O que são smart contracts? Entenda como eles podem revolucionar os negócios

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Os smart contracts (do inglês — contratos inteligentes), prometem transformar completamente a maneira como diversos mercados atuam agora. Essa solução é desenvolvida por meio da tecnologia de blockchain (corrente de bloco), e vai trazer mais segurança para os acordos digitais.

Assim, quando falamos sobre esses smart contracts, é importante destacar que estes não dizem respeito apenas a documentos legais, por exemplo. Na prática, são todos aqueles que podem ser executados sem a necessidade de um intermediário.

Considerando a aceleração da transformação digital e a chegada da rede 5G, existe a tendência de que essa inovação conquiste maior relevância na nova economia. Por isso, é preciso estar por dentro do assunto.

Neste artigo, vamos abordar os principais pontos sobre os contratos inteligentes, sendo eles:

  • Como funcionam os contratos inteligentes?
  • Quais as vantagens dos smart contracts?
  • Onde os smart contracts podem ser usados?
  • Como criar um contrato inteligente?

Como funcionam os contratos inteligentes?

A tecnologia Blockchain é a base dos Smart Contracts
A tecnologia Blockchain é a base dos Smart Contracts

Conforme foi visto, os smart contracts funcionam a partir da tecnologia de blockchain. Essa cadeia ganhou maior relevância no mercado em decorrência da popularização das criptomoedas. A blockchain funciona como um livro contábil público que registra as transações financeiras em blocos. Essas informações são confiáveis e essa inovação foi considerada uma das mais seguras do mundo. 

Essa tecnologia surgiu em 2008 e permite que os dados digitais sejam conectados e verificados por mineradores que, em seguida, registram as transações. Cada um desses blocos tem uma cadeia de informação, a criptografia, que consiste na soma de caracteres do bloco atual com o anterior.

Por isso, romper esse código é praticamente impossível, já que consiste em várias cadeias, ou seja, vários códigos de blocos. Visualmente, seria algo semelhante à composição de um trem, em que há um conector entre cada vagão. No entanto, no blockchain isso acontece de maneira infinita.

Relação entre as tecnologias

Mas, afinal, como essa tecnologia se relaciona com os smart contracts? É o blockchain que está por trás do funcionamento dos contratos inteligentes. Dessa forma, a cadeia de código consiste nas condições preestabelecidas de cada contrato. 

Em um processo de rotina da sua empresa, por exemplo, em que há alçadas de aprovação, é possível aplicar o conceito de smart contracts. Basta definir os critérios que devem ser atendidos para que a atividade siga a sua jornada sem que haja a necessidade de interferência humana. 

Podemos esperar que esse tipo de solução ganhe maior relevância no Brasil nos próximos anos, considerando o aumento da quantidade de startups que estão surgindo

Segundo o relatório da Sling Hub, em 2021, as startups brasileiras concentram pelo menos 70% do volume de aportes realizados no ano. Nesse sentido, o nosso mercado de tecnologia está com força total para inovar.

Quais as vantagens dos smart contracts?

Quem é empreendedor ou gestor sabe que as principais dificuldades no dia a dia da operação consistem nos seguintes aspectos:

  • Segurança de dados;
  • Qualidade;
  • Gestão de custos;
  • Agilidade.

Esses quatro pontos consistem no que chamamos eficiência operacional. Dessa forma, quando os smart contracts são usados da maneira adequada, eles têm o potencial de atuar diretamente na otimização desses aspectos cruciais da boa governança corporativa.

O conceito teve origem no mercado financeiro, mas pode ser usado em qualquer tipo de processo operacional. Para tanto, é fundamental entender o processo em si, mapear as “dores” e entender quais são as oportunidades de melhoria. 

Isso é  importante porque, uma vez feito, não se pode alterar o código. Então, caso haja alguma mudança, é preciso reestruturar a programação do zero. Agora, para trazer mais clareza sobre como os contratos inteligentes podem ser aplicados, vale a pena conferir os seus benefícios.

O código gerado é único como uma digital de uma pessoa
O código gerado é único como uma digital de uma pessoa.

Segurança potencializada

Desde a criação da LGPD (Lei Geral da Proteção de Dados), as empresas estão mais comprometidas em entregar uma melhor experiência de segurança da informação para os seus clientes. Nesse sentido, a Lei vei para fazer os negócios se adequarem, para então garantir essa proteção. Caso contrário, existe risco de multa para a empresa. 

Graças ao blockchain, os smart contracts são uma das alternativas mais poderosas quando o assunto é potencializar a segurança das automações de processos. Ou seja, usando essa inovação, é possível proteger não somente seus clientes, mas também as informações sensíveis e estratégicas do seu negócio.

Hoje, o Brasil é o 5º país que mais sofre ataques cibernéticos no mundo, sendo o maior alvo da América Latina, de acordo com levantamento da Roland Berger. Além disso, a maioria desses ataques são contra empresas, e eles podem acontecer no e-commerce, no aplicativo do negócio e até mesmo na sua rede dedicada.

O uso de recursos de Cloud Computing, bem como o blockchain, contribui para a proteção de dados digitais. Então, é importante inserir barreiras em todas as frentes em que haja informações sensíveis.

Redução de custos

As oportunidades em reduzir custos da operação são variadas e dependem diretamente de dois fatores:

  • As particularidades do negócio;
  • A qualidade das decisões dos gestores.

Portanto, os contratos inteligentes podem ser usados no seu negócio para evitar a ocorrência de erros e tornar os processos mais fluidos. Na prática, isso já contribui diretamente para a otimização de uso dos recursos. 

Além disso, considerando o seu alto nível de segurança, os smart contracts previnem possíveis custos em caso de falha de dados. 

Por exemplo, se dados sensíveis da sua empresa e dos seus clientes são divulgados por hackers, há uma perda financeira direta e indiretamente, podendo se prolongar por tempo indeterminado. Dessa forma, investir nessa solução é uma maneira de colocar em prática uma gestão preditiva.

Mais agilidade no dia a dia

A improdutividade no negócio gera perdas financeiras em curto e longo prazos. Inclusive, ela é o motivo de elevar o Churn rate, ou taxa de rejeição, entre os clientes, que querem que suas demandas sejam atendidas com agilidade.

A sua empresa tem um indicador de improdutividade? Um exemplo prático é o caso da gestão de frotas do transporte e da logística. Essa é uma rotina operacional complexa e de alto custo, em que cada etapa deve ser submetida à melhoria contínua.

Por meio desse indicador, é possível saber se a sua operação está com tempo-resposta dentro do esperado pela média de mercado. Qualquer variação que prejudique a meta deve ser investigada e corrigida. 

Na mesma linha, é comum que as travas estejam em processos validados manualmente e que dependem da intervenção humana. Assim, o uso dos smart contracts possibilita que esses gargalos sejam corrigidos.

Porém, é importante destacar que, para isso dar certo, é fundamental que os critérios de aceitação estejam bem claros e condizentes com as etapas dos processos. 

Otimização da qualidade

A agilidade é um dos critérios de qualquer processo operacional, porém não é o único. Na verdade, não adianta realizar uma entrega rápida sem atender aos outros critérios padrão do negócio.  Ou seja, existe uma qualidade mínima que todo cliente espera para se sentir satisfeito.

Igualmente, para que os contratos inteligentes possam resultar em uma otimização, é fundamental ter a definição de quais são as condições de qualidade. Na prática, eles são os critérios de aceite que citamos anteriormente. 

Mais do que na formalização de documentos, o conceito de smart contracts pode ser usado em qualquer rotina digitalizada que demande condições que devem ser atendidas. Assim como a inteligência artificial identifica se houve ou não o atendimento a essas condições, não há um intermediário.

Logo, isso facilita o dia a dia do gestor, que pode direcionar seus esforços para resolver problemas e montar estratégias. Portanto, além de ter mais praticidade na gestão dessas rotinas, os contratos inteligentes permitem que a experiência do cliente seja impactada positivamente. 

Para identificar a qualidade da sua operação, vale a pena aplicar a metodologia NPS (Net Promoter Score, ou Índice Líquido Promotor). Consequentemente, por meio do feedback dos clientes fica mais fácil identificar em qual etapa há oportunidade para aproveitar os benefícios dos smart contracts.

Onde os contratos inteligentes podem ser usados?

De acordo com a Statista, a Ethereum, a rede criada para os smart contracts, em 2021, domina pouco mais de 20% de todo o mercado potencial de criptomoedas. Considerando esse dado, é possível imaginar que o segmento de contratos inteligentes também é uma grande possibilidade a ser explorada.

Ainda não existe um Marco Legal sobre o tema, o que pode dificultar quando pensamos na sua aplicação no ambiente jurídico. No entanto, isso não inviabiliza o uso dessa tecnologia nas frentes essenciais da gestão de negócios. Basta ter atenção às suas limitações para garantir o uso correto desse recurso.

Hoje, o conceito de smart contracts e das finanças descentralizadas já está em debate pelo BC (Banco Central), e mostra a sua relevância para o segmento financeiro. Isso é um reflexo da chegada do Open Banking e do pagamento instantâneo Pix, bem como da popularização das criptomoedas.

Além do segmento financeiro e da logística, o uso de contratos inteligentes pode ser aplicado em cenários como

  • E-commerce (lojas virtuais), marketplaces e aplicativos;
  • Mercado imobiliário;
  • Games e entretenimento;
  • Telecomunicações;
  • Gestão de contratos jurídicos;
  • IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas);
  • Segurança da Informação.

Assim, há uma gama de oportunidades para aplicar essa tecnologia no negócio. O mais importante é entender como usar esse recurso. Nesse sentido, a integração do processo é fundamental para o sucesso dessa decisão.

Como criar um contrato inteligente?

Para ser considerado um smart contract, a cadeia de código deve atender a três regras básicas, sendo elas:

  1. Observalidade — verificar se as partes do contrato estão cumprindo os critérios de aceite.
  2. Verificabilidade — garantir os dados dos eventos que provem que se as condições preestabelecidas foram atendidas ou não.
  3. Privacidade — restringir o acesso apenas para usuários-chave.

Dessa maneira, o modo como o processo vai ser construído no detalhe depende diretamente das particularidades da sua operação e do objetivo-fim do contrato. Mas, independentemente do contexto, é fato que deve haver pelo menos critérios de aceitação claros.

Por exemplo, suponhamos que os clientes denunciaram a sua frota de veículos por má condução dos motoristas. Então, os gestores optam por instalar uma telemetria com uma funcionalidade de smart contract que restringe a velocidade dos automóveis a 60 km/h.

Para garantir isso, a rede de computador em que o código está inserido realiza a validação dos dados que são compartilhados pelo veículo em tempo real. Assim, o bloqueio da velocidade é feito quando os dados atendem aos critérios apresentados no contrato e a maioria dos computadores conectados validam a operação.


LEIA MAIS: Cidades Inteligentes e 5G: como a tecnologia transforma o futuro


Conclusão

Para poder colocar essa tecnologia em prática é essencial ter uma cultura de inovação. Afinal, há outras demandas tecnológicas nesse caminho, como uma boa conexão, o uso de telemetria ou a potencialização da IoT.

Ter uma parceria estratégica faz toda a diferença na hora de investir. A Vivo Empresas é referência nacional em projetos disruptivos e está à frente da concorrência quando o assunto é transformação digital. Vale a pena conhecer e saber como ela pode ajudar o seu negócio.

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Até a próxima!

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