Agricultura inteligente: como o uso de tecnologias pode alavancar o crescimento do setor

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Na era da transformação digital, a agricultura inteligente ganha relevância como um caminho para o setor continuar crescendo e se destacando, aqui e no exterior.

O agronegócio não só é uma atividade que já tem história no país, como também é um dos pilares econômicos da economia brasileira. O segmento mostrou sua força mais do que nunca quando teve resultados positivos mesmo em meio à pandemia.

Não por menos, o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ficando atrás apenas da China, dos EUA e da Índia. 

Justamente por isso, há grandes expectativas sobre sua contribuição na demanda extra por alimentos no futuro. Afinal, para suprir uma população mundial que pode chegar a 10 bilhões de pessoas, será preciso um esforço conjunto, mas a tecnologia pode ajudar.

Mesmo hoje, o uso de tecnologias de conectividade, Internet das Coisas (IoT) e Big Data já auxiliam na produtividade e eficiência do campo. Porém, é possível avançar ainda mais e aproveitar essas soluções para obter melhores resultados. 

Interessou? Então siga na leitura do artigo e aproveite para conhecer também o novo projeto de Smart Farming 5G, do grupo São Martinho, que utilizará a infraestrutura 5G da Vivo Empresas e da Ericsson, em caráter de testes, para alavancar a agrotecnologia.

Você também verá:

  • O que é a agricultura inteligente?
  • Como a tecnologia atua na agroindústria brasileira hoje em dia 
  • Outras tendências tecnológicas para o agro
  • Como o 5G deve revolucionar a agroindústria

O que é a agricultura inteligente?

cientista olhando tubos de ensaio com biocombustíveis, representando a agricultura inteligente
Digitalização é especialmente benéfica às agroindústrias, facilitando o desenvolvimento de novos produtos

A agricultura é uma atividade que depende diretamente de algumas variáveis, como as condições climáticas. E essa questão vem se tornando cada vez mais um desafio, pois com o aquecimento global, grandes variações de temperatura e eventos extremos são cada vez mais recorrentes.

Um bom exemplo disso foi a onda de frio exacerbado que houve no Brasil em 2021, causando até neve em alguns locais. Ao mesmo tempo, países conhecidos por um clima gelado sofreram com altas temperaturas, como no caso do Canadá.

Somado a isso, há, ainda, a questão da produtividade do agro. Afinal, com a população mundial em crescimento, a demanda por alimentos no mundo todo também aumenta consideravelmente.

Inclusive, mesmo o Brasil, que já é um dos maiores produtores de alimentos no globo, precisará encontrar novas formas de produzir mais e melhor.

Por conta desses desafios, a agricultura inteligente desponta como uma importante solução nos campos do país. 

Contudo, apesar do termo ser relativamente novo, é importante salientar que, desde sempre, a tecnologia exerce um papel fundamental na otimização de fazendas e plantações.

Isto, por sua vez, impacta em questões como sustentabilidade, otimização de recursos e até na qualidade do que é produzido. Aliás, de acordo com a Embrapa, entre 1975 e 2015, os avanços tecnológicos foram responsáveis por 59% do crescimento do valor bruto da produção agrícola.

Paralelamente, também é contando com essa evolução que o Ministério da Agricultura estima que o cultivo brasileiro de grãos deve crescer 27% até 2030, chegando a 318,3 milhões de toneladas. 

Atualmente, já existe até mesmo uma iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), chamada Agro 4.0. O programa incentiva o uso de tecnologias consideradas da 4a. Revolução Industrial no campo, a fim de identificar modelos viáveis de soluções em eficiência, produtividade e economia.

Como a tecnologia atua no agro brasileiro hoje em dia 

Assim como em outros setores, a transformação digital na agroindústria não aconteceu de forma instantânea. Mesmo porque não basta adotar uma tecnologia para se digitalizar, trata-se de uma mudança na própria cultura do negócio. 

Dessa forma, em agosto de 2020, a consultoria McKinsey & Company analisou o cenário no Brasil e apontou que a integração digital local é maior que nas plantações nos EUA. Feita com 750 produtores, a pesquisa, também já mostrou que 34% dos fazendeiros no país fazem transações digitais.  

Outro dado interessante revelado pelo estudo é que 90% dos entrevistados afirmaram que precisarão de mais certificados de sustentabilidade para poder vender sua colheita

Ou seja, além da preocupação com produtividade, o desenvolvimento sustentável também surge como um objetivo a se alcançar por meio da implementação de tecnologias.

Mas como isso é aplicado na prática, afinal? Confira alguns usos de soluções tecnológicas e seus resultados no setor.

Automação em prol da otimização de recursos

Junto à crescente demanda por alimentos, haverá um aumento no uso de recursos naturais para essa produção. Para exemplificar, a necessidade de água usada para irrigação deverá aumentar em 66% até 2040.  

Nesse sentido, as tecnologias de automação podem ser grandes aliadas para utilizar esse recurso de forma certeira, além de reduzir o consumo e o desperdício. 

Com sensores monitorando as condições do solo e um planejamento alinhado à previsão climática, é possível dispensar a irrigação geral em dias de chuva, por exemplo. E a depender da solução utilizada neste caso, é possível contar com informações que vão muito além da probabilidade de precipitação. 

Capaz de monitorar as condições meteorológicas em tempo real, além de oferecer integração com os pivôs de irrigação, o Vivo Clima Inteligente é um exemplo de solução como a apresentada acima. 

Ao todo, o recurso é capaz de acompanhar diversos parâmetros, entre eles: 

  • Precipitação das chuvas; 
  • Velocidade e direção do vento;
  • Radiação Solar;
  • Temperatura e umidade relativa do ar;
  • Umidade do solo;
  • Nível de vazão de rios, lagos, canais e outros;
  • Pressão atmosférica;
  • Qualidade do ar e da água.

Por sua vez, é válido lembrar que toda essa automação acontece por meio de sensores de IoT, e exige conectividade para o armazenamento em nuvem dos dados gerados. Mas os benefícios não param no uso da previsão climática para a tomada de decisões. 

Da mesma forma, é possível diminuir o uso de energia. Como exemplo, o Vivo Eficiência Energética é um serviço que, por meio da medição dos dados conectados em rede, gera insights e permite a automação de equipamentos e sistemas.

Assim, a tecnologia traz benefícios em visibilidade do consumo, autonomia, economia e sustentabilidade contribuindo para a agricultura inteligente.

Monitoramento de ativos em tempo real

Outro uso de tecnologia na agricultura inteligente que já é bastante comum é a telemetria. Através dela, é possível acompanhar a frota de veículos pesados no campo. Entretanto, também pode-se ir além desse monitoramento.

A solução Vivo Maquinário Inteligente, por exemplo, emprega a telemetria avançada para otimizar as operações, bem como para analisar o desempenho de cada maquinário, além da frota como um todo.

Entre os benefícios de implementar soluções como essa, é possível citar a melhoria de produtividade, a economia de combustível e até mesmo um menor custo de manutenção. 

Afinal, o monitoramento permite fazer a gestão dos status de cada ativo e, assim, evitar um acidente por falta de reparos ou a quebra total da máquina.

Agricultura de precisão

Por sua vez, o conceito de agricultura de precisão se concentra justamente na informatização do campo. Seja no monitoramento de pragas, na aplicação de defensivos ou na automação da colheita, os processos mudaram muito na última década. E esse é um excelente indicativo para um setor que está se superando constantemente.

Nesse sentido, segundo um levantamento da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), divulgado em maio de 2021, o uso de agricultura de precisão gera:

  • Aumento de até 29% na produtividade;
  • Redução média de 23% em gastos com insumos.

Além disso, a pesquisa mostrou que 65,6% dos 1.200 produtores entrevistados utilizam softwares dessa tecnologia nas operações de fertilidade, plantio e aplicação. Em outras palavras, a inovação já está significativamente presente no território brasileiro e traz benefícios a longo prazo para quem investiu. 

A princípio, os drones são uma das ferramentas mais comuns utilizadas nesse tipo de agricultura inteligente

Mesmo assim, de acordo com um relatório da McKinsey & Company, divulgado em agosto de 2020, o sensoriamento remoto e a IoT ainda não foram amplamente adotados no Brasil.


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Outras tendências tecnológicas para o agro

máquina agrícola no campo, vista de cima, representando a agricultura inteligente
No futuro, avanço da conectividade beneficiará inúmeros setores, incluindo a produção agrícola de alta complexidade

Além das transformações que já estão sendo trazidas pelo 5G, mesmo que a tecnologia ainda não tenha sido implementada definitivamente no Brasil, há impactos indiretos. 

Até porque é comum ter a conectividade definida como a base de toda a transformação digital de qualquer setor. Assim, não é diferente no caso do agronegócio.

Por isso mesmo, ter uma conexão estável, com maior velocidade e menor latência também vai facilitar a transferência de dados e, assim, alavancar outras tendências tecnológicas, ainda que as redes privativas baseadas no atual 4G já apoiem o agro.

Não por menos, uma publicação de janeiro de 2021 veiculada no Estadão Summit Agro destaca algumas apostas para o avanço da agricultura inteligente no país, incluindo: 

  • Aparelhos e equipamentos autônomos: maquinários totalmente ou semi automatizados já são uma realidade para grandes produtores, mas devem se popularizar ainda mais. O controle remoto via computador ou smartphones traz eficiência às atividades e aumenta a segurança para os funcionários;
  • Blockchain: principalmente atrelado às questões de rastreabilidade e histórico do produto como origem e uso de agrotóxico. Também é muito importante em termos de incentivar uma cadeia produtiva sustentável;
  • Dispositivos móveis: auxiliam na gestão da propriedade, dos ativos e até mesmo das atividades de forma remota; 
  • Drones e sensores: o monitoramento em tempo real será cada vez mais indispensável para detectar doenças e pragas, bem como acompanhar a evolução da plantação. Essas ferramentas otimizam o uso de insumos e recursos naturais;
  • Edge Analytics: hoje os dados captados pela IoT são enviados a uma central de processamento. Já o próximo passo é que essas informações sejam analisadas no próprio equipamento;
  • Inteligência Artificial: com o acesso a um volume crescente de dados, a AI tornará possível a predição para melhor planejamento no campo. Assim, os insights gerados poderão evitar desperdícios, otimizar a produção e ainda reduzir custos.

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Agricultura inteligente com 5G

Como foi possível ver até aqui, a tecnologia tem um papel cada vez mais importante dentro da agroindústria e na agricultura inteligente. Atenta aos avanços em prol da produção nos campos, a Vivo Empresas se uniu a um projeto que visa impulsionar o mercado do agronegócio.

A iniciativa pioneira do Smart Farming 5G, como é chamado o projeto, tem por finalidade acelerar a transformação digital da usina de moagem de cana da São Martinho, em Pradópolis, no interior de São Paulo. 

Feita em parceria com a Vivo Empresas e com a Ericsson, a proposta do grupo sucroenergético é criar soluções viáveis para os desafios de conectividade do setor, que não são poucos.  

Assim, as inovações tecnológicas aplicadas na unidade processadora de cana, considerada a maior do mundo, seguem o padrão aberto de conectividade 4G e 5G. Assim, foram instaladas estações radiobase nas frequências combinadas de 700MHz e 3500MHz, que permitem:

  • Ampla cobertura geográfica que atende a indústria e as áreas agrícolas (mais de 130 mil hectares);
  • Alta demanda de capacidade de transferência de dados para uso crítico na sede e na área industrial.

Além de viabilizar essa conexão, a Vivo Empresas contribui com aplicações de Internet das Coisas para tornar o cotidiano na unidade mais eficiente. Na agroindústria, por exemplo, contar com sensores e Inteligência Artificial pode ajudar os gestores a entender como os equipamentos operam e até auxiliar na regulação automática.

A chegada da Vivo ao projeto é fundamental para garantir todos os ganhos em produtividade e em eficiência operacional, por meio de sua alta capacidade e capilaridade de rede, espectro licenciado e vasta experiência na operação de redes celulares de alta performance para aplicações IoT na indústria e na agricultura. Estamos muito satisfeitos de poder reafirmar nossa parceria de trabalho de tantos anos, nesse momento, em prol do desenvolvimento do 5G no País.


Rogério Loripe, Vice-presidente de Negócios da Ericsson

Como funciona na prática?

Com essa infraestrutura de conectividade, TI e adoção de IoT, o projeto deve aumentar a eficiência em processos que requerem alta velocidade de dados e baixa latência. Na agroindústria, isso inclui o controle de tratores e caminhões autônomos, bem como drones para monitoramento de pragas e identificação de incêndios.

Além de viabilizar uma conectividade 5G, trazemos ao projeto toda nossa experiência no desenvolvimento de aplicações IoT, agregando um ecossistema bastante robusto ao projeto.


Diego Aguiar, Head de IoT, Big Data e Inovação da Vivo Empresas

Sendo assim, o primeiro caso de uso real foi justamente com um drone brasileiro. O equipamento conectado à tecnologia 5G realizou o monitoramento em tempo real das regiões de cultivo de cana, mapeando a área com alta precisão.

Isso permite a detecção de diversos problemas como pragas, plantas daninhas e falhas na linha de plantio. Ao mesmo tempo, a iniciativa abre as portas para muitas soluções, como a otimização na aplicação de defensivos agrícolas.

O voo do drone da fabricante brasileira XMobots teve transmissão de vídeo ao vivo e controle remoto de captura de imagens, cujo conteúdo em alta definição foi armazenado no banco de dados da Usina. Além disso, caso seja necessário, a conexão 5G permite que o suporte técnico ao aparelho seja realizado remotamente e em tempo real. 

Em outras palavras, um processo de verificação da produção agrícola que antes levava dias, foi feito pelo drone em poucas horas através da conectividade de quinta geração. Em termos práticos, isso irá resultar em insights mais rápidos para tomadas de decisão e manejos preventivos e corretivos.

Por fim, com o projeto acelerado pela chegada da Vivo Empresas, já foram elencadas 24 aplicações a serem desenvolvidas para a agroindústria sucroenergética com a tecnologia 5G. 

Elas incluem dispositivos vestíveis, de sensoriamento, veículos e robôs conectados, que são especialmente pensadas para uma agricultura inteligente que vai impulsionar o setor.

Conclusão

Em suma, há uma convergência de fatores ambientais e sociais que demandam melhorias no agronegócio como um todo. A necessidade de uma produção mais sustentável e a demanda contínua de alimentos, por exemplo, exigem uma agricultura inteligente na gestão de recursos, processos e insumos. 

Para exemplificar, em um relatório divulgado ainda em 2019, a ONU prevê que a população chegará a 9,7 bilhões até 2050, e a agricultura deve crescer 69% para atender esse cenário.

Todavia, projetos como o 5G Smart Farming são fundamentais para aplicar e entender, na prática, como as soluções tecnológicas podem impactar positivamente nesse setor. 

Mesmo hoje, já existe uma infinidade de recursos para tornar o dia a dia mais eficiente na agroindústria. Mais importante do que ter tais ativos à disposição, no entanto, é conseguir implementá-los de forma eficiente e benéfica ao negócio, o que fica muito mais fácil com um parceiro experiente.

Nesse sentido, a Vivo Empresas pode ajudar, oferecendo um portfólio completo de soluções que atuam na digitalização do agronegócio.

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Boa leitura e até a próxima!

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