Como a digitalização tem ajudado as startups se adaptarem – e até se destacarem – na crise do coronavírus

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Não é novidade para ninguém: o mundo está enfrentando a maior crise do sistema de saúde do século XXI. Países inteiros estão em isolamento, milhões de negócios parados e praticamente todos os hábitos de rotina foram diretamente afetados. Em resumo, milhões de vidas estão em risco e a economia global está sofrendo o maior impacto das últimas décadas. Muitos especialistas apontam que estamos próximos a reviver o período da grande depressão de 1929. A diferença? Agora, temos a tecnologia ao nosso lado.

Milhares de empresas reformularam seus modelos de negócios para garantir a segurança dos colaboradores e, em diversos casos, até mesmo para fornecer novos produtos que auxiliem no combate à Covid-19: álcool em gel, máscaras de proteção, entre outros. Mas o maior legado que iremos levar desse período é, provavelmente, a conectividade e a digitalização das organizações.

O conceito de transformação digital certamente não é novo. Porém, a atual pandemia o impulsionou em uma escala nunca antes imaginada. A recomendação das autoridades governamentais pelo distanciamento social – de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde – forçou os consumidores a mudarem seus hábitos de compra e, consequentemente, as empresas a digitalizarem seus processos e serviços em tempo recorde. Em apenas uma semana, as compras em mercados online cresceram 180%.

Neste artigo você vai ver:

  • O que são negócios de impacto social
  • Principais aceleradoras de negócios de impacto
  • Health techs, Food techs e Edutechs
  • Exemplos de startups que estão se destacando
  • Incentivos do governo diante à pandemia
  • Principais ferramentas para digitalizar sua empresa

O mundo não é mais o mesmo. E os negócios também não. Portanto, a maneira de consumir produtos, serviços e informações mudou e a necessidade de isolamento tornou o home office uma realidade. Assim, em meio à pandemia, cresce a importância e a força dos chamados “negócios de impacto”.

pandemia: imagem de três pessoas sentadas em uma mesa com vários postites.
A partir da digitalização, startups têm conseguido adaptar seus negócios ao momento atual. Foto: Pexels

Negócios de impacto e a economia social

Com o avanço da pandemia, muito se questiona sobre o futuro da economia. Hoje, mais do que nunca, surge a dúvida: como as corporações estão utilizando seu capital e sua influência para melhorarem o mundo? 

A revolução tecnológica está sendo seguida pela revolução do impacto, que nasce da simples ideia de que podemos romper com o foco único do capitalismo no lucro para gerar lucro e impacto social simultaneamente, redirecionando grandes quantias de dinheiro para melhorar o mundo.”

Sir Ronald Cohen, referência mundial em investimento social.

Dessa forma, o negócio de impacto é aquele que tem como seu propósito gerar valor social positivo. Um dos maiores exemplos desse modelo vem do empresário Muhammad Yunus. Após vencer o Prêmio Nobel da Paz e receber o título de “pai do microcrédito” com a criação do Grameen Bank, um banco que disponibiliza empréstimos à mulheres em situação de pobreza com juros muito abaixo da média de mercado, Muhammad foi além: criou a Yunus Negócios Sociais, uma aceleradora e investidora de negócios sociais.

A Yunus oferece serviços e processos que possibilitam a inovação social, como capacitação e mentorias, para tornar o core business de seus clientes mais relevantes com os problemas reais do mundo. Portanto, a sua metodologia é clara: as empresas devem focar em resolver algum problema social ou sustentável e 100% do lucro deve ser reinvestido no próprio negócio. 

Atualmente, a aceleradora possui 4 iniciativas: um projeto que promove a reforma habitacional em comunidades de baixa renda; uma empresa que viabiliza soluções socioambientais; uma coleta seletiva de resíduos sólidos em condomínios residenciais; e uma escola de inglês acessível com professores estrangeiros que passam um período no Brasil.

Imagem de várias pessoas sentadas em uma mesa de reunião, digitando e escrevendo em um caderno.
Negócio de impacto é aquele que tem como seu propósito gerar valor social positivo. Foto: Pexels

Principais aceleradoras x capacitação de negócios

Muhammad Yunus iniciou mudando a vida das pessoas ao seu redor para depois desenvolver um modelo de negócios escalável, que transforma outras empresas e as incentiva a fazerem o mesmo. Então, conheça algumas das principais aceleradoras de negócios de impacto social do Brasil.

InovAtiva de Impacto

É uma vertente do Programa InovAtiva Brasil. O programa oferece até seis meses de capacitação especializada, mentoria de alto nível, conexão com investidores e eventos a startups com potencial para gerar impactos social ou ambiental positivos.

Endeavour

Plataforma existente em mais de 30 países e presente no Brasil desde 2000, atuando em 8 estados. Apoia empreendedores de alto impacto em seus desafios e mobiliza o poder público para criar um ambiente de negócios cada vez mais favorável à economia sustentável.

Programa de Incubação e Aceleração de Impacto

Foi desenvolvido na parceria entre ICE (Instituto de Cidadania Empresarial), Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e Sebrae. O programa mobiliza aceleradoras e incubadoras a desenharem estratégias, por meio de capacitação e acompanhamento contínuo, para efetivamente estruturar novos negócios de impacto social. Aliás, mais de 2.800 empresas já foram impactadas positivamente pelo projeto.

Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas)

O fechamento dos comércios para impedir a disseminação do vírus fez com que pequenos negócios lutem para sobreviver sem lucros. Com isso, o Sebrae lançou duas campanhas para minimizar os impactos negativos:  ”Compre do pequeno” e “Sebrae ao seu lado”. Enquanto a primeira é dirigida aos consumidores, incentivando-os a optar por pequenos e médios negócios nesse complexo momento econômico, a segunda é voltada a microempreendedores individuais (MEI), com dicas para se adaptarem ao cenário atual.

Exemplo de startups que estão se destacando na pandemia

A mudança para uma mentalidade voltada ao bem-estar, unida à digitalização dos processos, criou um terreno fértil para o fortalecimento de startups de cunho social. Em suma, alguns cenários observam grandes avanços em meio à pandemia, entre eles: saúde (health tech), alimentação (food tech) e educação (edutech).

Health techs

O sistema de saúde é, obviamente, o que mais está sendo afetado pela pandemia. E é, também, um dos mercados que mais está percebendo grandes transformações com o auxílio de startups, conhecidas como “health techs”. Um relatório divulgado pela Distrito HealthTech mostra que o número de startups da saúde no Brasil cresceu 141% nos últimos 5 anos: de 160 para 386.

Destaques de health tech:

  • Hi Technologies: a startup paranaense desenvolveu o Hilab, exame para Covid-19 que fornece resultado em 15 minutos e com nível estimado de precisão de 93% a 98%. Aliás, a tecnologia já foi validada e chega a farmácias e hospitais de cidades mais populosas do país a partir de abril.
  • Samel Health Tech: a empresa criou um chatbot que faz uma triagem virtual para o cronavírus, de maneira simples e próxima. Portanto, o robô questiona a respeito dos sintomas da doença e dá as orientações necessárias para cada caso.
  • Aurratech: empresa especializada em desinfecção de ambientes e superfícies, que desenvolveu uma solução extremamente eficaz contra o vírus. Chamada de Fog In Place, a tecnologia fragmenta uma solução desinfetante em bilhões em partículas, atingindo superfícies de acesso difícil e consumindo 99% menos água e químicos.
Pandemia: imagem de uma pessoa olhando um microscópio.
O sistema de saúde está passando por uma importante e tecnológica transformação. Foto: Pexels

Food techs

Como manter a segurança financeira de entregadores que dependem exclusivamente da renda gerada pelos aplicativos de entrega? Além disso, como garantir o distanciamento social em um negócio que depende de entregas a domicílio? A demanda dos aplicativos de entrega de alimentos cresceu no início da pandemia, mas os números logo baixaram nas semanas seguintes. Portanto, isso fez as food techs implementarem soluções rápidas para garantir o bem-estar de seus trabalhadores e clientes.

Destaques de food tech:

  • Rappi: a Rappi está entregando álcool em gel 70% e máscaras antibacterianas para seus entregadores, além de ter criado um fundo para proteger os microempreendedores se necessário. A empresa também criou a opção de entrega sem contato físico com clientes e reforça aos restaurantes parceiros que sigam orientações de saúde e segurança, como fechar as sacolas com selos de segurança.
  • iFood: seguiu passos bem semelhantes aos citados acima. Além de também aplicar em seu aplicativo a opção de entrega sem contato físico, o iFood criou fundo de R$ 1 milhão para ajudar seus entregadores com sintomas de Covid-19. Gerido com ajuda da ONG Ação da Cidadania, o fundo tem objetivo de auxiliar os microempreendedores que dependem da renda para sobreviver.
  • Eats For You: a startup fez o caminho inverso. Inicialmente um aplicativo de marmitas, que conecta funcionários de empresas a cozinheiros locais, a Eats For You teve um aumento repentino de “marmiteiros” diante do cenário econômico atual. Portanto, a solução foi investir no delivery. Aliás, a empresa, que já possui 3 mil cozinheiros cadastrados, agora entra em um novo modelo de atuação para se adaptar aos novos tempos.
  • LUGGit: a startup portuguesa criou uma solução para um problema recorrente no mundo inteiro: como comprar itens essenciais para uso pessoal e, ao mesmo tempo, seguir as orientações da OMS de ficar em casa, em isolamento social? A LUGGit, originalmente um app de recolha e entrega de bagagens, adaptou seu modelo de negócios e criou o #WeMoveIt, para transportar roupa, comida e medicamentos em meio à pandemia. Contudo, o serviço cobra uma taxa fixa de 2,5 euros, que é 100% revertida para os entregadores.
Pandemia: imagem de várias motos de entregas.
Soluções para manter saúde e segurança financeira dos funcionários é o maior problema para food techs. Foto: Pexels

Edu tech

Aliás, outro cenário que está rapidamente se reinventando perante ao coronavírus é o segmento de educação. E muito mais: ele está ajudando a ditar a transformação global. De acordo com dados da ABStartups, as edutechs representavam, em 2018, a maior fatia do mercado de startups: 12% do total.

Escolas do mundo inteiro precisaram rever seu sistema educacional para possibilitar o distanciamento e o isolamento social. Devido a isso, as aulas à distância tornaram-se uma alternativa necessária ao modelo tradicional de ensino. No Brasil, instituições de ensino superior federais foram autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC) a implementarem aulas online durante a pandemia.

Portanto, para acompanhar a presença dos jovens no ambiente digital, surgiram escolas que, com o auxílio de aplicativos, plataformas e ferramentas, conseguem atuar de maneira 100% digital.

Em 2020, a pandemia impulsionou o crescimento de outro cenário educacional: capacitação profissional. Até porque a busca por conteúdos online durante a quarentena implementada teve um pico imenso, e as marcas acompanharam a tendência oferecendo diversos cursos e webinars gratuitos. Para entendimento, apenas o aplicativo Zoom, de reuniões por vídeo e voz e webinars, cresceu 47% em um mês

Outro modelo de atuação, portanto, que está guiando a mudança é a parceria entre instituições renomadas de ensino e startups. Uma equipe de 45 professores e pesquisadores da Unicamp, além de 500 voluntários, utilizou impressoras 3D para consertar equipamentos inutilizados e evitar desabastecimento em hospitais durante a pandemia. Aliás, a tecnologia também pode criar peças que estejam faltando no local.

Além disso, a Agência de Inovação da Unicamp também abriu chamada de cases de startups que estão desenvolvendo tecnologias para combater o vírus Covid-19. Então, o propósito é conhecer, divulgar e auxiliar a aplicar as soluções apresentadas.

“É importante destacarmos as boas iniciativas inovadoras e também realizar um esforço para conectar os atores que estão enfrentando problemas com os que estão desenvolvendo soluções.”

Newton Frateschi, professor e diretor-executivo da Inova Unicamp.
Pandemia: imagem de um homem assistindo aula em frente de um computador e anotando em um caderno.
Escolas superconectadas, demanda por conteúdos e parcerias ditam o futuro da educação. Foto: Pexels

Incentivos do governo diante à pandemia

Governos do mundo inteiro estão vendo o potencial desse novo modelo de negócios, aliado a tecnologias e inovações, e já aplicam projetos que incentivam o crescimento dessas empresas e o desenvolvimento de novas soluções ao mercado.

O governo estadual do Paraná está entre eles, e se uniu a startups para apresentar soluções contra a Covid-19. Mais de 50 startups do Brasil e do mundo já se cadastraram no projeto. O Estado ainda mantém o programa Sinapse da Inovação, de apoio financeiro e de treinamento para startups – até o fim de fevereiro de 2020, já eram 94 empresas atingidas, com destaque para as áreas da saúde e bem-estar.

Principais ferramentas para digitalizar o seu negócio

Para as empresas que quiserem mudar o modelo de negócio nessa época de pandemia, descubra a seguir quais ferramentas e tecnologias são imprescindíveis para isso.

Segurança de dados

Antes de contratar qualquer ferramenta para escalar seus negócios, é fundamental analisar a segurança dos dados. Já imaginou se um cibercrimonoso acessa seu computador remotamente e obtém informações confidenciais?

Trabalhar em ambiente digital é estar atento a diversas ameaças invisíveis. Uma pesquisa da OTRS Group revelou que 61% dos 200 gerentes de TI entrevistados lidam com incidentes de segurança ao menos uma vez por semana. Então, a sua empresa está preparada?

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Internet Dedicada

A opção perfeita para ter um desempenho excelente ao trabalhar online, especialmente tratando-se de webinars e videoconferências profissionais, que exigem uma internet de alto desempenho. A Internet Dedicada conecta os computadores dos usuários diretamente ao provedor e garante quase 100% da velocidade contratada, sem interferência no sinal. Também oferece mais segurança, por oferecer conexões criptografadas e bloqueios a ataques cibernéticos.

É essencial para:

  • Webinars e lives;
  • Home office;
  • Desenvolvimento de apps.

Fundamental para quem deseja ou precisa operar em trabalho remoto. As soluções em nuvem permitem o armazenamento de dados e programas em servidores online, com acesso por diferentes dispositivos e redes de internet.

Além disso, Cloud possibilita a democratização da impressão 3D: isso porque os projetos 3D podem ser armazenados em um único servidor e acessados a qualquer momento, dispensando a necessidade de uma nova renderização antes de cada impressão.

É essencial para:

  • Home office
  • Impressão 3D
  • No processo de digitalização de uma empresa

Ferramentas de produtividade

A Vivo Empresas também oferece ferramentas adequadas para melhorar o desempenho das equipes – algo sempre importante, mas ainda mais relevante para o sucesso de um modelo home office

Entre elas, estão:

  • Soluções de gestão;
  • Administração inteligente de e-mails;
  • Aplicativos em nuvem para escritórios;
  • Aluguel de equipamentos e informática para funcionários que necessitem para o trabalho remoto.

Por fim, vale lembrar, ainda, que há opções especialmente desenvolvidas para atender às necessidades das startups.

Até a próxima!

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