A rede corporativa da sua empresa é um ativo; administrá-la com eficiência pode ser decisivo

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Em um cenário altamente digitalizado, cuidar bem da rede corporativa não é um luxo, mas uma necessidade. 

Na verdade, pode-se dizer que os desafios de TI que se apresentam ao falar de conectividade, isto é, sem contar os demais pontos da infraestrutura. São diários e demandam soluções tão ágeis e silenciosas quanto.

Por isso mesmo, costumo dizer que esse departamento deve “ser, por essência, invisível”, no sentido de que, se tudo estiver funcionando corretamente, ninguém se lembrará dele.  

Pense bem: se uma empresa perde, ainda que por um pequeno período, um sistema de gestão de clientes como o CRM (do termo em inglês Customer Relationship Management), como ela vende? 

Do mesmo modo, se não houver conexão com as plataformas digitais de pagamento em uma loja que depende disso, como será feita a operação de cobrança?

Em suma, ser lembrado, ao menos nesse contexto que descrevi, geralmente não é um bom sinal. Afinal, casos como estes impactam diretamente no faturamento e na receita das empresas. 

Somado a isso, vale lembrar que a interação com a organização por meio da rede compõe a experiência do cliente, fator por vezes decisivo na decisão de compra. 

Principais desafios no gerenciamento da rede corporativa

A rede corporativa concentra tudo o que os colaboradores precisam para trabalhar, dentro ou fora do espaço físico da empresa. Aliás, esse é um fator bastante importante, pois a questão da gestão de conectividade pode parecer simples quando há apenas um local. Mas a realidade é que, com diversas localidades simultâneas de trabalho, a situação se torna bem mais complexa.

Dentre os desafios dessa realidade, destaquei dois como principais:

  • O primeiro está em como garantir acesso à rede com qualidade e segurança, independentemente da localização. Equipes alocadas, times de campo e funcionários remotos precisam ter a mesma disponibilidade de conectividade. Com a popularização do modelo de trabalho híbrido,  torna-se crucial encontrar soluções que ofereçam essa flexibilidade, sem aumentar os riscos existentes no mundo virtual. 
  • Outro desafio vital é que, se antes da pandemia de Covid-19 as aplicações ficavam dentro do Data Center na própria empresa, agora há uma migração em massa para a nuvem. Essa movimentação, por sua vez, demanda uma infraestrutura de rede ainda mais robusta e flexível, que permita ao ambiente digital alcançar seu máximo desempenho.

Gestão de conectividade com SD-WAN e SD-LAN

Felizmente, para os desafios mencionados aqui, existem soluções que trazem o melhor da tecnologia em prol da administração da rede corporativa. 

Como exemplo principal, podemos citar o SD-WAN. A sigla é uma abreviação para o termo em inglês Software Defined Wide Area Network, ou, ainda, Rede WAN Definida por Software.

A solução é geralmente composta por dois links, sendo um principal e um backup, e foca em otimizar o tráfego das aplicações. Assim, tudo que for relacionado ao “core business” da companhia pode ser listado como prioridade, para que o software busque o melhor caminho. 

Sobretudo, é esse tipo de serviço que previne uma paralisação de sistemas essenciais dos negócios. Em uma eventual queda do link principal, as aplicações prioritárias serão transferidas automaticamente para o link backup sem que o cliente final sinta essa diferença. 

Como resultado, não há interferência negativa no resultado do negócio. 

Devido a essas vantagens, o SD-WAN faz parte da estrutura de muitas organizações, inclusive no exterior. Não por menos, conforme se verifica no estudo da Altman Vilandrie & Company, de maio de 2020, 77% das grandes companhias globais em atuação nos Estados Unidos utilizam essa tecnologia.

Logo, nota-se que o SD-WAN é uma ferramenta que também otimiza os custos operacionais do negócio, uma vez que, fazendo-se um melhor uso da internet como um todo, os ganhos em produtividade e qualidade são evidentes.

Inteligência Artificial integrada às soluções

Para aqueles que querem ir além, há recursos mais avançados, como o SD-LAN. O SD-LAN inclui atividades mais complexas de TI, englobando outros elementos dessa ponte, como a infraestrutura de Wi-Fi e switches, que também podem ser gerenciados com a solução. 

Entre as particularidades dessa ferramenta, vale destacar a aplicação da Inteligência Artificial (AI) para a gestão de redes. Particularmente, observei ganhos operacionais incríveis em diferentes clientes que adotaram a tecnologia, como por exemplo, a redução de tempo de solução de problemas que eram de dois dias para duas horas.

Há casos em que a inteligência artificial identificou automaticamente a liberação de um um patch de atualização e servidores que, por sua vez, geraram problemas aos usuários, permitindo que se efetivasse a correção com a maior agilidade possível, antes mesmo que houvesse reclamação.

Ressalto que uma infraestrutura gerenciada por AI não substitui o time de TI. Pelo contrário, permite aos profissionais de TI focarem em atividades mais nobres, como a busca contínua por melhorias, inovações e outros aplicativos que possam interagir e proporcionar ganhos ao ecossistema da empresa. 

As recentes medidas de lockdown aplicadas à grande maioria da população mundial trouxeram consigo a corrida pela adaptação da rede corporativa, antes projetada para trabalho presencial, para o trabalho remoto. Superada a etapa mais crítica, novas adaptações foram sendo implementadas para chegar ao modelo híbrido, que vem crescendo exponencialmente e ganhando popularidade. 

Em meio a tantas mudanças, trazer a gestão com AI para a rede facilita muito a usabilidade e o trabalho dos especialistas em tecnologia. 

Em outras palavras, a AI cuida do que é geral, usual, e os profissionais de TI podem ser melhor aproveitados. Este é um forte indicativo para o futuro do gerenciamento de rede corporativa: redes autogerenciáveis na maior parte de suas funções.

Segurança digital é prioridade na rede corporativa

Hoje, não podemos pensar em rede corporativa sem associá-la a segurança. Elas estão intimamente ligadas – e é assim que deve ser -, frente ao aumento de ameaças cibernéticas focadas em negócios em funcionamento no Brasil.

Por conta disso, algumas soluções já vêm com segurança embarcada, o que representa redução de custos com demais proteções. O SD-WAN Juniper, por exemplo, é baseado em zero trust network, ou seja, não confia nativamente em nenhuma conexão. Esse tipo de defesa é especialmente significativa quando a força de trabalho está atuando nos modelos remoto ou híbrido. 

Acima de tudo, a segurança envolve os elementos da rede, como as aplicações e switches, e atua diretamente no problema. No caso de detecção de uma ameaça ou vulnerabilidade, é possível desabilitar um software ou uma máquina específica, solucionando o problema em espaço curtíssimo de tempo.

A disrupção não complica, mas simplifica

Importante salientar que, no mundo da tecnologia, muitas vezes, existe um embate entre segurança e usabilidade. Porém, há um esforço constante em mudar essa percepção, inclusive para lidar com a rede corporativa. 

Só para exemplificar meu ponto, nós já atuamos com o modelo Zero Touch, no qual o equipamento é enviado e o próprio responsável o recebe e consegue instalá-lo. 

Em contrapartida, há a preocupação em mostrar que essas tecnologias disruptivas, como o SD-WAN e o SD-LAN, não complicam o dia a dia. Na realidade, é mais simples do que parece. 

As soluções estão sendo constantemente atualizadas, seguindo as tendências do mercado internacional. Então, é possível reaproveitar equipamentos existentes na estrutura da companhia, ao mesmo tempo em que se adotam as inovações. 

É possível usar os recursos disponíveis para migrar uma aplicação do negócio, que está no Data Center, para múltiplas clouds, mantendo o mesmo endereçamento IP.

Tudo depende da adoção de tecnologias alinhadas ao propósito do negócio. E, por isso, para quem atua nessa área, a venda consultiva é o ideal. Afinal, é entendendo as dores e necessidades de cada negócio que se pode apresentar as melhores  soluções e alcançar os resultados desejados. 

Por isso, na hora de contratar serviços de infraestrutura, tanto executivos quanto a equipe de TI devem participar do processo para alinhar expectativas e alcançar o melhor resultado.

Conclusão

Nos últimos anos, observou-se uma significativa evolução nas tecnologias de conectividade e de rede corporativa, com a missão de aplicá-las para simplificar os negócios e o cotidiano dos profissionais. 

Entretanto, passar por mudanças estruturais é algo que traz, desde muito tempo, um certo desconforto. Especialmente, se não houver um problema urgente ou uma necessidade de mercado que a justifique, como foi o caso da pandemia de Covid-19. 

Mas é claro que, ainda mais quando se fala em tecnologia, inovar é preciso. E, nesse sentido, automatizar e trazer tecnologias, como AI e IoT, para o seu negócio não significa contratar uma solução mais cara. 

É preciso colocar no papel o ‘investimento versus benefícios’ a médio e longo prazo – como por exemplo, a redução de custos e a otimização de recursos – e, então, decidir o melhor caminho, com base no ponto onde seu negócio deseja chegar. 

É dessa forma que a empresa conquistará seu diferencial em eficiência e se colocará em outro patamar de gestão.

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