Novas tecnologias estão mudando o cenário do varejo, tanto para as empresas quanto para os consumidores. Adaptar-se a essa realidade é a promissora tentativa de se manter no mercado e promover uma melhor experiência de compra. Dessa forma, como inserir essas novas plataformas em um mercado que existe há centenas de anos?
Estudo realizado pela Gartner Inc., companhia americana líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, aponta que até 2025, os 10 principais varejistas globais usarão preço em tempo real em suas lojas. Portanto, serão capazes de gerenciar, avaliar e ajustar valores de seus produtos para os clientes com agilidade e em todos os canais por meio de aplicativos móveis, garantindo maior personalização e atraindo cada vez mais consumidores.
Neste artigo, você verá:
- Preço em tempo real é uma tendência no varejo?
- Como isso pode ser usado na estratégia de negócio do varejista
- Tecnologias que podem colaborar para investir nessa realidade do setor
Preço em tempo real: uma estratégia para o varejo
Ainda de acordo com a Gartner, nos últimos anos, o varejo tem vivido uma grande dicotomia. Uma divisão com um abismo profundo entre os mundos online e offline. No entanto, para Robert Hetu, vice-presidente da Gartner Inc., ainda que as vendas por canais digitais se mantêm em crescimento, não existe competição entre esses dois mundos. “Hoje, muitos varejistas sabem que metade de suas vendas online é suportada por suas lojas físicas”.
Dessa forma, como o preço em tempo real pode ser uma estratégia para os dois mundos do varejo? Primeiro é preciso conhecer o consumidor. O que a Internet das Coisas, os dispositivos digitais interligados, o mundo online, os e-commerces vêm mostrando é que, com a possibilidade de se ter uma grande quantidade de informações sobre os clientes e pessoas interessadas nos produtos, é possível desenhar ofertas ainda mais robustas e direcionadas que, inclusive, integrem lojas físicas e dispositivos digitais.
“À medida que os clientes compartilham cada vez mais dados e informações, eles esperam ofertas ainda mais personalizadas. Assim, deve-se avaliar os dados pessoais e as preferências de produtos e transformar esses insumos em ofertas imediatas e contextualizadas”, afirma Hetu.
Com isso, tudo indica que os consumidores continuarão a contar com as lojas físicas. A ideia é que eles tenham uma experiência de compra multicanal cada vez mais personalizada e com velocidade. Uma estratégia de marketing importante e que, de fato, pode aquecer o mercado.
Como impulsionar os preços em tempo real?
Segundo diretores da McKinsey & Company, empresa de consultoria empresarial americana, o processo de usar dados para personalizar o tempo, o conteúdo e o formato de todas as experiências em tempo real está sendo impulsionado pelas expectativas tanto dos consumidores, quanto dos varejistas, em relação ao uso de novas tecnologias.
Para eles, a customização em escala do marketing, ou seja, transformar os processos da organização para alcançar o potencial da personalização ao consumidor, pode gerar um crescimento de até 15% de toda a receita de empresas dos setores de varejo, viagens, entretenimento, telecomunicações e serviços financeiros, por exemplo.
Os diretores da McKinsey & Company ainda orientam que um modelo operacional que tem a personalização como objetivo, precisa de alguns elementos para que funcione de maneira eficaz, fazendo com que os preços em tempo real sejam aplicados de forma satisfatória:
- Uma base de dados robusta com uma visão completa do consumidor;
- Tomar decisões importantes com base em mineração de dados, identificando padrões na jornada do consumidor;
- Elaborar ofertas, mensagens e experiências certas, no tempo certo e com agilidade;
- Medir e fornecer essas experiências de modo a alimentar novos insights na base de dados.
Tecnologias para personalizar o varejo
Mais do que optar pelo varejo online ou offline, a ideia do preço em tempo real diz muito mais quando se tem conhecimento sobre o consumidor. Nesse ponto, não existem barreiras entre loja física e e-commerce. Isso porque ambas precisam ser integradas para trazerem benefícios e vantagens ao cliente.
Neste contexto, as novas tecnologias são aliadas importantes no varejo. As marcas precisam estar atentas para investirem em experiências de compra atrativas e imersivas. Elas que irão conquistar a fidelidade desses consumidores ávidos por inovações e comodidade, resultando em ambientes interativos e altamente envolventes.
O uso de aplicativos
Uma das tecnologias importantes que suporta o preço em tempo real é o pagamento por aplicativos em aparelhos móveis. O mesmo estudo da Gartner Inc. mostra que os consumidores são adaptáveis a esse universo e necessitam de tais comodidades. Dependendo da experiência que se é oferecida pelas marcas, os clientes usam essas tecnologias para vivenciar os dois mundos do varejo.
Na avaliação do Robert Hetu, da Gartner Inc., muitos consumidores que baixam um aplicativo de uma marca varejista, utilizam-o para compras online. No entanto, uma grande parcela também aproveita a comodidade para obter um cupom ou oferta de desconto, que pode ser usada em uma loja física, por exemplo.
Desse modo, a aplicação da tecnologia pode atender a necessidade de todos os perfis de consumidores. Dos que preferem fazer tudo online ou os que optam por comprar pela internet e ir até a loja para retirar o produto.
No entanto, é nesse momento que as empresas devem investir nos desafios que são apresentados, segundo Hetu. Isso porque, tanto a experiência de compra, quanto o uso da tecnologia podem garantir uma melhor estratégia de preço em tempo real, no que diz respeito à agilidade e acessibilidade.
De acordo com Hetu, os varejistas precisam educar os clientes a entenderem a natureza e dinâmica desses preços. Isso significa mostrar que os valores podem subir ou descer inesperadamente e sem aviso prévio. Ainda, para ele, é recomendado melhorar processos internos da empresa, uma vez que essa velocidade de customização pode gerar questões de estoque, por exemplo, sendo necessário ter agilidade na resolução de problemas.
Conclusão
Podemos, então, afirmar que o preço em tempo real no varejo é tendência e uma estratégia de marketing? Em resumo, se vier junto de um plano de personalização e investimentos em tecnologia, os diretores da McKinsey & Company sugerem que sim.
Em artigo publicado pelo área de pesquisa e insights da companhia, o Periscope by McKinsey, é relatado que mais de 90% das organizações acreditam que a personalização é uma prioridade do negócio. Isso porque é possível identificar o aumento de receita das empresas em até 15%.
Eles dão o exemplo de um varejista global que viu as vendas de suas lojas triplicaram em apenas um ano, isso graças a uma iniciativa de customização bem-sucedida. No mesmo artigo, afirmam que a proposta pode aumentar a eficiência dos gastos com marketing em 10 a 30%. Portanto, é uma forte tendência que só vem crescendo no setor.
Aproveite e acesse alguns artigos no blog que podem complementar a leitura. Leia o texto sobre como garantir um serviço de excelência para uma boa experiência do consumidor.
Em seguida, conheça 7 maneiras para melhorar a experiência do cliente no negócio. Além disso, identifique quando se deve usar ou não usar cookies no site da sua empresa e veja como eles são capazes de armazenar informações para serem usadas em estratégias de marketing de personalização.
Até a próxima!