Como empresas sustentáveis usam a tecnologia para criar um futuro verde e saudável

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Já há alguns anos que a preocupação com empresas sustentáveis tomou grande importância nas discussões sobre negócios. Este foco é justificado, mas não surge sem algumas complicações.

Em primeiro lugar, vale notar que, apesar de a preocupação especificamente com indústrias dominar a mídia, a ideia de incentivar ações com viés ambiental faz parte de todos os setores da economia. Afinal, só porque as chaminés de uma fábrica são muito visíveis, não significa que sejam a única fonte de poluição.

Seja em escritórios, que lidam com milhares de folhas de papel, ou no campo, com uso abundante de água e energia, a preocupação existe em todo lugar. Contudo, os avanços tecnológicos contribuem cada vez mais para um mundo mais verde.

Seja de formas mais óbvias ou através de ganhos indiretos e até inesperados, questões como a digitalização e o uso mais inteligente de dados apoiam diariamente a garantia de mais sustentabilidade.

Tendo isso em mente, confira neste artigo como organizações mundo afora estão ajudando a diminuir a poluição. Você também verá:

  • A importância da cultura para construir empresas sustentáveis
  • EGS: o que é este conceito adotado cada vez com mais frequência
  • Como a tecnologia apoia as transformações das empresas sustentáveis
  • A preocupação com o meio ambiente no agronegócio
  • As vantagens da sustentabilidade nas empresas

Mudanças culturais impulsionam as empresas sustentáveis

Representação gráfica de mulher tocando uma folha ilustrando empresas sustentáveis
Ser sustentável está para muito além das relações públicas, tendo profundo impacto no sucesso dos negócios

Como toda mudança de paradigma, para que uma organização adote medidas ambientais, é preciso começar pela cultura. Em parte, isso se deve ao óbvio: se o público interno não tiver essas preocupações em foco, a organização tenderá a falhar nas ações voltadas ao tema.

Mas, indo além, vale notar que empresas que implementam ações de sustentabilidade de forma incompleta sofrem para colher resultados satisfatórios.  Muito provavelmente porque  os clientes mais antenados às consequências ambientais já percebem quando as atitudes realizadas pela marca são inconsistentes com seu discurso de marketing, por exemplo. 

Independentemente da causa – e contribuindo como argumento adicional à adoção completa de mudanças culturais – também nota-se o bem que essas ações representam ao planeta. Além de reduzir o peso da corporação no ambiente, alterações na cultura também podem impactar colaboradores, parceiros e até clientes, criando um positivo efeito em cadeia.

Portanto, organizações que visam tornar-se mais sustentáveis devem olhar para dentro. Analisar seus processos e atitudes, avaliando mudanças válidas e criando uma cultura de respeito. Afinal, com a preocupação ambiental, também surgem regras que devem ser seguidas por todos os membros da corporação.

Essas mudanças podem começar por pequenos passos, como a reutilização de material, evitando perdas e lixo desnecessário. Mas, em pleno século 21, o foco está em uma nova – e importante – sigla: ESG.

O que é ESG e por que este conceito está em alta

Apesar de não ser algo particularmente novo, o ESG tem se tornado cada vez mais difundido, em especial durante a pandemia da Covid-19. Assim como muitas siglas do mundo corporativo, ela vem do inglês e se refere a três eixos do trabalho pela sustentabilidade: meio ambiente, social e governança corporativa (Environmental, Social, and Corporate Governance).

A ideia é trazer métricas e objetivos em certas áreas, a fim de que organizações tenham algo mais concreto para seguir e avaliar em sua evolução. Para entender melhor, os três pilares do ESG podem ser resumidos da seguinte forma:

  • Meio ambiente – ações pela preservação ambiental, redução de resíduos, reutilização de materiais, etc.
  • Social – defesa da diversidade, dos direitos humanos e dos consumidores, proteção aos animais, etc.
  • Governança corporativa – boas relações com colaboradores, compensações justas e adequadas, estrutura da gestão empresarial, etc.

Nota-se, particularmente, a inclusão de mais aspectos além do ambiental, indicando que empresas sustentáveis também têm deveres em outras áreas. O ESG, então, serve como forma de avaliar o impacto de empresas no planeta, de forma abrangente e completa.

É importante lembrar que o ESG é um índice. Ou seja, não se trata de uma série de técnicas predefinidas, mas sim uma forma de avaliar a performance da organização em diversos eixos. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que as ações a serem tomadas variam de uma corporação para outra, dependendo das suas atividades.

O impacto do ESG

Para o mundo de investimentos, o ESG é um índice altamente importante, ocasionalmente agindo  como um selo de qualidade. 

Para ilustrar, segundo pesquisa divulgada e comentada em áudio, pelo portal Um Só Planeta, em abril de 2021, 77% dos investidores entrevistados dizem que 2020 foi um ano de grandes mudanças na forma como avaliam as organizações, incluindo um expressivo aumento em iniciativas ESG. 

Ou seja, organizações que já se preocupam com essas questões estão se tornando muito mais interessantes no mercado financeiro.

Essa resposta, segue a tendência indicada no artigo publicado em fevereiro de 2020 pela consultoria McKinsey, que traz dados altamente interessantes sobre os investimentos em empresas sustentáveis, conforme listados a seguir:

  • 83% dos investidores esperam que o ESG aumente o valor das ações das companhias com o tempo;
  • esses mesmos investidores indicam estarem dispostos a pagar até 10% a mais para investir em uma organização com índice ESG positivo, em comparação a uma negativa;
  • cerca de metade dos pesquisados acredita que as ações ambientais e sociais trazem benefícios financeiros no curto prazo, enquanto quase todos acreditam em benefícios no longo prazo.

Esses dados ilustram, então, a importância de adotar estratégias ligadas ao ESG, particularmente se há planos de inserir o seu negócio na bolsa de valores ou em buscar investimentos de terceiros. Claramente, do ponto de vista financeiro, é tido como vital ter os pilares ambiental, social e de governança corporativa em mente.


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A tecnologia ajudando no surgimento de mais empresas sustentáveis

Representação gráfica de folha como chip de processamento
Soluções de IoT, Big Data e Cloud permitem não só ser mais estratégico como também mais ecologicamente correto

Conforme novos indicadores e demandas surgem, o uso da tecnologia também cresce para atendê-las. E, quando o assunto é sustentabilidade, há muito o que aproveitar, independentemente do ramo do seu negócio.

Os benefícios, porém, variam bastante na sua escala. Indo desde pequenas melhorias no dia a dia a grandes mudanças nos processos, há meios variados pelos quais a inovação tecnológica ajuda a garantir a sustentabilidade, em todos os setores da economia. 

Devido à sua diversidade, é impossível listar todas as frentes em que a tecnologia contribui, mas, a seguir, estão algumas das mais importantes e/ou interessantes.

1. Menos papéis, mais documentos digitais

Toda empresa precisa trabalhar com uma grande quantidade de documentos, esta é uma verdade inescapável. Mas, em tempos modernos, muito material pode ser tratado de forma 100% digital.

É claro que, por questões legais, nem todos os negócios têm a possibilidade de se tornar 100% paperless, mas alguma redução sempre é possível. Aproveitando a conectividade e até mesmo soluções em cloud, muitos documentos podem viver apenas no mundo digital.

O benefício óbvio disso é a redução do papel, que por si já faz bem ao ambiente e reduz custos. Mas, além deste aspecto, há a redução de tempo perdido guardando os documentos e procurando-os quando for necessário (já que ferramentas de armazenamento dispõem de sistemas de busca). Ademais, há economia nos impostos e/ou aluguel, eliminando a necessidade de arquivos enormes ocupando espaço físico.

Segundo pesquisas, em uma organização que consiga eliminar os papéis por completo, usando corporações americanas como base, a economia pode ultrapassar 50 mil dólares ao ano, sem falar nos efeitos positivos ao meio ambiente. Tudo isso demonstra que, além de fazerem bem para o planeta, empresas sustentáveis também têm benefícios financeiros inerentes.

2. Transportes modernos e econômicos

De modo geral, substituir combustíveis fósseis por carros elétricos já reduz muito as emissões, mas este benefício é ainda maior no Brasil. Segundo publicação de janeiro de 2020 do Governo Federal, 83% de toda a geração de energia elétrica do País vem de fontes renováveis.

Ou seja, ao substituir uma frota à base de combustíveis fósseis por carros elétricos, a empresa está, na prática, investindo duas vezes na sustentabilidade — em um primeiro momento, ao reduzir as próprias emissões e, depois, ao aderir a fontes de energia com menos impacto ao ambiente.

Ademais, nota-se que muitos dos fabricantes de veículos elétricos são os mesmos que investem em transportes autônomos e no uso de inteligência artificial no trânsito. Essas tecnologias, portanto, podem ser traduzidas em rotas mais eficientes, evitando congestionamentos e reduzindo o tempo necessário para a entrega.

Outra opção particularmente interessante no transporte de objetos menores, são os drones. Cada vez mais comuns, eles agilizam e facilitam muito a logística e distribuição de itens, ao mesmo tempo em que ajudam a eliminar as emissões.

3. IoT e controle de dados para reduzir gastos desnecessários

Mesmo com grande parte da matiz energética brasileira vindo de fontes renováveis, é importante evitar gastos desnecessários. E esse é um ponto no qual a IoT, ou internet das coisas, vem ajudando cada vez mais.

Particularmente úteis para empresas sustentáveis, são as formas como gestores e especialistas podem gerenciar os mais diversos dispositivos. Bares e restaurantes, por exemplo, podem controlar seus refrigeradores à distância para evitar o uso desnecessário de energia em momentos em que os aparelhos não estão sendo usados.

Aqui também vale destacar o papel do Vivo Eficiência Energética — serviço da Vivo Empresas que se baseia na conectividade e nos avanços da IoT para medir e prever o uso de energia dos dispositivos remotamente. Esse avanço tecnológico, então, permite um controle dos seus equipamentos à distância e sem complicações.

Adicionalmente, a internet também possibilita o agendamento de manutenções preventivas em equipamentos, evitando falhas que podem afetar negativamente o consumo energético dos aparelhos em operação.

Também é possível ter empresas sustentáveis no agronegócio

Muitos dos benefícios citados aqui, apesar de úteis para o agronegócio, parecem mais voltados ao comércio e serviços. Mas o mundo digital também traz novidades sustentáveis exclusivas para o trabalho rural.

Além do uso de drones e de automações —  aspectos já altamente interessantes, conforme citados anteriormente —, o uso inteligente de dados como contribuinte para a biotecnologia se torna muito chamativo. Assim, com avanços em Big Data, pesquisas no setor são aceleradas, garantindo aplicações práticas aos produtores rurais.

Por meio de questões como modificação genética, então, os possíveis benefícios chegam a ser incalculáveis. Por exemplo, podem ser desenvolvidas plantas mais resistentes a doenças, reduzindo o uso de pesticidas. Ou mesmo alimentos que precisem de menos água para crescer, garantindo economia no consumo deste recurso.

E, além dos avanços em biotecnologia, a IoT ainda permite ao produtor um controle mais preciso sobre o uso de recursos hídricos na irrigação, evitando gastos desnecessários. 

Esta é uma questão que ganha importância ao observar as previsões do Atlas Irrigação, publicado em 2019 pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, que estimou um aumento de 66% no uso de água para irrigação até 2030.

Ademais, zonas rurais, por se tratarem de espaços mais abertos, são pontos altamente interessantes para a instalação de painéis solares, contribuindo para o consumo inteligente da eletricidade.


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As vantagens de ser sustentável

Algumas das vantagens financeiras já foram mencionadas acima, como economia de papéis, redução do uso de energia e até um maior interesse por parte de investidores nas ações da marca. Mas os ganhos das empresas sustentáveis também alcançam o consumidor e o âmbito social.

Segundo reportagem publicada em abril de 2021 pela revista Exame, um estudo global indica que 70% dos consumidores estão dispostos a pagar 5% a mais por determinados produtos se as companhias responsáveis forem ecologicamente conscientes.

A mesma matéria ainda destaca o mercado de substitutos de carne, citando, como exemplo nacional, a Fazenda Futuro. A companhia, que desenvolve alimentos que imitam gosto e textura de carne (mas são feitos 100% à base de plantas) tem sido tão procurada por consumidores que atestou um crescimento de 300% em um ano.

Além disso, diversas pesquisas publicadas nos últimos anos demonstram um grande interesse das novas gerações (em particular, Millennials e Gen Z) por produtos amigáveis ao meio ambiente, acompanhando a crescente preocupação com o meio ambiente pelos jovens. Mas, como notado inicialmente, é preciso garantir que a cultura organizacional condiga com a imagem que a empresa quer passar, já que o público pode perceber quando se trata de um posicionamento “falso”.

Conclusão

Questões como essas demonstram que as organizações têm muito a ganhar ao investir em sustentabilidade —  e que há várias formas de fazê-lo.

Apostar em mudar a cultura da empresa, adotar novas técnicas, procedimentos e tecnologias e, então, comunicar ao mercado parece muito trabalho, mas há muito a ganhar com este investimento. E aqueles que buscam meios de tornar o negócio mais sustentável, podem contar com o apoio da Vivo Empresas para melhorar seus indicadores de ESG.

Aproveitando as soluções de Conectividade e IoT, o negócio pode obter uma visão mais precisa do consumo energético, controlando gastos e evitando perdas desnecessárias. Especialmente ao complementar os serviços contratados com o Vivo Eficiência Energética, dando um controle maior e mais acessível aos dados e dispositivos.

Também vale aproveitar soluções de Big Data para uso inteligente dos dados, especialmente no campo, garantindo tomadas de decisão mais precisas e focadas na economia de energia e redução de emissões. E, claro, os serviços baseados em Cloud — afinal, será necessário um ambiente seguro e estável para arquivar os documentos digitalizados.

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Até a próxima!

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