Eu costumo dizer que uma parte importante do desenvolvimento tecnológico é a busca constante por eficiência. Ou seja, enquanto seres curiosos e engenhosos que somos, estamos sempre elaborando novos meios para fazer algo que já era feito antes,adicionando novas possibilidades. Ou, se não, pelo menos utilizando menos recursos.
Apesar de ser algo que nos acompanha ao longo de toda a nossa história, esse atributo fascinante da inventividade humana é especialmente visível em momentos de inflexão, como o vivido a partir de 2020.
Em todo o mundo, os negócios precisaram mais do que dobrar suas apostas em transformação digital. E com o aumento do trabalho remoto e a adoção de várias nuvens, a consequência lógica tem sido um salto no número de dispositivos, usuários, banda larga, tráfego criptografado e aplicativos baseados em cloud computing, nas redes WANs corporativas.
Nesse sentido, há quem possa argumentar que esse não é um fenômeno novo. E, de fato, a migração de empresas e organizações para uma realidade cada vez mais conectada já se desenha há muito tempo, desde o surgimento da internet, aliás.
Mas quando eventos como a crise sanitária nos obrigam a acelerar o passo, como podemos responder a uma demanda estrondosamente maior por recursos, não só de conectividade e nuvem, mas também aqueles que garantem segurança e mobilidade aos negócios? Mais uma vez, a resposta nos retorna àquele eterno paradigma da evolução tecnológica, baseada em eficiência e inovação.
Ou, para ser mais objetivo quanto ao questionamento específico: a resposta é o SD-WAN.
Entendendo as WANs definidas por software
Ao contrário das arquiteturas WAN tradicionais, as redes WANs definidas por software (SD-WANs) podem distribuir o tráfego a vários locais de forma dinâmica, enquanto atendem automaticamente às políticas de aplicativos em constante evolução.
As SD-WANs também são agnósticas, em termos de transporte e operadora. Na prática, isso quer dizer que o Multiprotocol Label Switching (MPLS), de alto investimento financeiro e, por natureza, sensível aos dois fatores citados, pode ser substituído por conexões mais econômicas (por exemplo, Internet e LTE), permitindo funções que economizam tempo e reduzem os custos.
Um demonstrativo claro dessas vantagens é o direcionamento inteligente que a WAN definida por software é capaz de dar ao tráfego.
Aqui, uma analogia bastante popular – e que eu, particularmente, acho genial – é equiparar a SD-WAN como um ‘GPS’ para a rede – mas não do tipo que apenas indica a rota durante o caminho. Um paralelo mais adequado são as versões inteligentes, que comumente utilizamos em nossos smartphones.
Isso porque, tal qual esses serviços de mapas, a SD-WAN pode detectar, em tempo real, o caminho mais rápido e seguro para o tráfego da rede. Dessa forma, a tecnologia prioriza as aplicações e operações importantes para empresa. E, com base nas condições das conexões disponíveis, estabelece se a via ideal é a internet, a rede móvel ou, ainda, um link redundante, em caso de falhas no sistema principal.
Conforme é possível imaginar, essa orquestração pode ser a diferença para um uso eficiente dos recursos de conectividade. Mais do que isso – e talvez a parte mais importante: pode ser fundamental para que, caso ocorram problemas num dos links de rede, suas operações não fiquem inteiramente prejudicadas.
Do MPLS para SD-WAN: outras vantagens
Paralelamente, não podemos esquecer que outros serviços essenciais para os negócios, como a telefonia IP, precisam operar de forma ininterrupta em ambientes de rede distribuídos. A conectividade sob demanda é essencial, principalmente, para serviços sensíveis à latência, como voz e vídeo.
Neste contexto, podemos comparar o surgimento da SD-WAN à popularização que a nuvem teve no mercado de TI há mais de uma década.
É por isso que as soluções SD-WAN continuam a ganhar força e serão implantadas, cada vez mais, com a finalidade de facilitar a entrega de serviços gerenciados de rede e segurança. Na Fortinet, por exemplo, vemos esse mercado crescer 247% ano a ano, em âmbito global.
Isso porque além dos vetores de ataque tradicionais, os cibercriminosos estão visando novos paradigmas de redes distribuídas.
A SD-WAN está mudando radicalmente o cenário de redes, permitindo que as organizações adotem modelos de negócios digitais e gerenciem o crescente volume de dados e um número cada vez maior de dispositivos de usuários e Internet das Coisas, que são essenciais em sua estratégia de negócios.
Porém, é preciso fazer isso com cautela, pois estes novos dispositivos e novas soluções, principalmente de IoT, trazem também riscos novos aos negócios, ainda ignorados.
Segurança e mobilidade devem caminhar juntas
As soluções de segurança tradicionais tendem a ser colocadas em um único local no perímetro. Mas como o perímetro deixou de ser claramente definido, é preciso proteger as conexões de qualquer dispositivo em qualquer localidade. E, claro, adaptar-se automaticamente à infraestrutura utilizada, o que costuma permanecer em constante mudança, sem prejudicar a performance da rede.
Além disso, implantar soluções de proteção independentes resulta em uma visibilidade fragmentada e na necessidade de ajustar a política de segurança dispositivo a dispositivo. Nem preciso dizer que isso só acrescenta ainda mais complexidade a um contexto já desafiador.
Uma solução SD-WAN verdadeiramente eficaz deve poder ser implementada em qualquer lugar – em casa, filial, campus e em multi-cloud. E contém mecanismos de defesa bem integrados, um modelo aberto de interoperabilidade e colaboração e um custo mais eficiente.
Dessa forma, e a despeito de qualquer parcialidade, eu me sinto orgulhoso em afirmar que nossa dedicação à inovação em SD-WAN resultou em uma solução de WAN definida por software mais extensa e segura.
O Fortinet Secure SD-WAN consolida roteamento avançado, firewall de próxima geração integrado (NGFW), recursos de SD-WAN com auto recuperação e orquestração intuitiva em uma única solução, desenvolvida organicamente.
Por fim, se você ainda tem dúvidas sobre as vantagens de migrar do tradicional MPLS para SD-WAN, meu conselho é que não subestime o poder da rede.
Isso porque, uma vez encarando esse ativo com a relevância que costuma ter nos negócios atuais, o investimento certamente dará retorno ao negócio.