A relação entre tecnologia e sustentabilidade envolve inúmeros fatores. Isso porque, além de contribuírem ativamente para a eficiência de plantações e rebanhos, o que implica num menor consumo de insumos, a inovação aplicada ao agro permite construir um modelo de negócio mais ecológico como um todo.
Líder na digitalização do ramo agrícola, o Brasil já vem demonstrando que é possível reduzir as emissões de poluentes, diminuir os custos com maquinário e recursos, reaproveitar matéria-prima e apostar em produtos biodegradáveis.
Assim, muito embora a interação entre tecnologia e sustentabilidade nem sempre se faça clara em determinada aplicação do campo, todo e qualquer avanço no sentido de ser mais amigável ao meio ambiente, bem como para aumentar a produtividade nas lavouras e pastos, é fruto do investimento em ciência e tecnologia.
Nesse cenário, a digitalização do campo aparece como um pilar que sustenta operações agrícolas mais responsáveis e com menor impacto. Neste artigo, mostraremos justamente como isso acontece na prática e quais são as ferramentas empregadas. Veja também:
- Tecnologia e sustentabilidade no agronegócio;
- Por que o meio ambiente é afetado;
- Qual é o papel da conectividade;
- Como a inovação minimiza os impactos ambientais
Tecnologia e sustentabilidade no agronegócio
O setor agropecuário foi o único que cresceu em 2020. A alta chegou a 0,4% no segundo trimestre daquele ano, de acordo com dados do IBGE. A princípio, o avanço pode até parecer tímido, mas foi significativo diante de outros segmentos (a indústria, por exemplo, sofreu uma queda de 12,3%).
Tal indicador reflete, em parte, o constante crescimento da demanda por alimentos. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a produção mundial de produtos agrícolas e pesqueiros deve registrar um crescimento de 20% até 2030.
Certamente são números positivos para o setor e para a economia em geral. No entanto, a expansão da produção implica em cuidados maiores com o meio ambiente. A adoção de medidas que minimizam o aquecimento global e o efeito estufa, por exemplo, devem permear as atividades rurais. E a tecnologia pode ser uma excelente aliada nesse sentido.
A indústria agrícola passou por diversas transformações nos últimos 50 anos, que possibilitaram a adoção de máquinas e equipamentos voltados ao cultivo eficiente. Também houve um salto no que diz respeito à manipulação de sementes, sistemas de irrigação e uso de fertilizantes.
No entanto, de acordo com a consultoria McKinsey, conforme publicação de outubro de 2020, a conectividade ocupa hoje posição central quando o assunto é sustentabilidade no campo.
Inteligência artificial, análise de dados, sensores conectados e outras tecnologias emergentes aumentam os rendimentos, melhoram a eficiência da água e minimizam os impactos no cultivo das safras e na criação de animais.
McKinsey & Company, out. 2020
Meio ambiente em risco?
A demanda por alimentos só cresce. De acordo com a FAO, deve haver um aumento de até 70% até 2050, o que exigirá maiores volumes de plantações e animais. Ao mesmo tempo, há restrições em relação às terras e aos insumos agrícolas.
O abastecimento de água, por exemplo, deve cair 40% para atender às necessidades globais, de acordo com a mesma instituição. Além disso, segundo o mencionado estudo da McKinsey, os custos crescentes com energia, mão de obra e nutrientes vêm pressionando consideravelmente as margens de lucro.
Isso porque há uma urgência (e, sobretudo, uma necessidade) de implementar práticas mais éticas e sustentáveis no setor. O objetivo é garantir bem-estar aos animais, o consumo inteligente de recursos naturais e minimizar o uso de produtos químicos danosos ao meio ambiente.
E por que a conectividade é fundamental
A McKinsey aponta que, sem uma infraestrutura de conectividade adequada, a prática de ações sustentáveis cai consideravelmente. O motivo está nos benefícios que a inteligência das máquinas pode acrescentar às produções. Um sistema de monitoramento operando em rede, por exemplo, permite melhor gerenciamento de riscos e variabilidade para otimizar os rendimentos.
Na pecuária, a administração inteligente contribui para o bem-estar animal, que é uma das ações prioritárias para o segmento. Por isso, a consultoria prevê que, até 2030, haja conexão de internet em 80% das áreas rurais do mundo.
Tal rede possibilitará o uso de soluções capazes de minimizar os danos ambientais gerados pelo agronegócio, as quais descrevemos a seguir:
- Internet das Coisas: o barateamento de sensores e de outros dispositivos democratiza o uso da IoT (sigla para Internet of Things) em grande escala no campo. Ferramentas do gênero possibilitam a irrigação com precisão das plantações, o monitoramento de rebanhos e também dos maquinários;
- Baixa latência: a maior rapidez e eficiência das conexões de internet no campo possibilitam o uso de máquinas e softwares que exigem maior confiabilidade e rapidez nas respostas, como máquinas autônomas e drones;
- Cobertura global: o fato de chegar a mais locais e pessoas, possibilita a digitalização em massa das operações agropecuárias, o que aumentará a produtividade como um todo. Um fator bastante positivo para o setor.
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Como a tecnologia minimiza os impactos ambientais
Um dos principais benefícios da digitalização do campo, de acordo com a McKinsey, é a redução do consumo de água. Nesse sentido, a conectividade garante a integração de dados meteorológicos a sistemas de irrigação, por exemplo.
Ademais, uma fazenda com acesso adequado à web consegue identificar necessidades e prever deficiências, dosando a quantidade da rega de acordo com o que o solo efetivamente precisa.
Sensores instalados em locais estratégicos permitem, ainda, mostrar quando há pragas e doenças em todos os pontos do cultivo, reduzindo a necessidade de uso de produtos químicos para combatê-las.
Outro benefício do monitoramento inteligente, de acordo com a consultoria, é a otimização das janelas de colheita. Assim, é possível verificar a qualidade dos produtos com maior precisão (teor de açúcar e cor, por exemplo), evitando gastos desnecessários e a perda de alimentos.
Além disso, a análise em tempo real de silos e depósitos, por meio de sensores e câmeras, ampliam a vida útil dos insumos e contribui para a redução do consumo de energia elétrica. “Visão computacional e sensores acoplados ao equipamento e conectados a sistemas de manutenção preditiva podem diminuir os custos de reparo e estender a vida útil do maquinário”, destacou a McKinsey.
Na pecuária, chips e sensores colocados nos animais conseguem medir a temperatura corporal e a pressão arterial, entre outros indicadores, o que contribui para a detecção precoce de doenças. Esse gerenciamento automatizado evita infecções em rebanhos, além de melhorar a qualidade dos alimentos.
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Automatização de processos
O maquinário autônomo pode ser um excelente parceiro do meio ambiente. Esse tipo de equipamento costuma ter altos índices de eficiência, gerando economia de combustível e aumento da produtividade. Tal tecnologia depende, entretanto, da conectividade para operar.
Outro exemplo é o uso de drones, que conseguem identificar áreas com maior necessidade de insumos e regas, minimizando também o desperdício de recursos. Ao diminuir o consumo de água, energia elétrica e de produtos químicos, por exemplo, o produtor rural contribui diretamente para a redução da emissão de CO2.
E sabe por que essa pauta é urgente no setor? Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), o segmento é responsável por 73% das emissões no Brasil
Além disso, tem sido crescente e notória a preocupação de entidades, sobretudo internacionais, a respeito da conformidade de seus fornecedores com políticas de combate à degradação ambiental.
Assim, buscar meios de tornar a produção mais ecológica é interessante não só do ponto de vista dos custos e das relações públicas, mas também para garantir a demanda estrangeira.
Conclusão
O setor agropecuário envolve muitos elementos, processos e pessoas, o que, muitas vezes, implica em prejuízos para o meio ambiente. No entanto, é possível minimizá-los. E a tecnologia é uma importante aliada, principalmente por permitir o monitoramento em tempo real de plantações e criações de animais.
Nesse sentido, recursos baseados em IoT conseguem apoiar toda a cadeia, conferindo uma camada extremamente importante de inteligência às operações agrícolas.
Porém, a adoção de sistemas e máquinas automatizadas, por exemplo, depende de uma infraestrutura robusta de conectividade, responsável por conectar todas as pontas da produção. Já existe um grande avanço nesse sentido, uma vez que a cobertura de internet está cada vez mais presente nas zonas rurais.
A Vivo Empresas, por exemplo, disponibiliza o Vivo Kite Platform®, que auxilia no gerenciamento e no monitoramento das propriedades em tempo real. Outra possibilidade é o Vivo Clima Inteligente, que integra estações meteorológicas às atividades no campo, garantindo maior previsibilidade e, consequentemente, controle sobre os impactos das condições climáticas nas redondezas da propriedade.
Mais um exemplo de automação no agro, o Vivo Maquinário Inteligente também se utiliza da conectividade e da telemetria para levar inteligência a veículos pesados do campo, sendo agnóstico ao fabricante do equipamento (não requer compatibilidade com alguma marca ou modelo) e oferecendo uma plataforma de gestão centralizada, com todos os dados atualizados em tempo real.
Líder no fornecimento de soluções tecnológicas para o mercado brasileiro, a companhia também dispõe de um portfólio rico em opções para o agronegócio. Assim, também é possível contar com a Vivo Empresas para produtos focados em Cloud Computing, Big Data, Segurança Digital e muito mais.
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- Tecnologia na agricultura é elemento-chave para lidar com a crise climática
Até a próxima!