Acelerar. Eu uso muito esse termo quando falo de inovações como a chegada do 5G no Brasil. Isso porque estamos diante de uma tecnologia que, principalmente após algum tempo de maturação, promete mudar a forma como fazemos negócios.
Sei que essa afirmação é um tanto impactante – e eu a escolhi estrategicamente para abrir a nossa conversa.
Enquanto eu escrevo aqui, um relatório da Associação Global de Fornecedores Móveis (GSA) apontou que existem cerca de 186 redes funcionando em 72 nações do mundo inteiro. Em paralelo, 461 operadoras trabalham para que o lançamento ocorra em breve em outros países – e o nosso país é um deles.
A nova geração de internet móvel chegará em um momento que considero imensamente oportuno. O motivo? Há um grande avanço quando olhamos para a escala mundial, o que a torna muito mais acessível em comparação com anos anteriores.
Bom, mas antes de me aprofundar no tema, queria dizer que trabalho para o desenvolvimento das telecomunicações há muito tempo. Respiro tecnologia desde o primeiro dia de aula na escola técnica (ou até antes, quando jogava videogame ou me surpreendia com alguma invenção nova na infância).
Assim, ao longo da minha carreira, vi muitos lançamentos, conceitos, promessas, abordagens, recursos que deram certo e outros nem tanto assim. Testei diversas coisas, fiquei horas a fio em reuniões, conversei com especialistas e viajei muitos quilômetros em busca de referências.
São anos e anos de estudo e de vivências nessa área. Uma bagagem que vem crescendo, tanto quanto o encantamento que tenho por algumas tecnologias que fundamentam a nossa evolução (como profissionais e pessoas).
Lá atrás, enquanto eu cursava Engenharia Elétrica, era um ganho enorme poder utilizar recursos inovadores.
O acesso à internet, por exemplo, nos permitia, enquanto universitários, conhecer mais gente, nos conectar com pessoas de outros países e consumir um volume maior de informações. E olha que estou falando daquela conexão discada.
Quando comecei a trabalhar com telecomunicações e inovação em tecnologia, vi o outro lado. Ou seja, conheci os bastidores de tudo isso. Tive a noção de que há muitas pessoas se dedicando incansavelmente para que as nossas vidas e os negócios sejam cada vez mais efetivos e potentes.
Aliás, você já se deu conta de como essa potência a qual me refiro está totalmente ligada à digitalização?
É só pensar na pandemia do coronavírus. O ritmo acelerado, meio insano em alguns momentos, nos permitiu continuar o trabalho que vínhamos fazendo, mesmo com todas as adversidades do isolamento social. E mais: nos fez crescer, destravar (!) alguns projetos que estavam parados, nos conectar de outras maneiras.
Muitos negócios poderiam ter vivido a maior crise de toda a sua história – mas vários conseguiram dar a volta por cima, quando optaram pelo caminho da inovação. E aqui, volto à tecnologia 5G. Ou melhor, na verdade, nunca saí desse tema.
Quis fazer essa viagem no tempo para dizer que a nova geração da rede móvel é uma evolução de tudo o que já vivemos na esfera da conectividade. Inclusive, ao meu ver, trata-se de uma das mais significativas dos últimos anos.
Lembra que eu mencionei o uso de computadores quando estava na universidade, em 1996? Olha só como crescemos desde então. Aliás, essa minha experiência com tecnologia me fez entender que sempre é possível ir além.
Com o 5G no setor educacional, por exemplo, será muito mais dinâmico estudar.
A qualidade de conexão permitirá aos alunos e aos professores a realização de aulas mais produtivas, com recursos que potencializam a aprendizagem.
Posso dizer que isso acontecerá com todas as áreas, como o varejo, com o uso de Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV); empresas do setor de mobilidade, com seus carros conectados e veículos autônomos em geral; a saúde, com a ampliação das consultas online e das terapias à distância; e o agronegócio, com a robotização de tarefas e monitoramento com uma previsão ímpar.
A chegada efetiva do 5G no Brasil impulsionará o desenvolvimento sustentável das empresas, trazendo possibilidades infinitas do uso da conectividade.
Uso a palavra “infinitas” porque não vejo barreiras para essa nova geração de rede de internet móvel, o que é vital para os negócios digitais — uma fonte inesgotável de crescimento para os próximos anos.
Certamente, você teve que repensar a sua forma de atuação como empresário, empreendedor e profissional nos últimos meses. E, provavelmente, também terá que revê-la tantas outras vezes daqui para frente.
Particularmente, considero impossível que essa revisão aconteça sem levar tal evolução tecnológica em conta. Assim, a chegada do 5G no Brasil é, sem dúvidas, um grande catalisador de todo o crescimento que podemos ter enquanto pessoas e negócios.
Para se ter uma ideia, a pesquisa iMonitor IT, divulgada pela Advance Consulting em junho de 2021, destacou que o mercado de TI deve crescer cerca de 20% durante o ano. Essa alta, na minha opinião, tem o 5G (e as possibilidades atreladas a ele) como um dos principais motores.
Isso porque a tecnologia traz quatro pontos importantes. Um deles é o rendimento. O 5G garante uma performance acima da que temos hoje. Vi, por exemplo, que uma empresa de carros autônomos fez testes com seus veículos usando uma conexão móvel de 600 MB (levando em conta que o 4.5 GB possibilitaria a mesma experiência, só que com 40 MB).
Ou seja, ainda que o atual 4G já seja capaz de viabilizar a automação de veículos, como temos feito em nossa parceria com a Vale, a evolução a ser trazida pela nova rede é inegável.
Em segundo lugar, destaco a confiabilidade que a nova geração assegura. Precisamos de respostas mais rápidas para atender às nossas demandas atuais, sobretudo quando falamos de negócios que são considerados missão crítica. Esse grupo inclui hospitais, data centers e bancos, entre outros, que precisam funcionar 24 horas por dia, sem interrupções.
Imagine haver uma lentidão em um sistema de um hospital, por exemplo. Ou então quando há máquinas autônomas em uma atividade de mineração. Bem, com uma rede rápida, móvel e estável, como o 5G, é possível criar redundâncias que auxiliem tais contextos.
O 5G alia essa segurança e agilidade que precisamos hoje.
O terceiro aspecto é a mobilidade. Já parou para pensar em quantos dispositivos poderão estar conectados de uma só vez? Muitos. E com eficiência, o que implica na redução de custos. Vamos considerar a realidade de uma plantação, por exemplo.
Drones, câmeras e sensores conseguem monitorar todos os aspectos em tempo real, captando dados que são fundamentais para embasar decisões. E aqui, temos a quarta característica: a capacidade de reunir e processar informações relevantes para os negócios ocupará um espaço cada vez maior na escala de relevância das companhias.
A resolução das câmeras de um drone, por exemplo, é altíssima atualmente. Sua autonomia também. Isso possibilita identificar a existência de pragas em pés específicos, sem a necessidade de tratar áreas inteiras. Uma economia e tanto.
Os dados, por sua vez, se tornarão mais volumosos e densos (haverá mais informação circulando) – e é a tecnologia 5G que dará vazão a esse fluxo de informações daqui alguns anos.
Em suma, esses quatro pontos que citei são capazes de destravar uma série de aplicações, uma vez que sustentam o crescimento da Internet das Coisas (IoT) e do Big Data.
Olhe só quantos projetos, cases e soluções poderão ser estruturados com o 5G. Não é à toa que, até o final de 2024, a consultoria Gartner prevê um crescimento de 39% dessa infraestrutura em todo o mundo. A McKinsey define os próximos anos como a ‘era 5G’, sobretudo para as companhias.
O motivo é simples: teremos, em breve, acesso a uma performance que vai bem além do que existe hoje. Mas muito mesmo. É algo que, sim, irá transformar as nossas cidades, por exemplo.
E quando digo “nossas”, eu me refiro às empresas, aos negócios e ao usuário final, que se beneficiará dos aplicativos, dos dispositivos conectados e de todos os recursos que serão destinados a ele.
Apesar do 5G ainda não ser uma tecnologia disponível, em oito capitais, a Vivo Empresas já opera o 5G DSS, ou Dynamic Spectrum Sharing, que viabiliza o compartilhamento do espectro do 4G com o 5G. O funcionamento ocorre em caráter de testes, enquanto aguardamos a concessão das frequências de rádio a serem utilizadas no 5G.
Nesse processo de transição, continuamos disponibilizando a melhor experiência em conectividade de alta qualidade, com uma rede móvel completa e fibra de ultravelocidade. E quando o mercado estiver pronto para oferecer o 5G, seremos o parceiro ideal para essa transição. Estou ansioso para ver muitos projetos, iniciativas e soluções serem destravadas – e você?