A jornada de transformação digital começou há muitos anos, mas foi a partir de 2020, em decorrência da pandemia de covid-19, que atingiu um ápice. Nesse cenário, entender toda essa mudança é imperativo para que os negócios possam seguir em frente semeando sementes digitais.
O trabalho remoto, a adoção de ferramentas colaborativas e a migração para nuvem são apenas alguns dos elementos que marcaram o período. E fazem parte do grande investimento em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que foi uma das principais ações tomadas pelos negócios globais para a continuação das atividades.
No entanto, com o pior da crise e do lockdown ficando para trás, muitas companhias começam a analisar as decisões estratégicas tomadas e seu impacto em longo prazo.
Para esclarecer o panorama atual com seus desafios e oportunidades, este artigo irá explorar as principais descobertas do relatório Semeando Sementes Digitais para o futuro, elaborado pela Vivo Empresas em parceria com a Telefónica Tech:
- Investimento em TIC foi resposta global à pandemia;
- Resultados do foco em tecnologia variaram;
- Uma lição a cada crise;
- Desafios que decidem o destino de uma organização;
- Semeando sementes digitais: o planejamento TIC a longo prazo;
- Uma nova era de desafios e oportunidades.
Investimento em TIC foi resposta global à pandemia

Hoje, a digitalização das empresas já é algo comum, seja para venda de produtos online, atendimento dos clientes em multicanais ou para viabilizar o trabalho remoto. Embora essa evolução pareça indispensável e até inevitável, a verdade é que só se tornou uma realidade em tão pouco tempo por conta da pandemia de covid-19.
Pelo menos, é isso que mostra o relatório Semeando Sementes Digitais da Telefónica Tech, baseado em pesquisa conduzida no Brasil, Alemanha, Espanha, Reino Unido e República da Irlanda em dezembro de 2021. Dos 810 profissionais de TI entrevistados, mais da metade afirmou que os processos digitais não eram uma prioridade antes da crise.
Apesar disso, as restrições impostas pela pandemia, como os horários limitados de funcionamento e o lockdown, mudaram a situação trazendo um alto investimento em TIC. Segundo a Pesquisa Anual do Uso de TI nas Empresas, divulgada em maio de 2022 pela FGV EAESP, essa antecipação da transformação digital foi equivalente ao esperado para 1 a 4 anos.
Empresas seguiram caminhos diferentes
Logo no início desse momento conturbado, uma coisa ficou certa: os negócios precisavam se adaptar ou deixariam de existir. Mas isso não significa que as organizações de diferentes setores e tamanhos precisavam tomar as mesmas medidas.
De acordo com o relatório da Telefónica Tech, as principais decisões dos negócios globais foram:
- 48% — acelerar os planos estratégicos de TIC, incluindo tecnologia colaborativa e em nuvem;
- 31% — alterar/atualizar os negócios e revisar a TIC;
- 17% — aumentar a eficiência da tecnologia já adotada.
Houve ainda quem não mudou em nada a TIC, mas esses casos só correspondem a 2% dos entrevistados. Inclusive, isso mostra que a tecnologia estava majoritariamente no centro das soluções dessas empresas para encarar a pandemia.
Panorama nacional
No Brasil, o cenário não foi muito diferente, considerando que mais de 97% dos decisores de TI usaram a TIC para liderar mudanças no negócio. Ou seja, quase todos os respondentes investiram em tecnologia como uma solução.
Contudo, no país, houve um outro indicador preocupante: 64% consideram que não tiveram sucesso, pois o investimento não servirá em longo prazo. Em outras palavras, esse resultado do estudo Semeando Sementes Digitais deixa claro que, aqui, a pressa em mitigar os efeitos da pandemia acabou prejudicando a elaboração de uma estratégia duradoura.
As abordagens mais utilizadas na TIC entre os brasileiros foram estas:
- 48% — acelerar os planos estratégicos;
- 42% — alterar/atualizar os negócios e revisar a TIC;
- 9% — aumentar a eficiência da tecnologia já adotada;
- 1% — não realizar mudanças.
Resultados do foco em tecnologia variaram no estudo

Uma vez que cada companhia seguiu um rumo diferente, os resultados do investimento em TIC também variaram. A princípio, a abordagem mais popular, tanto no âmbito global quanto no nacional, foi a de acelerar os planos estratégicos.
O destaque foi da tecnologia colaborativa e em nuvem. O estudo feito em parceria com a Vivo Empresas, mostra que 53% dos decisores de TI no Reino Unido e na Irlanda se beneficiaram dessa estratégia.
Porém, na média da pesquisa, a taxa de sucesso do plano de aceleração foi mais baixa do que das demais opções. Apenas 39% dos entrevistados disseram que a ação foi bem-sucedida. Enquanto isso, quando questionados acerca da atualização e da eficiência, o índice foi de 54% e 51%, respectivamente.
Vale lembrar que essa percepção está bastante relacionada ao efeito em longo prazo das compras de TICs feitas de forma emergencial durante a crise sanitária. Nesse sentido, um alarmante percentual de 81% dos profissionais acreditam que o investimento realizado às pressas perderá o propósito no futuro.
Mais eficiência
Um ponto em comum foi em relação aos ganhos em eficiência, quando comparados à situação pré-pandêmica. Para 57% dos profissionais de TI, houve uma grande evolução e, agora, os processos na empresa são muito mais eficazes. Aliás, o índice cresce conforme o tamanho da organização, chegando a 63% nas maiores companhias.
Esse resultado, que afeta até a competitividade no mercado, também foi destaque em alguns setores globais:
- 80% — biotecnologia;
- 76% — varejo;
- 72% — contabilidade;
- 70% — alimentação e bebidas;
- 68% — setor público.
No Brasil, as áreas que mais sentiram esse aumento na eficiência foram contabilidade (73%), TI (71%) e computação (70%).
Resiliência é palavra-chave
A adaptação tecnológica consequente da crise gerou um novo hábito empresarial: a busca por resiliência. Se antes os planos de continuidade não eram uma prioridade, hoje isso está em debate todo o tempo, com inovações sendo adotadas em prol dessa proteção.
Tanto é que para entender a performance de crise das companhias, uma das perguntas feitas no levantamento Semeando Sementes Digitais foi sobre como resistiriam a uma nova pandemia. No caso, em relação à infraestrutura TIC:
- 50% afirmaram estar prontos para qualquer circunstância;
- 40% disseram estar, de alguma forma, mais preparados que antes.
Uma lição a cada crise
É inegável que momentos de crise geram crescimento. Por isso, mesmo com algumas decisões apressadas, o desfecho desse período conturbado traz grandes aprendizados. Nesse sentido, a pesquisa também indagou sobre as lições aprendidas e que devem pavimentar o caminho ao futuro.
Entre elas, pode-se destacar a necessidade de rever os recursos e ferramentas tecnológicas que já estão à disposição da companhia, a fim de determinar se estão sendo utilizados em máxima eficiência.
Um bom exemplo são as soluções de análise de dados, como o Big Data que, quando bem empregado, pode ajudar a identificar gargalos e oportunidades. Inclusive, 21% dos profissionais indicam que um dos desafios atuais é justamente tentar fazer melhor uso dos dados para ter insights estratégicos.
Além disso, a digitalização às pressas mostrou que não há como atualizar apenas a tecnologia e confiar em processos antigos. Ambos precisam mudar em conjunto para que a estratégia tenha sucesso.
Colaboração do negócio é necessária
Essa talvez seja uma das lições mais valiosas desse período. A fim de evitar ações que não agregam em longo prazo, a única forma de tomar melhores decisões de TIC é estimulando a colaboração do negócio. É assim, por exemplo, que as companhias conseguem obter mais vantagens gastando menos, como no modelo Opex.
Aliás, quase metade (47%) dos entrevistados no mundo concordam com isso, sendo que o pensamento é especialmente presente nos segmentos de cuidados de saúde, agricultura e energia. Já no Brasil, a taxa é ainda mais alta, chegando a 50% e impacta especialmente os setores de TI, automotivo e educação.
Desafios que decidem o destino de uma organização
A crise causada pela pandemia do covid-19 demandou adaptações e resultou em aprendizados, mas também deixou desafios que precisam ser enfrentados hoje. A seguir, estão descritas as questões que mais preocupam os profissionais de Tecnologia da Informação que participaram do estudo Semeando Sementes Digitais da Telefónica Tech.
Atualização de processos baseados em pessoas
A maior eficiência tecnológica foi conquistada. Todavia, para ter sucesso, é preciso atualizar as outras partes da tríade de negócios: pessoas, processos e tecnologia.
Treinamento e/ou capacitação voltados às novas demandas operacionais
A escassez de talentos especializados e até mesmo de colaboradores com destreza digital atrapalha o desenvolvimento nessa fase da digitalização.
Novas práticas de segurança
A rápida adaptação a novos modelos de trabalho e até as práticas inadequadas decorrentes desse processo deixaram vulnerabilidades que precisam ser corrigidas.
Orçamento versus Investimento
Ainda se gasta muito para combater crises pontuais em vez de focar nas estratégias de longo prazo ou mesmo em inovação e automação.
Sobre isso, vale ressaltar que o foco em se adaptar às novas condições do mercado atrapalhou bastante a capacidade de inovar. Segundo o relatório Innovation in crisis da McKinsey, publicado em junho de 2020, a priorização de metas de curto prazo compromete a inovação e até implica, futuramente, na perda de competitividade.
Semeando sementes digitais: o planejamento TIC em longo prazo

No Brasil, apesar de o pior momento já ter passado, ainda há um certo caminho para pensar no futuro. O relatório mostrou que 36% das companhias ainda estão se restabelecendo e 24% continuam com projetos de longo prazo parados para lidar com os desafios presentes.
Já a situação global é um pouco diferente e muitas empresas estão transitando da recuperação para a aceleração. Com esse panorama, é preciso que os negócios nacionais comecem a pensar no planejamento TIC em longo prazo.
No entanto, é necessário fazer diferente e utilizar os aprendizados de crise para se destacar nos próximos anos. Na jornada estratégica para o futuro, ressaltam-se quatro pilares interligados que devem suportar os empreendimentos daqui em diante.
Conhecimento do estado atual do negócio
Entre os profissionais de TI questionados, 35% apontaram que é um desafio encontrar tempo para fazer um balanço da empresa e entender o que é necessário. Porém, enquanto essa é uma tarefa complexa, também é essencial para uma boa estratégia. Lembrando que, nessa etapa, a colaboração é tão importante quanto revisar o uso e a eficiência da TIC já implementada.
Foco em pessoas
Os especialistas em Tecnologia da Informação pretendem continuar semeando sementes digitais, como mostra o relatório. Na verdade, o investimento deve crescer, de acordo com 57% dos entrevistados globais e, no Brasil, essa opinião foi apontada por 73%.
Entretanto, a tecnologia por si só não é transformadora. Por isso, 41% dos brasileiros acreditam que deve haver um foco em processos baseados em pessoas daqui em diante. Aliás, as empresas podem ir além: repensar a cultura de dados no negócio, o trabalho colaborativo e até envolver times nas decisões de inovação.
Qualificação digital
Alinhado ao valor humano dentro do negócio, a capacitação digital deve fazer parte do planejamento. Afinal, não basta ter os recursos e ferramentas, se não houver colaboradores para usá-los. Essa qualificação é um dos grandes desafios atuais, segundo 39% dos entrevistados globais e 49% dos nacionais.
Entender novas funções
Não há dúvidas que a pandemia foi um divisor de águas, mudando a forma de conviver em sociedade, estudar, trabalhar e se comunicar. É por isso também que os profissionais precisam estar cientes que muitas transformações já aconteceram e outras ainda virão.
Nesse sentido, a IDC prevê que, em 2023, 63% dos CIOs serão avaliados pela habilidade de cocriar modelos de negócio e resultados. E isso irá ser ocasionado por uma ampla colaboração empresarial em todo o sistema.
Uma nova era de desafios e oportunidades
Desde 2020, a TIC se mostrou indispensável para o crescimento de qualquer empresa, independentemente do porte ou setor. No entanto, também ficou claro que não é somente através dos recursos digitais que as companhias evoluem.
Assim, o relatório Semeando Sementes Digitais, da Vivo Empresas em parceria com a Telefónica Tech, foi essencial para destacar as boas práticas para o futuro, no qual, as estratégias trabalham pessoas, processos e tecnologia ao mesmo tempo e a colaboração é vital. Para isso, a escolha da infraestrutura, inclusive tecnológica, deve ser criteriosa.
Em vista disso, a Vivo Empresas possui um portfólio diverso para auxiliar em um negócio próspero e resiliente. São soluções completas de conectividade, nuvem, Internet das Coisas (IoT), Big Data, inteligência artifical e muito mais que atuam em prol da eficiência empresarial.
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Até a próxima!