Consegue imaginar sua vida hoje sem informação geográfica? É mais ou menos como voltar a pedir pizza dizendo o endereço completo e aquele famoso, e antigo, ponto de referência.
Nossa rotina foi tão tomada pela informação de posicionamento em tempo real que quase não nos locomovemos sem seguir essas coordenadas. Não seria diferente nos negócios.
Vivemos um tempo de registro e de armazenamento. E praticamente tudo o que fazemos deixa um rastro. Pode ser por GPS, localização de IP ou outras tecnologias. É nesse contexto que o geoprocessamento vem ganhando espaço, pois se tornou um elemento fundamental nessa nova realidade.
Sua empresa precisa dele, mesmo que você ainda não saiba exatamente como. E é exatamente sobre isso que falaremos aqui. Se o “onde” é importante para o seu negócio, o geoprocessamento precisa ser visto como uma ferramenta de trabalho.
Nesse texto, você também vai ver:
- O que é geoprocessamento?
- O futuro do geoprocessamento;
- Do geoprocessamento à inteligência de localização;
- Desafios e vantagens do geoprocessamento;
- Geomarketing: alavancando negócios;
- Tecnologia ao alcance da sua empresa
O que é geoprocessamento?
O geoprocessamento é um conjunto de técnicas e tecnologias ligadas à informação espacial, passando pela coleta, tratamento e análise dos dados. Algumas delas são bem conhecidas: a topografia, a cartografia, o sensoriamento remoto e os sistemas de informações geográficas (SIG) (tradução de geographic information system).
O futuro do geoprocessamento
O valor da informação espacial não é novo. Porém, houve muita evolução. Inovação, pesquisa e desenvolvimento de ponta produziram formas de incorporar esses dados em novas áreas. E isso ofereceu caminhos para a resolução de diversos problemas.
Assim, a utilização do geoprocessamento extrapolou os consumidores tradicionais e já está agregando valor aos mercados de varejo, transporte, saúde, financeiro, entre outros.
A adoção de sensoriamento remoto e a utilização de drones, por exemplo, estão permitindo novos usos para esse tipo de informação, antes restritos às agências militares e de inteligência. Hoje, trata-se de uma realidade em variados segmentos da economia.
O mundo empresarial e acadêmico investe em desenvolvimento de tecnologias geoespaciais com a finalidade de ampliar o uso desses dados fora dos mercados habituais.
E as perspectivas de evolução são enormes, considerando os avanços de big data, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA).
Do geoprocessamento à inteligência de localização
A localização afeta muitas decisões de negócios. Em qual país os mercados estão mudando? Onde os melhores clientes se encontram? Em que lugar são entregues os produtos e serviços? Essas são algumas perguntas que podem ser respondidas com a ajuda dessa tecnologia.
Em um mundo em constante mudança, o geoprocessamento fornece maior inteligência orientada para posicionamento, com o objetivo de impulsionar o crescimento do empreendimento e fortalecer as operações.
As organizações mais competitivas usam a solução para alcançarem ideias únicas, descobrindo padrões que impulsionam a tomada de decisões. Ela conecta as companhias a seus clientes, operações e riscos potenciais.
O geoprocessamento é a base para um conceito ainda mais sofisticado da noção de espaço: a inteligência de localização (em inglês, location intelligence — LI). O mercado usa esse recurso a fim de obter informações sobre marketing, vendas, tráfego e população. As organizações, por sua vez, utilizam-no em busca de vantagens competitivas.
A inteligência de localização é obtida a partir da visualização e da análise de dados geoespaciais que podem ampliar a capacidade de compreensão, percepção, tomada de decisão e previsão. Quando uma companhia adiciona camadas desses elementos (como demografia, tráfego e clima) a um mapa ou painel, está usando as ferramentas para identificar onde um evento ocorreu, entender o motivo e obter informações sobre o que o causou.
No e-book The science of where: discover the value of location intelligence tehcnologies, a Esri, empresa pioneira mundial em soluções baseadas em sistema de informações geográficas, mostra como diversas organizações estão usando esse conhecimento como parte de uma transformação digital. Mais de 90% dos líderes acreditam que a inteligência de localização é crucial para o sucesso dos negócios e da comunidade.
Executivos, gerentes e operadores aplicam-na com o objetivo de atender a uma ampla gama de necessidades. Exemplos de seu uso incluem encontrar os pontos ideais na seleção do endereço de varejo, gerenciar ativos em tempo real e manter ou reparar a infraestrutura vital.
Em um de seus relatórios direcionados a líderes de negócios, a Forrester se dedica a entender como a tecnologia impulsiona essa vantagem competitiva. Em Location Intelligence Drives Competitive Edge In The Digital Age, a empresa norte-americana de pesquisa de mercado ouviu 253 tomadores de decisão.
Ainda em 2018, 97% deles planejavam gastar o mesmo ou mais em inteligência de localização para apoiar a experiência do cliente e as decisões do empreendimento. Dois terços dos executivos ouvidos afirmaram que utilizam a tecnologia para obter vantagem competitiva e mais de 50% também a utilizam para criar oportunidades.
“Uma conclusão fundamental do estudo é que, ao melhorar os recursos de inteligência de localização, as empresas podem fornecer mais dessas experiências personalizadas, a engajar os clientes, melhorar a lealdade e impulsionar o crescimento dos negócios”, defende o relatório.
A pandemia trouxe uma maior consciência geoespacial do nosso lugar no mundo e levou a uma reflexão sobre a importância de reconstruir e fortalecer nossa relação com o espaço e com as pessoas. Os líderes de grandes organizações estão usando essa tecnologia, aliada à inteligência artificial, para repensar onde e como resolver problemas importantes, compreender o contexto mais amplo de nossas ações e criar um futuro mais resiliente e promissor.
Desafios e vantagens do geoprocessamento
Nesse contexto tão atual, o Esri Brasil 2021, um dos maiores encontros de usuários de geotecnologias do país, destacou os novos modelos de consumo, a economia volátil, o compliance ambiental e a gestão pública em evidência como desafios para o futuro.
Para esse grupo de especialistas, a boa notícia é que existe uma solução capaz de realizar análises, simular cenários e obter respostas a partir do conceito de inteligência de localização: o geoprocessamento.
Essa ferramenta é usada para capacitar o planejamento, a previsão e a resolução de problemas. Afinal, a oportunidade de visualizar um conjunto de dados relevantes em um mapa, aplicativo ou painel, pode revelar relacionamentos, padrões e tendências, além de mostrar oportunidades ocultas.
Definir o local ideal para abrir um empreendimento é um exemplo de como a solução pode levar a uma vantagem competitiva. Já utilizada por grandes organizações, a tecnologia pode e deve ser aproveitada por negócios de menor porte das mais diversas áreas.
Geomarketing: alavancando negócios
O geomarketing é uma metodologia baseada em dados de localização para atingir o público-alvo com a mensagem certa, criando oportunidades e dando suporte aos processos decisórios. Na prática, é a aplicação dos SIG nos negócios
O termo é pouco conhecido pelo público em geral, mas não é de hoje que o geoprocessamento é aplicado nas atividades de empresas, lojas ou em estratégias econômicas. Países desenvolvidos estão mais avançados na prática. No Brasil, ainda incipiente no setor, há um grande potencial para seu crescimento.
A lógica é especializar ou georreferenciar informações relevantes para o negócio e cruzá-las com bancos de dados. Disso nascem mapas, índices e coeficientes que permitem a melhor visualização e análise das informações obtidas, aprimorando tomadas de decisão e elaboração de planos de ação.
Exemplos de geomarketing
Imagine investir em uma loja em um ponto tido como excelente e, só depois, descobrir que a região está saturada de concorrentes ou que a faixa de renda da população não é condizente com seus produtos? Esse é um exemplo de como o geomarketing poderia ter direcionado esse investimento.
Outro exemplo é mais direcionado a empreendimentos de maior porte, como condomínios, indústrias, centros de distribuição e atacados. Com a tecnologia, um gestor pode decidir pela instalação da sua companhia a partir de características do meio natural da área, ocupação do solo, logística, proximidade da população e demais fatores que influenciam a atividade.
Não é recomendável que uma indústria que gere muito ruído ou odor esteja em determinados setores de uma cidade. A escolha errada pode levar a muita dor de cabeça no futuro, como o enfrentamento de processos com associações de moradores.
Outra aplicação está na expansão dos negócios. A técnica permite, por exemplo, identificar regiões onde as vendas podem ser ampliadas. Com informações de localização devidamente aplicadas, pode-se verificar os pontos de maior ou menor consumo de determinados produtos, relacionando renda, população, logística, concorrentes, entre outros.
Mas isso não se aplica apenas a investimentos para grandes empreendimentos. Empresas de pequeno porte, como as especializadas em limpeza de piscinas, podem mapear os potenciais clientes em uma cidade e criar índices por habitante, separadas por bairros ou por renda média (familiar).
O sucesso de uma organização que escolhe sua sede com base nesse tipo de evidências costuma ser muito maior do que a concorrente que decide o ponto simplesmente pelo valor do aluguel. Na teoria clássica do marketing e seus cinco Ps, é como olhar para o P de praça de um modo mais complexo e inovador.
Tecnologia ao alcance da sua empresa
Os potenciais de concretização de negócios vão a outro patamar em tempos como os de hoje, em que as compras são realizadas pelo celular e as pessoas buscam produtos não só por proximidade, mas também por tempo de entrega, disponibilidade e preço.
Com os aplicativos baseados em localização e recorrendo ao geomarketing, é possível acompanhar a mobilidade dos consumidores, entender padrões de comportamento e oferecer exatamente o que seu cliente quer, no endereço que ele estiver.
Ou seja, com essa ferramenta, também chamada inteligência geográfica de mercado, é possível criar estratégias certas para alcançar as pessoas certas, na hora certa e, principalmente, no lugar certo.
A Vivo Empresas desenvolveu soluções que apoiam esse conjunto de técnicas. Por meio da conectividade, os dados coletados podem ser armazenados e processados com a ajuda da computação em nuvem e de softwares de Big Data analytics.
Até a próxima!