Uma boa gestão logística no agronegócio é determinante e capaz de influenciar diretamente os resultados obtidos. Não por menos, adotar sistemas e soluções inteligentes nesse âmbito pode interferir diretamente nos níveis produtivos.
Sendo assim, se a capacidade de escoamento aumenta, por exemplo, as entregas também crescem. Tendo em conta que o Brasil é uma referência nesse segmento, a melhoria dos processos tem potencial para assegurar resultados significativos às empresas que atuam no setor e, sobretudo, à economia.
O uso de recursos tecnológicos, por sua vez, é um caminho efetivo para conferir maior agilidade e inteligência às operações logísticas.
Afinal, essa costuma ser uma tarefa complexa, envolvendo diversos elementos, como o transporte de cargas para a distribuição ao público final e de suprimentos na própria cadeia produtiva.
É em razão desses fatores — e de outros que você verá ao longo deste artigo — que executá-los com harmonia e eficiência é vital para a sustentabilidade do negócio, independentemente do porte ou da localização. Quer saber como isso acontece na prática? Siga com a leitura para ver:
- O que é a logística no agronegócio
- Como funciona e quais são as vantagens de realizar todos os processos corretamente
- Desafios do setor: como driblá-los
- De quais maneiras a tecnologia potencializa a distribuição e a cadeia de suprimentos
O que é a logística no agronegócio?
O agronegócio é uma das principais fontes de receita do Brasil atualmente, responsável por mais de 26% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Isso se deve, em grande parte, às condições climáticas e à riqueza do solo nacional. Entretanto, se por um lado o País tem aspectos extremamente favoráveis para o cultivo e/ou a criação de animais, por outro esbarra em uma questão: a logística.
As distâncias, bem como a falta de meios ou canais de escoamento adequados, contribuem significativamente para que o potencial existente não seja superado.
Dessa forma, estruturar uma logística eficiente é essencial para alcançar bons resultados, além de evitar perdas. Trata-se de um trabalho complexo, que envolve diferentes componentes.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a falta de infraestrutura do setor de transportes aparece entre as barreiras mais críticas para o avanço desse segmento.
Como funciona e quais as vantagens da boa logística no agronegócio
Uma das principais etapas da logística no agronegócio está ligada aos suprimentos, ou seja, à compra de materiais e recursos necessários para a operação acontecer no dia a dia, como adubo para o solo e alimentos para os animais. É importante garantir que nada falte, o que poderia impactar severamente a cadeia.
Para isso, muitos produtores contratam companhias especializadas, capazes de gerir todos esses aspectos a partir de uma visão macro do negócio, bastante suportada pelo uso de recursos tecnológicos. Sensores para monitoramento do estoque e ferramentas de gestão são alguns dos exemplos recorrentes.
Outra etapa importante é a movimentação interna desses itens, visto que é necessário fazer o abastecimento com base na demanda. Nesse sentido, deve-se considerar o manuseio, a estocagem dos itens e, por fim, o transporte que ocorre dentro dos ambientes de cultivo/criação.
O último elemento é a distribuição, que deve ser rigorosa para assegurar as condições necessárias para manter a qualidade de todos os itens, respeitando características como temperatura, fragilidade e perecibilidade do que está sendo levado. Aliás, o risco desse tipo de tarefa tende a ser elevado, exigindo cautela e estratégia das companhias especializadas.
Transportar alimentos sem as condições adequadas, por exemplo, pode levar a grandes perdas, um prejuízo muitas vezes irreversível.
Vantagens de uma boa logística
Estruturar uma operação inteligente é um dos pilares do agronegócio, visto que há, com ela, vários benefícios atrelados. Citamos alguns dos principais a seguir:
- redução de custos;
- economia de tempo e de combustível;
- queda na incidência de multas de trânsito;
- estocagem e armazenamento inteligentes;
- aumento da produtividade;
- diminuição do risco de perdas;
- cumprimento dos prazos de entrega;
- maior segurança no transporte;
- adequação às diretrizes que asseguram o bem-estar animal.
Principais desafios de logística no agronegócio
Existe uma série de dificuldades inerentes à área, sobretudo no transporte final, o que exige uma estratégia eficiente para evitar perdas e prejuízos. Segundo a FAO, a logística é apontada como um dos principais fatores que, se melhorados, poderiam contribuir significativamente para o avanço do setor.
No translado de cargas vivas, por exemplo, é preciso obter todas as autorizações necessárias e seguir à risca as regras relacionadas ao bem-estar animal.
No caso dos alimentos, dado que as distâncias no Brasil costumam ser extremamente longas, perder parte da carga é comum se a frota escolhida não tiver as condições adequadas e/ou se houver falhas no planejamento. O tempo maior de exposição, bem como a variação de temperatura, costumam impactar a qualidade dos itens.
Além disso, o agronegócio brasileiro tem uma grande dependência do modal rodoviário e isso é prejudicial, uma vez que diversas estradas não contam com a infraestrutura adequada. Segundo a CNA, 85% dos grãos produzidos em território nacional seguem por esse meio, enfrentando problemas como buracos, falta de sinalização e acidentes.
Outra questão é a baixíssima oferta de ferrovias, o que dificulta o escoamento da produção e eleva os valores dos fretes. Tal aspecto evidencia ainda mais a importância de uma logística eficiente, capaz de dinamizar a operação de transporte.
Logística de suprimentos e de distribuição
A evolução tecnológica viabiliza a concretização de importantes estratégias de otimização da logística no agronegócio.
De acordo com um estudo realizado pela McKinsey, os avanços realizados na Internet das Coisas (IoT) e em Big Data têm possibilitado ao setor captar dados em grande escala, sobretudo devido ao uso de sensores que monitoram diferentes aspectos, como clima e solo.
Tais informações são valiosas, pois possibilitam a realização de simulações e de otimizações em toda a cadeia, em especial nas etapas de suprimentos e de distribuição. Outro estudo, também elaborado e divulgado recentemente pela consultoria global, mostra que, ao utilizar soluções inovadoras, os negócios tendem a ser mais transparentes e produtivos.
Sendo assim, uma vez que a frota é gerida adequadamente, as entregas são mais rápidas e seguras. Para isso, há softwares específicos, capazes de otimizar o processo de deslocação das cargas, evitando problemas, como multas e uso indevido dos automóveis.
Um exemplo é o Vivo Frota Inteligente, solução que realiza um gerenciamento digital de veículos e condutores, captando dados em tempo real. A ferramenta rastreia e localiza as unidades com facilidade, além de possibilitar a recuperação e o controle da manutenção preventiva.
Sustentabilidade e redução de perdas
Outra contribuição da IoT na cadeia logística é a gestão inteligente dos estoques, o que, por sua vez, otimiza a etapa de suprimentos. Ao ter um controle maior, é possível reduzir o desperdício de mercadorias, sobretudo as que estragam com maior facilidade.
Tais ferramentas ainda sinalizam as datas de validade de cada uma, indicando quais devem ser consumidas preferencialmente e quais precisam ser repostas.
Quando inserida no contexto produtivo, a tecnologia também dá a sua importante parcela no sentido de tornar os processos mais sustentáveis. Ao controlar melhor a frota, é maior a probabilidade de reduzir o volume de combustível utilizado e, consequentemente, de poluição liberada na atmosfera, isso porque os trajetos serão mais ágeis, menores e sem engarrafamentos.
No que diz respeito ao uso de materiais, os avanços realizados na indústria impulsionam a popularização e o uso de embalagens biodegradáveis. E esses materiais têm uma ligação direta com a logística, uma vez que são utilizados diariamente no transporte e também no armazenamento.
Tudo está interligado, por isso, cada decisão é fundamental para tornar os processos mais ágeis, inteligentes e menos poluentes.
Concluindo
A logística no agronegócio diz muito sobre uma operação. Trata-se de uma etapa vital, pois é formada por vários componentes. Como vimos, os principais são suprimentos e distribuição, que necessitam estar bem planejados para assegurar que todas as entregas sejam feitas sem perdas.
A tecnologia, por sua vez, tem acrescentado camadas de inteligência às companhias que atuam nesse segmento. É possível, por exemplo, fazer a gestão digital das frotas, mapeando os veículos e captando dados em tempo real.
Tais informações servem de base para diversas melhorias e prevenções, como diminuição da incidência de multas, manutenção preventiva e redução de gastos em geral. Além disso, outras tecnologias baseadas em IoT possibilitam um monitoramento muito mais inteligente, o que também se reflete na logística.
No caso dos suprimentos, quando se tem uma visão geral do estoque, não é preciso gastar mais comprando itens que não seriam necessários para aquele momento (muito menos ter de lidar com perdas).
Esses são apenas alguns exemplos de como o suporte da evolução digital consegue impulsionar o agronegócio, um dos setores mais importantes para a economia brasileira. Investir nesse tipo de recurso está diretamente ligado, portanto, ao crescimento de todos os elementos que fazem parte desse segmento.
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