A forma como realizamos transações e pagamos por serviços e produtos está em constante evolução e o dinheiro digital é um bom exemplo disso. Em outrora, moeda e dinheiro em espécie já foram os meios principais, mas hoje há uma grande gama de opções para se escolher.
A forma como realizamos transações e pagamos por serviços e produtos está em constante evolução. O dinheiro digital é um bom exemplo disso. No passado, a moeda e as cédulas já foram os meios principais, mas, hoje, há uma gama de opções de pagamento.
Os cartões, especialmente os de crédito, ainda são bastante utilizados. Porém, entraram em cena as carteiras digitais, criptomoedas, NFTs e tokens. Além disso, no mundo todo se inicia uma tendência de criação de moedas virtuais.
Em paralelo, vale lembrar que não são apenas as instituições bancárias que estão envolvidas nessas mudanças. Grandes marcas como Apple, Starbucks e Magazine Luiza já oferecem serviços e produtos financeiros iguais aos de um banco. E há ainda as fintechs, que aparecem como alternativa para quem busca inovação nos serviços financeiros.
É fácil notar que a tecnologia está transformando a natureza do dinheiro. Sendo assim, é preciso ficar por dentro das tendências para entender como essas mudanças afetam o dia a dia e como aproveitar a evolução em prol dos negócios.
Por isso, neste artigo, você verá:
- Dinheiro digital: a evolução das formas de pagamento
- Moeda Virtual do Banco Central é tendência global
- Suporte tecnológico é essencial para o dinheiro digital
- Como o dinheiro digital transforma o dia a dia?
Dinheiro digital: a evolução das formas de pagamento
Não muito tempo atrás, espécie, moedas e cheques eram presença constante em nosso dia a dia. No entanto, as visitas aos bancos se tornaram cada vez mais raras e as carteiras diminuíram de tamanho. Afinal, as cédulas não circulam mais como antigamente e os cartões também encolheram.
Para entender como o dinheiro digital se tornou tão importante, é preciso olhar para o panorama do País.
A realidade é que as cédulas vêm entrando em desuso há algum tempo. Uma pesquisa da Accenture, divulgada no primeiro semestre de 2020, mostra que 77% das pessoas no Brasil deixaram de utilizá-las ou reduziram seu uso.
A crise sanitária, iniciada em 2020, teve um papel acelerador nesse sentido, trazendo à tona os meios de pagamento por aproximação. E o Pix, que entrou em vigor em novembro do mesmo ano, também contribuiu na questão: a modalidade de transação diminuiu em 4,4% a quantidade de cédulas em circulação.
Para exemplificar, o Pix teve seu recorde de utilização em dezembro de 2021, com mais de 1,4 bilhões de transações, ultrapassando o marco de R$ 718 milhões em valor de operações.
Ao mesmo tempo, as carteiras digitais ganharam destaque, sendo impulsionadas pelo crescimento do e-commerce e por estratégias de cashback e descontos. Segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 61% dos brasileiros das classes A, B e C com smartphones utilizam essas e-wallets.
Em resumo, todas essas mudanças no comportamento de compra mostram que há uma boa recepção quanto às inovações no setor. Uma reportagem da revista IstoÉ, de fevereiro de 2021, informa que quase 80% dos consumidores esperam utilizar biometria, criptomoedas e outras novas tecnologias de pagamento no futuro.
Criptoeconomia e o dinheiro digital
Paralelamente a todas essas novas formas de pagamento, existe a criptoeconomia, na qual a economia e as ciências da computação se unem.
Foi em 2009 que surgiu a primeira criptomoeda, conhecida como Bitcoin e, desde então, mais de 17 mil tipos diferentes foram desenvolvidos. Entre os principais benefícios desse dinheiro digital está o fato de atenderem a um mercado global, terem segurança garantida por blockchain e não necessitarem de intermediários para serem operadas.
Entretanto, seu uso no cotidiano ainda não é aplicável, devido à sua alta volatilidade. No mesmo universo, também surgiram as stable coins, que são moedas digitais vinculadas a ativos como o dólar americano e, portanto, mais estáveis.
Moeda virtual é tendência global
Não é apenas no Brasil que o dinheiro digital está ganhando espaço. Uma pesquisa da McKinsey, publicada em março de 2021, mostra que 78% dos americanos utilizam formas virtuais de transações financeiras.
Compras online pelo app, check-out na loja usando smartphones ou QR codes e pagamentos pessoa a pessoa são algumas das modalidades em destaque. Contudo, há uma tendência em ascensão que trará mais uma alternativa: as moedas digitais dos Bancos Centrais.
Do termo em inglês central-bank digital currencies, as CBDCs são versões digitais das divisas nacionais que aparecem frente à futura irrelevância do dinheiro em espécie.
A iniciativa surge como uma forma de democratizar o acesso ao sistema financeiro, uma vez que pessoas sem contas bancárias também podem se beneficiar. Além disso, é um modo de trazer mais eficiência e estabilidade ao pagamento digital, ao mesmo tempo em que se reduz custos.
No Brasil
O sucesso do Pix abriu as portas para outras inovações. Dessa forma, o Banco Central do Brasil já tem no seu planejamento lançar uma versão virtual da nossa moeda. Diferentemente de outros países, ela não terá foco de facilitar transações, uma vez que o Pix já se encarrega disso.
Aqui, o “real digital” deve simplificar contratos de empréstimos personalizados, bem como reduzir seus custos. Além disso, a moeda pode beneficiar a integração com sistemas de pagamentos internacionais.
Entretanto, a novidade ainda tem um caminho a percorrer para começar a circular no mercado. Isso porque o Banco Central precisará desenvolver um ambiente seguro, bem como definir diretrizes de utilização.
Enfim, para colocar em prática o conceito de CBDCs no Brasil, em agosto de 2020, o BC organizou um grupo para estudos sobre a emissão do real digital. E em novembro de 2021, lançou uma edição do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT), com foco em compreender casos de uso da inovação e tecnologias necessárias para torná-la viável.
Suporte tecnológico é essencial para o dinheiro digital
A tecnologia é um elemento inerente ao desenvolvimento de novas formas de transações financeiras. Como exemplo, o pagamento por aproximação é possível graças ao recurso NFC de comunicação de campo próximo.
Nesse sentido, a internet das coisas (IoT) também é essencial para auxiliar na função de operações via dispositivos conectados como smartbands.
Contudo, a tecnologia mais primordial para os diversos serviços financeiros e para a funcionalidade da moeda virtual é a conectividade. Todo sistema de pagamento depende hoje de conexão, tanto em lojas físicas quanto nas online.
Aliás, a melhoria da conectividade que a chegada do 5G vai trazer pode ser uma grande impulsionadora de mudanças na economia. Com latência abaixo de 1 milissegundo e taxa de transmissão de até 20Gbps, as operações com dinheiro digital tendem a se tornar prioritárias.
Essa evolução impactará ainda outras importantes tecnologias que auxiliam as moedas virtuais, como a cloud. As carteiras digitais utilizam esse ambiente em nuvem para armazenar dados de forma segura e escalável, com criptografia e autenticação de dois fatores.
Tecnologia suporte para a CDBC
Ainda em etapa de estudo, a implementação do real digital irá exigir uma adaptação da infraestrutura financeira e técnica das instituições bancárias, mas não será necessária uma reformulação.
Uma das tecnologias comumente associadas ao dinheiro virtual é o blockchain, uma forma de proteção utilizada nas criptomoedas. Todavia, a CDBC não é um cripto ativo, pois ao invés de ser descentralizado, será controlado pelo BC. Sendo assim, será a cloud que atuará como elemento-chave nesse novo sistema.
Atualmente, os provedores de nuvem já oferecem registros e bancos de dados centralizados com trilha de auditoria verificável. Em outras palavras, conseguem trazer um alto nível de segurança sem muitas complexidades e com a facilidade de escalabilidade.
Como o dinheiro digital transforma o dia a dia?
Com o alto uso de carteiras digitais e transações via Pix, fica claro que essa tecnologia consegue simplificar pagamentos, trazendo eficiência para as operações. Além disso, essas facilidades evitam alguns tipos de fraudes como cheques sem fundo.
Mas o dinheiro digital, como o CBDC, tem um potencial ainda maior.
Um bom exemplo está no varejo. Muitas transações são realizadas por meio de cartões de crédito, que, apesar de práticos, trazem taxas caras para os comerciantes.
Por vezes, esses custos são passados para os consumidores por meio de aumento de preços nos produtos e serviços vendidos. Então, nesse cenário, ter uma moeda virtual para efetuar pagamentos pode trazer benefícios para clientes e empresas.
Conforme divulgado em matéria da CNN Brasil em dezembro de 2021, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ainda considera outras possíveis vantagens do real digital:
- Delivery versus pagamento: permite que a entrega e o pagamento de uma encomenda aconteçam de forma simultânea;
- Formas de pagamento conectado à IoT: facilita as transações realizadas por máquinas que tomam decisões a partir de eventos reais;
- “Tokenização” de investimentos em ambiente digital e negociados via blockchain – possibilita a divisão de um ativo, como uma obra de arte, em partes de valor mais acessível.
Mais segurança
Toda transação digital deixa um rastro e, por conseguinte, pode ser auditada. Enquanto na visão de alguns especialistas isso significa uma perda de privacidade, essa também é uma forma de combater evasão fiscal e operações ilícitas.
Afinal, quando comparado ao uso de espécie, que pode ser utilizada para qualquer atividade e não necessariamente é informada às autoridades fiscais, o CDBC é mais confiável.
Segundo o artigo da MIT Technology Review, de abril de 2022, possivelmente a moeda digital vai contribuir com uma redução de falsificações e dificultar crimes como lavagem de dinheiro.
O futuro é digital
Não há dúvidas de que o dinheiro virtual já mudou e ainda irá transformar mais o sistema econômico mundial. É possível vislumbrar um futuro em que as pessoas tenham fundos não apenas em instituições bancárias tradicionais, como também possuam CBDCs e stable coins para utilizar em diferentes situações.
Na realidade, isso acontece hoje com bancos, fintechs e grandes marcas que disponibilizam carteiras digitais. Aliás, com isso, a concorrência entre as empresas que oferecem serviços financeiros possivelmente irá se acentuar.
Enfim, o dinheiro virtual deve seguir simplificando os pagamentos, tornando-os mais baratos e rápidos e, assim, beneficiando clientes e companhias. Junto a outras tendências, como open banking e finanças descentralizadas, a economia tende a ser cada vez mais diversificada. E cabe aos empreendedores estarem atentos.
Nesse sentido, a Vivo Empresas oferece um portfólio de soluções tecnológicas que ajudam a compor sistemas de pagamentos completos e versáteis. Com serviços de conectividade, cloud e segurança digital, é possível se preparar para superar desafios e aproveitar as novas oportunidades trazidas pelas moedas virtuais.
Quer saber como a mudança no sistema financeiro vem afetando os negócios? Confira estes artigos:
- Como o Open Banking vai revolucionar o mercado financeiro? Descubra o que vem por aí
- Como preparar seu negócio com a tecnologia dos novos meios de pagamento
- O que é fintech: entendendo as startups de finanças que prometem mudar o mundo
Boa leitura e até a próxima!