Evolução da internet móvel: conheça as etapas que levaram à poderosa conectividade 5G

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O 5G promete a evolução da internet móvel e de toda estrutura que envolve a conectividade. Nesse sentido, existe também uma grande expectativa para essa inovação, que trará mais velocidade, capacidade e menor latência.

A Internet das Coisas (IoT), a Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning são algumas das tecnologias que devem atingir seu máximo potencial com o 5G. Como consequência, a previsão é que isso se reflita nos resultados de diferentes mercados e até no Produto Interno Bruto (PIB).

No entanto, é importante conhecer todas as etapas do progresso da conexão no País, desde a primeira geração de internet móvel até a quarta. Esta, aliás, foi a base para a realidade de vida conectada que já existe atualmente, com objetos inteligentes e uma cultura ‘data driven’.

Por sua vez, para que o 5G inicie suas operações em grande escala no Brasil, há ainda uma fase de adaptação, que inclui a ampliação da infraestrutura de rede em todo o território nacional.

Para extrair todo o potencial que a nova tecnologia oferecerá à produtividade nas empresas, vale entender o que tornou possível uma conexão tão poderosa quanto o 5G. 

Neste artigo, você verá:

  • O cenário das redes móveis
  • Resumo das operações do 1G ao 5G
  • Expectativas de mercado

As etapas da evolução da internet móvel

Foto aproximada de homem de negócios usando tablet
Evolução da internet móvel impactou diferentes aspectos da vida e do trabalho, como o uso de aplicativos

Para quem não está familiarizado com o conceito, a tecnologia das redes móveis é baseada em radiofrequência. O sinal é enviado e recebido via antenas e receptores, com centrais conhecidas como Estações Rádio Base (ERB). Estas, respondem por áreas geográficas específicas e estão conectadas às redes de telefonia móvel e fixa.

Na prática, o que acontece é que, dependendo da área em que se está e da potência do sinal, celulares e computadores conseguem captar uma ou outra rede. Para nomear essas redes foi usado o ‘G’, que remete à palavra geração, e o número indicando a versão.

Atualmente, no Brasil, o 4G corresponde a 77,7% das conexões móveis, seguida do 3G com 11,5%, e do 2G com 10,7%. Os dados são um recorte de setembro de 2021 publicado pela Anatel, que mostra, ainda, que naquele mês foram registrados 249,4 milhões de acessos à telefonia móvel.

Mas o que isso significa para os negócios? Ao longo do tempo, a evolução da conectividade trouxe facilidades como:

  • Simplificação da comunicação com a equipe, as filiais e os clientes – a distância;
  • Flexibilidade dos métodos de pagamento;
  • Agilidade em operações, como compra, produção ou entrega;
  • Visibilidade da produtividade através da mensuração de dados em todas as etapas do processo.

Em síntese, a evolução da internet móvel está diretamente relacionada à transformação do mundo dos negócios. Portanto, entender como a conexão 5G mudará como as empresas atuam é crucial, pois é provável que o impacto dela seja ainda maior que o das suas predecessoras. 

Acompanhe agora como as primeiras quatro gerações de redes móveis moldaram o mundo e aproveite para se preparar melhor para a quinta.

1G: o início da jornada

Criada na década de 1980, a primeira geração da internet móvel marcou o começo da mobilidade da comunicação e da evolução. Na época, a tecnologia, que era analógica, tinha como missão viabilizar chamadas de voz por meio de um aparelho sem fio. 

No Brasil, o padrão adotado para o 1G foi o Sistema Avançado de Telefonia Móvel, ou AMPS (do termo em inglês Advanced Mobile Phone System). O modelo havia sido implementado, a princípio, nos Estados Unidos, e seu uso ficou mais restrito às nações desenvolvidas.

Se, em retrospecto, essa inovação parece limitada, naquele momento, revolucionou a forma de trabalhar. 

Para os profissionais que precisavam sair do ambiente empresarial, como a força de vendas, a novidade permitia agilizar pedidos e melhorava a comunicação com equipes e clientes. Entretanto, vale fazer a ressalva de que, no início, essa tecnologia era cara e usada majoritariamente para ligações locais e rápidas. 

2G

Essa etapa da evolução da internet móvel já foi mais presente no Brasil. O 2G surgiu no início dos anos 1990, mas se popularizou no País no final da década. Os grandes trunfos da geração, em relação à sua predecessora, foram:

  • Trocar a tecnologia analógica para digital; 
  • Acrescentar o serviço de dados;
  • Implementar o envio de mensagens SMS.

Essa possibilidade da rápida troca de mensagens também acelerou os negócios. O serviço de dados, então, ainda que bem rudimentares, já permitiam pesquisas da previsão do tempo e ofereciam o serviço de e-mail.

A taxa de dados do 2G ficava entre 80 e 100 Kbps. Como exemplo, para assistir um vídeo em streaming em uma resolução razoável, hoje é recomendada uma conexão de, no mínimo, 3Mbps ou 3.000Kbps.

Então, os padrões foram aprimorados com o passar do tempo. Em primeiro lugar, a conexão usava o sistema global para celular, ou GSM (do inglês Global System for Mobile). Em seguida, foi empregado o padrão de transmissão de rádio por pacote, ou GRPS (do inglês General Packet Radio Service). 

Por último, foi a transferência de dados melhorada para a evolução do GSM, ou EDGE (do inglês Enhanced Data Rates for GSM Evolution) que surgiu, como o último protocolo de dados do 2G até a chegada da geração seguinte. Esse padrão ampliou a velocidade da internet, chegando a 384Kbps.

3G

O 3G já começa a apresentar características mais próximas da internet móvel atual. A terceira geração melhorou alguns recursos, como o envio de e-mails e SMS, e também agregou funcionalidades que são utilizadas diariamente:

  • Acesso à internet;
  • Chamadas de vídeo; 
  • Comunicação via VoIP (voz sobre protocolo de internet),
  • TV pelo celular.

Essa tecnologia ainda vigora em algumas regiões do Brasil, representando 12% da telefonia móvel, porém, com padrões mais atualizados. Quando surgiu no País, o 3G utilizava o sistema móvel de telecomunicações universais, ou UMTS (do inglês Universal Mobile Telecommunications System). 

Mais tarde, foi adotado o pacote de acesso de alta velocidade, ou HSPA (do inglês High Speed Packet Access); e, por fim, para o HSPA+. Este último começou a ser implementado pela Vivo em território nacional em 2012.

Com ele, as redes sociais começaram a ser usadas massivamente, trazendo novas oportunidades para muitos setores, como o de comunicação, marketing e publicidade.

Por sua vez, essa etapa da evolução da internet móvel expandiu o uso da tecnologia para além de celulares, como para notebooks. Essa novidade facilitou a continuação das atividades em outros locais, além do escritório. Um bom exemplo são eventos, como as feiras de negócios, que puderam contar com o apoio tecnológico independentemente da disponibilidade de banda larga fixa ou de Wi-Fi.

4G

No cenário atual, essa é a geração de internet que domina os celulares em solo brasileiro. Se o 3G começou a era dos smartphones, o 4G transformou o dispositivo em um ‘computador’.

Videochamadas, agora, podem ser feitas em alta qualidade, os streamings de vídeos também passam a ser vistos em alta resolução. No modelo de trabalho remoto, as reuniões são realizadas em ambientes virtuais e os jogos online se tornaram parte da realidade dessa conexão.

Talvez seja difícil lembrar de como era a vida antes das facilidades trazidas por essa quarta geração, que pode chegar a uma velocidade de 300 Mbps de download. Contudo, o que realmente se destaca na transformação acelerada pela tecnologia é o uso de aplicativos e serviços em nuvem.

Conhecidos como apps, essas plataformas aproximaram empresas de seus consumidores finais, ao oferecer a possibilidade de fazer compras online ou de escolher o produto a distância e solicitar o delivery

As entregas, inclusive, foram uma das soluções que muitas lojas e restaurantes utilizaram durante o período de distanciamento social

Ao mesmo tempo, novos serviços nasceram desse mundo de possibilidades aberto pelo 4G. Um caso amplamente conhecido é o de serviços de motorista por aplicativo ou de carona, como Uber, 99 e Lady Driver.

Por fim, essa evolução da internet móvel também foi imperativa para a automação industrial, juntamente às redes de dispositivos IoT. Com a conectividade como suporte de tecnologias como a internet das coisas, inteligência artificial e machine learning, há ganho de produtividade e redução de custos e desperdícios.

Só para exemplificar, segundo a McKinsey & Company, em testes de qualidade realizados com essas tecnologias, houve um aumento de 90% na detecção de defeitos em comparação com inspeção humana.

4.5G

Tal como o 2G e o 3G, o 4G também teve uma evolução de ‘meia-vida’, chamada comercialmente de 4.5G. 

Nesta tecnologia, conhecida tecnicamente como LTE Advanced Pro, ocorre a combinação de diferentes frequências do 4G, além da utilização de quatro antenas simultâneas para a transmissão de dados e a modulação do sinal, que amplia a sua capacidade de carregar informações.

Como resultado, tem-se uma rede móvel consideravelmente mais rápida que o 4G mas não tanto quanto o vindouro 5G. Para utilizar a nova tecnologia, porém, é necessário que o dispositivo receptor (smartphone, tablet ou qualquer outro) seja compatível, bem como que a área em que se situa o usuário suporte o sinal 4.5G.

Até o momento de conclusão desta matéria, em dezembro de 2021, mais de 1.000 municípios brasileiros já contavam com a cobertura do 4.5G da Vivo

5G

Homem de negócios usando tablet à noite
Assim como as demais tecnologias, revolução do 5G beneficiará pessoas, organizações e negócios

Em operação em 65 países como China, Estados Unidos e Uruguai, no Brasil, essa evolução da internet móvel já dá seus primeiros passos.

Em resumo, a nova tecnologia vai oferecer uma conexão à internet mais veloz, resiliente e com menos tempo de espera. Para comparar, enquanto o 4G leva seis horas para fazer o download de um filme HD de 60 minutos, o 5G consegue fazer o mesmo em seis segundos.

Noutras palavras, avanços que já acontecem com a quarta versão da rede serão elevados. Mais do que isso, o 5G também aumentará o volume de usuários conectados por região e  viabilizará até 1 milhão de conexões por km².

Segundo a Anatel, a quinta geração terá três modos de uso principais:

  • banda larga móvel avançada — com foco em altas velocidades de download e upload para o usuário;
  • controle de missão crítica — baixíssima latência e altíssima confiabilidade ajudarão aplicações sensíveis a atrasos e erros, como os carros autônomos, as cirurgias remotas e o controle remoto de maquinário industrial;
  • Internet das Coisas Massiva — atenderá grande volume de dispositivos IoT, com alta cobertura e baixo consumo de bateria.

Portanto, para capitais exploravam projetos de cidade conectada, como o Rio de Janeiro, que já usa monitoramento inteligente para gestão de inundação, esse tipo de recurso será potencializado. Os carros completamente autônomos também ficarão mais próximos da realidade, bem como as linhas de produção inteligentes nas indústrias.

Conectividade beneficiará diversos setores

Além do planejamento urbanístico e da indústria, o agronegócio é outro setor que deve se beneficiar da ampliação da conectividade. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estima que a ampliação de 25% da conectividade no campo pode gerar um aumento de 6,3% no valor bruto da produção do setor.

Sendo assim, a novidade também deve impactar o PIB brasileiro. De acordo com a consultoria Omdia, o PIB pode crescer R$6,5 trilhões a mais até 2035 impulsionado pela inovação. 

Noutros países, como a Espanha, a chegada da quinta geração de redes móveis também tem reflexos esperados para a economia. No país, o Grupo Telefónica será o primeiro a comercializar a tecnologia 5G, com funcionalidades que, assim como no Brasil, impulsionarão o desenvolvimento da indústria 4.0.

Tal fenômeno será possível a partir do compartilhamento de pontos de transmissão para redes 5G privadas e públicas, da priorização de tráfego customizável (entre o 5G público e o privado), além da criação de redes 5G privadas com todas as funcionalidades que essa geração de rede móvel oferece. 

Como resultado, pessoas, corporações e parques industriais poderão desfrutar de conectividade com menor latência, maior estabilidade e suporte a um maior número de dispositivos simultâneos. 

Como está a quinta geração no País hoje?

Atualmente, a conexão está passando por testes no Brasil, e já é utilizada em certos pontos que usam recursos estruturais do 4G. Isso acontece por meio do compartilhamento dinâmico de espectro, conhecido como DSS (do termo em inglês  Dynamic Spectrum Sharing). 

Então, o 5G DSS entrega uma conectividade mais veloz do que a geração passada, mas não chega a ter as altas taxas de transferência de dados esperadas. 

Ao mesmo tempo, depois de muita prorrogação, o leilão de frequência do 5G teve início em outubro de 2021. Dele participaram prestadoras de serviço de grande porte, como a Vivo, além de companhias e provedores regionais.

Ao todo, a quinta evolução da internet móvel será veiculada em quatro faixas: 700MHz, 2,3GHz, 3,5GHz e 26GHz. Enquanto as primeiras serão focadas em melhorar a cobertura 4G e, posteriormente, distribuir 5G, as últimas serão voltadas para consumidor e banda larga fixa, respectivamente.

A previsão é de que a nova tecnologia funcione em grande escala no País a partir do segundo semestre de 2022.

Expectativas de mercado para a nova evolução da internet móvel

Um estudo da GSMA, uma organização que representa os interesses das operadoras de redes móveis globais, mostra o impacto real da evolução da internet móvel. O documento, publicado em 2020, revela que nos últimos 20 anos a tecnologia móvel respondeu por US$10 de cada US$100 de aumento na renda per capita.

Esse impacto econômico, relativamente, foi ainda mais intenso em países em desenvolvimento, nos quais os avanços representaram cerca de US$1,4 trilhão.

A associação ainda espera que, nos próximos 10 anos, o 5G possa impulsionar um crescimento de 2,1% da renda global. Isso colocaria a tecnologia como uma aliada essencial na recuperação econômica mundial. 

No Brasil, há boas perspectivas para a quinta geração. Sobretudo, segundo estimativas da IDC, o 5G vai, indiretamente, gerar US$ 2,7 bilhões de novos negócios no País. Esse resultado vai envolver principalmente a popularização de inovações como IA, Realidade Virtual e Aumentada, IoT, Cloud, Segurança e Robótica.

Ainda como consequência dos avanços da conectividade, as vendas de smartphones devem crescer 11,4%, conforme estima o Gartner. Aliás, a América Latina é uma das regiões de maior destaque na promessa de  avanço nesse segmento, em especial na comercialização de equipamentos preparados para o 5G.

Além disso, o próprio setor de telecomunicações será impactado, sendo que, segundo a IDC, a área terá um crescimento de cerca de 10%.

Conclusão

Em suma, a evolução da internet móvel passou por diversas etapas até chegar ao cenário atual. E, agora, a quinta geração da internet móvel terá muito a contribuir para a forma de fazer negócios. 

Se hoje o 4G permite a coleta de dados e o aprendizado sobre pontos de melhorias, preferências do consumidor, entre outros insights, o 5G viabilizará essa análise em tempo real, com a popularização de soluções baseadas em Big Data.

Apesar disso, assim como na adoção das gerações anteriores, existe um processo para a estruturação dessa nova tecnologia. Ao mesmo tempo, vale lembrar que o surgimento do 5G não significa que as demais conexões irão desaparecer. 

A tendência é que, gradativamente, a conectividade mais moderna assuma controle em todo o País, como acontece hoje com o 4G e o 4.5G, que alcançam, segundo dados da Teleco, de outubro de 2021, mais de 90% da população nacional.

Atenta aos movimentos do mercado, a Vivo já vem se preparando para a chegada do 5G nos últimos anos. Para isso, tem realizado amplos investimentos para criar uma rede robusta e capaz de atender todas as cidades brasileiras. 

Além disso, para o segmento corporativo, a Vivo Empresas está desenvolvendo um portfólio abrangente de soluções tecnológicas baseadas em 5G, para apoiar  organizações de todos os portes nesse momento de adaptação. 

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Até a próxima!

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