Metaverso no varejo promete gerar aproximação com o cliente

Foto do autor

O universo virtual é uma das principais tendências tecnológicas para negócios apontada para os próximos anos. E isso não é diferente no varejo, uma vez que o metaverso no varejo deve mudar a forma de vender, consumir e até de se relacionar com os clientes. 

A inovação, que pode ser considerada uma evolução da internet, incentivará ainda mais a integração entre o online e o offline. Como exemplo, uma pessoa poderá fazer compras em uma loja virtual, no metaverso, por meio do seu avatar 3D, e recebê-las em casa. 

Embora o conceito não seja novo, a sua aplicação depende de uma série de tecnologias, que só agora atingiram a maturidade necessária. Por isso, grandes companhias estão investindo para tornar a ideia uma realidade (virtual). 

Neste artigo, abordaremos o metaverso no varejo, as oportunidades e os desafios que esse novo mundo traz e daremos dicas de como preparar o seu negócio. Você ainda verá:

  • Conhecendo o novo universo digital
  • Expectativas de mercado
  • Oportunidade do metaverso no varejo
  • Digital influenciando o real
  • Marcas já apostam na inovação desse mundo virtual
  • Como se preparar para o metaverso no varejo?

Conhecendo o novo universo digital

metaverso no varejo

Presente nas principais previsões para essa década, o famoso metaverso engloba não só negócios, mas um novo modo de viver digitalmente. Como o Gartner define:

É um espaço coletivo virtual compartilhado, criado pela convergência da realidade física e digital virtualmente aprimorada. É persistente e proporciona experiências imersivas aprimoradas.”

Em outras palavras, é um mundo paralelo ao presencial e que vai proporcionar tanto atividades que já são possíveis no mundo físico quanto outras, muito além da imaginação. Compras, estudos e trabalho poderão ser realizados nesse espaço, que, no conceito ideal, é acessível independentemente do dispositivo utilizado, como tablets, computadores ou smartphones.

Além disso, o universo em questão terá a própria economia, alimentada, principalmente, por moedas digitais e tokens não fungíveis (NFTs). Estes últimos são uma importante forma de legitimar um item original virtual e aparecem como solução em um meio no qual a reprodução e o compartilhamento são facilitados.

Em paralelo, essa inovação também pode ser entendida como uma evolução da internet ou o início da web 3.0. Nela, novas maneiras de interação irão dominar a navegação, a partir do uso de recursos de captação e análise massiva de dados. 

Inegavelmente, por trás de toda essa inovação, há um robusto ecossistema que utiliza toda a tecnologia disponível atualmente. Então, estão presentes conectividade, cloud, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (AI) e Big Data, bem como as imersivas realidades virtual (VR), aumentada (AR) e mista (MR).


LEIA MAIS:  Consumidor 4.0: sua empresa está pronta para atendê-lo?


Expectativas de mercado

Embora o metaverso ainda esteja em fase inicial de desenvolvimento e aplicação, há grandes expectativas para a inovação já em médio prazo.

Para exemplificar, até 2026, é esperado que 30% das organizações no mundo tenham produtos e serviços preparados para o universo digital. Esses dados fazem parte das previsões publicadas pelo Gartner, em fevereiro de 2022.

A consultoria ainda apresentou outra estimativa surpreendente para o mesmo período: 25% das pessoas devem passar ao menos uma hora por dia no metaverso. Dentre as atividades que podem ser motivadoras desse tempo investido estão trabalho, estudo, compras, entretenimento e convivência social. 

O vice-presidente de pesquisa do Gartner, Marty Resnick, explica que o motivo das altas expectativas está relacionado ao potencial da inovação:

As empresas terão a capacidade de expandir e aprimorar seus modelos de negócios de maneiras sem precedentes, passando de um negócio digital para um negócio metaverso”.

Do mesmo modo, o metaverso no varejo amplia as oportunidades no relacionamento com o cliente e, assim, expande também a possibilidade de maiores vendas e lucros.

Oportunidade do metaverso no varejo

A forma de comprar mudou muito nos últimos anos, sendo uma das transformações mais recentes a ascensão do comércio eletrônico. A crise sanitária de 2020 gerou a intensificação das compras online, e até quem nunca havia comprado no meio rendeu-se à experiência.

Obviamente, essa maior familiarização com tecnologias, favorece o interesse em outras inovações, como o metaverso no varejo. 

Aliás, o momento é parecido com o do surgimento da internet, em que se sabia, potencialmente, as vantagens, mas sem compreender até onde a evolução levaria a conectividade. E, assim como no passado, as oportunidades para quem investir no novo universo digital podem ser bastante amplas. 

De modo geral, o setor pode se beneficiar da tecnologia para desenvolvimento de novos nichos de mercado. Nessa realidade paralela, os clientes viverão por intermédio dos avatares online, e, portanto, existirá a compra de roupas e acessórios, ou, ainda, de arte digital, colecionáveis ​​e ativos (NFTs).

Segundo um relatório da JPMorgan, divulgado no início de 2022, US$54 bilhões são gastos em bens virtuais, anualmente. O valor é quase o dobro do que é consumido na compra de música.

Assim como se mantém uma loja nas redes sociais ou em plataformas de e-commerce, no metaverso, esses espaços serão construídos pela realidade virtual. Desse modo, podem tanto ser uma cópia do real como uma estrutura tão inesperada que só é possível no digital.

Experiências também poderão ser oferecidas pelas marcas no metaverso, como shows e lançamentos de produtos, além de passeios por shoppings virtuais.

Ao mesmo tempo, toda essa tecnologia pode conversar com o mundo real. No ponto de venda digital, o cliente poderá usar provadores de realidade aumentada, que o ajudam a visualizar o produto no corpo. Assim, ele escolhe o item, paga pelo que escolheu e recebe sua compra em casa, como seria pelo e-commerce. 

Digital influenciando o real

Outro ponto interessante, que já está sendo notado pelas marcas que utilizam tecnologias similares à do metaverso, é a influência do digital na operação. Enquanto uma pessoa compra um chapéu para seu avatar, ela também pode querer comprá-lo para si e vice-versa. 

Quando esses dados são analisados via soluções de Big Data, grandes tendências podem ser notadas, e os negócios conseguem se planejar de acordo com as demandas virtual e presencial.

Esse tipo de intervenção acontece hoje por meio de espaços em jogos. Como exemplo, a MAC Cosmetics tem coleções de suas maquiagens no game simulador de vida real The Sims. 

Em suma, o metaverso no varejo traz muitas oportunidades de negócios. O setor poderá estender seu alcance para uma experiência de compra imersiva, transformando a jornada do consumidor e permitindo produtos mais complexos.

Experiência do consumidor será transformada 

Para as gerações constituídas por nascidos a partir dos anos 2000, o digital sempre foi presente. Conforme essas pessoas se tornam consumidores ativos, o potencial de inovações, como o metaverso no varejo, cresce ainda mais. 

Em contrapartida, são esses clientes que mais demandam, em termos de novas experiências de compra, coisa que o universo virtual tem mais facilidade em oferecer. Gamificação, Internet das Coisas (IoT) e tecnologias imersivas são alguns dos recursos que as companhias costumam empregar para modificar a jornada de compra.

Marcas já apostam na inovação desse mundo virtual

Embora falemos sobre o metaverso, a realidade é que esse universo virtual será composto por mundos desenvolvidos por companhias de diversos setores. E muitas organizações já estão investindo na construção desses espaços ou se aproveitando de ambientes similares existentes. Conheça algumas iniciativas que mostram o potencial dessa inovação.

Nike

A marca, que é conhecida por inovar, criou a Nikeland no mundo aberto da plataforma Roblox, que se assemelha a como um metaverso irá funcionar. Nesse espaço, as pessoas podem vestir seus avatares com itens da Nike, praticar esportes ou até criar os próprios minigames. 

Forever 21

A companhia de roupas também tem sua loja na Roblox, com produtos digitais exclusivos. Dentre eles está o item mais vendido, que é uma touca de inverno com o nome da marca.

Segundo reportagem do Financial Times, de março de 2022, esse grande interesse na peça virtual fez com que a marca tomasse a decisão de produzir o artigo para suas lojas e lançá-lo na próxima coleção. Essa movimentação é uma das tendências que o metaverso no varejo deve trazer, com pessoas comprando os mesmos itens que colocam em seu avatar online.

Walmart

Conforme reportado pela CNBC, em janeiro de 2022, o Walmart também está se preparando para o metaverso. Sendo assim, a rede internacional criou uma loja na qual os usuários podem selecionar itens, comprar virtualmente e receber em casa. 

Metaverse Fashion Week

A Decentraland também é um espaço aberto para construção de jogos, marketplaces, dentre outros. Atuando com pioneirismo no setor de moda, a plataforma anunciou, para março de 2022, a primeira Metaverse Fashion Week. O evento, com desfiles de avatares, showrooms e palestras, será realizado inteiramente no mundo digital. 

Como se preparar para o metaverso no varejo?

GettyImages 1372063386
Vendas em realidade virtual (VR) abrem oportunidades inéditas, permitindo oferecer novos produtos e experiências

Independentemente do tamanho da companhia, a digitalização é inevitável. No Interactive Retail Trends, realizado em fevereiro de 2022, que debateu tendências do setor, este foi o consenso: investir em inovação e conhecer seu público é preciso.

E, de maneira simultânea, essa também é a melhor forma de se preparar para o metaverso no varejo, pois uma boa experiência no universo digital depende de uma estrutura tecnológica completa. 

Para começar, a conectividade já é reconhecidamente a base de todos os negócios, por permitir atividades a distância, bem como um melhor relacionamento com o consumidor. Ainda no suporte desse ecossistema, há outra tecnologia essencial, que é a cloud computing

A computação em nuvem é uma das viabilizadoras da transformação digital como um todo. Ainda, por intermédio dela, as companhias conseguem utilizar softwares e plataformas, além de ter acesso à infraestrutura, como serviços. Esses são os conhecidos SaaS, PaaS e IaaS, respectivamente. 

Mas o elemento central para aproveitar o metaverso no varejo está na informação. Como reconheceram os principais líderes do varejo no País durante o evento, dentre eles, Luiza Trajano, saber quem é seu cliente é crucial. 

Seja para desenhar uma jornada de compra personalizada ou para planejar novos produtos e espaços no universo digital, é preciso entender as preferências e necessidades do consumidor. 

Nesse sentido, é a dupla IoT e Big Data que se destaca. Enquanto a primeira é responsável por coletar os dados por meio de dispositivos conectados, a segunda atua na análise de volume massivo de informação. 

Inclusive, o metaverso no varejo vai contar com uma série de gadgets, como óculos de realidade virtual e relógios inteligentes, que podem gerar muitos insights. 


LEIA MAIS: Metaverso: o que é e como os negócios podem se beneficiar da revolução da realidade virtual


Conclusão

Como esse universo digital ainda está em construção, não se sabe ao certo quais os caminhos que ele vai seguir. Apesar disso, não há dúvidas sobre o potencial do metaverso no varejo, tanto na aproximação da relação com o cliente quanto em maior lucratividade. 

Isso é, sobretudo, à produção digital envolver os próprios desafios, mas não onerar as marcas com questões físicas, como os sistemas de logística. Portanto, há grandes oportunidades para serem aproveitadas. 

Nesse momento inicial, o ideal é aprender sobre o metaverso e preparar não apenas a estratégia de negócio, mas a estrutura que o suportará no futuro. Também é aí que entra o planejamento quanto a vantagens e riscos dessa maior exposição ao virtual, sendo essencial pensar na segurança digital de todo o ambiente. 

Atenta a esse movimento, a Vivo Empresas vem acelerando a  digitalização dos negócios, ajudando-os a se preparar para a chegada do metaverso no varejo. Da conectividade ao Big Data, as soluções podem ser adaptadas à realidade da empresa para ter uma implementação mais rápida e prática. 

Aliás, essa transformação digital não só ajuda os negócios no futuro, como já traz resultados no presente. Se quiser saber mais sobre a atuação da tecnologia no varejo, confira estes artigos:

Até a próxima!

Foto do autor
Solicite um contato