As soluções de cuidados hospitalares prestados em casa, ou home care, tiveram um crescimento significativo durante a pandemia. Só no Brasil, a busca por esse serviço aumentou em 35% nos últimos dois anos. E a tendência desse mercado é de continuar em expansão.
Para se ter uma ideia, a previsão é de que os atendimentos domiciliares de saúde representem até 25% do custo total do atendimento em 2025.
Com o rápido crescimento do setor, as agências que oferecem esse tipo de assistência devem encontrar soluções para absorver o alto volume de demandas diante de um déficit de profissionais estimado em 7,4 milhões até 2029.
Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma grande aliada. Afinal, mais do que nunca, as inovações tecnológicas desempenham um papel importante no desenvolvimento de serviços e empresas.
Dentre as contribuições, podemos destacar a melhoria da comunicação, a otimização dos recursos utilizados e o aumento da eficiência, que garantem maior qualidade e consistência nos cuidados prestados.
Além disso, vale ressaltar que os avanços do home care não só facilitam o sistema geral de saúde, como também ajudam a promover a independência dos indivíduos.
Para que você entenda como soluções de atendimento domiciliar baseadas em tecnologia são essenciais nos dias de hoje, neste artigo, você verá:
- O que é o home care?
- Como funciona?
- Quem tem direito ao serviço?
- Quando o home care é indicado?
- Quais os tipos de assistência domiciliar?
- Quais os benefícios?
- Como a tecnologia ajuda no cuidado em casa?
- Quais os desafios do home care?
O que é o home care?
Como o próprio nome indica, é o cuidado prestado em casa para continuidade de tratamento hospitalar.
Ele é fornecido por profissionais licenciados, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos etc.
O objetivo desse tipo de assistência é promover a saúde e, ao mesmo tempo, manter a qualidade de vida do paciente. Para isso, busca-se um certo nível de independência deste, por meio do alívio de sintomas e efeitos de acidentes e doenças crônicas.
Dessa forma, não apenas o enfermo é beneficiado pelo serviço, mas também os familiares, que convivem, ajudam nos cuidados e aguardam o pronto restabelecimento do bem-estar.
O home care também presta acompanhamento em caso de doenças terminais, sendo, muitas vezes, indispensável para que os derradeiros momentos de doentes graves sejam confortáveis.
Como funciona?
Os serviços domiciliares de saúde seguem as decisões tomadas pelo grupo de orientação clínica responsável pelo paciente, com base em critérios técnicos e científicos.
Na maioria dos casos, existe uma grande complexidade na prestação de cuidados em casa, visto que as condições físicas e psíquicas do enfermo e de seus familiares variam de acordo com cada cenário.
Mas, de forma geral, a assistência que o home care oferece envolve atendimento, monitoramento e internação.
Atendimento
Serviço ambulatorial, como administração de medicamentos, consultas médicas e cuidados de enfermagem.
Monitoramento
Serviço que visa a auxiliar a pessoa com doença crônica a se adaptar à sua nova rotina, por meio de visitas periódicas de profissionais da saúde.
Internação
Indicada para pacientes estáveis. Para que seja possível realizar esse serviço, uma estrutura personalizada é desenvolvida com equipamentos que auxiliam no suporte à vida.
Quem tem direito ao serviço de home care?
Todos os pacientes têm direito a um tratamento humanizado e domiciliar. Entretanto, o home care não está na lista de procedimentos regulamentados pela ANS (Agência Nacional de Saúde), o que, em teoria, isentaria o plano de saúde de cobrir essa despesa.
Ainda assim, a assistência é exigida com base no argumento de que o contrato assegura a manutenção do bem-estar do enfermo, e entende-se que o atendimento em casa dá continuidade ao tratamento hospitalar.
Mas, para que o home care seja, de fato, um direito do usuário do convênio, é preciso que o médico responsável recomende a assistência de saúde domiciliar como o tratamento mais indicado para o caso.
A operadora do plano não julga a conduta médica. Dessa forma, cabe ao profissional estipular qual é a melhor opção para o paciente.
O médico deve fornecer um relatório detalhado que justifique a necessidade de continuar o tratamento em casa e descreva tanto os serviços que devem ser prestados quanto o tempo de duração.
A princípio, essa prescrição deve ser apresentada ao plano de saúde. Em caso de recusa, o enfermo ou um representante deve entrar com uma ação judicial, visto que o não fornecimento do home care contraria o direito do consumidor e as normas da ANS. Portanto, a justiça considera a negativa abusiva.
Em casos mais urgentes, por exemplo, é comum que os juízes concedam uma liminar para que o serviço seja estabelecido em um prazo de 24 horas.
Quando o home care é indicado?
Em geral, é indicado para pacientes clinicamente estáveis, cuja continuidade do tratamento precise de supervisão de profissionais de saúde. Entretanto, existem outras situações em que a assistência pode ser recomendada. São elas:
- término de terapia injetável;
- realização de curativos complexos;
- necessidade de aparelhos para suporte de vida;
- processos infecciosos prolongados ou recidivantes;
- pessoas com limitações decorrentes do quadro clínico que demandem treinamento de paciente ou cuidador frente às novas condições;
- portadores de doenças crônicas com histórico de reinternações hospitalares frequentes;
- pacientes portadores de doenças que ameacem o curso de vida e não responsiva a tratamentos.
Além disso, em muitos casos, o serviço é também prescrito para evitar o contágio de doenças infecciosas hospitalares.
Quais os tipos de assistência domiciliar?
Existem dois principais tipos de cuidados de saúde em casa: médicos e não médicos. Entenda qual é a diferença entre eles.
Cuidados médicos
Também chamados de cuidados especializados, são prescritos por um médico e fornecidos por um profissional da saúde, que pode ser também um enfermeiro, um fisioterapeuta, dentre outros.
Os serviços incluem tratamento de feridas, injeções, educação de pacientes e terapia física, ocupacional, fonoaudiológica e nutricional.
Cuidados não médicos
Em contrapartida, cuidados não médicos incluem o auxílio nas atividades do dia a dia, como preparar refeições, tomar banho, fazer compras, se vestir, cuidar da casa, ir a consultas etc. Esse suporte é fornecido por auxiliares de saúde domiciliar.
Quais os benefícios?
O home care proporciona diversos benefícios. Veja os principais.
Humanização do tratamento
O serviço de saúde domiciliar possibilita a humanização do tratamento e promove o contato entre o paciente e seus familiares, tornando a recuperação mais rápida e eficaz.
Aumento do envolvimento da família
Estar inserido no âmbito familiar permite que o paciente tenha contato com sua rotina habitual, o que gera um maior conforto e mais qualidade de vida.
Isolamento dos riscos de infecções hospitalares
Um grande fator de risco da internação hospitalar é a infecção, que causa danos severos à saúde e piora o quadro da doença, podendo até mesmo levar ao óbito. Quando o paciente é tratado em casa, fica menos exposto aos perigos infectológicos.
Assistência individualizada e personalizada
O home care também oferece uma atenção exclusiva ao paciente, resultando em melhor evolução clínica.
Proposta psicológica
O ambiente hospitalar faz com que o paciente se sinta doente. Ao ser transferido para casa, a sensação é de que a doença foi curada, e essa é uma excelente resposta à proposta psicológica.
Como a tecnologia ajuda no cuidado em casa?
Em março de 2020, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei nº 696/2020, que autoriza a utilização da telemedicina. As práticas liberadas são teleorientação, telemonitoramento e teleconsulta.
Assim, os centros de saúde podem oferecer atendimento a distância, por meio de chamadas de vídeo e outras tecnologias de comunicação.
Isso faz toda a diferença na vida de profissionais e pacientes que utilizam serviços home care, pois o médico não precisa se deslocar para realizar a consulta.
Além disso, a internet das coisas médicas (IoMT) também auxilia no home care. É possível, por exemplo, adaptar a casa com sistemas inteligentes para oferecer suporte às pessoas com doenças degenerativas.
Esses equipamentos, conectados a todos os cômodos, respondem a comandos por voz ou apps e, com o auxílio de uma assistente virtual, podem emitir lembretes de consultas, remédios e procedimentos.
Para pacientes que têm dificuldade de locomoção, essa conectividade também auxilia a ligar e desligar a luz, televisão e outros aparelhos eletrônicos. Há, ainda, como programar essas funções antecipadamente, trazendo mais praticidade para o dia a dia.
No entanto, outras funcionalidades podem ser desenvolvidas a partir dessa conectividade. Mas, para isso, as instituições de saúde devem se planejar e se preparar para aderir às inovações, visto que essas mudanças têm impacto direto na qualidade de vida e no resultado do tratamento de milhares de enfermos.
Nesse sentido, a Vivo Empresas dispõe de portfólio completo e atendimento especializado para Saúde. São recursos sob medida para conectividade, estrutura, relacionamento com pacientes, segurança, controle de custos e assistência em todo o Brasil para consultórios, clínicas ou hospitais.
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Quais os desafios do home care?
O home care enfrenta uma série de desafios. Como o tratamento é feito fora do ambiente hospitalar, podem existir limitações no atendimento, sobretudo em internações.
Além disso, nem sempre os pacientes e os familiares sabem o que o serviço de saúde a domicílio inclui e, por esse motivo, solicitam atividades realizadas por cuidadores.
Alguns dos maiores empecilhos que esse modelo de atendimento enfrenta, no entanto, são o baixo investimento em qualificação profissional e a falta de equipamentos e de infraestrutura.
Nesse sentido, o home care também carece de legislação, como inscrição no CNES, definição por norma legal da elegibilidade dos pacientes e padronização de qualidade, visto que muitos convênios médicos contratam os serviços de menor custo, gerando insatisfação e conflitos.
Por fim, há questionamentos que são comuns à assistência domiciliar. Um deles trata das coberturas que devem ser oferecidas pelos convênios, enquanto outro indaga a razão da maior parte das prefeituras ainda não ter implementado o sistema, visto que a solução proporciona economia para o setor de saúde.
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Até a próxima!