Telefonia 5G no Brasil deve acelerar transformação digital nas empresas

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Um mundo de oportunidades vem se desenhando nos próximos anos, graças à perspectiva de chegada da telefonia 5G no Brasil. Por conta disso, as empresas que ambicionam um futuro de sucesso devem ficar atentas a essa movimentação. 

A tecnologia já existe em diversos países, mas, no Brasil, estamos à beira da grande mudança. A quinta geração das redes móveis promete impulsionar a digitalização e a conectividade a níveis jamais vistos.

Isso vai além de uma internet mais rápida. Inclui, principalmente, uma solução com maior escalabilidade e baixa latência. No mundo corporativo, esses recursos fazem toda a diferença na busca por competitividade e na melhoria de processos.

Ao que tudo indica, as tendências que se tornaram realidade, em razão da crise sanitária, devem acelerar ainda mais. Estamos falando de mudanças profundas no processo produtivo, na infraestrutura industrial, no posicionamento da marca e, até mesmo, na relação das organizações com clientes, equipes e fornecedores. 

Somam-se a isso as inúmeras oportunidades que vão aparecer para companhias que trabalham diretamente com a infraestrutura de telecomunicações ou com desenvolvimento de softwares. Outra aposta é surgir um ambiente favorável à criação de startups de produtos inovadores baseados em alta conectividade. 

Quer saber mais sobre o que está por vir e como a telefonia 5G no Brasil pode transformar a sua empresa? Veja a seguir:

  • As tendências futuras nas empresas
  • As transformações na relação com os clientes e consumidores
  • Os novos parâmetros da segurança digital 
  • Como o 5G vai impactar o mercado de trabalho 
  • A inovação e as novas oportunidades de negócios
  • As perspectivas e os desafios do 5G no Brasil

Empresas do futuro vão se basear em alta conectividade

5G

No final de 2020, o IDC projetou as mudanças pelas quais o mundo empresarial passaria nos anos seguintes e identificou nove tendências envolvendo alta conectividade. Vamos falar sobre isso a seguir, pois a chegada da telefonia 5G no Brasil tem potencial para transformar essas perspectivas em realidade. 

Dessa forma, a primeira está na área de operações. Esta passaria a ser mais concentrada em resiliência do que em eficiência. Assim, a convergência entre Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia Operacional (TO) será cada vez mais presente. 

A segunda tendência envolve inteligência. As empresas devem ser capazes de reunir informações relevantes, analisar, e, a partir daí, tomar decisões assertivas. 

As ferramentas necessárias já existem e são baseadas em machine learning, inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT). Dessa forma, quem dominar melhor essas soluções vai estar à frente. 

A terceira tendência está na infraestrutura digital, que precisa ser mais flexível e confiável. Com esse intuito, serão usadas cada vez mais soluções em cloud computing. Por sua vez, o destaque está na tecnologia híbrida, que combina recursos da nuvem privada com a pública, segundo as necessidades da corporação. 

Dando continuidade, a quarta tendência diz respeito ao ecossistema industrial. As indústrias terão que adotar uma cultura de fora para dentro, envolvendo-se em uma rede interconectada de fornecedores, sócios e clientes.

Então, os ecossistemas digitais interindustriais vão predominar. Sendo assim, serão necessários novos mecanismos mais seguros, capazes de gerar proteção de IP e de dados de vários parceiros. 

Relação com os clientes deve ser mais empática

A quinta expectativa para o meio corporativo está baseada na relação que as empresas têm com seus clientes ou consumidores. Um ambiente de alta conectividade, proporcionado pela telefonia 5G, exigirá atenção redobrada, a fim de criar relacionamentos mais empáticos. 

Vale comentar que a tecnologia consegue suportar até um milhão de dispositivos conectados por km², capacidade bem superior à que existe atualmente. Isso quer dizer que haverá mais gente ligada o tempo todo sem o problema de congestionamento. A relação entre empresas e clientes, portanto, deve se intensificar no ambiente digital. 

Sendo assim, as organizações devem investir cada vez mais em tecnologias que respondam com mais eficiência a essa interação. Precisam, também, aumentar o envolvimento emocional com os consumidores, com o objetivo de gerar uma fidelidade duradoura. 

Um exemplo dessa relação mais empática será dar respostas mais rápidas, ou seja, investir em chatbots e portais de autoatendimento. Ao mesmo tempo, as companhias devem atrair novos clientes, por meio de canais digitais, como sites, aplicativos, e-mail e mídias sociais. Tudo entrelaçado por um eficiente software de gestão.

O 5G também tornará as experiências imersivas mais fáceis de usar. Exemplos? A IKEA, gigante de móveis, usa a realidade aumentada (RA), permitindo que os clientes coloquem virtualmente as peças em suas casas. Já a gigante francesa de cosméticos, L’Oréal, desenvolveu o aplicativo Style My Hair, por meio do qual os consumidores testam as diferentes cores da marca no cabelo, a fim de escolherem com mais precisão a próxima mudança capilar. 

O 5G exigirá uma revisão das noções de confiança e segurança 

A questão da segurança  merece ainda mais atenção com a entrada da telefonia 5G em operação no Brasil. Portanto, a sexta tendência para um futuro digital será incrementar os setores de risco, compliance, privacidade e ética nos negócios. 

O 5G vai facilitar a criação de redes privadas em nuvem, com um controle de segurança mais completo e integrado. Isso reduziria o perigo de um invasor explorar vulnerabilidades em um dispositivo externo conectado à rede da empresa. 

Além disso, as novas métricas vão envolver privacidade, experiência do usuário, do funcionário e a imagem da corporação. Por isso, tanto organizações quanto governos terão que investir em soluções que garantam a proteção dos dados. Sem contar que precisam promover ações que envolvam sustentabilidade e diversidade, gerando confiança. 

Em vista disso, em março de 2022, o Parlamento Europeu elaborou um documento com a finalidade de avaliar o impacto do 5G na segurança digital e proteção de dados. Nesse documento, conclui que serão necessárias regulamentações para garantir o uso ético de tecnologias que serão popularizadas no futuro, envolvendo IA, IoT e robótica. 

Trabalho vai sofrer mudanças com a tecnologia 5G no Brasil

Sem dúvida, o trabalho remoto ou híbrido veio para ficar. Com a chegada da telefonia 5G, as corporações poderão facilmente manter equipes remotas em diversas partes do País. 

As instituições do futuro não devem mais se limitar em relação ao tempo e espaço, quando se diz respeito às equipes de trabalho. Por exemplo, com as soluções digitais, é possível buscar talentos em qualquer parte do mundo. Esse já é um recurso usado por startups, que, muitas vezes, precisam de mão de obra qualificada e não querem se restringir aos limites geográficos da sede. 

A forma como se trabalha também vai mudar. Podemos dar como exemplo a fábrica da Ericsson, no Texas, Estados Unidos. Por lá, as equipes de suporte remoto auxiliam os trabalhadores locais, usando uma combinação de realidade aumentada, veículos automatizados e drones.

Importante considerar também que a chegada da telefonia 5G no Brasil promete gerar ainda mais empregos na área de telecomunicações. Afinal, será preciso investir em infraestrutura para que a tecnologia chegue a todas as partes. A expectativa da Conexis, que reúne empresas de telecom, é de que sejam criadas 670 mil novas vagas até 2025.

Inovação vai gerar oportunidades da saúde ao turismo

Nesse contexto, está a inovação como a oitava grande tendência em um mundo de hiperconectividade. Isso porque a maior velocidade e capacidade da telefonia 5G vão trazer inúmeras possibilidades de inovar nos mais diversos setores. Isso inclui novos produtos e serviços, além de modelos de negócios diferentes. 

Um exemplo é na área de saúde, pois a baixa latência permitirá que uma cirurgia seja feita a distância, com ajuda de robôs. Isso abrirá as portas às inúmeras iniciativas de desenvolvimento de softwares e aplicativos. 

Uma outra aposta é no aperfeiçoamento dos carros autônomos, que dependem de alta conexão para funcionar bem. A telefonia também vai melhorar a transmissão de esportes, ao usar câmeras e drones. Afinal, facilitam a cobertura de eventos esportivos que acontecem em áreas muito amplas.

No mesmo sentido, a logística deve receber inovações. A startup irlandesa Manna estabeleceu parceria com a Cubic Telecom para implementar drones de delivery na Irlanda e na Inglaterra. 

A nova e mais veloz conexão também pode criar uma série de possibilidades na área de turismo. A Azoomee, por exemplo, empresa de mídia focada no entretenimento infantil, lançou uma experiência de RA para visita virtual do edifício Rathaus de Viena. 

Um estudo da Market Research Store, de maio de 2022, estimou que a entrada do 5G na indústria de viagens e turismo vai gerar receita de US$ 32,6 milhões até o final de 2026. Além disso, prevê que proporcionará taxa de crescimento no setor de 3 a 4 vezes maior do que outras transformações nessa área.

Conectividade da telefonia 5G vai reduzir custos para empresas

5G na empresa

Por fim, a nona tendência trata do futuro da conectividade em si. Afinal, nos próximos anos, as organizações terão acesso online sem obstáculos, de qualquer lugar a qualquer hora graças ao 5G. Ou seja, uma variedade de companhias adotará as redes móveis privadas para aumentar a produtividade, reduzir custos e substituir soluções ineficientes. 

A digitalização e a conectividade estarão no centro de tudo e as empresas do futuro, não importa o setor de atividade, funcionarão como uma verdadeira organização digital. 

No estudo, o IDC aponta o caso da Volkswagen, na Europa que, diante da queda de 17% na receita em 2020, devido à crise de covid-19, anunciou dobrar os investimentos em digitalização da empresa nos cinco anos seguintes, o que representa um montante de 27 bilhões de euros. 

Ainda segundo o instituto, esse foi um exemplo de como os gestores pretendem garantir o futuro da empresa, acelerando as estratégias de conectividade e automação onde for possível, seja nos produtos, serviços ou no próprio modelo de negócios. 

Perspectivas no Brasil são promissoras, mas exigem cautela

Podemos concluir que a telefonia 5G no Brasil vai trazer uma infinidade de oportunidades para organizações de todos os setores. No entanto, é preciso cautela e considerar as adversidades. 

O meio rural brasileiro, por exemplo, ainda é carente de Internet e, portanto, a chegada da inovação está condicionada a um forte investimento em infraestrutura. Devido ao tamanho do País, isso não vai acontecer no curto prazo. 

Além disso, companhias de telecom também vão enfrentar um desafio próprio: manter as despesas operacionais baixas. Isso porque o 5G é uma tecnologia mais complexa, que exige manutenção diferenciada e novos equipamentos. 

Mesmo assim, o mercado é otimista. A IDC liberou uma pesquisa, em fevereiro de 2022, prevendo que a telefonia no País deve movimentar US$25,5 bilhões até 2025. Entre as tendências em solo nacional, de acordo com o relatório, está a adesão maior a tecnologias de inteligência artificial, big data, cloud computing, segurança cibernética e IoT. 

Nesse mesmo sentido, a consultoria KPMG conversou com 100 líderes de alto nível no Brasil e identificou que 71% deles têm um planejamento definido em relação ao uso do 5G nos próximos cinco anos. A conclusão é parte do estudo Tecnologia 5G: a hiperconectividade que vai mudar o mundo, divulgado em março de 2022. 

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