O agronegócio é um dos setores mais proeminentes da economia brasileira, responsável por 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme estudo divulgado em março de 2020 pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No entanto, o mesmo levantamento apurou que 72% das fazendas brasileiras não dispõem de qualquer serviço de conectividade (voz ou dados) e que a falta de banda larga é um dos principais entraves para o desenvolvimento do setor.
Até o final de 2021, haverá 25 bilhões de dispositivos ligados à internet no mundo. Tais equipamentos podem “conversar” entre si, gerar dados e sustentar avanços no segmento. Para isso, precisam de uma conexão de rede de qualidade. E assim, a digitalização do agronegócio oferece diversos ganhos de produtividade e eficiência à operação.
A estruturação das Fazendas 4.0 depende de projetos bem estruturados e avanços em diferentes frentes, tais como você verá neste artigo. Acompanhe:
- Quais são os benefícios das inovações no campo
- Vivo Empresas e a UISA: parceria sobre digitalização
- Tecnologia no enfrentamento dos principais desafios
Inovação no campo
A conectividade é a base da aplicação da inteligência no campo. De nada adianta investir em automação se as informações geradas pelos sistemas não puderem ser classificadas e analisadas para suportar a tomada de decisões no negócio. A conexão possibilita a comunicação entre os dispositivos, viabilizando o envio e o processamento de dados, otimizando as produções rurais e reduzindo desperdícios, o que suporta um modelo de gestão mais eficiente.
Segundo estudo divulgado pelo Gartner no início de 2020, o uso de soluções baseadas em Internet das Coisas – IoT (ou Internet of Things, em inglês) é uma das principais tendências para o segmento nos próximos meses.
Um exemplo de aplicação de ioT nesse contexto são gadgets ligados à internet, que podem monitorar plantações. A partir da análise do histórico, os profissionais conseguem tomar decisões sólidas e ajustar o trabalho de acordo com as necessidades apontadas. Veja os principais usos e seus benefícios:
- Sensoriamento: verifica condições importantes, como evolução, solo e tempo. A irrigação automatizada pode ser reduzida em dias com previsão de chuva. Sistemas do gênero também são capazes de acompanhar a pulverização, identificando áreas que estão mais afetadas;
- Câmeras: os dispositivos realizam uma verificação contínua (e remota) das produções;
- Georreferenciamento: a função suporta o entendimento e o mapeamento das necessidades de cada propriedade rural;
- Telemetria: realiza a coleta e o compartilhamento a distância de dados referentes a veículos, equipamentos e máquinas utilizados. A captação das informações acontece por meio de sensores acoplados a todos os elementos.
IoT para fazendas: solução real
Ciente da importância de ampliar o acesso à internet em áreas rurais, a Vivo Empresas estruturou um projeto que levará conectividade e aplicações baseadas em IoT para mais de 88 mil hectares da Fazenda Guanabara, localizada no Estado do Mato Grosso. O espaço pertence à UISA, uma das principais produtoras de bioenergia do País. Para se ter uma ideia, a sua capacidade de produção diária é de 1.500 m³ de etanol e 2 mil toneladas de açúcar.
O objetivo é levar inovação ao setor com a gestão de dados via internet em áreas rurais. A UISA, inclusive, já viu seus processos ficarem mais ágeis e econômicos depois de automatizá-los (a redução de gastos foi de 2% a 3%). Com uma internet de qualidade, no entanto, a expectativa é de se obter resultados ainda mais satisfatórios.
O relógio de ponto, por exemplo, foi substituído recentemente por telefones celulares disponibilizados pela Vivo Empresas, que permitem a marcação de entradas e saídas via reconhecimento facial – um exemplo prático do uso de IoT para fazendas.
Tecnologia para a conectividade
Para garantir efetividade no processo, as equipes desenvolveram uma infraestrutura que contempla conexão 4G e também por meio das redes Narrow Band IoT (NB-IoT) e Long Term Evolution for Machines (LTE-M), específicas para suportar as aplicações pertencentes à iniciativa.
Essas duas tecnologias foram escolhidas por atenderem a diferentes necessidades. A NB-IoT oferece melhores respostas a dispositivos estáticos. Portanto, a rede é ideal para aplicações de sensoriamento do clima, como temperatura ambiente, umidade do solo e incidência solar, tipicamente utilizadas em estações meteorológicas.
Já a LTE-M tem uma performance recomendada para aplicações que demandam maior mobilidade, como a telemetria de maquinários agrícolas. A adoção dessa abordagem teve como principal objetivo assegurar um excelente funcionamento em todos os dispositivos, sem restrições.
E para viabilizar o projeto, a Vivo Empresas disponibilizará toda a infraestrutura física necessária. Além de construir sete torres de transmissão das redes de dados (três delas já estão prontas), serão fornecidos equipamentos eletrônicos e mais de 300 dispositivos baseados em IoT para fazendas.
Resultado esperado
O foco do projeto é a digitalização da produção da UISA, especialmente para a obtenção de ganhos financeiros e operacionais. Com base nos dados gerados, por exemplo, a empresa será mais ágil e assertiva nas decisões de negócio.
“A conectividade é a base para trazer mais inteligência ao agronegócio. Priorizamos levar às empresas um amplo ecossistema de inovação que, além da conectividade, embarca soluções inteligentes que de fato ajudam a resolver os desafios da digitalização do campo“, explica Diego Aguiar, head de IoT, Big Data e Inovação B2B da Vivo.
Para José Fernando Mazuca, diretor financeiro e de Novos Negócios da UISA, a parceria com a Vivo Empresas tem potencial para alavancar a utilização das tecnologias disponíveis e criar um ambiente dinâmico e veloz para tomada de decisão. Dessa forma, a captação de dados em tempo real, segundo ele, traz eficiência e produtividade para o processo.
“Na forma como estamos estruturados hoje, os dados demoram de três a quatro dias para serem processados, e sempre estamos olhando no retrovisor. O projeto também vai permitir que a UISA e seus parceiros passem a ser vanguarda do desenvolvimento, utilizando a rede para criar novas ferramentas e soluções para ganho de eficiência.”
José Fernando Mazuca, diretor financeiro e de Novos Negócios da UISA.
Desafios
Rodrigo Gonçalves, gerente executivo de TI da UISA, afirmou que o principal obstáculo de levar a IoT para as fazendas da instituição era justamente a velocidade de informação, o que será solucionado a partir da implementação do projeto. Atualmente, há 850 ferramentas tecnológicas atuando, tais como drones e sensores.
“Hoje o campo está automatizado, mas não temos os dados em tempo real. Como não conseguimos estar online o tempo todo, não tiramos proveito 100% das nossas automações”, ressalta Gonçalves. Diferentes processos são feitos automaticamente e de modo inteligente. No entanto, as equipes não conseguem aprimorar o projeto como poderiam, justamente por haver uma lentidão no processamento e envio das informações.
Conclusão
Com dispositivos conectados à uma rede de qualidade, os dados gerados são processados com maior agilidade e se transformam em uma base sólida para a tomada das melhores decisões.
Como identificou a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), ainda existe uma deficiência na distribuição de internet em áreas rurais. Por isso, iniciativas realizadas no setor são de grande importância para possibilitar maior acesso a todos os benefícios que a tecnologia proporciona, sobretudo no caso de IoT para fazendas.
A Vivo Empresas entende esse movimento e é parte dele. Com o propósito de apoiar a digitalização do setor, vem trabalhando na construção de um portfólio tecnológico inovador, com soluções customizadas, que atendem tanto a pequenos, médios quanto a grandes produtores.
Portanto, conte com os nossos especialistas para ajudar a sua propriedade a avançar nessa jornada de transformação digital.
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Então, até breve!