Entenda como a tecnologia impulsiona a produção de chocolate no Brasil

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A produção de chocolate tem apresentado indicadores estáveis no Brasil, apesar de haver muito espaço e potencial para avanços. Somente em 2020, por exemplo, o saldo produtivo do setor foi de 757 mil toneladas, segundo a Associação Brasileira de Indústria de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab). 

Da mesma forma, as exportações cresceram 3,7% na comparação com 2019. Para se ter uma ideia, 29,6 mil toneladas foram embarcadas, totalizando um ganho de mais de US$ 100 milhões.

Em relação à sua matéria-prima, o cacau, o Brasil ocupa a sétima posição na lista mundial de produtores, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

No entanto, o próprio órgão indica que há muitas chances para ampliar a participação no mercado mundial. E um dos principais motores é o investimento em tecnologia para potencializar o cultivo.

Assim como em outras frentes do agro, recursos inteligentes e conectados, a exemplo da nuvem e da Internet das Coisas (IoT), já têm impulsionado a produção e a distribuição de chocolate em diversos estados. 

Quer saber como tudo isso acontece na prática? Siga conosco neste artigo e descubra:

  • Cacau: chegada ao Brasil e produção nacional
  • Como a tecnologia impulsiona a produção de chocolate em todas as etapas
  • Exemplos reais de soluções que otimizam as operações
  • Como armazenar os dados captados

Cacau: percurso até as terras brasileiras

produção de chocolate no Brasil
Brasil é 7º maior produtor de cacau do mundo, tendo potencial para ir além com ajuda da tecnologia

Símbolo da Páscoa, o chocolate também é um dos favoritos do público para presentear em diversas ocasiões. Originário das regiões tropicais das Américas Central e do Sul, o cacau foi levado à Europa no início do século 16 pelo espanhol Fernando Cortez, responsável pela colonização do México. 

Ele ficou intrigado com uma bebida produzida pelos índios a partir da fermentação das sementes do cacau, o tchocolath.

No Brasil, os primeiros grãos desembarcaram em 1746, trazidos por um francês que presenteou Antônio Dias Ribeiro, um fazendeiro que possuía terras no Sul da Bahia. As condições climáticas favoreceram o cultivo e logo fizeram do país um dos grandes produtores mundiais.

De 1986 a 1990, por exemplo, éramos os segundos da lista mundial. Hoje, conforme apontou o IBGE, ocupamos apenas a sétima posição. Tal queda tem uma relação direta com a introdução criminosa de uma praga, a vassoura-bruxa, que acabou com diversas plantações no século 19.

Atualmente, o maior produtor de cacau do Brasil é o estado do Pará, responsável por 51,54% do volume nacional, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, também do IBGE.

Produção de chocolate e a relação com a tecnologia

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Kantar, e apresentada pela Abicab em Abril de 2021, o consumo de chocolate cresceu 1,5% no Brasil em 2020 (mesmo diante de um ano crítico, que marcou o início da pandemia de Covid-19). 

Em mesmo sentido, houve um aumento de 2,4% na receita, totalizando US$ 11 bilhões, o que evidenciou o potencial deste mercado.

O estudo mostrou ainda que o alimento está presente na lista de compras de 82,6% dos lares, sendo que a frequência cresceu em 9,3% no último ano. Na divisão por segmentos, a categoria “bombom” ficou com o maior volume de vendas (134 mil toneladas), seguida pelos “tabletes” (86 mil toneladas).

A Suíça é o país que mais consome chocolate (cerca de 8,5 kg/ano por habitante). A Áustria vem em segundo lugar, com 8,2 kg, seguida da Alemanha, com 7,9 kg. No Brasil, o consumo é de 2,6 kg/habitante ao ano.

Fonte: Abicab

Outro estudo encomendado pela Abicab, e desenvolvido pela consultoria KPMG em dezembro de 2020, mostrou que, no último ano, o Brasil exportou chocolate para 145 países do mundo. Os principais destinos foram Argentina, Paraguai e Uruguai, totalizando 29,6 mil toneladas.

Em contrapartida, no que diz respeito à matéria-prima, a produção de cacau nacional ainda é insuficiente para atender à demanda industrial, o que exige a importação de outros países, como a Costa do Marfim.

A tecnologia, por sua vez, tem sido empregada para favorecer etapas e procedimentos necessários para que o chocolate chegue até os consumidores, como o cultivo do cacau, a produção do alimento em si e, naturalmente, também sua distribuição, conforme apresentamos a seguir.

No cultivo do cacau

Um dos principais freios da produção nacional de cacau, sem dúvidas, é a incidência de pragas na lavoura. E aqui a tecnologia tem um papel decisivo, uma vez que soluções de manejo e controle são essenciais. 

Com o uso de recursos baseados em Internet das Coisas (IoT), por exemplo, é possível fazer uma gestão mais eficiente de todos os campos de cultivo, identificando esses e outros problemas com antecedência, garantindo uma economia maior de recursos.

Ou seja, ao monitorar uma plantação com câmeras e sensores, o agricultor consegue identificar o momento exato de aplicar fertilizantes ou os recursos necessários para combater pragas antes que elas causem prejuízos maiores. 

Além disso, maquinários automatizados asseguram maior rapidez e eficiência em várias etapas, como na colheita. Tudo isso é suportado pela IoT. No entanto, para que seja integrada à operação, é necessário que ela esteja 100% conectada.

E já há uma grande movimentação para que isso aconteça. Segundo uma análise realizada pela McKinsey & Company em 2020, a cobertura da conectividade móvel, essencial para operações agrícolas, deve chegar a 80% de todas as áreas rurais mundiais até 2030. 

O resultado será um acréscimo de US$ 500 bilhões no PIB mundial. O potencial é enorme.


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Exemplos de soluções reais

De olho nessa demanda crescente, a startup Agrosmart, sediada em Campinas (SP), criou um aplicativo que possibilita a identificação de pragas em tempo real, a partir do celular. 

O sistema monitora a plantação, identificando a quantidade de insetos por metro quadrado. Se ultrapassar um limite pré-estabelecido, envia um aviso ao agricultor indicando o momento e a quantidade certa de defensores agrícolas que devem ser manejados.

A automatização é outro motor que potencializa as produções agrícolas. Para se ter uma ideia da capacidade desse tipo de solução, o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China informou recentemente que pretende automatizar 50% de suas plantações até o ano de 2025

Segundo o órgão, para isso, será necessário adotar algumas medidas importantes, tais como incremento da conectividade, mecanização das operações de produção e instalação de equipamentos nas unidades produtivas.

Na produção e na distribuição do chocolate

Uma produção com etapas automatizadas tende a ser mais ágil – e também libera a inteligência humana para tarefas mais estratégicas. 

Isso também é possível a partir da Internet das Coisas, uma vez que as máquinas comunicam-se entre si com bastante facilidade caso exista uma infraestrutura preparada para que isso aconteça.

Da mesma forma, o monitoramento da produção, bem como dos galpões de armazenamento das matérias-primas e dos produtos, também pode ganhar em eficiência. 

A partir de sensores, por exemplo, é possível acompanhar e controlar as condições do estoque, conservando melhor os ingredientes e insumos, o que também reflete num produto de melhor qualidade.

Já para otimizar seus processos de armazenamento e distribuição, a varejista Cacau Show, por exemplo, optou por incorporar a tecnologia Voice Picking, que utiliza um assistente de voz para direcionar e receber comandos dos colaboradores.

Assim, em vez do profissional ter de checar as informações com um superior hierárquico, ou por meio de um painel, o que eventualmente lhe consumiria alguns minutos, toda a comunicação é feita oralmente. 

Como resultado, as informações são trocadas de forma mais fluida entre as equipes de logística, resultando em um salto de 12% na produtividade

Dados captados na produção de chocolate

produção de chocolate
Maquinário inteligente e conectado pode gerar dados valiosos na produção de chocolate

Do campo onde o cacau é extraído até a indústria em que é beneficiado, a produção de chocolate gera um grande volume de dados

Por sua vez, para que todas essas informações sejam armazenadas e utilizadas de forma inteligente, é fundamental resguardá-las em um espaço versátil e seguro, como a nuvem.

Além de confiáveis, os ambientes virtuais baseados em cloud tem a escalabilidade como um de seus maiores atributos. Na prática, portanto, é possível aumentar e reduzir a contratação desses serviços com muito mais facilidade, pagando apenas pelo que é efetivamente utilizado.

Mais do que isso, no entanto, os recursos que contam com a tecnologia também tornam as informações mais acessíveis. Afinal, como a nuvem está sempre conectada, é possível visualizar e controlar o conteúdo armazenado a partir de qualquer lugar e a qualquer hora.

E como é possível imaginar, um fluxo de dados mais eficiente beneficia as operações como um todo, tornando mais fácil ter uma visão ampla do negócio, tomar decisões complexas e, principalmente, detectar gargalos e outras falhas.


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Concluindo

Embora tenha apresentado crescimento ainda tímido, a produção de chocolate no Brasil tem um grande potencial devido ao forte interesse do público no produto e, principalmente, devido à enorme oferta de cacau que há na indústria nacional.

A tecnologia, por sua vez, pode potencializar essas duas frentes com soluções que conseguem tornar as operações mais ágeis e eficientes.

Conforme visto anteriormente, recursos baseados na Internet das Coisas, como monitoramento inteligente e automatização de processos, vêm sendo bastante empregados no setor. 

Da mesma forma, exemplos como o da gigante brasileira Cacau Show também demonstram o papel da tecnologia nas tarefas logísticas, otimizando a produtividade das equipes no dia a dia. 

Neste sentido, é importante ressaltar que a base para iniciativas do gênero é a conectividade. E como líder nesse segmento, a Vivo Empresas conta com um portfólio de soluções especialmente pensadas para o agronegócio. 

A título de exemplo, é possível citar os planos de rede 2G, 3G, 4G e LPWA, além da Vivo Kite Platform®, que oferece um painel único para a gestão de dispositivos M2M e IoT.

Adicionalmente, também são oferecidas soluções baseadas em Nuvem, Big Data, Segurança Digital, IoT e TI – opções essas, vale citar, que se adaptam à realidade financeira e tecnológica do seu negócio.

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Até a próxima!

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