Robôs autônomos são uma realidade cada vez mais próxima das empresas

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A autonomia é a capacidade de tomar as próprias decisões e, há algumas décadas, ninguém poderia imaginar que essa seria uma habilidade inerente às máquinas industriais. Pois o futuro chegou e, com ele, é cada vez mais comum a adoção de robôs autônomos dentro das fábricas.

Esses equipamentos inteligentes usam recursos sofisticados para entender o meio ambiente em que estão, analisar o quadro e adotar providências necessárias. Isso é possível graças às inovações tecnológicas relacionadas à inteligência artificial (IA), machine learning, Big Data e outras. 

Atualmente, vemos robôs independentes em áreas como armazenamento, logística, saúde, agricultura e varejo. As vantagens vão desde maior segurança na execução de tarefas arriscadas para humanos até a redução de custos de produção.

Saiba mais sobre o assunto e como esses avanços podem impactar os negócios. Neste artigo, serão abordados os seguintes pontos:

  • O que são robôs autônomos?
  • Como saber que estamos diante de um robô autônomo?
  • Como funciona uma máquina dessa natureza?
  • Robôs em ação;
  • As vantagens que trazem para os negócios;
  • Qual é o custo desse tipo de solução?
  • Previsões otimistas para o futuro;
  • Sua empresa precisa de um robô autônomo? 

O que são robôs autônomos?

O conceito de robô obviamente não é novo, há muito tempo já está presente em narrativas futuristas de livros e filmes. No entanto, com o avanço tecnológico, essas máquinas subiram a um outro patamar. 

Antes de tudo, a versão autônoma tem como grande diferencial o fato de não ter sido criada apenas para executar tarefas repetitivas. Ela é considerada um dos pilares da indústria 4.0.

Esse tipo de equipamento é projetado para realizar uma função sem precisar da intervenção humana. Ou seja, deve passar longos períodos de tempo trabalhando. Normalmente, isso inclui recursos tão sofisticados que os equipamentos podem se autorreprogramar, fazer a própria manutenção e até identificar defeitos internos.

Sendo assim, os modelos mais complexos são capazes de se movimentar pela fábrica, mudar de andar, subir elevadores ou ir de um prédio a outro. Além disso, podem interagir com outras máquinas, conseguem aprender com os erros e traçar estratégias que considerem mais assertivas para determinadas situações.

Como saber se estamos diante de um robô autônomo?

Para entender melhor o que os diferencia das máquinas comuns é preciso prestar atenção em algumas características: 

  1. O robô autônomo consegue, por conta própria, coletar informações significativas do ambiente ao redor;
  1. Pode analisar e estruturar esses dados sem intervenção humana ;
  1. A partir desse relatório, planeja ações e toma decisões sem necessidade de ser comandado;
  1. Por fim, executa o plano traçado de forma eficiente e no tempo considerado ideal.

Como funciona uma máquina dessa natureza ?

Uma tecnologia bem simples usada em robôs autônomos são os sensores infravermelhos capazes de identificar obstáculos. Assim, quando se depara com algum objeto ou pessoa, a máquina consegue desviar e buscar outro caminho. 

Modelos mais sofisticados lançam mão de recursos visuais, ou seja, câmeras que dão noção de profundidade geográfica. Por meio da programação prévia e interpretação de dados, podem reconhecer e classificar produtos, animais ou mesmo pessoas. 

Além disso, conseguem usar microfones e identificadores de cheiro para analisar o mundo ao redor. Isso é útil para os robôs que trabalham em ambientes movimentados, como no armazém de um grande varejista. 

Caso uma porta esteja fechada, não tem problema. O aparelho busca outro caminho, de acordo com o mapa do local previamente instalado. Por exemplo, se houver muita gente em um corredor, a máquina pode escolher uma via mais rápida. 

Já na área de saúde, uma aplicabilidade simples desses dessa tecnologia é levar material do ponto de coleta até o laboratório sem que haja intervenção humana. Ou seja, os funcionários não precisam deixar seus postos para entregar exames ou outras atividades que gastariam tempo de deslocamento ou poderiam se envolver com contaminantes biológicos. 

Robôs em ação 

Os robôs autônomos já são realidade em diversas organizações. A seguir, serão apresentados alguns modelos. 

Proteus 

A gigante do varejo, Amazon, tem orgulho do seu robô Proteus, modelo autônomo que trabalha no chão. A máquina consegue se movimentar ao lado de funcionários e fazer o serviço mais pesado de maneira individual e segura, como empurrar empilhadeiras. Caso uma pessoa cruze o caminho, é capaz de parar ou mudar a rota.

Mighty-D3 

Esse modelo foi desenvolvido pela fabricante japonesa Piezo Sonic, com inspiração na tecnologia usada na exploração da superfície lunar. Tais equipamentos podem superar bloqueios de desnível do solo, subir e descer escadas ou se mover lateralmente. São equipados com GPS, sensores e câmeras. A expectativa é que possam ser usados em fábricas, entregas, agricultura ou até no ambiente doméstico, para carregar compras. 

John Deere 8R

Esse é um trator que faz o trabalho de forma independente, sem motorista. Precisa apenas ser ligado. Segundo a fabricante, tem orientação por GPS e seis pares de câmeras que permitem detecção de obstáculos em 360 graus, com cálculo de distância. Esse tipo de solução é ideal para cultivos sob grandes superfícies, como soja e milho. É um dos trunfos da agricultura de precisão.

LaserWeeder

A Carbon Robotic lançou uma máquina autônoma que utiliza laser para eliminar ervas daninhas de plantações, tirando a necessidade do uso de agrotóxicos. O aparelho pode ser acoplado a um trator comum e faz o trabalho sozinho. Ou seja, por meio da IA, identifica, direciona e mata as pragas usando energia térmica.

Roomba 

O aspirador de pó fabricado pela iRobot é considerado um robô autossuficiente. Recentemente, a empresa anunciou atualizações para aumentar o nível de independência e personalização dos aparelhos. A partir de recomendações do usuário, o Roomba se adapta às necessidades e exigências da casa onde está. 

Jaci 

No Brasil, uma parceria entre a INSTOR Projetos e Robótica e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) criou o Jaci, um robô autônomo para desinfectar hospitais. Usa luz ultravioleta e névoa ozonizada para eliminar a propagação de vírus e bactérias, além de ser capaz de se deslocar e cumprir a tarefa sem depender de intervenção humana. 

Drones autônomos para delivery

Drones são aeronaves que não possuem piloto humano. O equipamento pode dispensar qualquer tipo de controle ao usar sistemas de computador pré-configurados. E podem ser usados, por exemplo, na área de entregas. 


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As vantagens que trazem para os negócios

Quando o assunto é automação industrial, os benefícios são irrefutáveis. A seguir, são destacadas algumas das características mais importantes.

Eficiência

Os robôs trabalham ininterruptamente, 24 horas por dia e 7 dias por semana. Podem fazer ações repetitivas e assumir tarefas que levariam tempo, como transportar um material de um lado ao outro da fábrica ou armazém. 

Flexibilidade

A maioria dos modelos autônomos permite que sejam modificáveis para se adaptarem melhor à realidade da empresa onde serão instalados. Normalmente, não exigem grandes investimentos em infraestrutura para começarem a funcionar. Ou seja, o local de trabalho não precisará ser modificado. 

Economia 

A adoção desses equipamentos reduz a necessidade de pessoal para realizar certas atividades. A empresa, assim, pode realocar investimentos financeiros em setores de maior valor agregado. 

Segurança 

Reduzir riscos para os empregados é característica especialmente útil para empresas que movimentam contêineres e usam empilhadeiras. A mineradora Vale, por exemplo, cita o quesito segurança ao justificar a expansão do uso de caminhões e perfuratrizes independentes. A companhia projeta investir R$ 210 milhões em 2022 na automatização.

Manutenção preventiva

Os robôs autônomos permitem que os operadores treinem o algoritmo de IA para reconhecer atividades incomuns no próprio funcionamento. Para isso, é criada uma base de dados com o histórico de desempenho da máquina e, o que fugir desse padrão, vai fazer soar o alerta. Dependendo do nível de complexidade, o equipamento é capaz até de realizar uma reparação por conta própria. 

Qual é o custo desse tipo de solução?

A essa altura, já ficou claro que há muitos benefícios, mas ainda podem haver dúvidas quanto ao custo para implementar uma solução como essa. A resposta, porém, não é tão simples assim. O investimento em uma automação desse nível depende de vários fatores, que vão muito além do valor do equipamento em si. 

Antes disso, é preciso identificar em quais setores essas máquinas podem ser instaladas. É possível começar, por exemplo, com um aparelho simples, de limpeza de escritório. Depois, partir para um que efetivamente atue na atividade específica da corporação. 

No entanto, antes de decidir comprar, será preciso estipular o tipo de robô, quantos serão necessários e avaliar os custos dos requisitos operacionais secundários, como hardwares e softwares. Em alguns casos, pode ser que a implementação exija mudanças na infraestrutura da empresa. 

Previsões otimistas para o futuro

O mercado brasileiro vem seguindo a tendência de aumentar a automação por meio de aparelhos cada vez mais inteligentes. Em um seminário promovido em 2021, a Associação Brasileira de Internet Industrial (ABBI) divulgou que o setor de Robôs Móveis Autônomos (AMRs) cresce 30% ao ano no Brasil. A entidade se dedica a promover o fortalecimento da Internet das Coisas (IoT) e da indústria 4.0.

No âmbito mundial, as perspectivas são igualmente otimistas. Um estudo da Boston Consulting Group (BCG), publicado em junho de 2021, mostrou que o mercado global de robótica deve atingir entre US$ 160 e 260 bilhões até 2030. Outra conclusão é que esse aumento se traduz, sobretudo, pelos avanços tecnológicos nas áreas de IA e IoT, incluindo na adesão cada vez maior das redes 5G no mundo. 

Sua empresa precisa de um robô autônomo? 

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Então, mais do que descobrir o valor da implementação de um parque de robôs autônomos, é preciso entender o retorno do investimento e, sobretudo, se vale a pena. Como saber, afinal, se a sua empresa precisa desse tipo de solução? Existem alguns parâmetros para ajudar a identificar. 

  • Há dificuldade de contratar e reter a mão de obra? Isso acontece, por exemplo, na agricultura, onde pode haver carência de pessoal na região. 
  • A operação da sua companhia envolve muita gente andando de um lado ao outro? Serviços de entregas, varejo e logística normalmente têm essa característica.
  • No seu ramo de atuação, é crucial o crescimento constante da produtividade para se manter competitivo? 
  • Sua companhia precisa aumentar o faturamento?
  • Há necessidade de reduzir riscos para os funcionários, pois as atividades são perigosas?

Caso a resposta seja positiva para essas perguntas, pode ser interessante começar a pensar em um projeto para automatizar algumas áreas.

Diante desse cenário, a Vivo Empresas conta com um vasto portfólio de soluções digitais baseadas em cloud, internet das coisas, big data e cibersegurança,  que auxiliam companhias de todos os portes a incrementarem o nível de automação de seus processos.

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