Educação inclusiva: o que é e o papel da tecnologia na aplicação

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O conceito de educação inclusiva parte do princípio de convívio e compartilhamento do mesmo ambiente de ensino e aprendizagem por parte de todos os estudantes, livres de qualquer tipo de discriminação. Nesse sentido, é um tema que conquista cada vez mais espaço ao pensar nas escolas do futuro.

Além disso, a tecnologia ocupa papel fundamental nesse cenário, apoiando a criação e adaptação de instituições de ensino a esse modelo, em que estudantes com e sem deficiência têm a oportunidade de aprenderem e evoluírem lado a lado, desenvolvendo suas potencialidades. 

Sabendo da importância do tema, neste artigo você também lerá: 

  • O que é educação inclusiva?
  • Benefícios de ser inclusivo
  • Quais deficiências essa educação busca abranger?
  • O papel da tecnologia na inclusão
  • Ferramentas usadas na educação inclusiva
  • Futuro da educação inclusiva

O que é educação inclusiva?

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No Brasil, a educação especial é oferecida na perspectiva da educação inclusiva. Na prática, isso quer dizer que o objetivo é que as instituições de ensino atendam a todos com qualidade e incluam em classes comuns do ensino regular estudantes com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e, ainda, superdotação ou altas habilidades.

Ou seja, a educação inclusiva parte do princípio que todos os estudantes devem ter a oportunidade de convivência e compartilhamento do ambiente de ensino e aprendizagem, independentemente de qualquer tipo de deficiência, desfrutando da oportunidade de participar e aprender em conjunto.

Para uma instituição de ensino ser considerada inclusiva, portanto, é necessário que trabalhe para valorizar as potencialidades de cada um dos seus estudantes, oferecendo condições de aprendizado e desenvolvimento integral. 

Educação especial na perspectiva inclusiva 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/1996) é que define a modalidade de educação especial, começando na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 

Prevê, entre outros pontos, que os sistemas de ensino assegurem aos estudantes com deficiência currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender às suas necessidades.

Já em 2008, foi lançada a política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Além disso, foi aprovada, por meio de emenda constitucional, a convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência. 

O documento prevê que sejam assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis. Segundo o artigo 24, o qual trata especificamente da educação, os objetivos são:

  • O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e autoestima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana.
  • O máximo desenvolvimento possível da personalidade, dos talentos e da criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e intelectuais.
  • A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre.

Benefícios de ser inclusivo

Investir na educação inclusiva traz benefícios para diversos atores envolvidos: estudantes com e sem deficiência, professores e a sociedade como um todo. 

De acordo com o levantamento O que a população brasileira pensa sobre educação inclusiva, realizado pelo Datafolha por encomenda do Instituto Alana, em outubro de 2019, 86% dos entrevistados concordam que as escolas se tornam melhores ao incluir crianças com deficiência. Além disso, 76% acreditam que as crianças com deficiência aprendem mais estudando junto com pares sem deficiência. 

Nesse sentido, ser inclusivo traz benefícios como aumento da confiança dos estudantes, aprimoramento das habilidades de comunicação e o oferecimento de uma educação com mais qualidade.

Confiança dos estudantes

Uma das características da escola inteligente é aprimorar a experiência de aprendizado, levando, entre outros pontos, à formação de estudantes mais preparados e confiantes. Sendo assim, os métodos tradicionais de lidar com estudantes com deficiência ou dificuldades de aprendizado podem ter impacto prejudicial na autoestima de uma criança ou adolescente.

Isso porque separá-los em pequenos grupos e ensiná-los fora da sala de aula principal reforça a ideia de que devem ser tratados de maneira diferente. Ao oferecer a todos os estudantes a oportunidade de serem parte de uma só classe, a instituição de ensino estimula o senso de pertencimento e as interações positivas entre pares.

No entanto, é importante nunca perder de vista as necessidades individuais de cada estudante, oferecendo suporte mesmo fora de sala de aula ou apoio em temas específicos. 

Aprimoramento das habilidades de comunicação

Uma sala de aula inclusiva permite que todos os estudantes aprimorem suas habilidades de se comunicarem uns com os outros. Ao segregar grupos, os círculos sociais deles, consequentemente, serão menores e, ainda, terão menos oportunidades de interação do que em uma turma diversa.

Com uma sala de aula integrada, a instituição de ensino promove a possibilidade de interação entre estudantes com habilidades e características variadas. Isso, ainda, abre a oportunidade de eles desenvolverem sua comunicação, assim como se adaptarem a um nível variado de interação social.

A educação inclusiva apoia, inclusive, a preparação de estudantes para suas carreiras futuras. Isso porque, ao ingressarem no mercado de trabalho, atuarão com pessoas diversas, com diferentes habilidades e características. Nesse sentido, faz toda a diferença preparar crianças e adolescentes para esse cenário de inclusão, estimulando esse ambiente na sala de aula.

Qualidade da educação

Toda criança e adolescente têm o direito de ter acesso a uma educação de qualidade. Ao oferecer uma sala de aula inclusiva, portanto, a escola deve garantir que todos os estudantes tenham ao seu dispor o mesmo nível de educação. 

Incluir os estudantes com e sem deficiência em uma mesma sala de aula garante que todos possam aproveitar o currículo completo. Práticas como o ensino interativo permitem personalização, assim como professores podem e devem ter diferentes estilos e ritmos de acordo com a turma. Contudo, é preciso garantir que todos tenham acesso igual ao conteúdo.

Não à toa, como acontece na educação 5.0, as disciplinas devem ser adaptadas às necessidades de cada aluno. Oportunidades diferenciadas de aprendizado possibilitam que cada estudante se desenvolva de acordo com suas peculiaridades e características. 

Quais deficiências a educação inclusiva busca abranger?

A educação especial na perspectiva da educação inclusiva tem como público-alvo todos os estudantes, independentemente das particularidades de cada um. Entretanto, as pessoas com deficiência compõem um dos principais focos da área, principalmente por conta da privação histórica desse público de fazer parte das instituições de ensino regulares.

Além disso, segundo determinação da legislação, o público-alvo da educação inclusiva é composto por estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e superdotação ou altas habilidades. Inclui:

  • Surdez e deficiência auditiva.
  • Cegueira e baixa visão.
  • Déficit intelectual ou atraso cognitivo.
  • Transtorno do Espectro Autista.
  • Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
  • Dislexia.
  • Deficiência física neuromotora.
  • Lentidão na aprendizagem.
  • Superdotação ou altas habilidades.

É importante reforçar que a educação inclusiva, no entanto, abrange todas as pessoas, sem fazer nenhum tipo de exceção. Estudantes com ou sem deficiência têm direito ao estudo, à matrícula, à presença e à participação em todas as atividades da instituição de ensino para que, assim, possam desenvolver seu pleno potencial. 

O papel da tecnologia na educação

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Segundo dados do Censo Escolar 2021, divulgados em fevereiro de 2022 pelo Inep, as matrículas na educação especial aumentaram em todas as etapas (Infantil, Fundamental e Médio), seja nas classes especiais e escolas exclusivas, seja nas classes regulares com estudantes incluídos.

De certa forma, pode ser considerado um reflexo de políticas do Ministério da Educação, como implantação de salas de recursos multifuncionais e adequação de prédios escolares em relação a aspectos relativos à acessibilidade. 

Outros aspectos relevantes são a formação continuada de professoras da educação especial e do Benefício de Prestação Continuada de Assistência Social (BPC) na escola, além do programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, o qual estimula a formação de educadores e gestores para, assim, criar sistemas educacionais inclusivos.

Nesse sentido, é importante reforçar ainda o papel da digitalização e da tecnologia como fatores decisivos na educação inclusiva. 

O uso de soluções tecnológicas como mediadores de aprendizagem para estudantes com dificuldade de se socializar, como pode acontecer com crianças e adolescentes com TEA, por exemplo, possibilita realizar atividades pedagógicas a distância, graças também às soluções de conectividade, tornando mais fácil o processo de interação social.

Ferramentas usadas na educação inclusiva

A conectividade é ferramenta indispensável quando o assunto é educação inclusiva. Porém, há muitas outras soluções que ocupam papel importante para democratizar o acesso à educação e à aprendizagem para todos os estudantes, como Cloud, Big Data e IoT

Cloud

Com a solução em Cloud, é possível que arquivos compartilhados e plataformas de ensino fiquem disponíveis 24 horas por dia, 7 dias na semana. Outro diferencial é a possibilidade de acesso de onde o estudante estiver e de diferentes dispositivos. 

Do ponto de vista da acessibilidade, essa é uma ferramenta que faz a diferença, estimulando, inclusive, a participação nas atividades para fazer em casa.

Big Data

Um aspecto essencial para a educação inclusiva é a personalização do ensino de acordo com as necessidades de cada aluno. Desse modo, Big Data é fundamental. Por meio de soluções dessa tecnologia, pode-se reunir informações importantes sobre o nível de entendimento do conteúdo aplicado em sala de aula ou Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

Com o apoio da ferramenta, gestores e educadores têm acesso a dados essenciais sobre os diferentes perfis de estudantes que compõem uma classe. Além disso, com Big Data há a possibilidade, ainda, de oferecer disciplinas extras para quem, por exemplo, demonstra dificuldade em certa matéria.

IoT

No contexto da educação inclusiva, tecnologias como a solução em IoT fazem toda a diferença. Com o apoio da solução, há dispositivos, aplicações e conectividade disponíveis para instituições de ensino incluírem todos os seus estudantes.

Há, por exemplo, aplicações para aprendizado em braille, o que é essencial para estudantes cegos. Teclados virtuais também são fundamentais para o dia a dia estudantil de pessoas com deficiência física neuromotora.

Ferramentas de Colaboração

A educação inclusiva se torna ainda mais possível com o uso de ferramentas de colaboração. O Microsoft 365, oferecido pela Vivo Empresas, conta com recursos como o OneNote, que permite fazer ajustes importantes para quem tem, por exemplo, baixa visão.

Aumentar o tamanho das letras, revisar o contraste  e usar comandos para leitura do texto ou descrição de imagens são outros recursos que podem fazer a diferença no dia a dia.

Futuro da educação inclusiva

A educação especial na perspectiva da educação inclusiva tem contribuição valiosa com o uso da tecnologia. Soluções como IoT e Big Data fazem toda a diferença na inclusão de estudantes com deficiência, estimulando sua autonomia e ajudando-os a desenvolver o seu potencial. 

A tecnologia também é ferramenta importante ao estimular a integração entre todos os estudantes, com suas habilidades e características diversas, tornando o aprendizado mais interativo e interessante. 

Soluções tecnológicas fazem com que a personalização seja cada vez mais uma realidade, aspecto essencial para atender às necessidades específicas de cada estudante.

A Vivo Empresas oferece soluções sob medida para instituições de ensino que investem na educação inclusiva. Com o apoio das ferramentas, criar um ambiente escolar agregador, diverso e antenado com as tendências do futuro é possível.

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Até a próxima! 

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