A conectividade e a nuvem foram essenciais para a onda de transformação digital iniciada em 2020, viabilizando as operações remotas e ampliando potenciais de negócio. Já em 2022, com a iminente evolução da conexão móvel, a parceria entre 5G e cloud computing promete ainda mais oportunidades.
O aumento na velocidade e na capacidade de transmissão de dados é um dos elementos centrais nesse conjunto tecnológico. Como exemplo, todos os serviços em nuvem poderão se tornar mais ágeis, desde o uso de ferramentas de colaboração até o desenvolvimento de aplicações.
Ainda nesse ecossistema de Tecnologia da Informação (TI), o Edge Computing terá papel fundamental, distribuindo a carga do ambiente virtual e contribuindo para a eficiência dos negócios.
Mas antes de aproveitar essas vantagens, primeiro é preciso entender o que muda na nuvem com a chegada da quinta geração de conexão móvel. Para isso, neste artigo, você verá:
- Nuvem já está presente em grande parte dos negócios
- 5G e cloud Computing: o que esperar da combinação dessas tecnologias?
- Edge computing será parte da nova estrutura
- Crescem as oportunidades para os negócios
- Como está o 5G no Brasil?
Nuvem já está presente em grande parte dos negócios
A nuvem protagonizou uma forte ascensão nos últimos anos. Além disso, o recurso foi um dos principais viabilizadores dos movimentos mais recentes de digitalização, simplificando a migração do presencial para o virtual.
Adicionalmente, se tornou uma forma de aumentar a resiliência operacional, bem como a flexibilidade de pequenas e até grandes empresas.
Por esses e outros motivos, as soluções em nuvem, como SaaS, PaaS e IaaS, se tornaram cada vez mais populares, ao ponto de muitos utilizarem a nuvem sem sequer se dar conta disso.
Um bom exemplo desse fenômeno acontece no trabalho remoto, com as ferramentas de colaboração e produtividade. Além de operarem via cloud computing, esses recursos tiveram um crescimento de uso de 44% nos últimos três anos, segundo pesquisa do Gartner, divulgada em agosto de 2021.
Sendo assim, atualmente, é difícil encontrar um negócio que não tenha, ao menos, parte da carga de trabalho nesse ambiente digital. Sobretudo, devido às facilidades que as nuvens públicas oferecem em termos de customização, otimização de custos e segurança.
Mercado continuará em ascensão
Para 2022, é esperado que o gasto global de usuários finais em serviços de nuvem pública alcance US$ 397,5 bilhões. Os dados são de uma previsão da consultoria Gartner, publicada em abril de 2021.
O artigo ainda analisava que as soluções de SaaS (software como serviço) seriam responsáveis por US$145,4 bilhões, enquanto as de IaaS (infraestrutura como serviço) por US$106,8 bilhões.
Em outras palavras, essa tecnologia se tornou onipresente na vida das pessoas e nas rotinas das empresas, mantendo plataformas e dispositivos conectados em tempo integral. No entanto, esse cenário ainda se intensificará com o uso conjunto de 5G e cloud computing, que expande os limites das conexões e das trocas de dados.
5G e cloud computing: o que esperar da combinação dessas tecnologias?
A expectativa acerca da tecnologia 5G é grande. Baixa latência, alta densidade de conexões, eficiência espectral e energética são as principais mudanças previstas que a nova geração deve trazer.
Apesar desses elementos beneficiarem o público como um todo, especialistas apontam que quem perceberá as vantagens mais significativas dessa novidade serão as empresas.
Por exemplo, o controle dos sistemas de missão crítica, aqueles que são cruciais para a manutenção do negócio, depende de baixíssimas taxas de latência e de uma alta confiabilidade da conexão.
Dessa forma, aplicações sensíveis a atrasos e erros, como carros autônomos, cirurgias remotas e operação remota de maquinário industrial, para citar alguns, poderão finalmente atuar em todo seu potencial.
Ao mesmo tempo, a evolução da conectividade irá transformar o uso de dispositivos de Internet das Coisas (IoT). Primeiro, porque a baixíssima latência permitirá um funcionamento mais harmônico e integrado entre os sistemas desse gênero.
Segundo, porque trata-se não só de uma infraestrutura ultra veloz, mas que também é dotada de mobilidade. Na prática, isso significa que os equipamentos inteligentes e conectados não precisarão estar limitados à área de cobertura de uma rede Wi-Fi ou similar, por exemplo.
Não por acaso, isso já ocorre com tecnologias baseadas no atual LTE. Na mina de extração de ferro de Carajás, no estado do Pará, a Vale conta com o 4G da Vivo Empresas para automatizar seus caminhões mineradores, promovendo mais segurança e eficiência às operações do local.
Já com o 5G, estratégias de automação desse tipo poderão ser empregadas em atividades que exigem ainda mais agilidade e responsividade.
LEIA MAIS: Como as tecnologias 5G e Internet das Coisas se relacionam? Entenda como aplicá-las no seu negócio
Mas como a nova geração de conectividade móvel irá impactar na nuvem?
A princípio, de acordo com o planejamento da Anatel, o 5G irá ampliar a cobertura de banda larga móvel no território brasileiro. Por si só, esse movimento já acelera a adoção da nuvem e de outras tecnologias em áreas que antes tinham problemas de acesso.
A indústria, por exemplo, tem muito a se beneficiar com uma conexão estável para monitorar a produção e facilitar a gestão.
Além disso, é preciso considerar que os dados são o elemento central em ambas as tecnologias.
Portanto, a união entre 5G e cloud computing representa um avanço no volume e velocidade da transmissão desses dados. O que, consequentemente, impacta negócios de todos os setores, que terão mais rapidez e capacidade à disposição na atuação digital.
Até mesmo outras tecnologias serão impactadas positivamente, como o Big Data e a Inteligência Artificial. Afinal, essas soluções utilizam a conectividade e a nuvem como alicerce, bem como giram em torno de dados.
Vale mencionar que a infraestrutura do 5G se baseia em princípios nativos do cloud computing, como a virtualização.
Com isso, a integração da conectividade aos serviços em nuvem deve se tornar mais fácil e natural. Apesar disso, para atingir esse novo patamar tecnológico, ainda serão necessárias mudanças na estrutura atual, o que ocorrerá gradativamente.
Edge computing será parte da nova estrutura
Com a chegada do 5G, em pouco tempo, o tráfego de dados na nuvem aumentará exponencialmente. Para ilustrar, o volume de informações gerado por conexões IoT até 2025 será de 79,4 zettabytes, segundo previsão da consultoria global Statista, de maio de 2021.
Nesse sentido, a comunicação entre os grandes servidores de cloud e os dispositivos na ponta pode ser prejudicada, por exemplo, com lentidão na transmissão.
É aí que o Edge Computing, a computação de borda, aparece como solução para um rápido e eficiente processamento dessas informações. A estrutura, que já é usada atualmente, consiste na descentralização do processamento de dados na cloud.
Assim, informações críticas ou que são utilizadas com frequência podem ficar mais próximas do usuário, e serem analisadas e armazenadas na borda. Na prática, isso ajuda a distribuir a carga de trabalho, diminuir latência e evitar sobrecarga em qualquer um dos ambientes.
Para esclarecer, é possível citar os carros autônomos, que precisam analisar dados por conta própria ao invés de utilizar o processamento do servidor. Afinal, o atraso de um segundo na informação pode ser a diferença entre um acidente acontecer ou não.
Aliás, em março de 2021, o Gartner publicou um artigo sobre tendências tecnológicas que já apontava a importância do Edge Computing. Segundo a consultoria, até 2023, mais de 50% da responsabilidade primária dos líderes de Data & Analytics, incluirá dados criados, gerenciados e analisados em ambientes de borda.
Conforme 5G e cloud computing se estenderem até a borda, todo o sistema se tornará mais integrado e eficiente. Porém, caberá aos provedores de nuvem se adaptarem a esse modelo para que a descentralização da infraestrutura de rede tenha sucesso.
Crescem as oportunidades para os negócios
Juntos, Edge, 5G e cloud computing iniciam uma nova era de digitalização dos negócios, inclusive viabilizando inovações.
Primeiramente, o acesso à internet e à nuvem será ampliado, dando oportunidade a mais empreendedores e usuários. Além disso, como citado anteriormente, a transferência de dados em velocidade ultrarrápida trará vantagem para todas as companhias.
Ou seja, desde o trabalho colaborativo, por ferramentas em nuvem como o Office 365, até o controle de produtividade, serão mais efetivos.
Mas a transformação vai além. Como exemplo, é esperado que as plataformas de jogos na nuvem (cloud gaming) se tornem ainda mais populares, bem como os demais serviços de streaming e plataformas de experiências imersivas. Tudo isso depende de uma forte integração entre conectividade e cloud computing.
A partir de então, setores como varejo e saúde poderão explorar melhorias na experiência do consumidor, usando esses avanços para coletar dados. Aliás, a criação e o desenvolvimento de aplicativos e plataformas também irão evoluir, abrindo novas portas para os negócios no relacionamento com clientes e fornecedores.
Já as fábricas poderão avançar nos esforços de automação, aumentando produtividade, lucratividade e sustentabilidade de suas produções. Controle de qualidade, monitoramento de produção e estoque ou mesmo a logística também serão otimizados e acompanhados em tempo real.
De acordo com o estudo IDC Predictions Brazil, está previsto que o setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) cresça 8,2% em 2022. E, em parte, a dupla 5G e cloud computing é responsável por esse desenvolvimento.
Foi a expectativa quanto aos resultados da nova geração de conectividade que impulsionou o segmento de telecom, provocando uma subida de 4% no ano. Enquanto isso, a nuvem tem uma estimativa de 8,9% de crescimento.
LEIA MAIS: 7 tendências de Cloud Computing para 2022
Como está o 5G no Brasil?
Toda essa transformação que será trazida pelas tecnologias 5G e cloud computing ainda depende da completa adoção da quinta geração no país.
Atualmente, o que está disponível é o 5G DSS (do termo em inglês, Dynamic Spectrum Sharing) que corresponde a 0,5% dos acessos, segundo a Anatel. Esse modo da conectividade utiliza a estrutura disponível e, apesar de ser melhor do que o 4G, ainda não chega a ter a potência esperada.
Para o verdadeiro 5G, a infraestrutura necessária está em fase de implementação. No final de 2021, houve o leilão das faixas de frequência com as operadoras e foram arrecadados mais de R$47 bilhões.
A previsão do órgão responsável é que o 5G consiga operar em todas as capitais e no Distrito Federal até julho de 2022. Já o prazo previsto para o alcance geral, em cidades com mais de 30 mil habitantes, é julho de 2029.
Enfim, a tecnologia 5G é bastante aguardada pelos empreendedores brasileiros e, conforme se aproxima, as expectativas aumentam. Só para exemplificar, de acordo com a consultoria Omdia, o PIB do Brasil pode chegar a crescer R$6,5 trilhões a mais até 2035 impulsionado pela inovação.
Conclusão
Tanto a conectividade, quanto a cloud são tecnologias fundamentais para qualquer negócio. Afinal, é por meio desses recursos que empresas de qualquer porte conseguem ter uma visão completa na gestão e, assim, tomar decisões informadas.
Com 5G e cloud computing, os limites técnicos que até então seguravam o potencial dos dispositivos conectados e das tecnologias imersivas, por exemplo, desaparecem. E no lugar, surgem novas possibilidades para quem souber utilizar essas inovações a seu favor.
Por outro lado, a disrupção na estrutura tradicional é um desafio desse momento e se adaptar à descentralização exigirá esforços.
Sendo assim, para aproveitar as oportunidades que 5G e cloud computing vão trazer, é preciso se preparar.
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Até a próxima!