Tecnologia no combate à poluição industrial: entenda como mitigar os impactos negativos

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O combate à poluição tem se tornado, cada vez mais, uma prioridade para diferentes nações e mercados. Ao mesmo tempo, conceitos como o ESG, que engloba questões ambientais, sociais e de governança, estão guiando investidores e consumidores em todo o mundo a fazer escolhas conscientes. 

Por sua vez, essa movimentação dos stakeholders demanda uma mudança nos processos de tomada de decisão e até na gestão geral dos negócios. 

Nesse sentido, a indústria, um importante pilar da economia brasileira, é um dos segmentos que vêm passando por reajustes, mas ainda têm espaço para melhorar. 

Isso porque, na realidade, o setor ainda é um dos grandes causadores de impactos negativos no meio ambiente, seja no ar, solo ou água.

A boa notícia é que, com essas preocupações entrando em destaque, há também esforços voltados para criar soluções inovadoras. Dessa forma, a tecnologia já pode contribuir muito para a diminuição da poluição industrial. 

A automatização, a otimização do uso de recursos e até mesmo o aumento na coleta de dados durante cada etapa de um processo, são aliados. Afinal, com uma melhor visibilidade da produção, é mais fácil aprimorá-la de maneira sustentável e segura.

Para mudar o panorama atual, é importante entender como as inovações tecnológicas podem atuar no dia a dia das indústrias. E, de forma alinhada às melhores práticas de ESG, que será abordado mais adiante, conseguir mitigar os impactos negativos.

Neste artigo, você verá:

  • Cenário do combate à poluição no Brasil e no mundo
  • Poluição industrial é uma preocupação global
  • ESG em destaque
  • A tecnologia é uma aliada na sustentabilidade das indústrias

Cenário do combate à poluição no Brasil e no mundo

Homem mexendo em notebook com fábrica ao fundo, chamando atenção para o combate à poluição industrial
Debate acerca do aquecimento global e do combate à poluição, consequentemente, tem crescido nos últimos anos

Infelizmente, a poluição permanece um sério problema em grande parte dos países, desenvolvidos ou não. Os impactos no solo, água e ar representam graves problemas ambientais que podem até mesmo resultar na extinção de espécies. 

Como exemplo, o Brasil é responsável anualmente por 325 mil toneladas de lixo plástico que acabam no mar, segundo a organização internacional Oceana. Inclusive, ao longo da costa brasileira, nas regiões sul e sudeste, já foram mais de 3,7 mil animais coletados que ingeriram resíduos plásticos.  Cerca de 10% morreram por conta dessa ingestão e, desses, 85% são espécies ameaçadas de extinção.

Por outro lado, a poluição também gera consequências na saúde pública. Ao redor do mundo, a Organização Mundial de Saúde estima que 9 em cada 10 pessoas respiram um ar pouco saudável

Em alguns países, o problema é ainda mais crítico, como o caso da China. Lá, ao periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) indicou que 30,8 milhões de pessoas morreram entre 2000 e 2016 com doenças respiratórias desencadeadas pela poluição.

Já no Brasil, embora o volume seja menor, a situação também está longe do ideal. Aqui, mais de 50 mil pessoas por ano são vítimas da má qualidade do ar, como mostra o levantamento coordenado pela World Resources Institute (WRI)

Além da perda de vidas, o estudo ainda identifica impactos no sistema público de saúde, aumentando custos, e também financeiro, pois há perda de produtividade. Em outras palavras, o combate à poluição é uma questão que envolve a todos. E, aliás, depende de um esforço conjunto para ser eficiente. 

Poluição industrial é uma preocupação global

Vale dizer que, embora todos tenham que fazer sua parte, a indústria tem um papel fundamental no combate à poluição. Para ilustrar, o setor é um dos maiores consumidores de energia e é fonte de mais de 25% das emissões globais de CO2, aponta a McKinsey no artigo Reimagining Industrial Operations, publicado em maio de 2020.

Nos EUA, por exemplo, as manufaturas respondem por 23% das emissões diretas de dióxido de carbono, segundo a Environmental Protection Agency. Ao mesmo tempo, no continente europeu a indústria emite um total anual preocupante de 880 milhões de toneladas do gás, como mostra a publicação do Fórum Econômico Mundial (WEF).

É inegável a responsabilidade desse segmento da economia nos impactos ambientais e sociais. Por conta disso, é também essencial que a indústria faça parte do combate à poluição, utilizando toda a tecnologia disponível a seu favor.

Nesse sentido, o WEF ressalta a importância de aspectos como:

  • Melhorar a eficiência dos recursos nos processos de fabricação é tão importante quanto reduzir as emissões de gases de efeito estufa na indústria de transporte;
  • Definir altas metas de redução de emissão de carbono é o único caminho para uma economia sustentável; 
  • Reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, reciclar componentes e adotar mais práticas de design ambiental será fundamental, bem como encontrar uma forma melhor de trabalhar toda a cadeia de valor.

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ESG em destaque

A busca por um desenvolvimento sustentável e o combate à poluição ganharam força nos últimos anos, principalmente frente à pandemia de Covid-19. Paralelamente, o conceito ESG, que vem do inglês “Environmental, Social, Governance”, também se destacou. 

Hoje, a sigla acaba servindo como um “selo” de escolha consciente para investidores nacionais e internacionais que buscam ativos rentáveis com impactos positivos. 

Além disso, os próprios consumidores começaram a optar por companhias que mostram preocupação ambiental e social para além de seus próprios produtos e serviços. Inclusive, um estudo realizado pela Nielsen em 2018, com 30 mil clientes ao redor do mundo, indicou que 73% dos Millennials pagariam mais caro por um produto sustentável.

Os investidores de ações e gestores de ativos são a ponta visível do iceberg, mas por baixo da superfície 91% dos bancos monitoram ESG, bem como 24 agências de classificação de crédito globais, 71% dos investidores de renda fixa e mais de 90% das seguradoras. Os CFOs que não estão mostrando foco no ESG aos stakeholders estão perdendo.


Stephen Adams, Director no Gartner Finance

A tendência ESG também já cresce em território brasileiro, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Em 2020, os fundos de ações com base em sustentabilidade e governança conquistaram mais de R$ 543 milhões.

A tecnologia é uma aliada na sustentabilidade das indústrias

Painéis solares com o céu azul ao fundo, chamando atenção para o combate à poluição industrial
Digitalização na indústria é elemento chave para uma produção mais eficiente e sustentável

Da mesma forma que a tecnologia ajudou muitos negócios a não pararem completamente durante a pandemia, ela também é uma aliada no combate a poluição. 

De modo geral, os avanços tecnológicos aprimoram a eficácia e produtividade, bem como viabilizam um melhor aproveitamento de recursos na indústria. Esses fatores, como otimizar processos e aumentar a eficiência energética, são elementos chave para reduzir as emissões de carbono, por exemplo.

Além disso, as soluções de conectividade, cloud e IoT constroem um ambiente conectado, com acesso a dados sobre a produção e a poluição industrial gerada. Aliás, como a falta de informação sobre esses impactos geralmente é um obstáculo para mitigá-los, o Big Data é crucial nesse cenário.

Portanto, uma estrutura de TI bem planejada auxilia bastante na criação de um modelo industrial de desenvolvimento sustentável, como veremos de maneira mais clara a seguir.

Serviços em nuvem e a emissão de carbono

Assim como a conectividade, a nuvem é uma das tecnologias que facilitam a digitalização da indústria e de outras empresas. Afinal, por meio dela é possível ter acesso a softwares, plataformas e infraestrutura com um melhor custo benefício. 

Além disso, permite criar um ambiente digital integrado e escalável para o negócio, sem a necessidade de contar com uma estrutura física com Data Centers tradicionais, por exemplo. 

Mas optar pelos serviços em cloud impacta ainda na sustentabilidade e no combate a poluição, como indica uma pesquisa da Accenture. 

Segundo o estudo, a migração para a nuvem pública pode atingir uma redução de 5,9% na emissão de carbono de TI. Isso representa a diminuição de quase 60 milhões de toneladas de CO2 por ano ou o equivalente a 22 milhões de carros a menos nas estradas.


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Conectividade, IoT e Big Data na Indústria Inteligente

Da casa inteligente à indústria inteligente, a era dos “smarts” está só começando, mas já trouxe grandes mudanças para o mercado. No setor industrial, contar com uma conectividade de qualidade e com soluções de IoT é sinônimo de uma gestão mais eficiente. 

São milhares de sensores, equipamentos e maquinários com comunicação machine-to-machine (M2M) produzindo dados e que podem até ser automatizados por essas tecnologias. A análise dessas informações captadas em tempo real, bem como as soluções de Big Data, ajudam na otimização de toda a cadeia de produção. 

Como exemplo, unindo o conhecimento de público, mercado e produção, é possível atuar de acordo com a demanda. Em outras palavras, pode-se limitar o uso de energia, excesso de produção e custos de armazenamento de estoque. Enfim, isso também traz resultados quanto à poluição industrial.

Além disso, os dispositivos conectados também têm papel importante no monitoramento dos padrões da produção. Só para exemplificar, segundo a McKinsey & Company, testes de qualidade realizados com IoT, machine learning e visão computacional aumentam a detecção de defeitos em 90%, em comparação com inspeção humana.

Todo o maquinário habilitado com IoT também indica a necessidade de manutenção ou mau funcionamento. Isso, por sua vez, é essencial para garantir a segurança das equipes e evitar acidentes. 

Consumo de energia e poluição industrial

Como mencionado anteriormente, a indústria é um dos setores que mais consome energia no país. A propósito, esse problema é frequentemente apontado nos programas brasileiros de combate à poluição. 

Nesse sentido, entre as soluções apontadas pela consultoria McKinsey, no artigo “Reimagining Industrial Operations”, publicado em maio de 2020, para resolver essa questão é preciso:

  • Adaptar a produção para que grande parte do maquinário seja elétrico;
  • Implementar a geração de energia renovável.

Segundo o relatório Global Energy Perspective, até 2035, as energias renováveis poderiam produzir mais da metade da eletricidade mundial. Inclusive, na maioria das regiões, isso aconteceria a um custo menor do que através da geração de combustível fóssil.

Contudo, para muitas indústrias essas mudanças ainda estão longe de ser viáveis, especialmente considerando os efeitos econômicos da pandemia. Sendo assim, enquanto adaptar a produção podem ser objetivos sustentáveis mais longínquos, existem outros caminhos que podem ser adotados hoje para diminuir a poluição industrial.

A solução Vivo Eficiência Energética, oferecida pela Vivo Empresas, atua justamente com o controle e redução dos gastos com energia. Isso é feito através da medição dos dados conectados em rede, que gera informações valiosas para a gestão e automação da indústria.

Ou seja, é um meio para diminuir não apenas o custo operacional, como reduzir os gastos desse recurso, visando-se à redução do impacto ambiental.


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Conclusão

Em resumo, a indústria ainda gera grandes impactos ambientais pela forma como foi estruturada. Porém, atualmente, também há o potencial para esse setor se destacar no combate à poluição e ajudar a construir um futuro mais limpo.

Nesse sentido, a pandemia foi um importante momento para difundir a necessidade do esforço conjunto para diminuir a poluição industrial. 

Segundo um estudo da Accenture, mais de 99% dos CEOs de grandes companhias concordam que as questões sustentáveis são importantes para o sucesso do negócio. Além disso, a publicação mostra que:

  •  66% dos entrevistados veem as tecnologias da quarta revolução industrial como críticas para acelerar o impacto socioeconômico;
  • 59% já estão implantando energia renovável e de baixo carbono em suas operações;
  • 44% vislumbram um futuro zero-carbono para sua companhia.

Enfim, a realidade é que o mundo está mudando e já é possível utilizar todo o potencial da transformação digital para a indústria ser cada vez mais eficiente e sustentável. Através da digitalização, inovação e análise avançada de dados, é possível atingir um desenvolvimento sustentável para esse segmento e todo o resto da cadeia de suprimentos.

A Vivo Empresas é líder em soluções de M2M e conta com mais de dez milhões de dispositivos conectados na rede da companhia. É essa expertise que pode ajudar muito no combate à poluição através de uma gestão inteligente dentro das indústrias. 

Além disso, outras soluções de Conectividade, Cloud, Big Data e TI também fazem parte do portfólio para suportar a digitalização do setor. 

Separamos também alguns artigos para reforçar o importante papel da tecnologia dentro da indústria. Confira:

Até a próxima!

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