Vou começar a nossa conversa com uma frase que gosto bastante: “na vida, não existe nada a temer, mas a entender”. Embora tenha sido dita no século passado pela física polonesa Marie Curie, pioneira em pesquisas sobre radioatividade, trata-se de uma constatação extremamente atual. Essas palavras estão relacionadas à tecnologia e, sobretudo, ao nosso contato com recursos novos.
Explico: quando estamos diante de algo que nunca utilizamos, é comum haver alguma apreensão, dúvidas ou questionamentos. Algo do tipo: “será que isso é interessante mesmo? Será que vai facilitar a minha rotina?”. Mas quando compreendemos o seu funcionamento e as vantagens no dia a dia, tudo muda de figura.
Por isso, tenho me dedicado bastante nos últimos tempos a estudar sobre tendências, plataformas, abordagens e conceitos inovadores. Aliás, esses dias, após a leitura de alguns materiais bem interessantes, fiquei pensando sobre quais serão as tecnologias que dominarão nossa atenção nos próximos meses. Não há dúvidas de que teremos um 2022 ainda mais digital, ainda mais ágil.
Inclusive, este segundo semestre de 2021 já está sendo assim.
Dentre as várias tendências em tecnologia que observei, uma feita pelo Gartner chamou muita atenção, a Internet de Comportamentos (originalmente chamada de IoB, Internet of Behavior)
Não é de hoje que o uso de dados tem sido cada vez mais recorrente, sobretudo nos negócios.
O avanço das tecnologias, principalmente da Internet das Coisas (IoT), onde temos o entorno a nossa volta conectado, um volume bastante grande dados tem sido gerado.
Essa “poeira digital da vida diária”, como define a própria consultoria, vem sendo utilizada para influenciar comportamentos por meio de ciclos de feedback. Dou um exemplo prático para contextualizar: imagine que alguns motoristas de uma companhia vêm fazendo manobras muito arriscadas com frequência.
Uma análise minuciosa dos dados será capaz de sinalizar tais ocorrências para a empresa, que logo se mobilizará para melhorar o desempenho e a segurança de seus funcionários; isso é tomar decisões baseadas em dados.
Interessante, não? Sem dúvidas, estamos vivendo a era do Big Data e da IoT. Para o bem dos negócios e das nossas entregas.
Mas engana-se quem pensa que a tecnologia está no centro de todas as ações. Na verdade, os recursos digitais auxiliam a colocar as pessoas como o verdadeiro foco dos nossos negócios.
Inclusive, a centralidade nas pessoas é outra grande tendência apontada para 2021 – e que deve perdurar. Oferecer uma experiência global para colaboradores, parceiros, fornecedores e clientes é, hoje, um dos principais diferenciais de uma companhia.
Trata-se, sem dúvidas, de um enorme desafio, e que está intrinsecamente ligado à inovação.
Pense na importância que é, no ano em que vivemos, possibilitar que todos tenham acesso a plataformas que facilitarão as suas rotinas. Isso agrega tanto a um consumidor, na hora de realizar compras, quanto a um profissional, ao trabalhar em equipe.
Ou seja, uma companhia é feita de pessoas, que precisam de processos eficientes e digitalizados para executar suas tarefas no ambiente atual.

Não por menos, isso também tem uma relação direta com outra tendência que, ao que indicam muitas pesquisas, veio para ficar: o location independence.
Atuar a partir de qualquer local, com ferramentas e soluções adequadas, teve um impacto bastante positivo para diversas empresas durante a pandemia. Houve um grande índice de profissionais satisfeitos, o que melhorou os níveis de produtividade e ajudou a reduzir custos.
Sim, vimos o modelo híbrido ganhar forma, tornar-se realidade e mostrar que, com a tecnologia certa, é capaz de assegurar maior flexibilidade, independência e inteligência aos negócios.
Logicamente, todos esses resultados dependem de um aspecto fundamental: entregas cada vez mais resilientes. A crise ocasionada pela propagação do coronavírus nos mostrou a importância de uma empresa estar preparada para se adaptar e para reagir a qualquer tipo de problema ou interrupção.
Como reforçar tal característica? Acredite, a tecnologia é um dos pilares. Com os recursos adequados, conseguimos ir mais longe.
Para 2022, segundo um relatório divulgado pela IEEE Computer Society, quem investir em tecnologia de ponta conseguirá acrescentar uma “inteligência contínua” ao negócio. E dentro desse universo, segundo o estudo, estará uma rede também contínua, que permitirá o uso de diferentes dispositivos, sistemas e plataformas de modo eficiente, sem interrupções.
Isso é possível, principalmente, a partir de uma infraestrutura de conectividade robusta. Dessa forma, as comunicações poderão ser executadas de modo flexível e independente.
Na mesma toada, outra tendência tecnológica em que devemos estar de olho é, na verdade, uma necessidade. A imensidão de dados trocados no ambiente virtual faz do investimento em segurança um importante passo para proteger informações sigilosas e evitar grandes prejuízos.
Ou seja, softwares voltados à segurança continuarão em alta. Aliás, serão cada vez mais decisivos para blindar as companhias.
Já no que diz respeito à sustentabilidade, devemos nos questionar se o uso de carros elétricos ou de chips e baterias menos poluentes, por exemplo, podem estimular a produção de energias renováveis. Será que estamos fazendo a nossa parte nesse sentido? Precisamos pensar nisso enquanto empresas.
O próximo ano provavelmente marcará também a consolidação de algo que vimos crescer exponencialmente nos últimos meses: o Cloud Computing.
Mais do que nunca, as cargas de trabalho estarão abarcadas em um ambiente totalmente virtual, flexível e escalável.
Na área da saúde, a robótica médica tende a ganhar mais espaço, sobretudo depois dos resultados obtidos com a pandemia. Desde a entrega autônoma de suprimentos hospitalares à telemedicina, os avanços possibilitaram o acompanhamento de diversos pacientes a distância e a preservação de muitas vidas.
Situação semelhante aconteceu nas escolas, que precisaram migrar todas as suas aulas para plataformas online. Tal modelo deve perdurar no próximo ano, mesmo que de modo parcial.
Diversas universidades mundo afora passaram a disponibilizar (ou intensificaram) suas ofertas de cursos online desde o início do isolamento social. Dessa forma, conseguiram reduzir valores das mensalidades e alcançar mais pessoas. A tendência é de que o modelo continue, veremos.
O ano de 2022, também segundo a IEEE Computer Society, ainda será permeado por diversas outras tecnologias, como aprendizado de máquina, visão computacional e reconhecimento de padrões, impressão 3D, biologia computacional e bioinformática, nanotecnologia e ciências da vida, entre outros.
Estaremos preparados para tudo isso? Uma coisa é certa: já entendemos e reconhecemos a importância da inovação tecnológica em nossas vidas, no nosso trabalho. E isso foi uma base importante para nos prepararmos para este mundo cada vez mais conectado.
Agora, cada empresa precisa fazer a sua parte, se cercando de todas as ferramentas necessárias para acompanhar tais tendências em tecnologia.
Vimos o quanto essa maturidade digital foi importante para que seguíssemos em frente, sobretudo durante os primeiros meses de pandemia. Agora, precisamos nos atualizar sempre para estarmos prontos para todas as novas etapas que virão. Seguimos juntos!