Telemedicina para pets: como a tecnologia é aliada ao bem-estar animal

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Nos últimos anos, a adoção de animais de estimação em grandes cidades cresceu em todo o mundo, e é comum que as famílias gastem dinheiro na qualidade de vida do animal. Tendo isso em mente e com o impulso na era digital, surgiu no setor uma nova modalidade, a telemedicina para pets.

O ponto de partida dessa tendência começou em 27 de junho de 2022, quando o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aprovou a regulamentação que permite a prática de telemedicina veterinária. 

Isso porque a resolução nº 1465 abre as portas para empresas dessa área, ou que desejam atuar nela, investirem em soluções que proporcionem um atendimento de qualidade, mesmo a distância. 

Neste artigo, serão abordados os seguintes assuntos: 

  • O que é telemedicina para pets;
  • Como funciona a telemedicina veterinária;
  • O que a legislação prevê sobre o tema;
  • Quais são as vantagens;
  • Tendências para o próximo ano;
  • Como a tecnologia impacta o setor pet.

O que é telemedicina para pets

Ou seja, o atendimento remoto para pets nada mais é do que uma versão já popularizada da telemedicina voltada para humanos, segmento que teve crescimento substancial durante a pandemia de covid-19 e que permanece em alta mesmo após normalização das opções presenciais.

A resolução nº 1465, de 27 de junho de 2022, regulamenta a telemedicina veterinária para prestação de serviços médico-veterinários, e define os parâmetros e procedimentos que permitem a prática sem causar nenhum tipo de prejuízo ao pet. 

O avanço da lei só é possível graças à digitalização das empresas, que possibilita o fornecimento de soluções tecnológicas que permitem que, mesmo a distância, tanto pessoas quanto animais possam manter a saúde em dia

A regulamentação da telemedicina veterinária, portanto, segue uma tendência mundial de usar ferramentas que aprimoram o atendimento nos mais diversos setores da saúde. Em linhas gerais, a conectividade ocupa papel central nessa relação. 

Afinal, é por meio dela que o tutor tem acesso ao veterinário e a todas as orientações necessárias para resolver uma questão pontual de saúde do pet ou, até mesmo, cuidar melhor dele, conquistando mais qualidade de vida com menos gastos e mais comodidade.

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Como funciona a telemedicina veterinária

Para aproveitar ao máximo essa tendência, os interessados em saúde animal devem compreender como o atendimento funciona na prática. Sendo assim, o primeiro passo é saber que a resolução abrange as seguintes modalidades:

Teleconsulta 

A teleconsulta, como prevê a legislação, só é possível em casos que o contato presencial já tenha acontecido antes e que veterinário e tutor não estejam localizados em um mesmo ambiente geográfico. Somado a isso, para atender animais de produção, é exigido conhecimento prévio da propriedade em que estão.

Teletriagem 

A teletriagem é a modalidade que tem como objetivo identificar e classificar situações que, a critério do profissional de saúde animal, indiquem a possibilidade da teleconsulta ou a necessidade de atendimento presencial, seja imediato ou agendado.

Teleorientação

Na teleorientação, como o nome indica, o veterinário orienta a distância. É um contato inicial, em que é proibido realizar definições diagnósticas ou prescrever condutas terapêuticas. 

É importante que, antes de trabalhar nessa modalidade, o profissional esclareça para o tutor que os atendimentos não são uma consulta médico-veterinária virtual. Por isso, também não é possível solicitar exames ou fazer qualquer prescrição.

Telemonitoramento

Já o telemonitoramento de pets, que também é chamado de televigilância e monitoramento remoto, busca acompanhar de forma contínua os parâmetros fisiológicos, por exemplo, de condições de saúde ou de doença do animal.

Essa modalidade só é possível após a realização do contato presencial anterior e nos casos de tratamento de doenças crônicas. Ou, ainda, durante a recuperação de procedimentos clínicos ou cirúrgicos. 

Há também a exigência de reconsulta física com veterinário a cada 180 dias, pelo menos nos atendimentos de doenças crônicas ou que exijam acompanhamento por longo período.

Teleinterconsulta

As outras modalidades de telemedicina para pets se dão entre médicos-tutores. Na teleinterconsulta, há a troca de informações e opiniões entre dois profissionais, sempre com o propósito de promover o auxílio diagnóstico ou terapêutico.

Telediagnóstico 

No telediagnóstico, a finalidade é transmitir dados e imagens para serem interpretados, a distância, por veterinários para emissão de laudo ou parecer. Ou seja, para aproveitarem esses recursos, é essencial que os profissionais tenham contato com a tecnologia.

O que prevê a legislação que regulamenta a prática

Segundo a resolução nº 1465 da CFMV, a teleconsulta veterinária só é permitida nos casos em que o profissional já tenha uma relação prévia com o pet e com o tutor de forma presencial. Ou seja, é importante que, antes de recorrer ao contato a distância, o responsável e o animal tenham passado por um atendimento físico devidamente registrado.

Além disso, casos de urgência e emergência não estão previstos na regulamentação da teleconsulta para pets. A exceção fica por conta de desastres, descritos como eventos naturais ou não que impossibilitem o encontro presencial. Nesse caso, não é necessário contato prévio para recorrer à modalidade.

A segurança da informação é outro ponto previsto na legislação. É apontado que a telemedicina veterinária deve preservar os “direitos individuais dos responsáveis pelos pacientes, garantindo a integridade, segurança, sigilo e fidelidade das informações”. Além disso, o tutor pode solicitar cópia digital ou impressa dos dados do registro do atendimento.

Quais são as vantagens da modalidade

De acordo com o mais recente Censo Pet IPB — levantamento anual da população de animais de estimação —, realizado pelo Instituto Pet Brasil e divulgado em 18 de julho de 2022, o País encerrou o ano de 2021 com 149,6 milhões de pets. Isso representa um aumento de 3,7% em relação aos 144,3 milhões de 2020. 

Segundo a pesquisa, os cães lideram o ranking, com 58,1 milhões. As aves canoras estão em segundo lugar, com 41 milhões. Na terceira posição estão os gatos, com 27,1 milhões, seguidos pelos peixes, com 20,8 milhões.

Nesse contexto, é interessante para os tutores buscarem soluções de saúde que proporcionem mais comodidade e ofereçam melhor custo-benefício. Já para as startups, é uma oportunidade para investir em produtos inovadores para o mercado pet, alinhadas à nova regulamentação da telemedicina veterinária. 

Ou seja, são benefícios para ambos os lados.

Para os tutores

Os tutores podem aproveitar da tecnologia para encontrar mais comodidade, mas não só isso. Há muitas outras vantagens nesse processo. A seguir, estão descritas algumas delas.

Conveniência

Um dos principais benefícios da telemedicina veterinária é a conveniência. Muitas vezes, os responsáveis pelos pets só precisam de uma orientação simples. 

Com a solução, não necessitam se deslocar até a clínica para uma consulta, por exemplo.

Agilidade

Outra vantagem, principalmente para quem mora em locais mais afastados, é ter acesso a uma orientação profissional com agilidade. Isso é especialmente útil em casos de acidentes, como quando o pet ingere algo que o tutor não sabe se é nocivo. 

Segundo estudo do Hospital Veterinário BluePearl, o chocolate foi a substância tóxica mais ingerida por animais de estimação em 2021.

Custo-benefício

Os gastos com a saúde de um pet podem ser altos. Nesse sentido, o advento da telemedicina veterinária pode ser uma alternativa para quem quer ficar dentro do orçamento, mas não abre mão de monitorar de perto a saúde dos bichinhos. Empresas como a TioChico oferecem opções bem mais em conta do que uma consulta presencial.

Nesses planos, por exemplo, é disponibilizado acesso a atendimento 24 horas para dúvidas e orientações, além de acompanhamento semanal do pet.

Para os empreendedores 

Uma vez que a resolução nº 1465 da CFMV possibilita um grande leque de oportunidades, as startups podem se beneficiar bastante.

Produtividade

Investir em telemedicina veterinária é uma forma de conquistar maior produtividade na rotina, aumentando o número de consultas, no caso de empresas que já funcionam na área. 

Em um contexto em que as informações circulam com cada vez mais rapidez, as pessoas também esperam pronto-atendimento, inclusive para os seus pets. Nesse sentido, modalidades como teletriagem e teleorientação acalmam os tutores e oferecem a agilidade que eles precisam. 

Gerenciamento de informações 

Ao apostar em telemedicina veterinária, empreendedores têm a possibilidade de acessar dados valiosos em relação ao mercado pet. 

Principalmente com o apoio de tecnologias como inteligência artificial (IA) e Big Data, é possível obter informações que podem ser relevantes, inclusive para pensar novos produtos e serviços ligados ao setor, desde que seja sempre respeitada a segurança de dados.

Segundo pesquisa do Euromonitor, os tutores abraçaram a conveniência das compras online durante a pandemia, elevando a participação do e-commerce para 23% das vendas globais de varejo para animais de estimação em 2021. 

As lojas online e os serviços de assinatura permitem a crescente oferta de personalização. Conjugar essas duas tendências pode ser uma alternativa para quem quer crescer no mercado pet.

Parcerias 

Outra vantagem de investir na telemedicina veterinária é a possibilidade de firmar parcerias com outros players do setor. 

A Dr. Mep, startup de telemedicina para pets, por exemplo, aceita clínicas como parceiras de negócio, o que ajuda profissionais que já trabalham na área, mas não tem infraestrutura tecnológica, a oferecer a modalidade de teleleorientação, por exemplo.

Tendências para os próximos anos

O mercado de cuidados com pets deve superar US$ 350 bilhões até 2027, de acordo com relatório Pet Care Market Size 2021 da Global Market Insights. Segundo o estudo, o investimento com saúde animal continua sendo uma das maiores fontes de gastos na comunidade de tutores. 

Portanto, a telemedicina veterinária se revela uma alternativa mais barata. E além disso, também possibilita aumentar a frequência de consultas, além de torná-las mais acessíveis para um público maior.

Não à toa, gigantes como a Petz têm planos de investir na modalidade futuramente. A ideia é retomar com os atendimentos presenciais para, em seguida, expandir com a opção a distância.

Tecnologia possibilita telemedicina para pets

A telemedicina para pets é uma tendência que veio para ficar e conquista cada vez mais espaço, principalmente aliada a novas tecnologias do setor. Entre elas, os wearables, dispositivos que capturam parâmetros vitais como temperatura corporal, frequência cardíaca, respiratória e níveis de pH. 

Aliados ao telemonitoramento, esses aparelhos podem ajudar a manter o controle da saúde dos animais de estimação em uma base contínua, por exemplo.

Como o atendimento remoto é a nova realidade, os veterinários precisam estar conscientes de questões adicionais de organização e privacidade de dados enquanto aprendem como se comunicar com seus clientes nesses espaços virtuais. Isso deve ser destacado principalmente por oferecer uma oportunidade para empresas que querem atuar diretamente com esse público.

A telemedicina para pets ampliou o leque de possibilidades para negócios que desejam aproveitar o bom momento do setor. Para investir nessa área e evoluir junto com o mercado, é essencial contar com soluções tecnológicas personalizadas.

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Até a próxima!

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