As startups brasileiras vivem um cenário de crescimento recorde, mesmo em um cenário global de incertezas e fragilidade econômica. Em 2021, o setor recebeu um volume de investimentos 2,6 vezes maior em relação ao ano anterior.
Esse foi o maior salto desde o início da contagem histórica, iniciada em 2011, de acordo com dados do Distrito. Isso representa mais de 9,4 bilhões de dólares captados pelas startups do país no último ano.
Mais arrojadas que os negócios tradicionais, essas organizações recebem investimento massivo por oferecerem inovação em um modelo de negócios escalonável. Trazendo soluções para as demandas dos consumidores, as startups atraem investidores pelo potencial de crescimento rápido e lucratividade exponencial.
Nesse processo, as tecnologias digitais são protagonistas. Essas ferramentas atuam tanto na otimização dos fluxos internos quanto na viabilidade do produto ou serviço oferecido. Mesmo entre os que não fornecem necessariamente tecnologia, investir em soluções 4.0 é um dos fatores fundamentais para o sucesso desses negócios.
Saiba mais sobre as startups brasileiras e como as tecnologias digitais colaboram para a ascensão dessas. Aqui, você verá:
- O que são Startups;
- Crescimento das startups brasileiras;
- Perfil das startups brasileiras;
- Como a tecnologia viabiliza as startups brasileiras
O que são Startups
A palavra startup não possui uma tradução para português, mas é utilizada para se referir a companhias que seguem um modelo de negócios pautado essencialmente pela inovação.
A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) define o termo da seguinte maneira:
“Startup é uma empresa que nasce a partir de um modelo de negócio ágil e enxuto, capaz de gerar valor para seu cliente resolvendo um problema real, do mundo real. Oferece uma solução escalável para o mercado e, para isso, usa tecnologia como ferramenta principal”.
Dessa forma, as startups possuem um modelo de negócios mais arrojados em relação às tradicionais, que buscam resolver sores de negócios por meio de com soluções tecnológicas inovadoras. Esses empreendimentos são mais arriscados em comparação às corporações convencionais, mas atraem a atenção dos investidores justamente pela possibilidade de rápido crescimento.
Foi em um período de grandes transformações na economia mundial, ocasionado pela popularização da internet, a partir da metade dos anos 1990, que as startups ganharam destaque. Foi nesse contexto que surgiu, por exemplo, o Google, um dos melhores exemplos de startups de sucesso.
Entre as principais características, podemos citar:
- Inovação: em essência, buscam criar serviços ou produtos diferenciáveis. Em alguns casos, essas organizações causam verdadeira disrupção no mercado, alterando os hábitos do consumidor. Exemplos de startups brasileiras com sucesso nesse ponto são o Nubank e o Ifood;
- Incerteza: essa característica é consequência da anterior. Por tratar de soluções inovadoras, não há garantias que o produto ou serviço será aceito no mercado. Por conta disso, são poucas as que sobrevivem em longo prazo. Um estudo publicado em 2015, pelo Sebrae, relevou que 75% das startups brasileiras não sobrevivem por mais de 13 anos;
- Escalabilidade: diferente dos negócios tradicionais, são capazes de ampliar o número de clientes sem precisar aumentar os custos de operação na mesma proporção. Isso é um dos grandes motivos de receberem investimentos, pois a lucratividade desse modelo de negócios é muito maior;
- Uso da tecnologia: as ferramentas digitais são os principais instrumentos para as startups inovarem e atingirem grande escala. Big data, Inteligência Artificial e Cloud Computing estão, como detalharemos ao longo dos textos, entre as tecnologias que mais contribuem para o crescimento dessas empresas;
- Flexibilidade: por lidarem com incertezas em um ambiente altamente competitivo, a necessidade de readequação às exigências do mercado é uma das principais habilidades que os profissionais de startups precisam cultivar;
- Modelos de financiamento alternativos: por conta do risco envolvido, startups não costumam se financiar através de empréstimos de instituições bancárias, como ocorre com organizações tradicionais. As formas de arrecadar recursos são diversas, podendo ser via investidor-anjo (pessoa física sócio-investidora), venture capital (compra de participação acionária), financiamento coletivo, entre outros.
Crescimento das startups brasileiras
Em 2021, as startups brasileiras obtiveram o maior valor de investimentos e a maior taxa de crescimento em comparação com os anos anteriores. Segundo dados do Distrito, essas companhias receberam aportes de US$9,4 bilhões no ano passado (cerca de R$53 milhões), um aumento de cerca de 2,6 vezes em relação ao número de 2020, de US$3,5 bilhões.
Outro dado que aponta o aquecimento desses negócios é o do número startups brasileiras que se tornaram unicórnios, ou seja, que alcançaram valor de mercado superior a US$1 bilhão, em 2021. Naquele ano, 10 empresas atingiram essa condição, fazendo o número total passar de 11 para 21.
O otimismo se mantém para este ano, com a expectativa de o país ter mais 14 unicórnios em 2022, segundo análise do Distrito. A fintech Neon Pagamento cumpriu com essa estimativa em fevereiro, se tornando a 22ª startup brasileira a superar a marca de 1 bilhão de dólares em valor.
Um dos fatores que embasam essa expectativa, segundo apontam especialistas ouvidos pela CNN Brasil, são as inovações tecnológicas. A consolidação do blockchain, das NFTs e o advento do 5G estão entre as principais ferramentas que abrirão novos mercados às startups do país.
Perfil das startups brasileiras
Atualmente, segundo a Startupbase, o país possui cerca de 22.100 negócios dessa categoria espalhados em 780 cidades.
A maioria (47,44%) funciona no modelo B2B (business do business), 29,87% atendem tanto organizações quanto clientes finais (B2B-B2C), enquanto 18,55% são exclusivamente B2C.
Em relação ao modelo de negócios, 40,78% das startups atuam com base no padrão SaaS (Software as Service). Nesse sistema, resumidamente, as empresas fornecem serviços aos clientes através de plataformas ou aplicativos. Um exemplo de startup brasileira que funciona dessa maneira é o Nubank.
O segundo modelo mais adotado é o marketplace (17,49%), que diz respeito a conectar oferta e demanda para vender o produto ou serviço ao cliente final. A 99 e o IFood estão entre as companhias que seguem essa linha.
O estudo Radiografia do Ecossistema Brasileiro de Startups de 2017, da Abstartups, traz dados ainda mais completos. A pesquisa revela que, nessas empresas, predomina o baixo número de pessoas no negócio: 63,46% das startups pesquisadas possuem apenas de 1 a 5 membros na equipe, incluindo os sócios.
Sobre as fontes iniciais de financiamento, as reservas pessoais dos sócios são, de longe, a maior fonte de recurso, atingindo 76,22% das organizações. Em segundo lugar, aparece o investimento anjo, utilizado em 9,28% das startups, seguido de subvenção econômica (4,52%) e aceleradoras (4,29%).
O levantamento também mediu quais são as principais tecnologias utilizadas nas soluções que as startups brasileiras oferecem. Analytics e Big Data predominam, sendo a principal ferramenta para 36,89% das empresas. Na sequência, estão cloud computing (23,09%), inteligência artificial (13,69%) e Internet das Coisas (8,24%).
Como a tecnologia viabiliza as Startups brasileiras
Pautadas pela inovação, as startups conquistam o mercado consumidor oferecendo produtos ou serviços viabilizados por meio de sofisticadas ferramentas digitais. Essas tecnologias 4.0 atuam de diferentes maneiras e oferecem as condições para a ascensão dessas empresas.
Big data
Você já ouviu falar que os dados são o novo petróleo? Essa analogia demonstra o valor que as informações disponíveis em meio digital podem agregar às empresas.
No entanto, não é uma tarefa fácil transformar os dados em resultados — até porque, cerca de 80% deles são não estruturados, ou seja, não seguem um padrão. Para dar conta disso, entra em cena a big data analytics: ferramenta utilizada para processar dados em grande velocidade, variedade, volume, valor e veracidade.
Essa solução auxilia as startups em diversos pontos. A análise de big data permite que as organizações, por exemplo, conheçam o consumidor em detalhes, sugerindo produtos e serviços direcionados às necessidades dos clientes. Tal ferramenta também apoia as decisões de marketing, proporcionando um direcionamento muito mais efetivo às campanhas.
O potencial das informações dos consumidores é tão grande que as maiores companhias que dominam o mundo conectado, Alfabeth (Google) e Meta (Facebook), cresceram oferecendo serviços gratuitos aos usuários em troca de dados. É por tudo isso que, conforme uma pesquisa da Abstartups, a análise de big data é a ferramenta digital mais procurada pelas startups do país.
Cloud computing
Para as startups ganharem escala sem precisar aumentar os custos na mesma proporção, a cloud computing (computação em nuvem) é a solução ideal.
Com essa ferramenta, as organizações têm acesso prático e seguro a uma série de recursos de tecnologia da informação, como bancos de dados, softwares e espaço de armazenamento, em um único ambiente digital, que pode ser facilmente expandido conforme a demanda.
Isso proporciona flexibilidade e praticidade às startups, que não precisam investir em recursos de hardware e podem ampliar a escala sem muitas necessidades de readequar a infraestrutura computacional.
A cloud computing também é o ambiente propício às ferramentas de colaboração. Com esse recurso, os membros das empresas se comunicam e compartilham tarefas usando os mesmos softwares, proporcionando ganhos em segurança, praticidade e produtividade.
Inteligência artificial
Chatboot, sistemas de recomendação, reconhecimento sonoro e facial, visão computacional: essas e outras soluções são possíveis graças a softwares dotados de inteligência artificial (AI).
Com esse recurso, as startups otimizam e automatizam diversos processos, pois a AI é capaz de realizar tarefas além da capacidade humana, viabilizando inúmeros procedimentos altamente sofisticados.
Segundo um estudo do Distrito, nenhum unicórnio brasileiro é uma empresa específica de inteligência artificial, mas todos utilizam esse recurso de alguma maneira. Uma AI desenvolvida pela 99, por exemplo, monitora as chamadas e ajuda a identificar as de risco. Segundo a organização, isso reduziu as ocorrências graves em 60%.
Internet das Coisas (IoT)
Dispositivos que mensuram e monitoram objetos físicos, fornecendo dados em tempo real: esse é o conceito por trás da Internet of Things (internet das coisas).
Essa tecnologia auxilia na tomada de decisões, reduz custos e é capaz de automatizar inúmeros processos. A utilização da IoT é muito variada, contribuindo em startups brasileiras do ramo educacional, do agronegócio, da medicina, entre outras.
Em lojas físicas, por exemplo, a internet das coisas aumenta a oferta de métodos de pagamento, fornecendo soluções como tokens de autoatendimento ou transações por dispositivos wearables (vestíveis), como pulseiras ou relógios.
Invista em soluções completas para sua startup
As startups brasileiras se mostraram muito resilientes à pandemia de Covid-19 e à crise econômica mundial, vivendo, atualmente, o melhor momento histórico desse ramo de negócios.
A expectativa, embasada no advento de avanços tecnológicos como o metaverso e a conexão 5G, é de um crescimento ainda maior. Para sua companhia aproveitar o momento e atrair investidores, as tecnologias digitais podem ser ótimas aliadas.
A Vivo Empresas, oferece soluções completas para o crescimento de startups. Em parceria com excelentes marcas, traz serviços relacionados à gestão, administração de recursos, relacionamento e presença. Isso sem falar da melhor conectividade do Brasil: essencial para o funcionamento rápido, seguro e estável das tecnologias 4.0.
Que tal saber mais sobre as tecnologias aplicadas aos negócios? Confira, abaixo:
- Medicina de precisão: a tecnologia em benefício do paciente;
- Telefonia 5G no Brasil deve acelerar transformação digital nas empresas;
- Big Techs: o que são e o que podem nos ensinar sobre negócios
Até a próxima!