Quais são os tipos de agricultura e suas tecnologias?

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O agronegócio é um dos principais motores da economia brasileira, mas essa atividade vai muito além dos grandes latifúndios. A verdade é que existem inúmeros tipos de agricultura que contribuem, cada modelo à sua maneira, para o abastecimento da população local e mundial.

Cada agrossistema atende a diferentes objetivos e mercados, porém existe um fator comum a todos eles: a importância da tecnologia para o desenvolvimento do setor. Afinal, a busca pela produtividade é uma constância em todo processo – e inovação é a chave para a sofisticação e o aprimoramento de qualquer atividade comercial.

Neste artigo, você saberá mais sobre os principais tipos de agricultura e como a digitalização atua para a otimização de cada modelo. Siga a leitura do artigo pelos seguintes tópicos:

  • Os principais tipos de agricultura.
  • As tecnologias 4.0 no desenvolvimento da agricultura.
  • Aplicação das tecnologias digitais nos diferentes tipos de agricultura.

Os principais tipos de agricultura

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Cultivar alimentos é uma atividade milenar indispensável ao desenvolvimento das sociedades humanas. Tal prática está totalmente atrelada ao aprimoramento das ciências e tecnologias, as quais promovem técnicas e procedimentos necessários ao desenvolvimento de inúmeros tipos de agricultura.

Atualmente, os métodos de cultivo agrícola são categorizados de diversas formas, dependendo das técnicas utilizadas, objetivos, modelo de negócio, entre outros fatores. Independentemente do modelo, o que não muda é a importância da digitalização para otimizar os processos e trazer ganhos em produtividade e economia de recursos.

Conheça as definições e como funcionam os principais tipos de agricultura presentes na realidade brasileira.

Agricultura intensiva

O agrossistema intensivo, também chamado de agricultura moderna ou industrial, é o modelo de plantio que visa, essencialmente, à busca pela máxima produtividade. Isso significa a utilização de uma série de procedimentos para ampliar a quantidade de produção por hectare e diminuir o tempo entre o plantio e a colheita.

Dessa forma, a agricultura intensiva é o modelo predominante para fins comerciais, especialmente em médias e grandes propriedades (latifúndios). É o sistema utilizado para monoculturas de alto rendimento, como soja e milho, produzidas no Brasil essencialmente para a exportação.

Para elevar a produtividade e se manterem competitivos no mercado, agricultores intensivos necessitam de alto grau de mecanização, de utilização de insumos agrícolas e de biotecnologia. 

Assim, esse modelo faz uso de mudas e sementes selecionadas (ou geneticamente modificadas), gerando lavouras mais produtivas e resistentes. Tal sistema também lança mão de fertilizantes, corretivos de solo e agroquímicos, como pesticidas e herbicidas, visando a nutrição e proteção da plantação.

A agricultura intensiva é uma das grandes responsáveis por tornar o Brasil uma referência mundial em produção de alimentos. Em 2021, o país foi o líder mundial em produção de café, o maior exportador de soja e o terceiro maior produtor mundial de milho e feijão, conforme publicação da Embrapa de outubro de 2022.

Entretanto, esse modelo também é alvo de críticas, especialmente pelas questões ambientais e de saúde pública relacionadas às técnicas de manejo agrícola, como o uso excessivo de agrotóxicos.

Agricultura familiar

A agricultura familiar é o modelo de produção de pequenas e médias propriedades rurais cuja gestão e mão de obra é realizada, essencialmente, pelo núcleo familiar. Esse sistema se contrapõe à agricultura patronal, na qual o proprietário contrata trabalhadores para a lavoura.

No Brasil, a maior parte das propriedades rurais produz nesse modelo. Conforme consta no Boletim da Agricultura familiar – julho – 2021, produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), 77% dos estabelecimentos do campo são classificados dessa forma, ocupando 23% de toda a área agricultável brasileira.

Esse modelo é fundamental para o mercado interno do país, fornecendo boa parte dos alimentos recentes no dia a dia do brasileiro. Segundo dados apurados pelo Canal Agro, produtores familiares são responsáveis por cerca de 70% do feijão, 87% da mandioca e 34% do arroz consumidos nacionalmente.

A importância da agricultura familiar também se reflete em nível global. De acordo com o artigo Which farms feed the world and has farmland become more concentrated?, publicado em junho de 2021 pela Science Direct, as fazendas familiares produzem aproximadamente 80% dos alimentos do mundo em termos de valor.

Esse agrossistema pode ter diferentes níveis de técnicas de manejo agrícola, incluindo maquinários, uso de insumos e tecnologias de automação. Dessa forma, uma propriedade familiar engloba desde fazendas rudimentares, em torno da subsistência, até fazendas especializadas.

Agricultura orgânica

A agricultura orgânica se define por priorizar a sustentabilidade durante o processo produtivo. O objetivo é que os alimentos sejam plantados com o mínimo de impactos ambientais possível, o que também ocasiona comidas mais saudáveis.

Para isso, esse modelo produtivo não utiliza nenhum tipo de produto químico agrícola sintético, como pesticidas, herbicidas ou fertilizantes. Sementes geneticamente modificadas também são abolidas nesse sistema.

Em substituição aos insumos agrícolas industriais, são utilizados métodos naturais de fertilização, adubação e proteção da lavoura contra pragas. Diferentes técnicas são utilizadas para essa finalidade, como a compostagem, a rotação de culturas e o controle biológico de insetos e doenças.

Como resultado dos cuidados para que a produção seja a mais natural possível, alimentos orgânicos são considerados superiores em termos de saúde, sabor e qualidades nutricionais. Por outro lado, o custo dos produtos da agricultura orgânica é maior, devido à menor produtividade.

Conforme o estudo The World of Organic Agriculture Statistics and Emerging Trends 2021, apresentado em setembro do referido ano, apenas 0,5% das terras agricultáveis brasileiras é destinada à produção orgânica. 

O mesmo documento aponta que, no país, houve um crescimento de 37,6% de hectares orgânicos nos últimos 10 anos analisados. Ainda assim, a expansão foi menor que a média mundial durante o mesmo período, contabilizada em 102,4%.

Agricultura vertical

O cultivo de hortaliças e demais culturas em camadas sobrepostas é uma alternativa capaz de transferir parte do plantio dos campos para a cidade. Esse tipo de agricultura é uma das grandes tendências do setor, tendo em vista os inúmeros benefícios gerados em termos de sustentabilidade, economia de recursos naturais e eficiência energética.

Com a agricultura vertical, é possível produzir diversos tipos de alimentos em um ambiente fechado e controlado. Esse sistema faz uso da luz artificial e necessita que fatores como temperatura, umidade, entre outros, sejam ajustados conforme a necessidade de cada plantação.

Geralmente, esse modelo de cultivo utiliza a técnica da hidroponia, que nutre a raiz das hortaliças com uma solução balanceada, diluída na água, sem utilizar solo. Isso gera uma economia significativa de água, sem contar que, devido ao ambiente controlado, há muito menos necessidade de utilizar substâncias químicas para o controle de pragas e doenças.

Outra vantagem da agricultura vertical é o fato de ela ser perfeitamente adequada a centros urbanos, o que diminui a dependência do transporte de alimentos. Por outro lado, esse modelo é restrito a poucas culturas, e há questionamentos sobre a viabilidade dessa técnica para abastecimento em larga escala.

Segundo o relatório Vertical Farming Market Size & Share Report, 2030, da Grand View Research, o mercado de fazendas verticais foi avaliado em US$ 4,34 bilhões em 2021. A expectativa é de que o setor cresça com uma taxa anual de 25,5% até 2030.

As tecnologias 4.0 no desenvolvimento da agricultura

A agricultura se desenvolve de forma entrelaçada com o avanço da tecnologia. Se no início do século XX a agricultura ainda era bastante rudimentar, hoje em dia vivenciamos uma nova era de especialização do setor, decorrente da ampliação do uso das ferramentas digitais.

Esse processo é conhecido como agricultura 4.0, termo que se refere à aplicação das tecnologias baseadas em conectividade no setor. Tal marco é uma evolução do processo conhecido como revolução verde, no qual a lavoura se modernizou em nível mundial com maquinários e insumos químicos agrícolas que deram um salto na produtividade.

Com as tecnologias digitais, esse processo vai além, elevando o nível de automação, monitoramento das atividades e precisão na utilização dos insumos e recursos naturais. O resultado é a economia do produtor, aumento da produtividade e redução de desperdícios, impactando diretamente na sustentabilidade.

Dispositivos inteligentes

Uma das principais tecnologias utilizadas para essa finalidade é a Internet das Coisas (IoT). Essa inovação, no contexto do campo, se caracteriza pelo uso de dispositivos que conectam máquinas, estações meteorológicas e equipamentos em geral à rede. 

Dessa forma, dados podem ser monitorados em tempo real, melhorando a gestão e permitindo a automação de algumas atividades, como é o caso da irrigação inteligente.

A IoT também é essencial para a coleta de informações que alimentam os softwares de big data analytics. Nesse processo, a inteligência de dados orienta a tomada de decisões, dando mais previsibilidade ao gestor em termos de uso de insumos, tamanho da safra, preços, entre outras informações.

Boa parte desses e outros recursos, atualmente, operam com base na tecnologia de computação em nuvem (cloud computing). Nesse método, o proprietário pode utilizar programas computacionais e armazenar arquivos sem a necessidade de investir em hardwares físicos.

Esse sistema ainda traz grandes auxílios à administração da fazenda, promovendo, através das ferramentas de produtividade e colaboração, a eficiência na gestão e controle dos dados do negócio.

Aplicação das tecnologias digitais nos diferentes tipos de agricultura

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A digitalização das fazendas promovida pelas inovações citadas anteriormente pode ser aplicada em qualquer tipo de agricultura. Desde pequenos produtores a grandes latifúndios podem se beneficiar dos recursos 4.0, os quais atendem a diversos tipos de realidades.

Confira alguns exemplos de aplicações da tecnologia em diferentes modelos produtivos:

Agricultura intensiva

Um dos maiores desafios das grandes fazendas do agronegócio é ampliar a produtividade de maneira sustentável, diminuindo a utilização de insumos e água e reduzindo desperdícios. Para isso, o uso de soluções de IoT é uma grande aliada.

Com essa tecnologia, o agricultor pode, por exemplo, mensurar diversos parâmetros do maquinário pesado. Com telemetria avançada, a frota de veículos fica menos tempo parada com manutenção e ganha eficiência no uso de combustível, mitigando a emissão de gases poluentes.

Outra aplicação da IoT para produtores de enormes proporções são os drones agrícolas. Através deles, o monitoramento de áreas largas é otimizado, melhorando a segurança da propriedade. Drones também atuam na pulverização, garantindo uma economia de 30% a 40% dos insumos em relação aos métodos tradicionais.

Agricultura familiar

Muitas fazendas familiares enfrentam desafios para aprimorarem os processos por desconhecerem produtos que levam conectividade a esses lugares. Algumas das possibilidades são a internet via satélite e modens wi-fi portáteis com rede móvel.

Com as soluções em conectividade da Vivo Empresas, as fazendas familiares de todas as localidades do país podem acessar a rede mundial de computadores. Com isso, é possível utilizar recursos que oferecem ganhos de produtividade, como o monitoramento meteorológico.

Agricultura orgânica

Alimentos orgânicos possuem um valor agregado muito maior em relação aos convencionais. Entretanto, muitos consumidores enfrentam dificuldades de encontrar esses produtos, que possuem muito menos abrangência no mercado em relação aos convencionais.

A aproximação entre produtores, varejistas e consumidores finais pode ser facilitada com recursos de computação em nuvem, os quais não apenas otimizam a gestão, mas também permitem o compartilhamento de arquivos e informações entre os diferentes agentes.

Além disso, as já mencionadas soluções em IoT ajudam o produtor a monitorar parâmetros que contribuem para o melhor aproveitamento do plantio, aumentando a produtividade e tornando o negócio mais competitivo no mercado.

Agricultura vertical

De todos os tipos de agricultura mencionadas anteriormente, as fazendas verticais são as mais tecnológicas, necessitando de sensores e dispositivos conectados para o acompanhamento das culturas.

O grande desafio desse sistema é a economia de energia, visto que o plantio demanda luz artificial 100% do tempo, além dos gastos dos demais aparelhos ligados à rede elétrica. Uma solução para reduzir custos são os sistemas de monitoramento do consumo, que analisam os equipamentos para um melhor aproveitamento de energia.

O produto Vivo Eficiência Energética atua justamente nesse sentido. Oferecendo uma plataforma 24 horas de análise de dados, essa ferramenta identifica ações que o negócio pode adotar visando à redução do consumo.

Digitalize sua fazenda

Independentemente do tipo de fazenda, utilizar as melhores tecnologias é uma decisão estratégica para o crescimento do negócio. O futuro do setor é a agricultura de precisão, na qual os recursos digitais promovem a máxima eficiência em sustentabilidade e produtividade.

A Vivo Empresas é a parceira ideal para pequenos, médios e grandes produtores rurais otimizarem suas plantações. Com diversas soluções para o agronegócio, as quais se adaptam a diferentes realidades, sua propriedade se prepara para superar os desafios e produzir de maneira mais limpa e eficiente.

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Até a próxima!

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