Os avanços em tecnologia farmacêutica que superam desafios globais em 2021

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Já é praxe dizer que 2020 e 2021 foram anos que trouxeram vários desafios e avanços à tecnologia farmacêutica. Mas, só porque esta ideia é bastante repetida, não quer dizer que seja exagero – muito pelo contrário.

Ao enfrentar uma pandemia sem precedentes, os olhos da humanidade se viraram para a indústria farmacêutica em busca de soluções. Em meio a tanta pressão, torna-se ainda mais fascinante o nível de sucesso alcançado.

Além disso, por mais que a palavra “inovação” não seja nova neste mercado (afinal, as indústrias precisam renovar seus produtos e processos constantemente para se manterem relevantes), tradicionalmente o mundo digital não era explorado muito a fundo. Contudo, os desafios mudaram as prioridades do setor, que também precisou se reinventar com o apoio da conectividade.

Desse modo, para melhor entender como a indústria farmacêutica conquistou tais desafios, este artigo aborda:

  • O papel do mundo digital na luta contra a Covid-19
  • Como a startup Moderna se tornou ícone na corrida pelas vacinas
  • Quais são as tendências para o futuro da tecnologia farmacêutica
  • A Internet das Coisas Médicas: entendendo o que é IoMT

Avanços na tecnologia farmacêutica fortalecem a luta contra pandemia da Covid-19

Representação gráfica de covid-19
Novas tecnologias foram fundamentais no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19.

2020 demonstrou ser um ano de grandes demandas e revoluções no uso da tecnologia. E, ao olhar para a indústria farmacêutica, isto se torna particularmente notável — a iniciar pela adoção de ferramentas de trabalho remoto, como visto nos demais setores da economia.

Mas, desde o começo da pandemia, os esforços já iam além. Conforme o mundo veio a entender melhor o SARS-CoV-2, pesquisas sobre tratamentos e vacinas se desenvolveram com o apoio da internet, conectando todo o globo em uma grande troca de dados e informações em busca de uma solução para a crise sanitária.

Para acompanhar esse volume de dados, torna-se notável a aplicação de soluções de IoT e de Big Data nas pesquisas farmacêuticas. Evitando a sobrecarga de informações e garantindo os resultados necessários, essas tecnologias certificam a veracidade dos dados e aceleram o processamento dos mesmos.

Esta precisão já é interessante em estudos sob condições normais, tendo-se em vista que, de cada 5 mil produtos em processo de desenvolvimento na indústria farmacêutica (incluindo medicamentos e vacinas), apenas 1 se torna um produto viável e comercializado — estatística indicada em reportagem publicada em agosto de 2021 pela revista Forbes. E, com a urgência da situação, a agilidade e a precisão se tornaram ainda mais vitais durante a pandemia.

Desenvolvendo e aplicando uma vacina em tempo recorde

O resultado deste processamento de dados em velocidade extrema, então, foi um novo recorde na elaboração de uma vacina. Um processo que, outrora, teria levado pelo menos quatro anos (recorde estabelecido pelo desenvolvimento do imunizante para a Caxumba nos anos 1970), dessa vez foi concluído em cerca de um ano.

E também nota-se o papel vital da conectividade em si nesse processo.

Afinal, como sugere a publicação de agosto de 2021 da CNBC, vários projetos foram realizados através de parcerias entre múltiplas empresas — por vezes cruzando barreiras internacionais. Nível de interação este que não teria sido atingido sem avanços recentes ligados à internet — e que trouxe novidades excepcionais à tecnologia farmacêutica, como as vacinas de mRNA, por exemplo.

Mas os desafios enfrentados nesse processo não se limitam apenas ao desenvolvimento dos imunizantes. A gestão da produção e distribuição delas, a fim de levá-los ao maior número de pessoas no menor tempo possível, também é uma adversidade. 

Para esta finalidade, então, as partes envolvidas ainda fazem uso de soluções Big Data e de Cloud.

Desse modo, governos, agências de saúde e outras instituições ligadas ao processo de distribuição e aplicação das vacinas podem garantir que os grupos prioritários recebam suas doses a tempo. Um exemplo disso é Nova Iorque. De acordo com uma reportagem de abril de 2021 publicada pelo Wall Street Journal, só a cidade estadunidense já havia qualificado 37 milhões de pessoas até a publicação desta matéria.

Mas sistemas como este não aparecem só na costa leste dos Estados Unidos. Inclusive, muitas cidades brasileiras adotam soluções semelhantes, tendo-se em vista que a quantidade limitada de doses precisa ser bem distribuída. São milhares de centros urbanos mundo afora lidando com os dados de milhões de indivíduos para garantir que os mais vulneráveis sejam imunizados.

O papel de startups como a Moderna na criação de vacinas

Assim como ocorre em outras áreas, a tecnologia farmacêutica também recebe impulsos constantes por parte de startups. Vale destacar aqui, inclusive, o seu impacto no processo de desenvolvimento e manufatura das vacinas. Em grande parte, isto se deve a uma empresa em particular, que dividiu espaço no noticiário com grandes organizações mais estabelecidas: a Moderna.

Originalmente fundada em 2010, a companhia nasceu com um propósito em mente: revolucionar o mundo das vacinas em nome de uma metodologia mais ágil e eficaz. Propósito este que inclusive inspirou o próprio nome do laboratório, inicialmente escrito como “ModeRNA”.

Uma de duas empresas responsáveis por vacinas de mRNA para a Covid (ao lado da Pfizer), a farmacêutica também esteve entre as mais ágeis. Tendo prometido, desde a sua fundação, revolucionar o mundo das vacinas, em 2021 ela demonstrou a veracidade dessa promessa, quando, através do uso inteligente de dados, conseguiu desenvolver uma vacina eficaz em cerca de 10 meses.

Ademais, de acordo com reportagem publicada em agosto de 2021 pela revista Exame, a empresa também está fazendo bom uso da tecnologia para acelerar a produção das vacinas. Conforme diz o artigo supracitado, a Moderna espera distribuir entre 800 milhões a 1 bilhão de doses neste ano.

O resultado de todo esse esforço também pode ser visto no mercado financeiro. Em agosto de 2021, a companhia divulgou seus resultados para o segundo trimestre do ano, conforme reportagem da Investopedia. Os números não surpreendem os investidores por um simples motivo: os ótimos resultados já eram esperados. Se trata de uma receita de US$4,4 bilhões, um aumento de 66 vezes sobre o mesmo período em 2020.

As atuais tendências e novidades em tecnologia farmacêutica

As novidades no mundo das vacinas chegam a eclipsar as demais inovações farmacológicas, mas elas não estão sozinhas. Acompanhando a luta para superar a Covid-19, também há um enorme leque de avanços adicionais que continuam combatendo doenças e condições médicas já conhecidas.

Em primeiro lugar, nota-se a posição vital que o Big Data ocupa em 2021. De acordo com estudos, mais da metade das empresas farmacêuticas espera aumentos drásticos no investimento neste ramo. Em meio a essa expectativa, porém, já existem várias companhias aplicando recursos nessas tecnologias, especialmente em conjunto com machine learning.

Algumas organizações – em especial startups – inclusive já estão usando essa combinação em suas buscas por tratamentos inéditos. Através da automação de processos de pesquisa, a esperança é de que resultados da busca por novos medicamentos (ou mesmo vacinas) se tornem cada vez mais rápidos.


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Além disso, o uso de inteligência artificial e machine learning deve contribuir para que medicamentos em fases iniciais de testes sejam reconhecidos como inviáveis mais rapidamente. Desse modo, além de economizar tempo com testes clínicos para produtos que seriam descartados ao final, a indústria também evita os riscos de reações negativas nestes testes.

Inclusive, o avanço da IA no ramo já vem sendo abordado desde 2019. Em um relatório divulgado em dezembro daquele ano, a PR Newswire comenta que o mercado de IA no ramo de saúde poderia chegar a um valor de US$ 31,3 bilhões até 2025.

Mas, se há um segmento em que a tecnologia farmacêutica anda muito de olho para o futuro, é o universo de soluções de IoT.

Entendendo a Internet das Coisas Médicas

Imagem de médico mexendo em tablet num hospital
A Internet das Coisas Médicas (IoMT) promete grandes melhorias no tratamento de várias condições médicas

As soluções baseadas em IoT se tornaram tão importantes para a saúde que chegaram a dar espaço para uma série de recursos especializados. Essas ferramentas e serviços, inclusive, ganharam nome próprio: IoMT – a Internet das Coisas Médicas (do inglês Internet of Medical Things).

Com uma série de usos possíveis tanto do ponto de vista farmacológico quanto clínico, a IoMT eleva a promessa do uso inteligente de dados e da coleta de informações mais específicas e corretas. A natureza dessas soluções pode variar muito, desde medidores de pulsação cardíaca a testes de glicemia ligados à internet, mas todas têm em comum o foco na gestão de dados.

Essa preocupação não é por acaso. Um grande problema da medicina está na variabilidade das reações dos tratamentos nos diferentes organismos. Isto, é claro, sem falar nos pacientes que muitas vezes acabam não seguindo as instruções médicas corretamente.

Além disso, certos aspectos do corpo humano variam de acordo com as circunstâncias. Questões, como o nível de glicemia, dependendo da alimentação, o ritmo cardíaco variando de acordo com o estado emocional, etc. São inúmeras variáveis e, no mundo farmacológico, é preciso mantê-las em mente.

Um exemplo dessas soluções, que veio à tona já em 2019, é um dispositivo desenvolvido para o tratamento de diabetes. O equipamento utiliza a conectividade e gestão de dados para unir, em um só aparelho, o exame de glicemia e a injeção de insulina, garantindo uma dosagem exata.

Mas este é só o começo. Expectativas para essa nova tecnologia farmacêutica incluem uma melhor previsão dos efeitos colaterais de remédios, permitindo receitas personalizadas e com menores chances de efeitos colaterais, por exemplo.

E, igualmente importante, a IoMT promete mais inclusão social. Atualmente, muitos equipamentos médicos – usados tanto em tratamentos quanto em testes de medicamentos – enfrentam dificuldade em extrair resultados precisos para negros e pardos, algo que pode ser evitado com ferramentas dedicadas e mais bem trabalhadas.

Conclusão

Apesar de se tratar de uma indústria que demorou um pouco para adotar soluções digitais em seus processos, os desafios enfrentados no início da década de 2020 (que não foram poucos) trazem grandes avanços.

Seja na busca por tratamentos ou na prevenção, Big Data, IA e IoT estão em todos os lugares. E não é por pouco, considerando os ótimos resultados que surgem devido a esses avanços. Ademais, com o papel importante de startups, fica claro que novas empresas também estão ganhando espaço rapidamente.

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Até a próxima!

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