Moeda virtual: tendências e previsões para o futuro

Foto do autor

Em um mundo com mudanças aceleradas e aperfeiçoamentos constantes no que tange à segurança da informação, é importante que empresas que queiram estar bem posicionadas no mercado considerem a possibilidade de oferecer moedas virtuais como meio de pagamento. 

Através delas, é possível receber movimentações financeiras de qualquer lugar do mundo sem a intermediação de bancos, com extrema rapidez e taxas baixas. Por ter essas características, criptomoedas são vistas como um elemento essencial para trocas econômicas horizontais e descentralizadas. 

Não há um consenso se elas ainda terão ampla adesão social, mas já existe toda uma economia girando em torno desses ativos digitais. Afinal, as moedas virtuais movimentam o metaverso, as NFTs e são o sistema de pagamento de aplicativos e contratos inteligentes baseados na blockchain.

Fique por dentro do funcionamento das moedas virtuais como meio de pagamento e como as startups podem aplicar essa inovação. Aqui, você verá:

  • O que são moedas virtuais;
  • Principais moedas do mercado;
  • Vantagens de tê-las como meio de pagamento;
  • Desvantagens do uso delas como meio de pagamento;
  • Diferença entre moedas virtuais (criptomoedas) e digitais (Real Digital);
  • Como as corporações podem utilizá-las?;
  • Inovações para além das moedas virtuais.

O que são moedas virtuais

Também chamadas de criptomoedas, as moedas virtuais são um meio de pagamento totalmente digital e descentralizado. Esse dinheiro é originado via algoritmo computacional, e as transações financeiras acontecem diretamente entre os usuários, através da tecnologia da blockchain.

Ao contrário das moedas fiduciárias (dólar, euro, real, etc., cuja emissão depende de regulação estatal), as criptomoedas são um sistema de pagamento privado, criado e mantido pela própria comunidade de desenvolvedores e usuários.

Isso resulta em trocas financeiras entre pessoas de qualquer lugar do mundo com muito menos burocracia, taxas e tempo de espera. 

Em setembro de 2021, por exemplo, foi registrada uma movimentação financeira equivalente, na época, a mais de R$  11 bilhões com uma taxa de apenas R$  4 e confirmação em cerca de 1 minuto, como pode ser visto nesta reportagem da Exame.

Todas as transações de moedas virtuais são criptografadas e registradas publicamente, preservando o anonimato entre quem envia e quem recebe. As transferências são confirmadas em um processo conhecido como mineração, que consiste em, basicamente, validar e registrar as operações para não haver fraudes.

As criptomoedas podem ser consideradas uma inovação no sistema de trocas na sociedade, possibilitando o surgimento de um novo paradigma econômico, chamado de criptoeconomia. Com base nas moedas virtuais e na tecnologia da blockchain, esse modelo propõe trocas comerciais mais horizontais, ágeis e eficientes.

Para negócios que estão em processo de digitalização, isso pode representar novas oportunidades. Além de possibilitarem novos métodos de pagamento, uma vez que as moedas virtuais habilitam o uso de recursos como os tokens não fungíveis (NFT) e os smart contracts (contratos inteligentes).

Webinar | Tendências em tecnologia proteger sua empresa_V1

Principais moedas virtuais do mercado

Existem mais de 8 mil criptomoedas no mercado, como é possível acompanhar no CoinMarketCap, mas são poucas as que possuem grande relevância. Conheça as principais:

Bitcoin (BTC)

Primeira e mais negociada criptomoeda do mundo, o surgimento do Bitcoin, em 2008, inaugurou o conceito de moeda virtual. Projetado pelo desenvolvedor de pseudônimo Satoshi Nakamoto, o BTC é a ideia mais bem-sucedida de um sistema descentralizado de trocas financeiras ponto a ponto (sem a intermediação de agentes bancários).

Essa criptomoeda começou a ter forte valorização a partir de 2017 e atingiu seu recorde histórico em novembro de 2021, quando foi negociada próximo ao valor de US$  68 mil. Entretanto, ele obteve forte queda em 2022, fechando o ano no patamar dos US$  16 mil.

Ether (ETH)

Desde o surgimento do Bitcoin, o grande marco das moedas virtuais foi a consolidação da plataforma Ethereum. Criada em 2013 por Vitalik Buterin, ela ampliou as possibilidades de uso da blockchain, inaugurando a era da programação dos aplicativos descentralizados e contratos inteligentes através dessa tecnologia. 

As transações na Ethereum são realizadas pela moeda virtual própria da plataforma, o Ether. O pico de valorização dessa criptomoeda foi em novembro de 2021, quando superou a marca de US$ 4,6 mil. Ao final de 2022, o ETH estava sendo negociado por volta de US$  1,2 mil.

Tether Dólar (USDT)

Diferentemente dos exemplos anteriores, o Tether Dólar é um stablecoin, ou seja, de baixa volatilidade. Isso porque o valor dessa criptomoeda está atrelado à moeda oficial norte-americana, muito mais estável em relação às principais moedas virtuais.

O Tether foi criado em 2014 e se estabeleceu, por conta da paridade, como uma espécie de intermediária entre as criptomoedas e o sistema financeiro tradicional. Com ela, é possível manter o padrão dólar das transações comerciais e aproveitar as vantagens da blockchain, como a rapidez das transferências e as baixas taxas de serviço.

Ripple (XRP)

O Ripple é um sistema de liquidação de pagamentos descentralizado, que utiliza a moeda virtual XRP como base das transações. A plataforma foi fundada em 2012 e também é utilizada para negociação de commodities, câmbio de moedas fiduciárias, entre outros serviços financeiros.

Ao contrário das criptomoedas citadas anteriormente, ela possui um protocolo próprio de validação das transações que não depende da blockchain. Isso faz as operações serem ainda mais rápidas e baratas se comparadas ao BTC, ETH ou USDT. Por outro lado, o XRP não possui o mesmo alcance como meio de pagamento.

Vantagens das moedas virtuais como meio de pagamento

Uma vez que as moedas virtuais têm sido cada vez mais utilizadas e o seu uso tem sido mais difundido, confira a seguir os benefícios de adotá-las como meio de pagamento.

Atração de mais clientes

Como ainda são poucos os negócios que aceitam pagamentos em moeda virtual, boa parte dos usuários de criptomoedas as utilizam para investir, e não para comprar produtos. Ser o pioneiro em determinado ramo a aceitar esse tipo de pagamento é, portanto, uma grande oportunidade de conquistar esse público.

Existem sites específicos que divulgam locais que aceitam esse meio de pagamento, como o CoinMap e o SpendBitcoins. Assim, a empresa ainda adquire mais um canal de divulgação para atrair consumidores.

Facilidade para transações internacionais

Uma das grandes vantagens das criptomoedas é o fato de ela poder ser negociada entre pessoas de qualquer parte do mundo, independentemente da moeda do país de quem envia ou recebe. Dessa forma, o negócio pode utilizar um método de troca sem se preocupar com câmbio e taxas do sistema financeiro tradicional.

Melhora do posicionamento da marca

Moedas virtuais são sinônimo de inovação, e utilizá-las demonstra que a empresa é moderna e atenta às tecnologias. Com isso, a marca fica na vanguarda e se torna muito mais preparada para atender a clientes e investidores com visão de futuro.

Desvantagens das moedas virtuais como meio de pagamento

Apesar das grandes vantagens, é necessário saber avaliar que há alguns riscos atrelados ao uso desse meio de pagamento. Veja, a seguir, os principais. 

Alta volatilidade

Um problema de utilizar moedas virtuais como meio de pagamento é a alta variação de preço a que elas estão submetidas diariamente. Esse é, provavelmente, o maior desafio que as criptomoedas enfrentam para se consolidarem como um sistema de trocas com ampla adesão social.

Taxas podem não compensar pequenas transações

As criptomoedas são excelentes para transferir grandes valores, mas nem sempre isso ocorre para pequenas quantias. Isso porque a taxa paga por quem envia moedas virtuais está sujeita a questões como a cotação do ativo no momento e ao congestionamento da blockchain, e não ao montante da transferência.

Entretanto, dependendo da corretora e da moeda utilizada, é possível fazer transferências entre duas carteiras virtuais com taxas extremamente baixas, ou mesmo de forma gratuita.

Há controvérsias em relação às moedas virtuais

Se, por um lado, as criptomoedas são sinônimo de liberdade econômica, elas também são alvo de críticas. A possibilidade de usar esse sistema de pagamento para facilitar práticas criminosas e os impactos ambientais da mineração de moedas virtuais estão entre os principais malefícios apontados pelos especialistas.

Dessa forma, ao mesmo tempo que um negócio pode melhorar sua imagem aceitando criptomoedas, ele também pode ser criticado, dependendo do segmento de atuação e do seu público-alvo.

Diferença entre moedas virtuais (criptomoedas) e digitais (Real Digital)

Embora muita gente utilize esses dois termos como sinônimos, moedas virtuais e digitais não são iguais. A confusão ocorre porque ambas podem ser movimentadas sem dinheiro físico, mas o sistema de funcionamento delas é completamente diferente.

Isso porque o que se convencionou chamar de moeda virtual são sistemas de trocas descentralizados, baseados em criptografia – Bitcoin, Ethereum, etc. Já o conceito de moeda digital é mais amplo, incluindo todos os tipos de dinheiro em formato eletrônico.

Desse modo, uma moeda digital pode ser tanto uma criptomoeda quanto uma representação virtual de uma moeda fiduciária, controlada pelo Estado através de seu Banco Central. 

Países como China e Suécia já possuem suas próprias moedas eletrônicas, e o Brasil caminha na mesma direção, com o projeto Real Digital. Em fase de testes, ela será a moeda online oficial do Brasil e deverá ser lançada ainda neste ano, ou em 2024.

O Real Digital, que terá a sigla CBDC (Central Bank Digital Currency, ou Moeda Digital de Banco Central), será a representação eletrônica da moeda do país. Com essa inovação, o dinheiro poderá ser criado e transacionado de forma 100% online, sem a necessidade de emissão de papel-moeda.

A CBDC terá lastro no Real convencional, e sua movimentação passará pelo sistema bancário brasileiro. Assim, é um sistema totalmente diferente das criptomoedas, cujo preço está atrelado à lei da oferta e demanda, e as transações entre os usuários não dependem dos bancos tradicionais.

O objetivo desse projeto é digitalizar o sistema monetário brasileiro, trazendo mais agilidade e eficiência às operações. A longo prazo, a expectativa é que o Real Digital alivie custos do Estado, reduza falsificações, crimes financeiros e facilite as transações internacionais.

Como as corporações podem utilizar as moedas virtuais?

Negócios de todos os portes podem aceitar moedas virtuais como meio de pagamento de maneira muito prática. Para isso, é necessário criar uma carteira virtual (wallets), o que pode ser feito por aplicativos no smartphone ou no desktop.

Cada usuário obtém uma chave (código da conta) associado à sua conta. Dessa maneira, as transferências entre carteiras ocorrem de forma semelhante ao PIX: basta transferir o valor correspondente digitando a chave, ou através de um QR-code.

A equivalência de valor entre o Real e a criptomoeda acontece na hora, de acordo com a cotação do momento. A empresa pode manter a moeda virtual na carteira ou trocá-la por moeda fiduciária em uma exchange (corretora).

As corporações também podem utilizar as criptomoedas para criar e negociar, através de NFTs, representações virtuais autênticas de seus produtos. Um exemplo foi a Nike, que lançou, em abril de 2022, 20 mil modelos de tênis em formato de NFT, como pode ser visto nesta reportagem do Tecmundo

As moedas virtuais também são a base da execução dos contratos inteligentes, os quais são acordos firmados por meio de linguagem de programação na blockchain. Esse mecanismo otimiza compromissos comerciais, possibilitando que as cláusulas sejam exercidas automaticamente.

Diversas empresas no Brasil e no mundo estão utilizando a criptoeconomia e suas tecnologias para promover novos modelos de negócios. Um exemplo é o Meta Bar, em São Paulo, lançado em junho de 2022. O estabelecimento é o primeiro do país a oferecer experiências no metaverso e, ainda, oferece diversas moedas virtuais como meio de pagamento.

Inovações para além das moedas virtuais

O surgimento de novos métodos de pagamento é a representação perfeita dos impactos da tecnologia no mundo dos negócios. Tais inovações são o reflexo da evolução científica em computação, conectividade, segurança da informação, entre outras áreas que estão revolucionando a sociedade.

Mas a era da digitalização completa das corporações está apenas começando. Com o 5G, a relação entre clientes e empresas será hiperconectada, habilitando o pleno funcionamento de aplicações baseadas em Internet das Coisas (IoT), Realidade Virtual e Realidade Aumentada, sem contar a extensão das corporações no metaverso.

Esses recursos caminham lado a lado com as moedas virtuais e digitais, promovendo trocas mais eficientes e menos burocráticas, além das fronteiras entre os países. Tudo isso precisa ser considerado por startups que querem estar bem posicionadas no futuro, que será 100% digitalizado e DeFi (com Finanças Descentralizadas).

Organizações de todos os portes podem avançar na digitalização através das soluções da Vivo Empresas – parceira estratégica dos negócios. Com um portfólio para startups completo, o seu empreendimento obterá os produtos e as ferramentas ideais para estar inserido nas transformações impulsionadas pela tecnologia.

Para saber mais sobre as principais tendências do mundo dos negócios além das moedas digitais, veja também:

Até a próxima!

Foto do autor
Solicite um contato