Filas, burocracia e demora no atendimento começam a ser parte do passado da medicina. Com o plano de saúde digital, o vínculo entre médicos, pacientes e empresas se transforma, ficando muito mais ágil, prático e transparente.
Esse movimento pode ser comparado com a digitalização dos bancos, que mudou a relação dessas instituições com seus clientes. Com esse fenômeno adentrando a área da saúde, usuários já podem consultar com o médico, marcar exames, tirar dúvidas sobre o tratamento, entre outras funcionalidades, com uma distância tão próxima como a palma da mão: tudo pelo app.
Tal processo gera benefícios aos clientes e oportunidades para as empresas — por mais que ainda tenha muito a avançar no Brasil. Saiba mais sobre os planos de saúde digitais, nos seguintes tópicos:
- O que é um plano de saúde digital;
- Como funciona;
- Vantagens;
- Panorama da saúde digital no Brasil;
- Tecnologias da saúde digital.
O que é um plano de saúde digital
Um plano de saúde digital é um serviço de saúde suplementar (privado) centralizado na telemedicina e que oferece toda a gestão e acompanhamento do paciente online, por meio de aplicativo.
Através dessa solução, o usuário pode se comunicar com a equipe médica 24 horas, obtendo atendimento virtual em caso de necessidade. Além disso, é possível consultar prontuários, agendar exames, visualizar indicadores de saúde, entre outras ações, diretamente na plataforma da gestora.
A modalidade é focada na saúde preventiva, promovendo o acompanhamento do paciente por um médico de família. Nessa estratégia, há uma assistência regular e personalizada a cada usuário, com base no seu histórico e nos indicadores. Intervenções e consultas presenciais não são descartadas, mas entram de maneira secundária.
O conceito de plano de saúde digital é um desdobramento das healthtechs — empresas focadas em utilizar e desenvolver tecnologias para a promoção do bem-estar. Essas startups suprem, com inovação e otimização, as carências de um mercado muitas vezes burocrático e ineficiente, agregando valor por um custo menor.
Esse modelo de negócios vem crescendo globalmente desde a década passada, mas ganhou bastante relevância social na pandemia de covid-19, principalmente por causa da telemedicina. No Brasil, essa prática foi regulamentada através da Resolução nº 2314, em caráter definitivo, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em abril deste ano.
Como funcionam os planos de saúde digital?
A contratação de um plano de saúde digital funciona de forma semelhante às tradicionais. O usuário faz uma assinatura individual, familiar ou empresarial, utilizando os serviços e ficando submetido às regras de cada contrato.
A diferença é que essa modalidade possui uma abordagem digital first, privilegiando a consulta remota. Dessa forma, se o usuário precisar de atendimento de emergência, basta entrar em contato com a operadora pelo aplicativo para realizar uma consulta de telemedicina. Se houver necessidade, o profissional encaminha o paciente à rede credenciada para dar continuidade ao atendimento.
Outra diferença em relação aos planos tradicionais é a utilização estratégica de soluções digitais que integram a chamada medicina 4.0. Além da já mencionada consulta remota, essa abordagem incorpora os avanços de inteligência artificial e Big Data para realizar prognósticos, mensurar parâmetros e dar assistência personalizada aos pacientes.
Além de consultas de médico clínico geral, também é possível ter assistência em outras especialidades, dependendo do plano contratado. Isso inclui psicologia, psiquiatria, fisioterapia, oftalmologia, entre outras.
Esse tipo de plano de saúde segue a regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Dessa forma, os reajustes das assinaturas individuais ou familiares, direitos do usuário, procedimentos técnicos e demais exigências são definidos pelo órgão.
Vantagens do plano de saúde digital
A digitalização das empresas de plano de saúde agrega uma série de benefícios, tanto para usuários quanto para gestores da área. Confira a seguir os principais.
Foco na prevenção
A praticidade oferecida pela saúde digital colabora para a transformação do paradigma da medicina intervencionista para a preventiva.
Como há menos filas, burocracia e deslocamentos, fica mais fácil ao usuário cuidar da prevenção, pois ele pode ser assistido regularmente por um médico de família sem precisar sair de casa.
Personalização
Através da inteligência de dados, o profissional pode tomar decisões mais assertivas sobre estratégias de prevenção e tratamento de cada paciente. Como consequência, é possível criar uma jornada do paciente totalmente individual e customizada, gerando mais valor e humanidade ao atendimento.
Agilidade
Planos de saúde digitais oferecem atendimento virtual 24 horas. Caso o usuário tenha qualquer tipo de queixa, uma equipe está de prontidão para dar assistência online ou direcionar o paciente para uma consulta presencial.
Maior capacidade de escala
Empresas que investem em planos de saúde digitais possuem uma capacidade de abrangência muito maior, visto que grande parte do tratamento acontece virtualmente. Assim, é possível agregar mais clientes e romper as barreiras geográficas. No entanto, isso não exime a oferta de uma rede de laboratórios, clínicas e demais equipamentos para os casos de atendimento presencial.
Custo tendencialmente menor
Atividades digitais tendem a ser mais baratas em relação às presenciais, pois a escalabilidade é maior e o custo com infraestrutura é menor. O foco na prevenção também contribui para que esse plano seja mais acessível a idosos, cujos preços dos contratos, muitas vezes, se tornam inviáveis no modelo tradicional.
Panorama da saúde digital no Brasil
O mercado de saúde digital no Brasil é recente. Segundo um relatório da Distrito, HealthTech Report 2022, 50,6% das 1.023 empresas desse ramo no país foram fundadas entre 2016 e 2019. Desse total, 3,42% das startups estão na categoria de seguros e planos de saúde.
Apesar de representarem uma fatia pequena do setor, esses negócios são os que recebem maior investimento a nível global. Segundo o relatório, 270 milhões de dólares foram investidos em healtechs dessa categoria entre 2017 e 2022.
Esse panorama se mantém no Brasil: a startup que mais recebeu aportes (estimado em US$ 127 milhões) foi a Alice, gestora que oferece plano de saúde digital.
Renovações no setor
Uma das inovações dessa empresa é o canal Alice Agora, que funciona 24 horas no app disponível aos usuários. Conforme a operadora, o tempo médio de resposta pelo chat é de 35 segundos durante o dia e a taxa de soluções a distância das queixas relatadas foi de 76% em julho deste ano.
Outra solução desenvolvida pela startup foi o Score Magenta, um questionário que mensura a saúde do paciente sob diversos aspectos, como atividade física, hábitos, alimentação e sono. A pontuação do usuário é um auxílio para o acompanhamento a médio e longo prazo.
A empresa QSaúde também se destaca no cenário nacional das heathtechs e oferece, em seu aplicativo, o botão QCuidado, que funciona 24 horas para situações médicas de pronto-atendimento. Outra funcionalidade é o Guia Q da Saúde, na qual o paciente pode tirar suas dúvidas em horário comercial sobre tratamentos e cuidados.
Esse modelo também já se faz presente na saúde pública através da iniciativa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Com esse programa, elaborado em parceria com o Reino Unido, a meta é que 40% dos atendimentos da instituição sejam realizados de maneira remota.
Uma questão que precisa avançar no cenário nacional é a cobertura dessas organizações, visto que os exemplos mencionados — e outros grandes nomes do setor, como a SamiSaude — atendem presencialmente apenas no Estado de São Paulo.
Tecnologias da saúde digital
O desenvolvimento das healthtechs está totalmente relacionado com o avanço das tecnologias digitais, que permeiam todo o processo. Partindo da conectividade, profissionais, pacientes e gestores se integram em um ecossistema digital composto de softwares, hardwares, rede e equipamentos.
Confira como as inovações tecnológicas interagem no contexto dessa vertical.
Inteligência artificial e Big Data
A coleta, análise e processamento de dados são os elementos mais importantes da transformação digital dos negócios. Com o setor da saúde, não é diferente.
Com a Big Data, a medicina chega a um novo patamar de precisão e predição, tanto a nível de políticas públicas (como no reconhecimento de zonas de risco de surtos epidemiológicos) quanto nos tratamentos individuais.
Através do uso dos programas de inteligência artificial, é possível, por exemplo, realizar diagnósticos mais acurados. Algoritmos são capazes de reconhecer padrões e ler imagens de exames com menos propensão a erros, além de ter uma capacidade muito maior de correlacionar sintomas com doenças e tratamentos.
Em relação à gestão de startups, o uso de dados também ampara decisões dos negócios e permite um direcionamento mais efetivo ao marketing. Um produto que cumpre com essa função é o Perfil Digital, da Vivo Empresas, que processa dados autorizados dos usuários da rede móvel da operadora e entrega insights para as organizações utilizarem em suas vendas.
IoT e Cloud Computing
A tecnologia da Internet das Coisas (IoT) traz enormes contribuições à área da saúde. Com a conexão de aparelhos e equipamentos à rede, dados podem ser coletados e digitalizados em tempo real, fornecendo informações relevantes para a prevenção e tratamento dos usuários.
Isso ocorre, por exemplo, através de wereables (dispositivos vestíveis), como relógios, pulseiras, adesivos com sensores, entre outros. Esses aparelhos, monitoram parâmetros fisiológicos dos pacientes 24 horas, ajudando no tratamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes.
Para o armazenamento e processamento dos dados adquiridos, entram em cena recursos de computação em nuvem. Esse ambiente virtual favorece o compartilhamento seguro das informações, promove interfaces para o desenvolvimento de soluções personalizadas, entre outras funcionalidades que podem ser contratadas conforme as necessidades de cada organização.
Uma maneira das healtechs aplicarem produtos e serviços na nuvem é através do Vivo Cloud, que oferece recursos em parceria com os grandes players do mercado, como o Google, Microsoft e AWS.
5G
A 5ª geração de conexão abre possibilidades para a digitalização da saúde se aprofundar ainda mais, massificando tendências e viabilizando procedimentos remotos de grande complexidade.
Devido à baixa latência do 5G, novas modalidades de operações cirúrgicas com robôs controlados a distância serão possíveis, permitindo tratamentos que ultrapassam a barreira dos continentes. A evolução da conectividade também colabora para a ampliação do uso dos wereables, que irão funcionar em uma rede muito mais rápida e estável.
Transforme sua empresa com tecnologia
Planos de saúde digitais são possíveis graças às funcionalidades proporcionadas pela tecnologia. É um setor em franca ascensão e que ainda tem muito espaço para crescer no país.
Segundo o relatório Digital Health Market, publicado em setembro deste ano pela Global Market Insights, o mercado global de saúde digital ultrapassou U$ 195 bilhões em 2021 e deve crescer a uma taxa anual de mais de 16% de 2022 até 2030.
A publicação alega que, entre os principais motivos de crescimento, estão o aumento da demanda por serviços de monitoramento a distância de pacientes e a ampliação mundial do uso de tablets, smartphones e outros dispositivos móveis.
Para as organizações brasileiras se beneficiarem das oportunidades geradas pelos planos de saúde digital e pela tecnologia, a Vivo Empresas oferece um portfólio completo de soluções para a saúde. Com produtos e serviços de TI, segurança da informação, conectividade, Cloud, entre outros, clínicas, consultórios e startups de todos os portes agregam valor ao próprio negócio e se tornam mais competitivos.
Confira nossos materiais selecionados e saiba mais sobre as inovações que impulsionam a medicina:
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- 5G e medicina de precisão: diagnósticos mais rápidos e precisos
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Até a próxima!
