Desde nossa infância, os games nos atraem e estimulam a melhorar habilidades, completar tarefas e superar obstáculos. Portanto, não é surpresa que aplicar os mesmos elementos no dia a dia do trabalho gere bons resultados. E é aí que surge a gamificação, um conceito que não é novo, mas ganha cada vez mais destaque no meio corporativo.
Dentro dos negócios, essa estratégia ajuda em alguns desafios bastante comuns no cotidiano empresarial, como manter os colaboradores engajados e criar bons hábitos de treinamento. Mas há, ainda, diversos outros benefícios no longo prazo, como a introdução à cultura data-driven ou o impacto positivo na performance individual e da empresa.
Mas, para que essa abordagem seja aplicada da melhor forma, incentivando os colaboradores e aprimorando áreas dentro da companhia, é preciso entendê-la por completo. Sendo assim, neste artigo, você verá:
- O que é gamificação?
- Como usar essa estratégia dentro das empresas?
- A relação entre marca e consumidor também se beneficia
- Tecnologias são elemento central na abordagem
- Cinco passos para adotar a gamificação
- Gamificação: a chave para o engajamento
O que é gamificação?
Durante toda a história da humanidade, os jogos, como cartas e tabuleiros, estiveram presentes, sendo uma ferramenta social poderosa. A perspectiva de ganhar ou receber uma recompensa é algo que atrai instintivamente grande parte das pessoas e as incentiva a dar o seu melhor.
Portanto, é natural que esse poder dos games também seja empregado em outras atividades para maximizar seu potencial. Tanto que hoje suas mecânicas já auxiliam na aprendizagem, no controle da saúde pessoal e até na produtividade. Mas, afinal, o que é gamificação?
Em suma, é uma estratégia que utiliza elementos de jogos para manter o engajamento do público e, assim, atingir metas e resultados predeterminados. O processo, na prática, consiste em transformar algo, como um programa de treinamento, de forma que este seja mais atrativo e mantenha o interesse da audiência por mais tempo.
Para isso, alguns componentes essenciais na gamificação são:
- objetivos divididos em tarefas concisas;
- feedback imediato;
- competitividade e colaboração;
- recompensas e reconhecimento;
- guia para os próximos passos.
Além disso, duas áreas cruciais e que precisam ser bem trabalhadas nessa estratégia são a mecânica e a dinâmica do jogo. Enquanto a primeira diz respeito às regras e aos prêmios, e deve ser muito clara, a segunda é a parte responsável por, realmente, promover o engajamento e motivar os participantes.
Mercado de gamificação
Atualmente, a abordagem é bastante utilizada para atrair e reter consumidores, mas a realidade é que esta já pode ajudar mesmo dentro das companhias. E, por conta disso, o mercado não para de crescer.
Segundo o relatório da Tech Navio, publicado em abril de 2022, o crescimento deve chegar a US$27,77 bilhões, no período entre 2021 e 2026. Isso representa uma taxa de crescimento anual composto (CAGR) de 29,15%, sendo que 42% da evolução total terá origem na América do Norte.
Nos negócios, os esforços de gamificação têm a finalidade de motivar colaboradores a realizar certas atividades. Por sua vez, essas ações irão melhorar vendas, gerar mais leads, aprimorar o atendimento ao cliente etc. Tudo isso depende apenas de um planejamento claro e um bom uso da estratégia baseada em jogos, como será abordado a seguir.
Como usar essa estratégia dentro das empresas?
Como é possível imaginar, a gamificação dentro do ambiente de trabalho não é exatamente um jogo. Usá-la significa aplicar a mecânica de games no dia a dia, criando uma forma mais prática e simples de os funcionários acompanharem suas tarefas e progresso.
Então, por exemplo, será parte do sistema dar aos usuários motivação para realizar uma tarefa, por meio de recompensas ou pela chance de ganhar. Da mesma forma, é possível aumentar a participação em um treinamento de segurança digital, se este tiver características de jogos, com desafios, quiz e pontuação.
Nesse sentido, são diversas as áreas nas quais uma estratégia de gamificação pode ajudar: desde a parte de treinamento e capacitação, até a melhoria da gestão de tempo ou performance.
Vale dizer que, desde que bem construída, a tática pode gerar muitos benefícios para os profissionais e para a empresa. Dentre os principais, estão:
- ampliar o engajamento dos colaboradores;
- incentivar a aprendizagem autodirigida e o uso de ferramentas de aprendizagem;
- melhorar o conhecimento e as habilidades da força de trabalho;
- aumentar a colaboração entre os times;
- aprimorar a retenção de dados;
- criar uma cultura de feedback imediato;
- promover a retenção de talentos.
Cases em diferentes setores que podem inspirar
Cisco
A companhia de tecnologia criou um treinamento de social media para os funcionários, porém houve pouca adesão à capacitação. Sendo assim, o programa foi gamificado: foram introduzidos níveis de certificação e subcertificação que os profissionais poderiam atingir, estimulando colaboração e competição.
Como consequência dessa mudança de estratégia, mais de 650 colaboradores se certificaram, e o curso foi feito 13 mil vezes.
Domino’s Pizza
A fim de tornar o período de aprendizagem dos funcionários mais eficiente, a Domino’s criou o treinamento “Pizza Maker”. No curso, foram utilizadas simulações para engajar os colaboradores e elementos, que os incentivaram a tentar atingir uma pontuação maior.
Como resultado, a capacitação com mecânica de jogo ajudou os funcionários a se familiarizar com o menu em um tempo mais curto. Assim, na hora de fazer pizzas, o processo se tornou mais rápido e certeiro.
Nike / Atobi
A Atobi criou para a Nike um aplicativo para melhorar o engajamento dos funcionários e aprimorar vendas. Com um painel de métricas e um quadro com as vendas em tempo real, os colaboradores podiam checar seu próprio desempenho e o de seus colegas.
Além disso, os funcionários da área receberam uma série de atividades diárias, como quiz e dicas sobre atendimento ao consumidor. Ou seja, havia uma forma de capacitação para ajudar os vendedores ao mesmo tempo em que se incentivava a competição.
Tendo os objetivos bem definidos e conquistando o engajamento dos profissionais envolvidos, a marca conseguiu um aumento de 149% nas vendas.
Relação entre marca e consumidor também se beneficia
Hoje, em meio a mercados altamente competitivos, um dos desafios das companhias é criar um relacionamento com sua audiência. No entanto, nesse diálogo, devem ser abordados não só produtos e serviços, mas também a missão e os valores apoiados pela organização.
Nesse cenário, a gamificação é uma forma de se aproximar dos clientes e mantê-los engajados com a marca, mesmo fora dos momentos de compra. E a lista de vantagens dessa abordagem é ampla, incluindo:
- aumento de interação com clientes;
- diversificação do público;
- maior exposição da empresa;
- crescimento no sentimento de confiança da marca;
- criação de vínculos, e até de preferência do consumidor.
No setor de varejo, diversas empresas começaram a trabalhar com jogos interativos e quizzes. Já as pontuações por compra são a forma de gamificação mais estabelecida nesse segmento.
Alguns exemplos populares são Mercado Livre, Shopee e a rede de cafés Starbucks. Especialmente para quem foca em um público mais jovem, apostar nessas inovações é uma tendência.
Outro exemplo bastante difundido está na gamificação em prol do engajamento na aprendizagem. Existem instituições escolares que estão adotando essa estratégia para criar planos de estudos diferenciados a cada perfil de aluno.
Há até aplicativos, como o app de idiomas Duolingo, que aplicam os conceitos de jogos. Para cada unidade estudada, há pontos e recompensas para o usuário, que ajudam em fases mais difíceis.
Tecnologias são elemento-chave na abordagem
Embora a gamificação esteja muito ligada aos comportamentos humanos, sem a tecnologia, essa abordagem não seria possível. É a partir da possibilidade de se conectar com colaboradores e funcionários, bem como dos dados que permitem conhecer suas preferências, que uma boa estratégia pode ser criada.
Confira as cinco principais tecnologias que suportam a mecânica.
Conectividade
A conectividade é a base para todo o desenvolvimento de um sistema gamificado. É por meio das conexões que elementos fundamentais da estratégia funcionam, como a colaboração e o feedback imediato. Do mesmo modo, de nada adianta um treinamento com mecânicas ágeis de jogos, se houver problema no acesso à internet.
Também é a partir dessa tecnologia que a mensuração de resultados é facilitada e automatizada, podendo ser acompanhada por todos os envolvidos.
Cloud computing
Assim como a conectividade, a cloud está presente no dia a dia, e é um dos pilares de qualquer solução digital atualmente. Como exemplo, os softwares de trabalho mais utilizados, hoje, são em nuvem, como o Office 365, que permite o trabalho colaborativo, além de chats e videoconferências.
Esse é um ambiente propício para a criação de plataformas de gamificação para empresas e consumidores, sobretudo por causa das características de escalabilidade. Em outras palavras, conforme o projeto for crescendo, engajando mais pessoas, é possível ajustar a capacidade de processamento e armazenamento.
Internet das Coisas
A Internet das Coisas (IoT) contribui de duas formas para a gamificação.
Em primeiro lugar, é preciso considerar que os equipamentos inteligentes são usados em diversos setores e coletam dados em tempo real. A partir dessa base, muita informação valiosa fica disponível para as companhias, como hábitos ou preferências de funcionários e clientes.
Além disso, é a IoT que auxilia níveis mais imersivos de gamificação, que utilizam realidade virtual ou aumentada, por exemplo. Ou seja, essa tecnologia é essencial para os próximos passos.
Big Data
Pensando nos dados coletados via IoT ou pela internet e armazenados na nuvem, é com a ajuda do big data que estes se tornam insights valiosos.
Na verdade, essa solução está no início e no final do processo de gamificação, pois é por meio dessa tecnologia que é possível:
- criar uma estratégia certeira, utilizando informações cruzadas sobre preferências do público e tendências do mercado.
- analisar dados dos resultados da aplicação da abordagem e reestruturá-la conforme necessário, para maior sucesso.
Inteligência Artificial
Assim como o big data, a inteligência artificial (IA) está focada em dados. É a IA que irá permitir uma experiência de usuário cada vez melhor na gamificação. Isso porque a tecnologia conta com machine learning, ou aprendizagem conforme a utilização de uma plataforma ou aplicativo.
São essas inovações que definem os sistemas de recomendação altamente confiáveis de grandes empresas, como a Netflix. Aliás, essa inteligência tem, também, função dentro da estratégia, personalizando a jornada conforme o perfil ou desempenho do usuário.
Cinco passos para adotar a gamificação
Os benefícios da gamificação, seja com foco interno ou externo, são amplos e trazem vantagens de curto, médio e longo prazos. Entretanto, para que isso funcione da forma ideal, é preciso atenção e um planejamento minucioso.
Para facilitar essa jornada, separamos cinco passos que devem guiar a implementação da solução na empresa.
Defina seu objetivo e métricas para acompanhar
Antes de mais nada, é primordial definir o que se quer atingir por meio dessa mecânica. Aumento de vendas, treinamento de profissionais, melhoria no atendimento ao consumidor são alguns exemplos frequentes. Para saber exatamente o que é preciso, deve-se conhecer os pontos fortes e fracos do negócio, bem como ter uma visão de futuro.
Com o propósito definido, métricas devem ser escolhidas para mensurar os resultados. Sem esses indicadores, não há como determinar se a estratégia está sendo bem-sucedida ou como repensá-la, caso não esteja.
Conheça seu público
Assim como em qualquer grupo, há os profissionais competitivos e os que têm aversão a isso. Por isso, a gamificação deve ser abordada de modo cauteloso, com visão de longo prazo e não imediatista. O recomendado é planejar o programa, colocá-lo em atuação e analisar os dados de resultado, adaptando, se necessário. A imersão nessa estratégia, sobretudo com foco interno, é gradual e, se forçada, pode ter o efeito contrário ao desejado.
Estabeleça as recompensas
Não há necessidade, e nem é aconselhável, de se exagerar nas recompensas. Enquanto para um consumidor pode ser legal receber algo valioso, como um aparelho de última geração, manter esse tipo de prêmio é custoso para uma empresa. O mesmo vale para quando a abordagem é interna, na qual é desejável manter retribuições relacionadas ao trabalho, como a chance de fazer um curso ou participar de um congresso. Uma outra dica é não comemorar só os primeiros lugares, pois a participação em si deve ser reconhecida de alguma forma.
Seja claro e transparente
Para engajar, é vital ser claro quanto a como a estratégia de gamificação funciona, quais as regras, os objetivos e as melhores práticas. De modo semelhante, ser transparente quanto à pontuação e às recompensas é imperativo. No ambiente empresarial, uma boa ideia é mostrar, até mesmo, como as ações envolvidas ali ajudam a companhia como um todo.
Mensure resultados
De nada adianta ter todo o esforço para adotar a gamificação se o resultado não for mensurado. O acompanhamento dos indicadores de performance é importante, pois ajuda os participantes a saber seu desempenho e os líderes a entender se a estratégia está dando frutos. Esse tipo de medição pode ser automatizado, o que facilita o dia a dia dos gestores.
Gamificação: a chave para o engajamento dentro e fora das empresas
Em suma, a gamificação é uma tática estratégica, com foco interno ou externo, a fim de alcançar melhorias nos negócios. A partir dela, criam-se experiências semelhantes àquelas que eram vivenciadas em jogos e que, por natureza, engajam as pessoas.
Apesar de ter diversos outros objetivos, como aumentar leads ou vendas, a otimização de engajamento de colaboradores ou consumidores é a chave do sucesso para qualquer negócio. E é também o futuro, pois ajuda a reter talentos e a conquistar a fidelização de clientes.
Porém, uma estratégia bem-sucedida depende de alguns fatores, como o conhecimento do próprio negócio e um olhar cuidadoso para dados. Além disso, há toda uma estrutura tecnológica que auxilia no bom desenvolvimento desse programa.
Nesse sentido, a Vivo Empresas está preparada para ajudar as companhias que querem investir na gamificação como forma de alavancar seus negócios. Com um portfólio diversificado de soluções tecnológicas que envolvem conectividade, cloud, IoT e big data, é possível dar suporte a essa inovação.
Se quiser conhecer mais soluções modernas para seu negócio, confira os artigos:
- Como aplicar a gamificação na educação? Entenda o que pode e deve ser feito
- Omnicanalidade: a estratégia para um relacionamento com o cliente mais versátil e dinâmico
Até a próxima!