Saúde ocupacional ganha espaço nas estratégias das empresas

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Os colaboradores são, sem dúvida, um dos investimentos mais poderosos que uma empresa pode fazer e, por isso, a saúde ocupacional vem ganhando cada vez mais importância no setor de Recursos Humanos. A lógica é bem simples: se um trabalhador adoece ou se acidenta no trabalho, todo mundo perde. 

Do lado da empresa, há diminuição da produtividade e, para as pessoas, existem impactos psicológicos resultantes de lidar com uma lesão ou qualquer outro tipo de problema que as impeça de trabalhar. Por isso, existem soluções e organizações focadas em ajudar outras empresas a manter o local de trabalho saudável e seguro. 

A saúde ocupacional é projetada para proteger os funcionários de riscos e perigos potenciais no trabalho, auxiliando em tudo, ou seja, prevenindo, informando e tratando. Essa é uma área bem mais complexa do que a assistência médica, que cuida das pessoas quando já estão doentes. 

A palavra-chave nesta área é prevenção. Independentemente do tipo de negócio ou do tamanho da empresa, ter um programa que envolva o bem-estar dos colaboradores é fundamental para se manter competitivo. 

Neste artigo, vamos aprofundar melhor o tema para entender quais os benefícios e a relação da saúde ocupacional com a tecnologia. Acompanhe o artigo pelos tópicos:

  • O que é saúde ocupacional?
  • Os benefícios para a empresa
  • É obrigatório implementar um programa?
  • Como a tecnologia pode ajudar na saúde preventiva?
  • A importância da conectividade. 

O que é saúde ocupacional ?

A origem do conceito de saúde ocupacional começou no século XVIII, no período da Revolução Industrial inglesa, quando praticamente não existiam direitos trabalhistas e havia uma enorme quantidade de acidentes de trabalho. Por isso, é o médico inglês Charles Turner Thackrah (1795-1833) quem é considerado o pai da medicina ocupacional. 

As suas publicações ficaram conhecidas porque relacionavam algumas doenças e o encurtamento da vida das pessoas com as atividades que assumiam no trabalho. 

O médico abordou problemas de saúde e doenças associadas a mais de 100 ofícios e outras atividades. Além disso, ele sugeriu quais eram os caminhos para reduzir os impactos como, por exemplo, melhorar a ventilação, reduzir as horas de trabalho em pé e retirar substâncias tóxicas do contato dos trabalhadores. 

De  lá para cá, algumas coisas mudaram. Medidas de proteção para os trabalhadores foram criadas. Apesar disso, o problema, infelizmente, não desapareceu. E é a isso que se deve a importância de se manter a saúde ocupacional como um setor de destaque no RH das empresas. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde ocupacional como “uma área que deve promover o bem-estar físico, social e mental dos trabalhadores em todas as ocupações”. 

Por exemplo, a empresa pode notar um aumento nas reclamações em relação à LER (Lesão por Esforço Repetitivo) em funcionários que passam longos tempos na frente dos computadores. 

A lesão será tratada, mas se a empresa tiver um programa de saúde ocupacional, o setor identificará os riscos e trabalhará para reduzi-los. Isso poderia incluir a melhoria na ergonomia da empresa de forma geral. A companhia que faz isso está inserida na cultura da saúde ocupacional.

A prevenção é o mais importante

No Brasil, as estatísticas indicam que entre 2012 e 2021 foram registradas 22.954 mortes no mercado de trabalho formal, segundo dados da ONU Brasil. 

Os números são de um levantamento do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, ligado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo foi publicado em abril de 2022. 

Além disso, no mundo moderno e hiperconectado, as pessoas começaram a sofrer não apenas com os acidentes físicos no trabalho, mas também com os efeitos psicológicos do estresse. Desde janeiro de 2022, a OMS incluiu a Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional, pois está ligada ao trabalho. 

Diante desse cenário, o principal objetivo da saúde ocupacional é proteger e priorizar a saúde dos funcionários no local de trabalho. Isso se faz por meio de campanhas educativas e exames preventivos, tudo que possa envolver a prevenção da doença. Por isso, é muito comum que programas tenham ações como:

  • Promover as regras e os protocolos de segurança que existem no local de trabalho.
  • Fiscalizar para garantir que os trabalhadores estejam usando as ferramentas ergonomicamente adequadas.
  • Fazer o monitoramento da saúde dos colaboradores e identificar como podem melhorar. 
  • Dar suporte aos trabalhadores que já foram acometidos por alguma doença relacionada ao trabalho ou não.
  • Garantir apoio psicológico.

Portanto, o principal objetivo da saúde ocupacional é prevenir e melhorar a saúde dos funcionários, tanto na parte física quanto na mental. 

Empresas são obrigadas a ter um programa de saúde ocupacional?

Independentemente do porte, as empresas são responsáveis pela saúde do trabalhador no que se refere à segurança e possíveis consequências da atividade. Conforme estabelecido na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), as organizações são obrigadas a cumprir as normas de prevenção de acidentes. Também é dever das empresas educar os funcionários para que cumpram as medidas. 

Vamos ver alguns exemplos de programas que são obrigatórios por lei:

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

As empresas que contratam colaboradores em regime de CLT devem implementar o PCMSO. Trata-se de um programa regido pela Norma Reguladora Número 7 (NR7) e que detalha os procedimentos e as condutas que devem ser adotados pelas empresas para garantir a saúde e o bem-estar dos funcionários no ambiente de trabalho. 

Entre os objetivos desse programa, estão prevenir, controlar e monitorar eventuais danos à integridade física e mental do trabalhador. 

Ao contrário do que muitas empresas podem imaginar, o PCMSO representa uma ajuda para a organização, pois evita que tenha que enfrentar possíveis problemas jurídicos que possam ser criados a partir do acometimento de doenças ocupacionais aos seus empregados. 

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

O PPRA, regido pela NR 9, é um programa para prevenir possíveis doenças causadas em razão dos riscos ambientais que possam afetar a saúde dos funcionários. Entende-se por riscos ambientais os problemas causados por agentes biológicos, químicos ou físicos dentro das empresas. 

A lei é bem clara em relação à responsabilidade do empregador em implementar o programa. Todas as empresas precisam ter esse plano de ação, independentemente do tipo de negócio ou tamanho. Basta que tenham trabalhadores contratados em regime de CLT.

Benefícios da saúde ocupacional

Cuidar das pessoas é uma das melhores atitudes que uma empresa pode ter. Um programa de gestão ocupacional traz inúmeros benefícios para ambos os lados. Vamos citar alguns a seguir:

1. Reduz custos 

Quando o assunto é saúde, os gastos para ‘apagar um incêndio’ geralmente são superiores às medidas preventivas. Sem um sistema para rastrear e monitorar acidentes, a empresa fica à mercê das consequências negativas, como direcionar  verba para contratação de pessoas temporárias para substituir a força de trabalho, indenização ou até mesmo gastos com processos. 

2. Aumenta a produtividade 

Um programa de saúde ocupacional ajuda a empresa a reduzir ausências de funcionários, gastos com seguros, diminui a rotatividade na empresa. A consequência imediata é o ganho em produtividade e eficiência.

3. Menos rotatividade

Como citado anteriormente, um programa de saúde ocupacional pode reduzir a rotatividade na empresa. Isso porque aumenta a sensação de pertencimento dos funcionários. Todo mundo aprecia o local de trabalho quando sente que está sendo cuidado com respeito. 

A consultoria McKinsey publicou o artigo Great Attrition’ or ‘Great Attraction em setembro de 2021 que discute sobre as taxas alarmantes de rotatividade nas empresas norte-americanas. Um dos motivos para a saída das empresas era justamente problemas de saúde e emocional. 

4. Estratégia ESG 

Atualmente, os fatores de governança ambiental, social e corporativa (ESG) são critérios importantes para empresas que querem receber investimentos. 

Um dos pilares da estratégia ESG é exatamente a segurança no ambiente de trabalho. Esses dados devem estar presentes nos relatórios de sustentabilidade. Por isso, as empresas que querem garantir competitividade no futuro devem incluir a saúde ocupacional no seu planejamento. 

5. Melhora a imagem da empresa 

Com a disseminação das redes sociais, qualquer funcionário pode contar suas experiências na empresa, e esse tipo de assunto pode viralizar rapidamente. 

A companhia que mantém um programa de saúde ocupacional terá mais chances de ter menções positivas. Com uma boa reputação, pode atrair os melhores talentos e investidores.   

Como a tecnologia vem ajudando a área de saúde ocupacional  

A digitalização das empresas com implementação de softwares de gestão ou adoção de tecnologias, como Realidade Virtual (VR) e análise de dados, vem auxiliando as empresas a implementar e manter seus programas de saúde ocupacional. Afinal de contas, essas ferramentas conseguem rastrear problemas, identificar áreas que precisam melhorar e mitigar perigos iminentes. 

Os sistemas agora são capazes de fornecer atualizações regulares com insights que fornecem uma melhor compreensão das práticas de saúde e bem-estar dentro de uma empresa. Podemos fazer um paralelo com os App Vida V e Atma que, apesar de não serem focados no setor empresarial, mostram bem como as inovações podem auxiliar no tema saúde. 

Essa é uma área em franco crescimento. Segundo o estudo Mobile Medical Apps Market, de outubro de 2022,  o mercado de aplicativos médicos móveis terá um crescimento surpreendente de US$ 38,47 bilhões até 2029. 

Nesse cenário, as tecnologias aparecem como grandes aliadas para a saúde ocupacional. A seguir, estão alguns exemplos mais detalhados. 

Aplicativos 

As empresas podem incentivar seus colaboradores a usar aplicativos que tenham como finalidade avaliar e monitorar a segurança no trabalho. Isso pode ser inserido dentro do programa de saúde ocupacional. 

Munidos de um smartphone e o aplicativo correto, os funcionários conseguem, por exemplo, medir riscos de ruído, manipulação de equipamentos, lembretes para check-up médico. As possibilidades são inúmeras. 

Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA)

Uma das possibilidades de usar a RV e RA na área de saúde ocupacional é com treinamentos, pois permitem simulações bem mais realistas dos possíveis perigos e como agir. Também é possível usar as tecnologias para os procedimentos de segurança, como exercícios de evacuação do edifício em caso de incêndio. 

Software de gestão 

Um ERP, do inglês Enterprise Resource Planning, é um software de gestão capaz de automatizar tarefas. Essas ferramentas integram todos os setores da empresa. 

Podem, por exemplo, se valer de Big Data para analisar informações pertinentes e gerar relatórios. Estes podem ser usados para identificar o perfil do funcionário, se ele tem as habilidades para determinada função, estudar lesões recorrentes, gerar relatório, etc. Em resumo, o ERP ajuda a organizar dados e deixar a empresa em conformidade com a legislação.  

Conectividade é peça-chave na saúde ocupacional 

Durante a pandemia de Covid-19, as empresas que prestam serviços de saúde ocupacional — ou as que têm um setor próprio internamente — tiveram que se adaptar. O trabalho remoto virou uma realidade, mas, ainda assim, era preciso fazer contratações, exames admissionais, demissionais e manter os protocolos de segurança. 

Além disso, muitos funcionários adoeceram. Nesse sentido, a telemedicina ajudou muito. Sem soluções de conectividade, essas facilidades não seriam possíveis. Para atender a distância, é preciso uma boa conexão, ferramentas de colaboração, armazenamento na nuvem, entre outras tecnologias. 

Com o surgimento do ramo de medicina ocupacional virtual, funcionários podem tirar dúvidas e até receber tratamento sem se deslocar. Por conta disso, hoje em dia, as soluções de Internet se tornaram um apoio essencial em qualquer programa de saúde ocupacional. 

É por isso que a Vivo Empresas é parceira dos pequenos e grandes negócios, afinal, conta com um portfólio completo de soluções para atender às necessidades do seu empreendimento, com ferramentas para melhorar a conectividade dentro de empresas de todo tipo e tamanho. 

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Até a próxima! 

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