Nos últimos anos, a entrada de mulheres na ciência, assim como em outras áreas historicamente dominadas por homens, vem ganhando o apoio da sociedade.
Existe, inclusive, um movimento global para incentivar meninas a aprenderem sobre ciência, tecnologia, engenharia e matemática – que deu origem à sigla STEM (science, technology, engineering and mathematics), em inglês.
Nesse cenário, a tecnologia é uma das portas para incluir mulheres no mercado de trabalho, impulsionando suas carreiras. E, por sua vez, ajuda a desenvolver o conhecimento em maior escala. Quer saber mais sobre mulheres na ciência? Neste artigo, você vai ver:
- Benefícios da diversidade na ciência
- Mulheres que mudaram a tecnologia e a ciência
- Brasileiras que marcaram a história
- Presença feminina nas áreas STEM
- Tecnologias que apoiam as mulheres na ciência
- Como usar a tecnologia na educação
- Vivo como parceira da inclusão e educação das mulheres
Benefícios da diversidade nas ciências
É impossível falar de mulheres nas ciências sem antes citar os benefícios da diversidade nessa área. Entre eles, estão melhores índices de desempenho, a oportunidade de ter novas perspectivas e, ainda, um ativo para atrair novos talentos. Leia mais a seguir.
Índices melhores de desempenho e resultados
Empresas que privilegiam um quadro de funcionários diverso registram índices melhores de desempenho e resultados. Essa afirmação se comprova por várias pesquisas.
Entre elas, uma conversa com a professora Luciana Morilas para o Jornal da USP, revela que companhias com mulheres em cargos de liderança têm um melhor desempenho.
Novas perspectivas e vivências
Ao mesmo tempo, a presença de mulheres em equipes de trabalho traz novas perspectivas sobre os assuntos, o que ajuda a antecipar problemas e oferece soluções novas. Seja em tecnologia, design ou medicina, é perigoso ignorar a vivência de quem compõe grande parte da população.
Um exemplo é o design original do airbag, que excluiu não só mulheres como também crianças na fase de pesquisas. Esse erro levou à morte de 53 pessoas em 1997, em sua maioria crianças e mulheres de baixa estatura, como pode ser visto no portal Edmunds.
A questão é se o desastre poderia ter sido evitado se os pesquisadores tivessem considerado o sexo feminino ao planejar o design original do equipamento de segurança.
Atração de novos talentos
Organizações conhecidas por montarem times diversificados, com diferentes trajetórias e experiências, ganham um importante ativo para atrair novos talentos em processos de recrutamento.
Dessa forma, desde 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) e sua agência para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) celebram o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência em 11 de fevereiro.
A data relembra a importância de cientistas e pesquisadoras. Infelizmente, de acordo com a própria Unesco no documento Progress on the Sustainable Development Goals – The Gender Snapshot 2022, apenas 2 entre 10 cargos nas áreas de ciências, engenharia e comunicação tecnológica no mundo são ocupados por mulheres. Além disso, o sexo feminino corresponde a apenas 16,5% dos inventores associados a uma patente.
Pioneiras: mulheres que mudaram a tecnologia e a ciência
A presença feminina nas áreas STEM, no entanto, sempre existiu, ainda que não houvesse incentivo para isso. Mulheres protagonizaram feitos importantes e ajudaram a criar as ciências e tecnologias como existem hoje.
Assim, uma das iniciativas dedicadas a encorajar a presença feminina em áreas STEM é celebrar mulheres que contribuíram para que esses campos de conhecimento tenham chegado ao patamar atual.
É pelo exemplo de mulheres que se tornaram referência em suas áreas de atuação. E que outras meninas podem se inspirar a trilhar seus próprios caminhos, contribuindo para a evolução da ciência.
Nesse sentido, um dos nomes mais famosos é o de Augusta Ada Byron King. Conhecida como Ada Lovelace, ela é considerada a primeira pessoa a escrever uma linha de código no mundo.
Ada Lovelace
Nascida em 1815, Ada Lovelace foi a única filha legítima do poeta inglês Lord Byron com a matemática Annabella Milbanke. Criada pela mãe, Ada cresceu estudando ciências, lógica e matemática.
Casou-se com o aristocrata William King, que viria a se tornar Conde Lovelace. Em 1833, Ada conheceu o cientista Charles Babbage, que desenhou o que é considerado, hoje, o primeiro computador do mundo.
Eles trabalharam juntos por muitos anos em um projeto para construir uma grande máquina de cálculos capaz de mudar as operações automaticamente.
Atualmente, esse dispositivo, que nunca chegou a ser montado, é reconhecido como o desenho do primeiro computador da história.
Enquanto trabalhava com Babbage, Ada traduziu a publicação científica Sketch of an Analytical Engine (esboço de um motor analítico, em tradução livre) e adicionou diversas anotações próprias.
Ela não só dobrou o tamanho do texto original, como incluiu ao trabalho o que viria a ser um rascunho do primeiro software já criado. Como resultado, ganhou o posto de primeira programadora da história.
Marie Curie
O trabalho de Ada foi realizado em uma época na qual a presença do sexo feminino na ciência não só era incomum, como também desestimulada.
Ainda assim, Ada e outras mulheres que não receberam tantos incentivos deixaram legados dos quais nos beneficiamos até hoje.
Sob o mesmo ponto de vista, outro dos nomes famosos é o de Marie Curie, cientista polonesa e primeira vencedora de dois prêmios Nobel – e também a única a ganhá-los em áreas diferentes.
O primeiro reconhecimento, em parceria com seu marido, o também cientista Pierre Curie, foi fruto do desenvolvimento da teoria da radioatividade, em 1903.
O segundo, em 1911, foi devido à descoberta dos elementos químicos polônio e rádio a partir de técnicas de isolamento de isótopos radioativos.
Grace Hopper
Ainda na metade do século passado, a contra-almirante norte-americana Grace Hopper conduziu um trabalho pioneiro em tecnologia para computadores.
Ela inventou o compilador, programa que ajuda a traduzir instruções escritas para códigos que serão lidos por computadores. A invenção permitiu a criação de uma das primeiras linguagens de programação, a COBOL, em 1959.
Dorothy Vaughan, Mary Jackson e Katherine Johnson
Um pouco antes da invenção da COBOL, em dezembro de 1943, o Comitê Nacional para Aconselhamento sobre Aeronáutica (NACA, do original em inglês National Advisory Committee for Aeronautics) estabeleceu uma unidade repleta de mulheres afro-americanas que eram consideradas “computadores humanos”.
O NACA é a agência espacial antecessora da NASA. Na época, as mulheres eram chamadas de “West Computer” por estarem segregadas na ala oeste do Centro de Pesquisa de Langley. Elas faziam análises de dados e cálculos para os engenheiros especiais.
Entre elas, estavam Dorothy Vaughan, que se tornou gerente do complexo em 1949; Mary Jackson, a primeira engenheira afro-americana a trabalhar na NASA; e Katherine Johnson, que usou seus conhecimentos em matemática para ajudar a trazer os astronautas da Missão Apollo de volta à Terra, após viagem à Lua.
Brasileiras que marcaram a história
No Brasil, também há exemplos significativos de mulheres que fazem história em áreas como ciência e tecnologia. Uma figura que popularizou a função de programadora no País foi a CEO da startup MasterTech, Camila Achutti.
Camila Achutti
Graduada em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo (USP) e também mestre pela instituição, Camila Achutti é CEO e cofundadora da MasterTech, plataforma de educação em tecnologia.
Em 2015, conquistou o prêmio Women of Vision, tornando-se a primeira estudante latina a receber a premiação. É considerada uma referência no empreendedorismo feminino.
Camila estagiou no Google na Califórnia e trabalhou para a Iridescent Learning, ONG norte-americana de educação a distância do movimento maker. Administra o blog Mulheres na Computação, no qual incentiva mulheres a entrar na área da tecnologia e empreender.
Mariel Reyes Milk
CEO do Reprograma, Mariel Reyes Milk se define em seu Twitter como empreendedora social e mãe de primeira viagem, que acredita no poder da tecnologia como uma ferramenta de transformação social.
De fato, o Reprograma tem em seu DNA o viés da inclusão. A iniciativa de impacto social foca em ensinar programação para mulheres cis e trans que não têm recursos e/ou oportunidades para aprender a programar.
Em entrevista ao El Pais em abril de 2021, Reyes Milk afirmou que seu foco são as mulheres “a quem ninguém chega, para as quais não há oportunidades”, como negras e trans.
“O mundo está percebendo que não só um homem, branco e cis — o que chamamos de ‘brogrammer’ [bro, de brother] — pode programar. Qualquer pessoa consegue. Quando as alunas saem [do curso da {reprograma}], parecem Mulheres-Maravilha, com capa e tudo. Estão confiantes para reprogramar o mundo”
Mariel Reyes Milk, CEO do Reprograma
Mulheres em vagas STEM
Atualmente, exemplos femininos que apoiaram a evolução da ciência e da tecnologia não faltam.
No entanto, é importante dar visibilidade a essas profissionais desde cedo, para que meninas tenham mais interesse em matérias escolares como matemática, física e química e escolham seguir essas trajetórias, quem sabe, ocupando um papel de destaque na digitalização das empresas.
Hoje, apesar de serem maioria nos cursos de graduação no Brasil, as mulheres têm baixa representatividade em carreiras de ciências exatas.
Dados do Censo da Educação Superior de 2021, conduzido pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mostram que apenas 14,8% dos alunos graduados em Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são mulheres.
Ao mesmo tempo, nos cursos de Engenharia, produção e construção, a proporção de alunas concluintes sobe para 36%.
No mercado de trabalho
Segundo um levantamento da organização sem fins lucrativos Catalyst, em 2021, as mulheres representavam 47% de toda a força de trabalho no mundo.
Por outro lado, apenas 24% dos cargos na área de tecnologia são ocupados por elas, conforme dados da empresa de hospedagem de sites DreamHost.
No Brasil, a presença feminina na área de TI vem crescendo a passos tímidos. Pesquisa da consultoria de Recursos Humanos Catho revelou que, em 2022, houve aumento de 2,1 pontos percentuais de mulheres em cargos de tecnologia, em comparação com o ano anterior.
Em 2021, a presença feminina em cargos de tecnologia representava 21% e a masculina, 78%. Nos dois primeiros meses de 2022, os números mostraram avanço. De acordo com a consultoria, mulheres têm ocupado 23% dos postos nesse setor, e os homens, 76%. Ainda que essa seja uma pequena vitória, existe um longo caminho de inclusão a ser percorrido.
Ainda, há aplicativos e sites que disponibilizam, gratuitamente, ferramentas para ensinar a programar, por exemplo. São iniciativas como B2mamy, focada em reduzir o abismo entre gêneros no setor de tecnologia.
Como a tecnologia apoia as mulheres na ciência
Diversos dispositivos tecnológicos auxiliam a expansão de mulheres nos campos de computação e ciências. Aqui, listamos algumas ferramentas que podem ajudar a promover a inclusão digital feminina.
Cloud
Soluções em cloud ajudam a democratizar o acesso a ferramentas, já que permitem o acesso remoto a informações e sistemas a partir de qualquer dispositivo ligado à internet.
Vale destacar que o Gartner, em estudo de 2022, prevê um aumento mundial no investimento nessa tecnologia de 20,7% no ano de 2023.
Para utilizá-la, não é necessário gastar altos valores na compra de hardwares com capacidade de processamento mais adequada: qualquer smartphone, tablet ou computador pode viabilizar conteúdos educativos. E uma forma das mais eficientes de oferecê-los à equipe é por meio do aluguel de equipamentos.
Conectividade
Uma conectividade robusta é essencial para assegurar a boa experiência digital de aprendizado. Além disso, ajuda a manter plataformas colaborativas, mesmo a distância.
Nesse sentido, é importante assegurar uma conexão de qualidade nas escolas, por exemplo, estimulando meninas a utilizarem computadores e a se familiarizarem com dispositivos e softwares.
Isso pode ajudar a gerar interesse em aprender mais sobre tecnologia.
Big Data
O Big Data é a tecnologia capaz de coletar, guardar, processar e analisar uma vasta quantidade de informações.
A solução ajuda a processar bancos de dados informatizados de pesquisas ou levantamentos, por exemplo, possibilitando análises mais acertadas e a tomada de decisões mais seguras.
Esse tipo de análise pode auxiliar mulheres na ciência a tomarem decisões mais assertivas e precisas em seus ramos de pesquisa.
IoT
Finalmente, a Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things) é um conceito que possibilita a conexão entre objetos inanimados usando a internet. Assim, a tecnologia promove novos usos para os dispositivos.
Mulheres podem usar a Conectividade e a IoT para propor soluções a diversos problemas de negócios – inclusive os mais específicos do público feminino, criando femtechs – startups.
Essas empresas de tecnologia são criadas por mulheres e pensadas em suas necessidades. Geralmente, são voltadas para a área da saúde.
Como exemplo, já existem empresas desse tipo que ajudam a lidar com métodos contraceptivos, apoiam a amamentação e até auxiliam durante a menopausa.
Esse é o caso da britânica Elvie, por exemplo, a qual traz inovações pensadas para mulheres mães de recém-nascidos, e da empresa brasileira Natural Cycles, que fornece um método contraceptivo digital.
O papel da tecnologia na educação
Inserir mulheres e outros grupos marginalizados na área de tecnologia leva a soluções mais criativas, além de aumentar o potencial para inovações que atendam às necessidades do sexo feminino e promovam a igualdade de gênero.
A falta de inclusão, por outro lado, tem um custo alto: de acordo com a Unesco em seu estudo já citado, Progress on the Sustainable Development Goals – The Gender Snapshot 2022, a exclusão feminina do mundo digital levou a uma perda de US$ 1 trilhão do PIB dos países de baixa e média renda na última década.
Essa quantia poderá crescer para US$ 1,5 trilhão até 2025 caso nenhuma ação seja tomada.
Ao mesmo tempo em que se mostra uma importante ferramenta de trabalho, a tecnologia pode auxiliar o processo de educação de meninas e mulheres.
Muito do conteúdo disponível gratuitamente na internet pode ser utilizado como complemento ao ensino, como vídeos explicativos e documentários.
A conectividade facilita a busca de referências para trabalhos escolares e universitários, permitindo encontrar resultados e respostas em todos os lugares do mundo.
Acesso à conexão de internet estável é uma das chaves para a boa experiência de aprendizagem.
Mesmo em tempos de isolamento social, a tecnologia propicia uma nova forma de trabalho para grupos de estudo. Com soluções de ferramentas de colaboração, é possível usar arquivos compartilhados de qualquer dispositivo com conexão à rede.
Vivo como parceira da inclusão e educação das mulheres
Mesmo com ações de incentivo, o contingente de meninas e mulheres na ciência e tecnologia ainda é baixo. Um estudo da IBM chamado Mulheres na liderança: por que a percepção supera os números – e o que fazer a respeito mostra que até a quantidade de mulheres na liderança diminuiu.
A igualdade de gênero nesses campos é um comprometimento de organizações e empresas para aumentar a diversidade, ter mais inovação e gerar melhores resultados financeiros.
Muitas mulheres tiveram papel importante na evolução das ciências. E é essencial relembrar seus nomes e feitos e incentivar jovens a descobrir afinidades com profissões relacionadas a exatas.
Nesse sentido, a tecnologia é uma porta de entrada com diversas possibilidades de profissões. E, também, uma ferramenta para democratizar o acesso à educação.
Para ajudar as empresas a acelerarem suas jornadas de digitalização, soluções como armazenamento em nuvem, Internet das Coisas (IoT), conectividade e Big Data fazem parte dos serviços oferecidos pela Vivo Empresas, que atua como um verdadeiro parceiro tecnológico nesse processo.
Há, ainda, serviços de segurança da informação, aluguel de equipamentos de microinformática e de ferramentas de colaboração.
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Até a próxima!