Cibersegurança e Continuidade de Negócios: o que os líderes precisam saber para 2025

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No cotidiano digital das organizações, a continuidade dos negócios depende diretamente da capacidade das empresas de se protegerem contra ameaças cibernéticas. Segundo a IDC, o mercado brasileiro deve movimentar US$ 3,68 bilhões em soluções de cibersegurança até o fim de 2025, com crescimento médio de 10,3% ao ano até 2029.

Ainda assim, 82% dos executivos brasileiros afirmam que suas organizações não estão totalmente preparadas para responder a incidentes críticos, segundo a pesquisa Global Digital Trust Insights 2025 da PwC.

Neste cenário, a resiliência digital deixou de ser uma vantagem competitiva e passou a ser uma necessidade estratégica. Para inaugurar o quadro “Líder com Líder”, o Diretor Comercial B2B da Vivo, Marcelo Tanner, conversa com Alejandro Fraile, Country Manager Brasil da Telefónica Tech em Cibersegurança, sobre os desafios e caminhos para garantir a continuidade operacional em meio a riscos cada vez mais complexos.

Líder com líder #1

Marcelo Tanner: Alejandro, como você enxerga a evolução da maturidade das empresas brasileiras em cibersegurança dentro do conceito de continuidade de negócios?

Alejandro Fraile: O mercado brasileiro tem evoluído em conscientização e investimentos, mas a maturidade ainda é insuficiente para enfrentar os riscos atuais com eficácia.
Setores industriais e de utilities têm uma cultura mais consolidada em Planos de Continuidade de Negócios (PCN) e Disaster Recovery (DR), mas muitas vezes desconectada das ameaças cibernéticas modernas.
A integração entre gestão de continuidade e segurança da informação precisa ser uma prioridade estratégica, com governança integrada e liderança ativa.

MT: Como você vê o peso entre tecnologia, processos e pessoas na estratégia de continuidade de negócios? Quanto pesa o fator humano?

AF: O fator humano é o mais determinante. Embora tecnologias robustas e processos bem definidos sejam fundamentais, são as pessoas que tomam decisões críticas em momentos de crise. Treinamentos regulares, simulações de crise e comunicação clara são essenciais para garantir que a continuidade dos negócios não dependa apenas de sistemas automatizados.

MT: Como manter a capacitação das equipes diante da agenda crítica do dia a dia? Qual o impacto da defasagem na capacitação?

AF: É um grande desafio. A chave está em integrar o aprendizado ao fluxo de trabalho com formatos ágeis como:

  • Microlearning
  • Treinamentos on-demand
  • Simulações rápidas
  • Gamificação

A liderança deve reconhecer o desenvolvimento contínuo como parte da estratégia, com metas claras e reconhecimento das iniciativas.

MT: Você acredita que a cultura organizacional tem um papel decisivo na resiliência digital? Como ela pode ser moldada?

AF: Sim. A cultura organizacional define como as pessoas percebem riscos e colaboram em momentos críticos. Mesmo com tecnologia e processos estruturados, sem uma cultura que valorize segurança, aprendizado contínuo e transparência, a organização permanece vulnerável. A liderança deve:

  • Dar o exemplo
  • Incentivar treinamentos regulares
  • Promover integração entre áreas
  • Reconhecer comportamentos alinhados à resiliência

MT: Quais tecnologias ou práticas você considera indispensáveis para garantir a continuidade de negócios em 2025?

AF: Tudo começa com:

  • Assessment de riscos
  • Detecção de shadow IT
  • Análise de vulnerabilidades
  • Testes de intrusão (pentests)

Para proteger acessos e dados, é estratégico adotar:

  • ZTNA (Zero Trust Network Access)
  • SSE (Security Service Edge)

Essas abordagens reforçam o princípio do “nunca confie, sempre verifique”, formando a base de uma estratégia de cibersegurança moderna e resiliente.


Agradeço ao Alejandro por essa conversa tão rica.


Fica claro que a continuidade dos negócios não depende apenas de tecnologia, mas de pessoas preparadas, processos bem definidos e uma cultura de resiliência digital.
Aos líderes empresariais que nos acompanham: a hora de agir é agora. Antecipar riscos, investir em capacitação e contar com parceiros estratégicos pode ser o diferencial entre a interrupção e a superação.

Quer saber como aplicar essas práticas na sua empresa? Fale com um especialista da Vivo Empresas.

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