A essa altura, não tenho dúvidas de que você já deve ter ouvido falar muito sobre o 5G. E, ainda assim, deve estar se questionando sobre o que sua chegada, efetivamente, causará em nossa sociedade.
Sobre este ponto, eu te digo que nem nós, especialistas deste mercado, por assim dizer, temos completa certeza.
Da mesma forma que você – e, possivelmente, o mundo inteiro -, compartilhamos uma grande expectativa acerca do real impacto que uma tecnologia como essa terá nas rotinas de empresas e pessoas, pois o 5G é simplesmente revolucionário.
E eu digo mais, não somente o 5G.
Tecnologias de inteligência artificial, visão computacional e internet das coisas (IoT) também são igualmente promissoras para o futuro que veremos em breve.
Entretanto, a pergunta que eu sempre faço é: precisamos mesmo esperar este futuro?
Será que não conseguimos transformar as empresas e a sociedade já, agora? Neste caso, a resposta é mais fácil de definir – pois sim, nós não apenas conseguimos, como também devemos.
Transformações globais recentes mostraram o poder da tecnologia
Desde 2020, muito em razão da mudança substancial de comportamento causada pela crise da COVID-19, diversas tecnologias demonstraram ter um papel fundamental na aceleração da transformação digital de empresas, governos e até populações inteiras.
Dentre as quais, é possível destacar a conectividade, a segurança cibernética e o processamento de dados na nuvem.
Sem essas três, jamais seria possível dar continuidade às atividades a distância. Mais do que isso, também será graças à resposta fornecida por elas às diversas necessidades do período, que poderemos vislumbrar outras inovações ainda mais rápido do que antes.
Eu, particularmente, atuo no setor de varejo e bens de consumo, muito impactados pela pandemia.
Neste segmento, soluções para otimizar e expandir a conectividade, tais como SD-WAN, Wi-Fi 6 e SDN, bem como as ferramentas de segurança e infraestrutura em nuvem, possibilitaram que os clientes ajustassem seus modelos operacionais e viabilizassem estratégias omnichannel, que estavam previstas para meses ou até anos a frente.
Não por acaso, um estudo que li recentemente, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), junto ao jornal O Estado de S. Paulo, indica que, desde o início da pandemia, a participação do comércio eletrônico nas receitas do varejo mais que dobrou em alguns períodos, indo de 9,2%, há dois anos, a 21%, em junho de 2021.
Tudo bem, até os analistas dessa área concordam que, com o retorno à normalidade, o número consolidado no final de 2021 tende a ser menor. Contudo, isso não diminui o fato de que muitas pessoas compraram pela primeira vez online, bem como muitas lojas deram seus primeiros – ou maiores – passos em direção à digitalização de suas vendas.
E isso é super importante, pois quem faz sua primeira compra ou venda online tende a repetir essa experiência no futuro.
O consumidor também está mais exigente
Por outro lado, mesmo antes da pandemia, já ocorria uma grande mudança no comportamento dos consumidores. Naquele contexto, atributos como a instantaneidade, a diversidade e a preocupação com a sustentabilidade já se mostravam hábitos de um novo perfil de cliente. Ou melhor, novos perfis.
Sim, porque se o avanço da digitalização no comércio, tanto o iniciado antes da crise quanto o visto agora, em maior velocidade, deu mais oportunidades de escolha para quem compra, o surgimento de um público mais exigente foi uma tendência natural.
O consumidor passou a dar mais peso à experiência de compra como um todo, exigindo, além de preços atrativos, uma experiência personalizada e que o coloque realmente no centro.
Quer um exemplo prático? A pesquisa Consumer Insight & Digital Strategies, conduzida com foco no período de festas de 2021, pela Outbrain, indicou que, quando consultados sobre as entregas, 52% dos consumidores aceitariam pagar mais por um serviço mais rápido ou seguro.
Naturalmente, todos esses movimentos também provocavam as empresas a buscarem novas soluções de captura de dados (IoT), conectividade, segurança, IA e múltiplas nuvens.
Tecnologias que, inclusive, já são realidade absoluta no “novo varejo” experimentado na China, e que nós, na Huawei, temos a oportunidade e o privilégio de observar de perto.
5G alimentará esse “círculo virtuoso” do desenvolvimento tecnológico
Quando perguntamos recentemente, numa pesquisa com os 30 maiores varejistas alimentares do Brasil, quais os impactos e oportunidades que estas tecnologias (5G, IA e Cloud) trariam ao seu mercado, em especial, eles nos trouxeram as seguintes visões:
A internet das coisas (IoT), aliada ao 5G, irá conectar mais “coisas” à internet, promovendo maior abrangência e velocidade na aquisição de dados, o que viabilizará novos serviços.
A gestão de grandes volumes de dados (Big Data), incrementada pela inteligência artificial e visão computacional, será responsável por consolidar os dados coletados, gerar informações e visões de negócios aprimoradas, personalizando ainda mais as experiências de consumo.
E para que esse fenômeno seja seguro e escalável, a computação em nuvem será um aliado de primeira hora, ampliando, também, o alcance e a agilidade no “time to market” dos produtos de inovação.
Em termos de oportunidades, acredito que haverá uma aceleração na implantação de projetos com WI-FI 6 e 5G, para suportar a automação e a automatização de processos, sobretudo na cadeia logística.
Mais do que isso, é de se esperar que a quinta geração possibilite um grande aperfeiçoamento nos aplicativos e plataformas voltados ao consumidor, promovendo o surgimento de serviços inéditos, para não falar da profunda transformação dos existentes.
Da mesma forma, esse avanço deve ser acompanhado por inúmeras possibilidades para projetos “Multicloud” – por sua vez, fomentadas por um cenário de maior consumo de recursos da nuvem e de maior oferta em soluções especializadas.
Tudo isso, é claro, sem deixar de manter um olhar abrangente e profundo sobre as vulnerabilidades e riscos que essa ubiquidade de dados trará, o que também deve alavancar o paradigma da segurança em todo o espectro da infraestrutura tecnológica das empresas.
Próximos passos
Em suma, entendo que o 5G seja revolucionário porque, uma vez que seja combinado a outras inovações disruptivas, a exemplo das que mencionei há pouco, ele não só vai endereçar as demandas atuais, mas também irá superá-las, transformando nossos questionamentos, comportamentos e nos desafiando a ir além.
Assim, o recado final é: não espere a “chegada do 5G”.
As organizações já conseguem se transformar com as tecnologias disponíveis atualmente e a convergência digital. Os ambientes de múltiplas nuvens e a inteligência artificial já estão sendo desenvolvidos em projetos diversos e a todo vapor. Certifique-se, portanto, de que o 5G será o auge da revolução do seu negócio, em vez de apenas o início desse processo.