A vida conectada mudou o dia a dia em muitos setores. E isso não é diferente na saúde, onde a Internet das Coisas Médicas (ou IoMT) utiliza a conectividade em prol do corpo médico e dos pacientes.
Dos equipamentos vestíveis, como relógios inteligentes, aos dispositivos conectados em unidades de terapia intensiva (UTIs), o recurso possibilita um melhor acompanhamento do bem-estar da pessoa. Mas é possível, ainda, ir além empregando a inovação para detectar doenças precocemente e até para administrar um tratamento mais eficaz.
Inclusive, essa tecnologia é uma das tendências para o setor em 2022 e deve ser beneficiada pela chegada da quinta geração de conexão móvel. Afinal, uma conexão mais veloz e com maior capacidade de transmissão de dados também torna a IoMT mais ágil e eficiente.
Para entender como a Internet das Coisas Médicas funciona e já está presente nos hospitais e clínicas, neste artigo, você verá:
- Conheça a Internet das Coisas Médicas ou IoMT
- Benefícios da tecnologia
- Um mercado em expansão
- Como a IoT médica impacta na saúde
- Caso de uso da IoMT no Brasil
- O futuro da Internet das Coisas Médicas
- Implementando a IoMT: suporte de outras tecnologias é necessário
Conheça a Internet das Coisas Médicas ou IoMT
A Internet das Coisas (IoT) é a tecnologia que viabiliza a conexão entre máquinas e equipamentos. Na realidade, permite que dispositivos não só se conectem, como compartilhem informações e interajam entre si, criando uma rede inteligente de “coisas” e sistemas.
Está presente tanto em elementos de uso diário, como smart TVs e nas assistentes de voz, quanto em grandes maquinários nos campos e indústrias.
É dentro desse contexto que um outro segmento surge na IoT, a Internet das Coisas Médicas.
Na prática, conforme o nome indica, o ramo compreende a aplicação dos dispositivos conectados em favor da medicina e da saúde. E isso inclui equipamentos que não são apenas voltados para o monitoramento, tal como os relógios inteligentes, mas também os dedicados a fornecer apoio aos profissionais da área.
Para exemplificar, existem equipamentos para monitoramento de batimentos, pressão, oxigenação do sangue e até glicose.
De modo geral, a IoMT tem como função principal o acompanhamento do paciente, seja em casa ou em instituições hospitalares. E pode ajudar na prevenção de doenças crônicas ou na supervisão de tratamentos.
Assim, os aparelhos e aplicativos baseados nessa tecnologia têm o potencial de revolucionar os sistemas de saúde, otimizando o atendimento e até os custos do setor.
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Benefícios da tecnologia no setor
São diversos os benefícios que a Internet das Coisas Médicas pode trazer tanto aos profissionais da área, quanto aos pacientes e seus familiares.
A princípio, os dispositivos inteligentes vestíveis conseguem captar e guardar informações cruciais. Como exemplo, um monitor contínuo de glicose implantado mede, de forma automática e regular, a taxa de glicose, permitindo o ajuste rápido do tratamento.
Dados coletados por aparelhos conectados também ajudam no diagnóstico precoce de uma doença. Por exemplo, uma variação irregular de pressão ou batimentos cardíacos detectados pelo smartwatch podem levar a pessoa a procurar um médico antes da ocorrência de um problema maior.
Dentro das instituições hospitalares, a IoMT viabiliza a implementação de leitos inteligentes em pós-cirúrgicos e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Ou seja, é possível acompanhar os sinais vitais sem a necessidade de visitas constantes do profissional de saúde, dando maior conforto ao paciente no momento de recuperação.
Além disso, todas essas informações ficam armazenadas na nuvem e, como resultado, colaboram para a construção de um histórico médico mais completo e de fácil compartilhamento.
Em suma, os principais benefícios estão relacionados a esse acompanhamento mais próximo do paciente, ainda que não seja presencial. Portanto, podemos citar:
- Detecção precoce de doenças;
- Maior precisão do diagnóstico e do tratamento;
- Redução de custos;
- Diminuição do risco de contaminação cruzada;
- Redução de tempo de internação;
- Aumento de segurança e conforto dos pacientes.
Um mercado em expansão
O uso de tecnologia na área de saúde é crescente há alguns anos, mas certamente sofreu uma aceleração devido à crise sanitária de 2020. E, nesse sentido, a Internet das Coisas Médicas foi uma das soluções mais procuradas, justamente por permitir esse acompanhamento remoto do paciente.
Tanto é que, já em 2019, o valor de mercado da IoMT era de US$55,324 bilhões, de acordo com relatório da Knowledge Sourcing Intelligence LLP.
Esse mesmo levantamento, divulgado em julho de 2021, traz a previsão de que esse segmento global cresça a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 24,55%. Em outras palavras, a expectativa é que em 2026 a IoMT chegue a US$257,162 bilhões.
A tendência de ascensão é uma clara resposta aos resultados que as instituições hospitalares tiveram a partir da adoção da inovação. Esta, afinal, beneficia quem atende e quem está sendo atendido e prioriza segurança e bem-estar.
Por conta disso, a previsão é que os provedores de saúde aumentem em 70% o investimento em tecnologias conectadas especializadas na área até 2023, segundo previsão da IDC em outubro de 2020.
Como a IoT médica impacta na saúde
A Internet das Coisas Médicas, também conhecida como IoT médica, está ao lado do paciente dentro e fora dos hospitais e clínicas.
Em casa
Para ilustrar, existem casas adaptadas com sistemas inteligentes para auxiliar pessoas com doenças degenerativas. Esses equipamentos conectados em cada espaço, recebem comandos por voz ou aplicativos e, com o auxílio de uma assistente virtual, podem trazer lembretes de medicação e tratamentos.
Em casos de dificuldade de mobilidade, essa conectividade ajuda ainda no controle de luz, da TV, entre outros. Inclusive, esse tipo de função pode ser programado com antecedência, simplificando a rotina.
De modo geral, as residências adaptadas com Internet das Coisas Médicas tem como foco os cuidados preventivos e o monitoramento de pacientes idosos e pessoas com deficiência.
Vestíveis ou implantes
Os wearables, ou dispositivos vestíveis, como smartwatches também são importantes e auxiliam no acompanhamento de atividades no dia a dia. Há até modelos que conseguem identificar quedas e informar contatos de emergência.
Entre esses há os aparelhos para consumidores, como os focados em exercícios físicos, e os dispositivos clínicos que são regulamentados pelo setor e manuseados por um profissional.
E com o avanço tecnológico da Internet das Coisas Médicas, as barreiras se tornam cada vez menores. Já existem projetos para criar uma lente de contato que meça níveis de glicose a partir das lágrimas, bem como pílulas que coletam e compartilham informações sobre o funcionamento dos órgãos.
No hospital ou clínica
Praticamente todos os aparelhos utilizados podem contar com sensores conectados, que auxiliam na gestão e na melhoria do atendimento.
As máquinas para exames de diagnóstico, como raio-X, tomografia e eletrocardiograma, já podem gerar e armazenar dados. Algumas, inclusive, podem ser acessadas remotamente, evitando que o profissional se exponha à radiação desnecessariamente.
Essa digitalização trazida pela IoMT também torna o compartilhamento dessas informações mais ágil e evita a necessidade de deslocamento do paciente para a retirada de resultados.
Além disso, há dispositivos que monitoram inventário, recursos e insumos hospitalares. Isso auxilia não apenas na qualidade das consultas, que podem ser prejudicadas se houver falta de material, mas também evita desperdícios.
Sendo assim, há soluções de Internet das Coisas Médicas que realizam o rastreamento e controle de estoque, garantindo uma melhor gestão e segurança.
Caso de uso da IoMT no Brasil
Em fevereiro de 2022, o portal TI Inside realizou o IoT Business Forum. Em um dos painéis do evento foi apresentado o projeto Virtual Patient Observation, do Instituto do Coração – InCor.
A inovação é destinada às UTIs da instituição e tem foco no monitoramento contínuo de pacientes. Com sensores, machine learning (aprendizagem de máquina) e câmeras nos leitos, o sistema inteligente realiza a coleta de dados e até a emissão de alertas em tempo real.
Da mesma forma, o Edge Computing também faz parte desse ecossistema, que demanda a menor latência possível no processamento de informações.
A iniciativa que foi desenvolvida no cenário pandêmico dentro do sistema SUS, consegue ajudar profissionais de saúde como enfermeiros que, muitas vezes, já estão sobrecarregados.
Nesse caso, a Internet das Coisas Médicas atua na possibilidade de comunicação desses equipamentos, bem como na automatização de processos, como explica Guilherme Machado Rabello, Head de Inovação do Inova InCor:
“No caso desenvolvido pelo InCor e a NTT, a automação (camada de entrada do IoT) passou a outro patamar – passou para camada de inteligência efetiva da interação homem /máquina”, ressalta Rabello.
“Há ali uma sinergia de trabalho proporcionada pela IoT (algoritmo) mas junto aqueles profissionais que precisam de toda a sensibilidade para atender as demandas de cada um dos pacientes que estão em situação crítica de saúde”.
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O futuro da Internet das Coisas Médicas
A Internet das Coisas Médicas é uma evolução necessária no setor de saúde. Principalmente quando se considera que conforme dados do IBGE, até 2060, cerca de 25% dos brasileiros terão 65 anos ou mais de idade.
Junto a esse envelhecimento populacional, o sistema de saúde terá que lidar com doenças mais comuns na senioridade. Só para exemplificar, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2020 era estimado que o Brasil tivesse 1,2 milhão de casos de Alzheimer, dos quais a maior parte estaria sem diagnóstico.
Outro problema é o Parkinson. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a doença afeta 1% da população mundial acima de 65 anos, sendo que a previsão é que o volume de pacientes duplique até 2030.
Nesse cenário, apenas a IoMT pode auxiliar nos cuidados mais próximos de pacientes sem sobrecarregar o setor. E, com a chegada da quinta geração de conexão móvel, o 5G, essa tecnologia avançará ainda mais, permitindo a criação de novas soluções para a saúde.
Desafios também devem ser levados em consideração
A alta digitalização que a Internet das Coisas Médicas também traz novos riscos e desafios ao setor.
Como exemplo, podemos citar a exposição de grandes volumes de dados pessoais. Na área da saúde, tanto a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) quanto o Código de Ética Médica exigem cuidados com as informações dos pacientes. Portanto, garantir a proteção de todo o ambiente virtual é fundamental.
Ao mesmo tempo, ainda é um obstáculo para instituições hospitalares privadas e públicas o custo relacionado a construir um sistema tecnológico.
Implementando a IoMT: suporte de outras tecnologias é necessário
Consultórios, clínicas e hospitais podem se beneficiar da IoMT, seja para tornar todo o atendimento inteligente ou ao menos uma parte dele. E para implementar essa tecnologia, alguns outros recursos também são necessários.
O primeiro passo para qualquer digitalização é entender as necessidades da gestão e os principais pontos de melhoria para pacientes e profissionais. A partir daí, será possível compreender qual a capacidade necessária para a estrutura tecnológica, por exemplo.
De qualquer modo, a Internet das Coisas Médicas depende de conectividade. Aliás, a qualidade e velocidade da conexão afetam diretamente a comunicação dos dispositivos conectados.
Em seguida, é preciso contar com um ambiente em cloud. Isso porque a nuvem oferece escalabilidade de performance e facilidade tanto no armazenamento quanto no compartilhamento de informações em tempo real.
Logo após, será o momento de investir na tecnologia IoMT em si, como a implementação de dispositivos conectados para o monitoramento e acompanhamento dos pacientes.
Mas, sobretudo, quando o assunto é transmitir dados, é fundamental pensar na segurança de todo esse ecossistema. Independentemente de ser uma consulta presencial ou remota, ou dos dispositivos utilizados para monitorar a saúde, proteger essas informações deve ser prioridade.
Como muitos equipamentos de IoT são utilizados como porta de entrada para ataques cibernéticos, uma maneira de proteção é adotar a abordagem de confiança zero ou Zero Trust.
Por fim, outros recursos podem incrementar o sistema inteligente da IoMT. Um bom exemplo é a Inteligência Artificial (AI) que auxilia na análise de exames e na identificação de padrões ou irregularidades. Já o Big Data, também é essencial para um panorama quanto a doenças endêmicas e comportamentos de saúde em determinada região ou cidade.
Conclusão
A Internet das Coisas Médicas é uma aliada no setor da saúde. Com amplas soluções que impactam desde a gestão do hospital até no acompanhamento do paciente em casa, há um grande potencial da tecnologia revolucionar essa área de cuidados.
Então, a missão dessa digitalização é justamente trazer mais eficiência, segurança e conforto a pacientes e profissionais de saúde. Como exemplo, a diminuição do risco de contaminação cruzada através do monitoramento remoto em tempo real já é realidade graças à IoMT.
E certamente ainda há muito para ser desenvolvido a partir dessa conectividade. Porém, as instituições de saúde também precisam se planejar e se preparar para a adoção de inovações. Afinal, essas mudanças impactam diretamente na vida de milhares de pessoas.
Nesse sentido, a Vivo Empresas dispõe de portfólio completo e atendimento especializado para Saúde. São recursos sob medida para conectividade, estrutura, relacionamento com pacientes, segurança, controle de custos e assistência em todo o Brasil para consultórios, clínicas ou hospitais.
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Até a próxima!