O mundo da agricultura não é novo – os primeiros indícios de atividade pecuária e de cultivo partem de 10 mil anos atrás. No entanto, ainda que essa seja uma prática antiga dos seres humanos, a rotina do trabalhador rural evoluiu bastante nas últimas décadas, muito em razão do avanço tecnológico no setor.
Isso porque o agronegócio é uma indústria vital para a sociedade. Nesse sentido, quem atua na área tem de se manter constantemente atualizado – seja atender à crescente demanda por produtividade ou, ainda, para continuar competitivo.
Dessa forma, desde os equipamentos para plantar sementes, criados logo após a Revolução Industrial, até os tratores conectados de hoje, as mudanças não param.
Assim, já era de se esperar que tal progresso modificasse não apenas os resultados da produção, mas o próprio dia a dia do trabalhador rural. Como consequência das novas tecnologias, também surgem novas técnicas, conhecimentos e práticas para quem atua no campo.
E, nesta década que se inicia, a parceria entre agroindústria e tecnologia só tende a se reforçar.
Com a ajuda de inovações como Big Data e Internet das Coisas, muito do que antes era feito manualmente já pode ser automatizado. Portanto, além de levar mais comodidade a quem trabalha nas lavouras e criações, é possível promover mais eficiência e sustentabilidade aos negócios.
No artigo de hoje, descubra mais sobre esses e outros benefícios que a tecnologia tem proporcionado à produção rural. Aproveite para ver também:
- Os desafios do setor em 2021, segundo especialistas
- Como a tecnologia beneficia o dia a dia do trabalhador rural
- AgTechs: as startups que combinam agropecuária e inovação
- Soluções para o seu negócio
Desafios do setor agropecuário em 2021
Assim como outros setores da economia, a agropecuária também lida constantemente com seus próprios desafios. Nesse sentido, uma questão em particular bate à porta dos produtores ano após ano – e em 2021 não tem sido diferente:
Afinal, como suprir uma demanda que só cresce?
Divulgado pela ONU ao final de 2019, o gráfico World Population Prospects estima uma população global de quase 10 bilhões de pessoas em 2050. A mesma previsão, inclusive, espera que, ainda em 2030, já estejamos próximos dos 9 bilhões de seres humanos.
Com tanta gente para alimentar, e com um crescimento populacional que não deve se reduzir tão cedo, não é de se surpreender que o desafio de atender a todos seja uma constante no mundo do agronegócio.
Nesse sentido, um estudo da consultoria McKinsey & Company pode ajudar a ter uma ideia do que o futuro reserva para o setor.
Ao longo do relatório publicado em maio de 2020, ou seja, já em meio à pandemia, o instituto indica alguns pontos aos quais o trabalhador rural precisa estar atento. Veja a seguir:
1. Grandes mudanças nos hábitos alimentares
Dados globais apontam para um aumento no consumo de carnes e açúcar por países mais desenvolvidos. Este pequeno fato, unido ao distanciamento social, que amplificou a epidemia de obesidade mundo afora, sugere aos especialistas que uma mudança está por vir.
Conforme questões ligadas à obesidade se tornam mais e mais importantes na mídia, um número maior de pessoas tem se conscientizado da necessidade de rever suas dietas.
Assim, com a tendência na busca de um estilo de vida mais saudável, além de um interesse generalizado em recuperar a forma física após a pandemia, espera-se uma ampla modificação da dieta global.
Inclusive, isso já acontece nos Estados Unidos, ainda que lentamente. Por lá, o consumo de frutose de milho caiu 40% entre os anos 2000 e 2018. Por sua vez, especialistas acreditam que o fenômeno não só será mais frequente, como também irá alcançar mais alimentos.
Para o trabalhador rural, o efeito em cascata dessas mudanças é a necessidade de adequar sua produção. Tal processo, por sua vez, vai muito além de simplesmente trocar o tipo de cultivo – exigindo, muitas vezes, a implementação de novos equipamentos, técnicas e tecnologias.
2. Alimentos poderão ser importados de novos lugares
As mudanças climáticas continuam afetando todo o planeta, e a indústria agrícola é impactada diretamente pelo clima da região. Como consequência, o fenômeno também altera a dinâmica de onde e como os alimentos podem ser plantados.
Ninguém sabe ao certo como as alterações no clima afetarão o mundo da agricultura. Nesse sentido, a consultoria ressalta a possibilidade de surgirem novos celeiros e pastos mundiais, como já tem se visto na África subsaariana e no leste da China.
Neste caso, agricultores e trabalhadores rurais de regiões como o Brasil devem ficar especialmente atentos, visto que a questão ambiental afeta o desempenho de seus negócios.
LEIA MAIS: Mudanças climáticas: veja como a tecnologia torna a sua produção mais eficiente
3. Alimentos serão produzidos e comercializados de formas diferentes
As mudanças tecnológicas e climáticas serão grandes motivadoras da busca por novas metodologias de trabalho. Da mesma forma, é preciso considerar os avanços da biotecnologia, que devem mudar por completo a forma como agricultores atuam no campo.
A internet, por sua vez, também traz progressos na forma como o mercado trabalha, facilitando o contato direto entre produtores e consumidores, e dando mais transparência aos negócios.
4. As regras do comércio provavelmente também mudarão em breve
Conforme os governos se alternam e, com eles, as próprias relações internacionais sofrem alterações, a dinâmica do comércio internacional também é impactada.
Anos recentes já demonstraram enormes mudanças que afetam o comércio internacional imediatamente. Um exemplo particularmente forte é o Brexit, que, logo após ser votado, mudou completamente as interações entre o Reino Unido e o resto da Europa – mesmo sem ter sido oficializado legalmente até o momento.
Ademais, o futuro pode trazer alterações nas políticas internas dos países, isto porque taxas e subsídios tendem a mudar.
Assim, tendo em vista que a pandemia modificou profundamente o status econômico de diversas nações do globo, é esperado que muitas respondam ao fenômeno com reformas tributárias e novos programas econômicos.
Como a tecnologia e o mundo digital estão ajudando o trabalhador rural
Vale notar que parte dos desafios citados acima também pode ser uma chance de sucesso, mas algo diferente já está entrando com força no agronegócio brasileiro e mudando o setor por completo: a influência da conectividade e dos serviços em nuvem.
Inclusive, a presença dessas soluções no setor é tão forte aqui que a porcentagem de trabalhadores rurais conectados chega a ser mais alta do que em outras potências mundiais, como os EUA.
Conforme aponta a McKinsey & Company em um artigo de julho de 2020, 34% dos profissionais da agricultura no Brasil compram insumos e equipamentos virtualmente.
Em comparação, nos EUA são apenas 26%. E é a internet que impulsiona algumas das principais tecnologias que estão chegando e se disseminando.
Além disso, conforme o uso de dispositivos conectados e de robôs se expande, alavancado pelo avanço de tecnologias como a Internet das Coisas, seu impacto na vida do trabalhador rural também aumenta.
É o que indica uma publicação da Taranis, startup israelense focada em agronegócio e com atuação bastante expressiva no Brasil.
No texto publicado em abril de 2020, a companhia destaca a importância da coleta de dados. Isto porque o mundo se apoia cada vez mais no uso inteligente de informações para tomar decisões precisas.
Assim, a fim de aprimorar os resultados, o uso de soluções que permitem monitorar e acompanhar as produções é cada vez mais importante para garantir a produtividade e a eficiência.
Drones e outras possibilidades para o futuro
Com sua velocidade e precisão, os drones, para citar um exemplo, podem detectar falhas e imprevistos com mais eficácia, facilitando o trabalho que antes era feito manualmente. Além disso, a McKinsey & Company também sugere o uso desses equipamentos em outras etapas da produção.
Em um futuro próximo, estima-se que eles possam ser utilizados até para os procedimentos de semeadura e colheita. Tudo controlado remotamente ou até programado com antecedência.
Seguindo essa mesma linha, outra possibilidade são as máquinas agrícolas totalmente autônomas, trabalhando com base em dados de GPS.
Num cenário como esse, o colaborador que hoje opera apenas um equipamento poderia controlar vários ao mesmo tempo – e a partir de qualquer lugar.
Conhecendo as AgTechs, startups dedicadas a ajudar o trabalhador rural
As AgTechs (abreviação inglesa para “tecnologia agrícola”) fazem parte do crescente movimento de startups nos vários setores da economia.
Com modelos de negócios tão interessantes quanto ambiciosos, são empresas que usam a inovação para aprimorar o agro. Conforme indicado pela Forbes, os objetivos das AgTechs vão desde garantir mais eficiência a promover a sustentabilidade.
E o surgimento dessas organizações não acontece só no exterior. O Brasil é considerado um líder na estratégia global rumo a uma maior integração da tecnologia e da produção rural.
Ainda assim, é importante notar que, apesar dessas empresas estarem em contextos semelhantes, seus campos de atuação variam bastante.
Enquanto algumas investem seus esforços em soluções IoT e robótica, trabalhando para aumentar a produtividade, outras trabalham com biotecnologia e modificação genética, inclusive para o desenvolvimento de plantas que suportem as mudanças climáticas.
E, é claro, existem as companhias focadas em dados. Um caso muito interessante para o Brasil é o da Solinftec, AgTech dedicada a lidar com informação e automação de atividades.
Como indica o portal NeoFeed, a startup já tem uma posição forte dentre as AgTechs brasileiras e agora busca se inserir nos Estados Unidos – mais um demonstrativo do enorme potencial do setor aqui.
LEIA MAIS: Inovação no campo: tecnologia promove transformações no agronegócio
Concluindo
Entre o crescimento das AgTechs e o avanço de soluções inteligentes e conectadas, é notório que a integração entre tecnologia e campo é promissora.
Mais que isso, esse é um fato conhecido por quem opera o agro no Brasil, tanto que o setor está na vanguarda tecnológica até mesmo em comparação a outros países.
E a partir da digitalização, o trabalhador rural do futuro não só obtém maior produtividade, mas também garante trabalho e colheita sustentáveis. Isso tudo enquanto coleta e acompanha insights importantes para driblar os desafios do futuro.
Entre o uso de serviços de nuvem para guardar os seus dados e acessá-los a qualquer momento, recursos IoT para lidar com equipamentos autônomos, e a análise de dados para informar decisões futuras, os benefícios do mundo digital no agronegócio são claros e diversos.
É por isso que a Vivo Empresas, trabalhando constantemente na ampliação e modernização de seu portfólio, oferece soluções completas que auxiliam o trabalhador rural, entre outros profissionais e setores.
Para saber mais sobre como as tecnologias e as tendências do mercado ajudam a garantir sucesso nos negócios, confira também os conteúdos abaixo:
- Agropecuária sustentável e um panorama do efeito estufa no mundo
- Como as novas tecnologias ampliam a eficiência na colheita de soja
- Entenda a difícil e necessária adaptação ao mundo digital
Até a próxima!