

Nesse processo, a rega das lavouras ocorre de acordo com dados meteorológicos e das necessidades de cada cultura, fazendo com que a água seja aplicada na medida certa. Ferramentas de medição, como o Clima Inteligente, da Vivo Empresas, dão suporte a essa etapa, fornecendo as informações para o acionamento dos equipamentos.

Saúde animal

O crescimento do mercado agrícola está totalmente relacionado à contínua melhoria dos procedimentos do setor. Um exemplo é a saúde animal, uma pauta que vem ganhando relevância por envolver o bem-estar da criação ou a qualidade dos produtos gerados pela pecuária.

Inovações como a inteligência artificial já estão começando a fazer parte do aprimoramento da saúde do rebanho. Com visão computacional, é possível acompanhar se o animal está saudável, identificando doenças precocemente, calculando a dosagem adequada de medicamentos etc.

Previsões do mercado agrícola para 2023

O Brasil deve continuar extremamente relevante no mercado agrícola em 2023. De acordo com reportagem da Revista Forbes de dezembro de 2022, embasada em informações de inúmeros órgãos, as principais expectativas para o ano são as seguintes:

  • Crescimento de 2,5% do PIB do agronegócio;
  • Alta de 6% do valor do VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária);
  • Queda média de 4,5% do preço das commodities, ajudando a desacelerar a inflação dos alimentos;
  • Produção de 312,2 milhões de toneladas de grãos, representando uma alta de 15%;
  • Aumento da produção de proteína animal.

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Agora que você está por dentro do mercado agrícola nacional, aproveite para conhecer outras novidades da agropecuária:

Até a próxima!

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