Futuro do trabalho: com ascensão da automação, robôs e humanos deverão trabalhar lado a lado

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O futuro do trabalho é constantemente modelado pelas mudanças comportamentais e tecnológicas que afetam equipes, líderes e até o espaço físico dos escritório. Tendo isso em vista, entender como o âmbito profissional se desenvolverá nos próximos anos é fundamental para preparar a longevidade do negócio.

Especialmente após as transformações ocorridas na economia global desde 2020, um olhar de longo alcance para os desafios e as oportunidades que se desenham será decisivo. Afinal, foram muitas as inovações implementadas nesse conturbado período.

 A tendência é de que cada vez mais atividades sejam automatizadas e que os robôs passem a ser “colegas” dos seres humanos em diferentes mercados. Ao passo em que tal evolução é inevitável, os impactos desse fenômeno no futuro do trabalho exigem a atenção de pequenas, médias e grandes companhias.

Interessou? Então siga com a leitura deste artigo. Confira também:

  • Panorama atual do trabalho e da automação
  • Acelerando o futuro do trabalho
  • A tecnologia como complemento
  • Tendências no futuro do trabalho

Panorama atual

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Máquinas autônomas colaborando com o trabalho humano são cada vez mais comuns

Não é surpresa que a tecnologia mudou os modelos de negócios e a forma como o trabalho é feito. Aliás, trata-se de um fator primordial na evolução do mercado, que demanda transformações cada vez mais rápidas. 

Podemos até citar algumas importantes transições, como

  • migração de arquivos e procedimentos para alternativas digitais, com benefícios claros em segurança digital, mobilidade e eficiência;
  • captação e análise constante de dados, com o objetivo de extrair indicadores, tendências e outras informações úteis ao negócio;
  • emprego de bots e outras tecnologias inteligentes em tarefas simples e repetitivas, diminuindo os custos correspondentes.

Nesse sentido, a automação é uma das grandes conquistas ao longo desses anos de avanço. Para exemplificar, a proporção média de trabalho realizado por ferramentas autônomas (bots, robôs, inteligências artificiais e afins) dobrou, entre 2016 e 2019, de 8 para 17%, e, até 2023, deve chegar a 30%. 

Os números são de um relatório da Sociedade de Gestão de Recursos Humanos (SHRM) junto a Willis Towers Watson, divulgado em 2020.

O estudo ainda traz uma informação bastante pertinente ao futuro do trabalho. Segundo a pesquisa, 85% dos empregos que existirão em 2030 ainda não foram inventados.

Em paralelo, é possível também analisar o crescimento gradativo do uso de tecnologias autônomas e que, até pouco tempo, restringiam-se às perspectivas de futuro, a exemplo da robótica. De acordo com um artigo da Federação Internacional de Robótica (IFR), divulgado em janeiro de 2021, o crescimento na adoção dessas máquinas é claro.

Na realidade, o levantamento da IFR mostra um recorde global na densidade média de robôs na indústria de manufatura: 113 unidades por 10 mil funcionários. O índice de automação é maior na Europa Ocidental, com 225, seguida pela Europa Nórdica, com 204. 

Um destaque mundial é Cingapura, que possui 918 unidades por 10 mil funcionários. No caso, a maioria está ​​na indústria de eletrônicos para a fabricação de semicondutores e periféricos de computador.


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Acelerando o futuro do trabalho

Embora grande parte da presença de robôs ainda permaneça nas grandes indústrias, como a automobilística, outros segmentos vêm investindo na tecnologia.

Para ilustrar, os pedidos de robôs para uso automotivo cresceram 20% de janeiro a setembro de 2021, segundo levantamento da Associação para o Avanço da Automação (A3). Ao mesmo tempo, nas companhias não automotivas, o aumento foi de 53%, totalizando 16.355 unidades.

Os dados da A3, reportados na CNN em novembro de 2021, indicam uma expansão do interesse em robótica. Inclusive, um movimento que foi acelerado após a crise sanitária, cujas medidas de distanciamento social impactam os negócios globalmente.

Dessa forma, podemos citar a presença da robótica em hospitais, facilitando o atendimento e diminuindo a chance de contaminação. Ou, ainda, nos serviços de limpeza e monitoramento, não apenas em instituições médicas, mas também em aeroportos e espaços comerciais.

Em outras palavras, no futuro do trabalho, essas máquinas serão cada vez mais frequentes — por diferentes motivos e com diferentes aplicações. 

Em países como o Japão, inclusive, a adoção dos robôs já ocorre, com o objetivo de evitar o desabastecimento de atividades industriais e comerciais, pois devido à falta de mão de obra disponível para tarefas mais simples e repetitivas, agentes públicos e privados temem um déficit de até  1,5 milhão de trabalhadores até 2030.

A tecnologia como complemento da equipe humana

Há muitos recursos que são partes essenciais na dinâmica profissional atual. A conectividade é um bom exemplo, uma vez que facilita a comunicação entre times e na relação empresa–cliente. Além disso, aliada à nuvem, foi o fator que estruturou os modelos remoto e híbrido —  uma das grandes tendências para o futuro do trabalho. 

Por sua vez, o próprio cloud computing foi responsável por levar diversos outros atributos a empresas de todos os portes. Além de agregar escalabilidade e versatilidade, essa tecnologia criou meios para armazenar, transmitir e captar um dos ativos mais valiosos para qualquer negócio moderno: a informação.

Porém, quando o assunto é eficiência e resiliência, valor este que é muito estimado pelas organizações atualmente, a automação é o caminho certeiro. Para que seja possível, algumas tecnologias precisam ser aprimoradas, como a própria IoT.

IoT é uma das tecnologias essenciais na automação

Hoje, os equipamentos de IoT, que incluem desde maquinários pesados até sensores e câmeras, são grandes exemplos de automação. 

Um caso pioneiro no mundo é o das lojas Amazon Go, em que o conceito de autoatendimento é levado além. Isso porque, na prática, o consumidor pode entrar no estabelecimento, selecionar seus produtos e levá-los para casa sem interagir com pessoas ou, até mesmo, máquinas. 

São as câmeras e os sensores nas prateleiras que, além de identificarem o cliente em questão, localizando de pronto a sua conta Amazon, adicionam os itens a um carrinho virtual. Ao final, basta deixar o local para que o pagamento seja processado automaticamente. No Brasil, o mesmo conceito já é empregado pela retail tech Zaitt.

Já nas indústrias, com seus processos de natureza repetitiva e escalável, a IoT permite a automação e o controle remoto de operações, veículos e outros equipamentos. 

Por conta disso, esse mercado tem um enorme potencial de aproveitamento dessas tecnologias autônomas e inteligentes, impactando o futuro do trabalho de forma singular. Segundo previsão da GSM Association, de dezembro de 2020, a América Latina terá 1,2 bilhão de conexões IoT, impulsionadas principalmente pelo setor de negócios, até 2022.

A ascensão dos robôs

Além das linhas de produção, os robôs autônomos também já fazem parte de grandes depósitos e centros de distribuição ou, dependendo do lugar, até em restaurantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem máquinas na cozinha de grandes cadeias de fast food, responsáveis por atividades como fritar batatas e hambúrgueres.

Contudo, não é só nas rotinas mais simples que a tecnologia pode ser uma alternativa. Com a ajuda da Inteligência Artificial (AI), esses equipamentos passam a ser viáveis em processos mais complexos, modificando ainda mais o futuro do trabalho.

De acordo com a McKinsey & Company, testes de qualidade realizados com AI na indústria aumentam a detecção de defeitos em 90%, em comparação com a inspeção humana. Além disso, há também um aumento de produtividade de até 50%.

É por isso também que o Gartner, em seu artigo publicado em outubro de 2020, prevê um crescimento conjunto das tecnologias. Segundo o estudo da companhia,  30% das companhias que implementaram IoT também terão adotado AI em ao menos um projeto inteligente até 2023.

Colaboração entre humanos e máquinas beneficia a economia

Apesar do avanço irrefreável da automação e da robotização de tarefas, é importante esclarecer que o objetivo desse movimento não é substituir os trabalhadores humanos. Historicamente, é possível ver que as inovações raramente apenas removem empregos, mas os reorganizam, dando origem a novas oportunidades de carreira.

Dessa forma, um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF) sobre o futuro do trabalho estima que 85 milhões de empregos podem ser perdidos até 2025. Entretanto, no mesmo período, 97 milhões de novas posições devem surgir. 

No caso da robótica, quando máquinas tomam conta de certas atividades em uma operação, elas também liberam a equipe para focar em outros fatores. Afinal, o estado da AI ainda está longe do da humana e, portanto, há uma série de processos em que pessoas são insubstituíveis. 

Em primeiro lugar, são necessários profissionais para supervisionar esses robôs, identificar problemas e encontrar soluções. Além disso, um outro bom exemplo são funções que exigem habilidades sociais, como o atendimento ao cliente. Já existem chatbots para agilizar parte da comunicação, porém é preciso ter uma equipe disponível para resolver questões mais sensíveis.

De modo geral, a probabilidade é de que no futuro do trabalho os robôs atuem lado a lado com os humanos, realizando tarefas braçais ou muito extensas. 

Tendências no futuro do trabalho para as empresas

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Alta no uso de dispositivos inteligentes no trabalho também ampliará demanda por profissionais de TI

A fim de se preparar melhor para o futuro do trabalho, é crucial entender as tendências que guiarão colaboradores e espaços profissionais. É com esse conhecimento que será possível planejar os próximos passos do negócio, uma vez que pode ser necessário incluir novos elementos à cultura da empresa.

Profissões: quem estará em destaque?

Para começar, algumas ocupações, como as relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática, estarão em alta, devido ao aumento em massa da automação. Aliás, o mercado pode sofrer com uma escassez de profissionais qualificados nessas áreas.

Paralelamente, cargos que exijam habilidades interpessoais, por exemplo, serviços sociais, assistência médica e funções educacionais, também estarão em ascensão. 

Na realidade, todo o conhecimento que não pode ser replicado pela tecnologia, como criatividade e inteligência emocional, será mais valioso daqui para frente.

Força de trabalho planejada e adaptável

Como mencionado anteriormente, tanto conhecimento técnico quanto as chamadas soft skills serão fundamentais no futuro do trabalho. Nesse sentido, as companhias devem se esforçar para ter essa mesma flexibilidade dentro de sua estrutura, aplicando a automação, mas mantendo uma força de trabalho diversa. 

Com a combinação estratégica de tecnologia e profissionais especializados, o negócio terá mais chances de sucesso frente aos novos desafios do mercado. 

Requalificação dos profissionais

Quando se fala em planejamento da força de trabalho, isso não se limita aos cuidados na contratação de novos profissionais. Para seguir em frente com o aumento de eficiência trazido pela automação, é preciso apoiar a equipe existente, fornecendo oportunidades para que essa se requalifique.

A realidade é que as mudanças tecnológicas acontecem de forma cada vez mais acelerada. Sendo assim, para que os colaboradores consigam acompanhar as demandas, as companhias devem adotar iniciativas internas de capacitação técnica e desenvolvimento.

Lifelong learning

Nas nações mais desenvolvidas, o conceito de aprendizagem contínua (do termo em inglês lifelong learning) já está bastante disseminado. 

Em termos práticos, trata-se de buscar a constante atualização das próprias competências profissionais, em vez de apenas quando confrontado com obstáculos. Não por acaso, é exatamente esse tipo de pensamento que deve acompanhar o futuro do trabalho dentro das organizações.

Inclusive, vale dizer que adotar essa estratégia no treinamento da força de trabalho pode até mesmo ser um chamariz para novos talentos. Tendo em vista que a competitividade por profissionais qualificados tende a aumentar, esse é um diferencial interessante no mercado.


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Conclusão

Em suma, pode-se dizer que o futuro do trabalho é colaborativo. Recursos como  conectividade, nuvem, IoT e AI moldaram um cenário em que máquinas podem trabalhar em apoio às pessoas. 

Ou seja, embora as inovações modifiquem como o trabalho é feito, o maior impacto será em complementar e aumentar as capacidades humanas, em vez de substituí-las.

Se por um lado essa nova realidade será um desafio em relação à capacitação de profissionais e adaptação à automação, por outro, certamente trará muitas oportunidades. Aliás, muitas grandes empresas já estão atentas a essas tendências. 

Em fevereiro de 2021, a Randon Tech Solutions Industry, do conglomerado brasileiro de transportes, Randon, anunciou a compra da companhia de soluções em automação e robótica industrial, Auttom, por R$ 14 bilhões

Segundo os envolvidos, a aquisição será fundamental para ampliar os esforços da adquirente em ações de smart manufacturing. Atualmente, a Randon Tech Solutions Industry (RTS) atua no fornecimento de células robóticas, dispositivos, máquinas e outros equipamentos de uso industrial.

Conforme é possível observar, a partir de exemplos como o anterior e da constatação de que a integração dos robôs ao futuro do trabalho é só questão de tempo, não é difícil concluir que não se trata de uma transformação apenas provável, mas que também já avança em seus primeiros passos, inclusive no Brasil. 

Dessa forma, nunca é demais ressaltar que a implementação bem-sucedida de mudanças tão profundas, porém necessárias para o crescimento do negócio, decorre de uma preparação feita a longo prazo, estruturada em etapas gradativas, contudo, certeiras, como a adoção de recursos em IoT, cloud, inteligência de dados e conectividade.

Neste cenário, a Vivo Empresas trabalha constantemente no aprimoramento de seu portfólio tecnológico, de modo que seus clientes disponham de todo o necessário para avançar em sua maturidade digital. 

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Até a próxima!

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